Foi preciso apenas uma hora para nada decidir

Foi preciso apenas uma hora para que o primeiro-ministro e o PSD anunciassem uma “convergência” sobre o método adoptado para se avançar para a construção do futuro aeroporto em Lisboa. Estão previstas obras no aeroporto Humberto Delgado e a criação de duas comissões (uma técnica independente e outra de acompanhamento) com um coordenador-geral, que irá elaborar uma avaliação ambiental estratégica sobre possíveis localizações, incluindo a de Santarém. O trabalho deverá estar concluído dentro de um ano. (PÚBLICO, 2022/09/23)

Mais uma remessa de avençados durante um ano, para já, para avaliar, acompanhar, et cetera.

Esteve presente nessa reunião de uma hora o ministro sombra das infra-estruturas, Pedro Nuno Santos, possivelmente a fazer corpo presente enquanto ouvia Luís Montenegro, que agora diz coisas.

Não sei se é preciso ou não aeroporto. Mas sei que este tema arrasta-se tão devagar que quando a decisão chegar, se chegar, poderá dar-se o caso da escolha surreal do Montijo já estar debaixo de água, tal como vêm avisando os oráculos das alterações climáticas.

Costini, como lhe chama João Miguel Tavares, nos seus passes de mágica, feitos de empurranços com a barriga. Claro que não são truques, sr. Primeiro-Ministro. Poderia algum vez V. Ex.a ser capaz de tal coisa?

O Costa com uma perna às costas

Não!

Não posso…

A sério que ainda há malta surpreendida por António Costa ter segurado Pedro Nuno Santos no governo?

For fuckin real???

Para essas pessoas, com todo o respeito e carinho, tenho apenas duas palavras: Eduardo Cabrita.

Quanto a Pedro Nuno Santos: o ministro não deu um tiro no pé. Pisou uma mina, que ele próprio colocou, e ficou sem uma perna. Quem rebentou com o pé foi o nosso primeiro, que fez também uma triste figura.

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Palhaço rico, palhaço pobre

Um ministro prostrado e sem futuro neste governo.

Convenhamos: este confronto António Costa-Pedro Nuno (agora sanado com a humilhação pública a que o ministro das infra-estruturas e da habitação se submeteu) nada tem a ver com o aeroporto ou com os problemas do país.

Tem a ver, sim, com jogos partidários típicos do Partido Socialista. E é assim desde que António Costa sabe que, no futuro, poderá ver o seu legado destruído por uma futura vitória que coloque Pedro Nuno Santos à frente dos destinos do partido. E é por isso que António queima Pedro e Pedro desautoriza António.

Isto não tem nada a ver com o País. Nunca teve.

Frase brilhante

Há qualquer coisa de frustrante quando vemos Portugal discutir ainda onde pôr um novo aeroporto, quando o resto do mundo anda literalmente a discutir como apanhar o comboio do futuro. Rui Tavares

Ainda o Montijo

Num artigo que tresanda a spin para justificar a opção do governo, fica logo claro porque é que Montijo foi escolhido.

Mesmo descontando perdas motivadas pelos anos a mais que demorará a obra, o custo extra de uma infraestrutura construída de raiz, no caso, em Alcochete, ascende a 6 mil milhões de euros. É o quíntuplo do valor que a ANA Aeroportos se comprometeu a investir até 2028 na reconversão da infraestrutura do Montijo e melhoramento e expansão da Portela. O custo de Alcochete ascenderia a 7,6 mil milhões – cujo custo iria necessariamente recair, ao menos em parte, sobre os contribuintes -, em vez dos 1,5 mil milhões no Montijo, assegurado pela ANA e financiado pelas taxas aeroportuárias. [DN]

“que a ANA Aeroportos se comprometeu a investir até 2028”

Esta é a chave para a decisão.

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O negócio de Montijo

Governo já tem proposta para substituir lei que bloqueou aeroporto no Montijo

Essencialmente, o que António Costa e o seu PS, apoiado pelo PSD de Rui Rio, se prepara para fazer é deixar claro que estamos num Estado onde a lei não é o alicerce da governação mas sim um instrumento para se atingir um fim. Não é propriamente uma novidade mas é de registar que a inversão de valores não é alheia a este executivo. Também mostra bem de que lado está o Governo e não é do lado dos cidadãos.

Sobre o negócio de ocasião para a ANA e a Vinci, pouco há a acrescentar ao que anteriormente se disse. Excepto que é de se sublinhar que os dois submarinos ainda vão dar jeito ali.

