
Depois do sucesso que foi a gestão do caso que resultou no homicídio de Ihor Homeniuk, às mãos de agentes do SEF, Eduardo Cabrita está na corrida para director executivo da Frontex.
Da Frontex.
Estas merdas não se inventam.
Expor ao vento. Arejar. Segurar pelas ventas. Farejar, pressentir, suspeitar. Chegar.
Depois do sucesso que foi a gestão do caso que resultou no homicídio de Ihor Homeniuk, às mãos de agentes do SEF, Eduardo Cabrita está na corrida para director executivo da Frontex.
Da Frontex.
Estas merdas não se inventam.
Quantos mais “casos isolados” de violência policial terão de haver para percebermos, enquanto sociedade, que já não são casos isolados?
As autoridades competentes da UE ou da ONU têm alertado: cuidado com a infiltração da extrema-direita nas Forças de Segurança portuguesas. Mas ninguém parece estar minimamente interessado. [Read more…]
2020 foi um ano difícil, que pode ser resumido em poucas palavras: vírus, epidemia, pandemia, medo, confinamento, distanciamento social, máscara, álcool-gel, negacionismo, contágio, zaragatoa, teste, ventilador, profissionais de saúde, SNS, layoff, crise económica, vacina e morte. Talvez pudessem ser acrescentadas mais algumas, que nem me ocorrem nem me apetece procurar, porque não pretendo fazer disto uma obra científica, mas este foi o léxico dominante, durante os nove últimos meses. E, não nos iludamos, continuará a sê-lo.
Muito foi dito e escrito sobre a pandemia. Da “gripezinha” à falsa sensação de segurança, passando pelas habituais conspirações, amplificadas pela ignorância militante, de repente éramos 7,8 mil milhões de especialistas em saúde pública, virologia e gestão de crises. Por cá fomos bestiais, depois bestas, e, quer-me agora parecer, terminamos o ano como culpados pelo agravar dos números. E não, não saíamos mais unidos, mais conscientes ou mais humanos de tudo isto. Saímos como entramos, com as nossas virtudes e defeitos, adaptados ao novo normal que, esperamos, já seja uma recordação distante daqui por um ano. [Read more…]
A morte de um ser humano em Portugal sob tortura perpetrada pelo Estado português, seria, não há muito tempo, razão para um escândalo de contundente repercussão política.
Todavia, o que se assistiu foi a uma brandura de tratamento, transversal a toda a sociedade portuguesa.
Até a página da Amnistia Internacional Portugal, não deu grande relevo a semelhante crime ignóbil (o nome de Ihor Homeniúke é apenas referido num texto recente).
Isto numa sociedade como a portuguesa, marcada, fortemente, por valores humanistas que fazem de nós, enquanto povo, gente com repulsa pela violação da dignidade humana, gente solidária e predisposta a acudir.
Além da habitual “exigência” de “apuramento de responsabilidades”, pouco mais ou mesmo nada a dita sociedade civil e as organizações políticas em geral exigiram sobre algo que deveria ter causado engulho e revolta.
Quando, recentemente, as rede sociais começaram a movimentarem-se na demanda por explicações, aos poucos lá começaram a aparecer algumas reacções.
Começou-se, então, a construir na comunicação social a ideia de que o que se passou com Ihor Homeniúk é um problema de procedimentos do SEF.
Uma bela forma de transformar um homicídio numa mera relação de causa/efeito. [Read more…]
Faça um favor a si mesmo e ao país, Eduardo Cabrita. Ganhe vergonha na cara e demita-se.
É um favor que faz também ao Primeiro-Ministro, o qual já tem culpa por manter a “total confiança” política em alguém que não a merece. E ao fala-barato presidencial que até agora se manteve reservado.
Mas, sobretudo, é um serviço que presta ao país, face ao enxovalho que recebemos internacionalmente e, sobretudo, ao assassinato de uma pessoa por parte dos que exercerem funções no Estado português.
Um assassinato!
Cabrita diz que andou preocupado nove meses. E porém, isso não o impediu de mentir ao parlamento e de demorar 17 dias a abrir um inquérito, quando o assunto foi tornado público pela comunicação social. No SEF e no ministério, primeiro tentaram esconder, depois usaram a peneira para tapar o sol e agora, apertados, estrebucham.