Subida do nível das águas – projecção para 2030 (fonte)

O silêncio mata

Na semana passada, a diretora do SEF admitiu, finalmente, o homicídio de um cidadão ucraniano no aeroporto de Lisboa. Nunca fui muito bom a matemática, mas estamos em novembro e este caso já vem desde março. Nos últimos 8 meses, ninguém se responsabilizou pela morte de um cidadão estrangeiro nas mãos do Estado português.

Também na última semana, soubemos de um ministro dinamarquês que se demitiu por causa do abate a visons, pois não era legal. A visons. Nem sei que animal é esse. Não foi uma pessoa sequer.

É por situações assim que não podemos abrir precedentes quando falamos em democracia. Não podemos ter medo de ser demasiado exigentes com os nossos governantes. Não podemos ter medo de afirmar que a democracia em Portugal está a falhar.

Temos de exigir que alguém seja responsabilizado pela morte de Ihor, que morreu nas nossas mãos. Se não o fizerem por ele, ao menos que façam por um pingo de dignidade. Enquanto continuarmos calados, continuaremos a ser cúmplices de um homicídio.

Só para recordar,

como está a situação daquele aeroporto que o Costa quis dar à Vinci ali para os lados de umas areias que ficarão debaixo de água daqui as umas décadas?

Sobre o futuro anexo ao aeroporto de Lisboa, conhecido como aeroporto do Montijo

Durante décadas falou-se em construir um novo aeroporto porque era preciso aumentar a capacidade e porque era perigoso ter um aeroporto ao lado da cidade. Consequentemente, o aeroporto de Lisboa seria encerrado.

Por isso, talvez tenha passado despercebido que a actual proposta recorrendo ao Montijo pressupõe que o actual aeroporto de Lisboa continue em operação. Mais, até se planeia a sua expansão. Está tudo explicado no comunicado da Vinci e ainda melhor ilustrado num vídeo produzido pela própria Vinci. Só faltou explicar porque é que o anterior perigo de ter um aeroporto no centro de Lisboa deixou de ser um problema.

Foi publicado na Nature, no passado dia 29 de Outubro, um artigo sobre a subida dos níveis da água do mar e o impacto nas zonas costeiras. A imagem seguinte é a projecção para 2030, portanto para daqui a 10 anos.

Subida do nível das águas – projecção para 2030 (fonte)

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Onde colocar um aeroporto perante a subida do nível das águas do mar?

O degelo dos glaciares, com a consequente subida do nível das águas do mar, está longe de ser um mito – que o digam, por exemplo, os noruegueses.

Sendo um aeroporto uma obra para funcionar durante décadas, onde é que se deve construir um nova infraestrutura destas?

Junto ao nível do mar, obviamente.

Pergunta para bingo

O que é que se há-de fazer com um pedaço de paraíso?

Um aeroporto, obviamente. Stairway to heaven.

Começa o spin

Num artigo que mais parece um detox de opiniões saído de uma trituradora de declarações, compõe-se uma história que dê corpo ao título.

Sobre futuro aeroporto do Montijo

aeroporto_montijo
Rede para o Decrescimento

No momento em que se anuncia a assinatura de um acordo sobre o modelo de financiamento de um novo aeroporto civil no Montijo entre o Governo Português e a empresa VINCI AIRPORTS, proprietária da ANA , a Rede para o Decrescimento reforça a sua oposição a este ou a qualquer outro projeto de aumento da capacidade aeroportuária no território português. A Rede para o Decrescimento junta-se a uma frente com dimensão internacional (vide rede global ‘Stay Grounded’) de resistência ao incremento da circulação aérea e à prossecução de uma política em tudo contrária à mais urgente necessidade da Humanidade: parar as emissões de CO2 que estão a destruir o nosso ecossistema, visando particularmente aquelas que ficaram de fora do Acordo de Paris, como as provenientes do tráfego aéreo e marítimo, uma exclusão imoral e desastrosa para todos. Os interesses imediatos das multinacionais do sector e as vantagens imediatistas de um tipo de economia sem futuro são os únicos ganhadores anunciados neste processo. [Read more…]

O aeroporto

“È meglio que questa Declaracione de Impacto Ambientale saia a contento e presto, se capisci cosa intendo. O lo faccio una proposta qui non puo rifiutare.”

Assalto ao (nome do) aeroporto

Claro que, quanto ao caricato disparate do aeroporto da Madeira, poderíamos desejar que Cristiano Ronaldo recusasse a honra. Porém, apesar de um génio da bola e um sobredotado em vários aspectos, no fundo é ainda um garoto imaturo e deslumbrado demais para perceber a armadilha que lhe ficará amarrada aos pés. Quanto ao presidente do governo regional da Madeira, Miguel Albuquerque, seria esperar demais vê-lo abdicar do seu rasteiro oportunismo e populismo barato e perceber que um jovem ainda tem muito tempo – e direito – para desgostar – por razões respeitavelmente humanas – quem o homenageia com um cheque de confiança absoluta no futuro. Não é por acaso que gente bem mais sábia que Albuquerque espera pela maturidade ou morte do homenageando para o honrar na toponímia. É porque, na velha tradição positivista, estes homenageados se constituem em referências cívicas e culturais que podem servir de exemplo aos vindouros. Homenagear deste modo após a morte não é sinal de morbidez, mas de sabedoria. Claro que o governante madeirense já refutou esta ideia, debitando as tolices apropriadas ao tema naquele tom modernaço e négigé tão grato aos neo-reaccionários.
Suponho que quem faz o favor de me ler está, neste momento, a pensar em vultos madeirenses de indiscutível grandeza, como Herberto Helder, ou em grandes figuras ligadas à aviação e ciência como Gago Coutinho. Qualquer deles seria mais adequado. Mas duvido que o primeiro desejasse tal honra e o segundo a quisesse vinda de quem vem e, de resto, já tem o seu nome espalhado por toponímia dos quatro cantos do mundo.
Finalmente, já o escrevi aqui, não me parece que os que dão o nome a aeroportos venham a ter uma memória alegre. É que não há boas notícias relacionadas com esses lugares. Só más. E, se tudo corre bem, notícia nenhuma.

Um dia mau para o fascismo

O aeroporto de Lisboa passa a chamar-se Aeroporto Humberto Delgado. Uma homenagem merecida.

A importância de ser Humberto

O aeroporto da Portela vai, por decisão do governo, passar a chamar-se Humberto Delgado. Os telejornais deram a notícia. Segundo o que vi, o homenageado foi um senhor muito importante no arranque da aviação civil em Portugal. E pronto. Tem piada, o nome é igualzinho ao daquele Humberto Delgado candidato à presidência da República no tempo de Salazar, vencido por vigarice do regime e tornado importante referência da oposição democrática, vindo a ser assassinado pela PIDE. Chamavam-lhe “general sem medo”. Foi, lembro-me, a primeira vez que eu, ainda criança, confrontei o meu Pai com as minhas primeiras dúvidas políticas. É que na escola onde estava beatificava-se Américo Tomás e o meu pai, para minha surpresa, não parecia nada entusiasmado com esse facto. Hoje sei porquê e honro-lhe a memória.
Então – pelo menos segundo o telejornal – o homenageado vai ser o Humberto Delgado da aviação civil. Que coincidência, não é?…

Os sítios e os nomes

Finalmente, após um longo – e, certamente, sábio – silêncio no que diz respeito a propostas concretas, António Costa irrompe, firme, com uma das ditas. Dar o nome de Humberto Delgado ao aeroporto da Portela. Compreendo o embaraço das outras bancadas. É difícil e mal compreendido fazer oposição a este tipo de proposta. E, note-se, não duvido da boa vontade dos proponentes nem da sinceridade da sua consideração pelo homenageando. Mas reparem: quando se fazem estes exercícios de toponímia, que consistem em substituir um nome ou referência tradicional e popularmente consagrados por novas designações – independentemente dos méritos dos homenageados -, raramente o novo nome se sobrepõe ao antigo na fala popular, o que reverte em prejuízo da intenção com que a alteração é feita. Portela, continuará a ser Portela, excepto nos comunicados oficiais e, eventualmente, nas notícias da Imprensa. E, aqui, surge a segunda objecção: é que raramente se ouve ou lê uma boa notícia quando se fala de aeroportos. “Avião aterra de emergência no aeroporto Humberto Delgado”, “aviões desviados, devido ao mau tempo no H.D.”, “avião retido com grave avaria no H.D.”, ” ameaça de atentado no H.D.”, “avião despenha-se após descolagem no H.D.”, “voos adiados e caos no H.D.” e por aí fora, estão a ver a ideia.
Abreviando: esta é mesmo a melhor forma de homenagear alguém?

O que mais ainda virá que não estava no PEV IV?

Estava previsto o PEC IV acabar com as PPP, TGV e aeroporto? É que ontem o engenheiro disse, textualmente, que «as medidas previstas são essencialmente as do PEC IV».

 

Adenda
Se procura a tradução do  ‘Memorando do acordo estabelecido com o FMI-BCE-CE’, siga este link.