Sobre a ideia do botão de pânico, é uma constatação de que há motivos para pânico quando alguém vai ao SEF.
Dissolver o SEF? O problema não é a estrutura, mas sim as pessoas dessa estrutura. E estas não vão desaparecer. Mais do que mudar a estrutura, importa mudar os comportamentos que conduziram a este crime. Assim, com o que está a ser feito, mais parece um movimento para proteger o ministro do que uma tentativa de se resolver o problema.
Concluindo, é mais um episódio, este o mais grave de todos, de um ministro que não tem auto-crítica quanto ao que diz e faz.
Assinalou-se, na Quinta-feira, o Dia Internacional dos Direitos Humanos, e o momento não podia ser mais oportuno, na medida em que o país parece ter acordado para o estranho caso do cidadão ucraniano que foi espancado e torturado até à morte por inspectores do SEF, nas instalações desta força de segurança, no aeroporto Humberto Delgado. Uma bela forma de homenagear o resistente antifascista que dá o nome à infraestrutura.
Qual é o problema desta nossa indignação colectiva? É que já passaram nove meses desde que este atentado contra os direitos humanos foi perpetrado. E, com a excepção de algumas jornalistas, como Valentina Marcelino, Fernanda Câncio, Joana Gorjão e Daniel Oliveira, entre (poucos) outros, a opção pelo silêncio foi geral. Não tendo o caso sido abafado, pouca importância lhe foi dada nos headlines e alinhamentos noticiosos. As redes sociais, sempre implacáveis, não ebuliram como habitualmente acontece com casos de racismo, ou de tiradas xenófobas da extrema-direita. Um silêncio que envergonha, mais ainda por ter feito parte dele. [Read more…]
Na semana passada, a diretora do SEF admitiu, finalmente, o homicídio de um cidadão ucraniano no aeroporto de Lisboa. Nunca fui muito bom a matemática, mas estamos em novembro e este caso já vem desde março. Nos últimos 8 meses, ninguém se responsabilizou pela morte de um cidadão estrangeiro nas mãos do Estado português.
Também na última semana, soubemos de um ministro dinamarquês que se demitiu por causa do abate a visons, pois não era legal. A visons. Nem sei que animal é esse. Não foi uma pessoa sequer.
É por situações assim que não podemos abrir precedentes quando falamos em democracia. Não podemos ter medo de ser demasiado exigentes com os nossos governantes. Não podemos ter medo de afirmar que a democracia em Portugal está a falhar.
Temos de exigir que alguém seja responsabilizado pela morte de Ihor, que morreu nas nossas mãos. Se não o fizerem por ele, ao menos que façam por um pingo de dignidade. Enquanto continuarmos calados, continuaremos a ser cúmplices de um homicídio.
Em tempos, que me conste a legislação tão inspirada em Paulo Portas não mudou, conheci o estranho mundo da contratação por uma entidade privada portuguesa de um cidadão estrangeiro absolutamente especializado naquilo de que precisávamos.
No caso uma companhia de teatro e um argentino, actor, encenador, e sobretudo praticante de teatro acrobático, na altura inexistente em Portugal.
O processo é simples: pede-se ao IEFP o que pretendemos, o pedido é espalhado pela pátria, não havendo ao fim de x tempo ninguém que corresponda podemos passar à papelada seguinte até à autorização de trabalho para cidadão estrangeiro, etc, essas coisas simples que distinguem um emigrante em situação legal de um clandestino.