Uma coisa que não percebo…

Ora se os tipos que nos vão dar dinheiro* dizem que para o próximo triénio não haverá massa para PPP, TGV e aeroporto, será que os 51 magníficos que defenderam as obras públicas durante a campanha eleitoral das legislativas 2009 estavam errados?

poceirão

E já agora, para que vai servir esse pedaço de caminho de ferro entre a fronteira e o Poceirão?

* sim, parece que nos vão dar dinheiro, avaliando o que ontem foi dito só se pode concluir isto

 

Adenda
Se procura a tradução do  ‘Memorando do acordo estabelecido com o FMI-BCE-CE’, siga este link.

Obras Públicas : veio cá um senhor da UE!

Fatal como o destino, o que tem que ser tem muita força, o bom senso prevalece, dinheiro só no “totta”, o Presidente do BCE esteve cá ontem a deixar uns recados ao “animal feroz” e tudo lhe cai pelas pernas abaixo.

Não há megaprojectos, quem não tem dinheiro não tem vícios, felizmente que não haver dinheiro tem esta grande vantagem, não se estraga, não se gasta mal gasto. Para não perder a face adjudicou hoje um troço que, sem a ponte e os demais troços já congelados não serve para nada, vai ter que ficar à espera para estar operacional, mas enfim o pobre do “estadista” tambem não precisa de ser humilhado.

Um pesadelo a chegar ao fim ! Que dirão disto os “defensores do interesse nacional” que tão desinteressadamente se bateram pelas grandes obras públicas?

Obras públicas – aliança Sócrates / PCP

A guerra dentro do governo já é mais que evidente. Sócrates responde a Cavaco Silva e põe o ministro das obras públicas a responder a Teixeira dos Santos. A causa são, evidentemente, as obras públicas ! Sócrates acha que recuar, ou pelo menos adiar as obras públicas para melhores tempos, dá uma imagem de fraqueza. Pelo contrário, na presente situação, esta obsessão pelas obras públicas (TGV, Aeroporto e Ponte) levanta sérias e legitimas suspeitas. O que aproveita Sócrates, contra todas as opiniões e evidências, levar estes projectos ao ponto de não retorno?

Claro que Teixeira dos Santos, que faz as contas e que ouve as entidades financeiras da UE, sabe que esta obsessão não tem pernas para andar, ninguem vai emprestar dinheiro para obras faraónicas, a não ser a taxas de juro elevadíssimas que o país não tem como pagar. Quem vai continuar a engolir “sapos”?

João Cravinho, lá de Londres já veio apoiar Teixeira dos Santos e, Passos Coelho, espera que mais vozes se juntem no apoio ao ministro das Finanças, É que as contas ,para ajudar Portugal, apontam para 13 mil milhões de Euros o que corresponde a 8.1% do PIB e a cerca de 11% da dívida pública. Se lhe acrescentarmos, em contas redondas, mais 3.3 mil milhões para o Aeroporto, 1.8 mil milhões para a Ponte e o TGV até ao Poceirão e uns 7 mil milhões para o resto do TGV e, já agora, a autoestrada consignada há dias à Motta-Engil de 1,42 mil milhões, fica a dúvida legítima.

O que fará mover Sócrates para deixar o país numa situação miserável desde que  as obras públicas atinjam o ponto de não retorno? Porque o que faz correr o PCP,  apoiar as grandes obras públicas, é a existência de um Estado que tudo constrói, tudo controla, tudo pode.

Mas esses, os comunistas, não enganam ninguem! Sabe-se ao que vêm!

Obras Públicas – suspeitas legítimas

Hoje no Público, Campos e Cunha aborda a questão do PEC, dos “especuladores” do acordo Sócrates/Passos Coelho e da miserável situação em que nos encontramos.

Como se verificou, imediatamente a seguir ao acordo com Passos Coelho, vieram os ministros das Finanças e das Obras Públicas fazerem apressada declaração. O aeroporto e o TGV  continuam apesar de estarmos neste aperto e deste acordo! .

O que levará Sócrates a ter esta obsessão, a ponto de colocar o país à beira da bancarrota? Contra todo o bom senso e toda a lógica, prefere congelar salários e pensões a adiar as grandes obras públicas que, essas sim, teriam efeitos pronunciados na despesa.

Não podemos esquecer que é o mesmo Sócrates que, com um governo já em gestão, não se coibiu de autorizar o Freeport de todas as vergonhas. Não aprendeu nada. Mas esta obsessão levanta suspeitas legítimas. O que levará Sócrates a querer levar os grandes projectos até ao ponto de não retorno quando já se percebeu que não será ele a construi-los, e num ambiente de grande perturbação economico-financeira?