Tivemos azar: o IEFP local ligou e perguntou-me na cara se aquilo não era um perfil muito especializado só para legalizar um estrangeiro. Descaí-me, acabei a perguntar-lhe como é que os clubes de futebol da zona contratavam os seus especialistas em bolas paradas ou remates de cabeça ao fundo da baliza, não apreciaram a comparação, correu mal. Passei depois uma manhã a ligar para o Ministério da Cultura acabando na secção de Dança, só sabiam de casos em importação de coreógrafos, mas nem com essa simpática cooperação encontrámos outra forma de satisfazer o SEF. Sim, o SEF, de quem neste caso o IEFP foi amigo. O SEF é que exige a declaração do IEFP em como ninguém respondeu à oferta de emprego que obviamente exagerámos. [Read more…]
Na nova e sofisticada loja dos CTT, a abarrotar de produtos para turistas (facilmente identificáveis por representarem sardinhas e/ou serem feitos de cortiça) e até “tablets e smartphones recondicionados”, mas em que a mesa de trabalho dos funcionários encolheu de tal modo que já nela não cabem os envelopes maiores, hoje a máquina das senhas […]
Autoria da foto (e os meus agradecimentos): http://permanentereencontro.blogspot.com/2012/12/amores-de-perdicao.html
A propósito desta notícia de hoje.
Debate político entre Aventadores. A Esquerda, a Direita, e não só.
A actualidade em análise com as opiniões dos participantes no Aventar sobre a actualidade.
Debate sobre política, sociedade, actualidade, entre outros.
As músicas escolhidas pelos participantes do Aventar com espaço para entrevistas e apresentação de novas bandas, tendências e sonoridades.
Aqui reinam as palavras. Em prosa ou poesia. A obra e os autores.
Maria Luís Albuquerque, Aguiar Branco, Poiares Maduro, Teresa Morais e Castro Almeida deram à costa no montenegrismo. E parece que o dr. Arnaut, da ANA, também lá vai. Cheirará a poder? Ou a privatizações?
A acusação é de um grupo de militantes que abandonaram ontem o partido. André Ventura agradece.
Para o Kremlin a comunidade LGBT é “extremista” e a sua actividade deve ser banida. Já Yitzhak Pindrus, do partido United Torah, que integra o governo israelita, garante que são mais perigosos que o Hamas e que o Hezbollah.
Primeiro-ministro que se demitiu das funções assume no seu governo demissionário a pasta do ministro que se demitiu do governo demissionário e que já tinha tentado demitir-se antes, mas o primeiro-ministro à altura não deixou.
Contra Pedro Nuno Santos, contra a Geringonça e a favor de deixar um governo minoritário PSD/IL governar, para manter o CH do lado de fora da cerca sanitária.
Olhando para todos os envolvidos na “operação influencer“, e dos investimentos de milhões e milhões a que se reporta a matéria, será que António Costa e Silva ainda continua convencido que é Ministro da Economia?…
Fernando Medina, Ana Catarina Mendes, Mariana Vieira da Silva e até Duarte Cordeiro. E, claro, Pedro Nuno Santos. Todos eram falados, todos podiam suceder a Costa. Até que o tsunami aconteceu e o discreto José Luís Carneiro emergiu.
Malhou no PM todas as semanas. Sem excepção. Ainda assim, saiu na sua defesa. O regime está estar mesmo por um fio.
e descobrir o que terá acontecido ao cê da Acção.
O novo speaker da câmara dos representantes, Mike “MAGA” Johnson, é um nacionalista cristão. Em 2019 afirmou “Não queremos estar em democracia”. Pragmático.
Neste desastre em curso que vivemos, algo positivo aconteceu: a inflação desceu pelo segundo mês consecutivo, para o valor mais baixo desde Outubro 2021. Melhor que um pontapé nas costas.
de Nathan Fletcher para os Metallica, só este “*guitarist of Nirvana” de Conan O’Brien & Co. para o Novoselic.
Excelente artigo de Slavoj Žižek, no DN, sem paywall.
um terrorista massacrou 22 pessoas e feriu + de 50 em Androscoggin, Maine. A liberdade de todos comprarem armas como quem compra pão tem corrido maravilhosamente nos EUA.
Depois de Santana Lopes ter vindo “esta quarta-feira afastar-se da corrida presidencial”, era ter atalhado imediatamente: «Já que fala nisso, então “agora facto é igual a fato (de roupa)”»?”
O artigo do Pedro Magalhães, no Expresso, é o resumo perfeito do país que temos e, sobretudo, do país que a maioria dos portugueses quer ter. Ide ler que não tem paywall.
o trumpismo apresentou a moção, os Democratas deram-lhes a mão. Em princípio é o próximo estágio da simbiose PS-CH, versão USA.
Comentários Recentes