O serviço tem que ficar feito a ponto de não se poder voltar atrás? Quem beneficia ? Há compromissos com entidades que não o Estado ?

O que esconde o novo aeroporto ?

Vemos as grandes empresas de transporte aéreo juntarem-se e constituirem megaempresas, como é o caso da fusão da Ibéria com a British airwais, uma e outra muito maiores e fortes do que a TAP, seguindo, aliás, o caminho da Swissair com a Lufthansa. No entanto, e apesar dos prejuízos contínuos a TAP não se casa com ninguem.

Sabe-se, tambem, que na Europa vão sobrar 5/6 grandes empresas de transporte aéreo e que essa questão da “empresa de bandeira” é canção para adormecer menino. E que o transporte aéreo não se vai tornar mais fácil e barato, pelo contrário, vai-se tornar mais dificil e mais caro.

O negócio do transporte aéreo anda à volta do conceito de “code share”, quer dizer, vende-se lugares entre as companhias por forma a que os aviões andem cheios, e uma das consequências são estes “aglomerados” de companhias aéreas como a ” Star airwais” em que as empresas mantêm a sua individualidade. Por outro lado, quem viaja sabe que o actual aeroporto de Lisboa não envergonha ninguem, bem pelo contrário, é um bom aeroporto. A que se deve esta obsessão de um novo aeroporto? A que se deve a situação de celibato da TAP?

A dimensão da TAP, em caso de casamento, fará que o famoso “HUB” de Lisboa seja uma miragem. Se o casamento for com a Ibéria, por exemplo, o “hub” será Madrid e assim por diante, e lá se vai o grande argumento para a construção de um novo aeroporto. Trava-se tudo e adia-se tudo para que o aeroporto chegue a uma fase de não retorno. Ora , sozinha ,a TAP nem sequer sobrevive quanto mais manter um “hub” em Lisboa.

Resta, então, o quê ? Mais dez anos de obras públicas, um novo aeroporto, uma nova ponte, um TGV pela margem sul do Tejo…

Entrevista a Sócrates – a cassete era do Cunhal?

O nosso país, pela mão dos socialistas nos últimos 12 anos, ocupa o lugar desastroso, de ser o mais pobre e o mais desigual. Sócrates compara com os países mais ricos e mais capazes, como se perder competitividade na Alemanha seja o mesmo que perder competitividade em Portugal, em termos de nível de vida das pessoas, de capacidade das empresas lutarem nos mercados…

A Face Oculta é uma prova que o Estado de Direito não funciona e quando aparece alguem a referir-se a “chefe” não é ele é outro que nem ele sabe quem é, isto apesar de os “escutados” serem todos seus amigos pessoais e seus compinchas no PS!

O aeroporto da Portela, que segundo doutos estudos iria crescer acima dos 6% em número de passageiros, desceu – 2.5 % o que quer dizer que está ao nível de 2007, nunca se percebendo porque iria tanta gente sempre procurar Lisboa, cada vez mais em turismo e negócios. Alguém vai ter que fechar aeroportos face ao “desvio” de tanta gente para Lisboa…

O TGV não é por ser rentável é para ficarmos ligados à Europa…e os boys não são boys são pessoas propostas pelos accionistas das empresas do estado e nomeados pelo governo que, por acaso, nomeia os boys do PS!

Nunca, mas nunca aprenderá nada!

Viva o luxo! Novo e desnecessário aeroporto

MUDAR – investimentos estratégicos

Continuando com o livro de Pedro Passos Coelho:

Quanto ao plano das grandes obras públicas é preciso distinguir entre o que é estratégico e as que não têm esse alcance, reescalonar os estratégicos no tempo em razão do seu enorme custo de oportunidade, e encontrar soluções mais baratas para os não estratégicos.

Estratégicos são:

– os que diminuam a nossa dependência externa no plano energético, que facilitem as exportações e que promovam a acessibilidade da procura turística.

aqui teríamos as barragens hidroeléctricas e o aumento de potência de algumas das existentes. O próprio desenvolvimento do cluster eólico obriga a aumentar o armazenamento em barragens porque a energia verde não é regular; conservar a energia produzida e não consumida, bombeando-se a água das albufeiras para as barragens e utilizando-a novamente; investimentos  em eficiência energética, tanto no sector residencial e nos serviços, como nos transportes e na indústria.

Baixar a factura energética ao exterior é fundamental, anda à volta dos 50% do nosso déficite externo corrente. Estes investimentos têm que avançar desde já.

Segundo lote estratégico, aposta pública no transporte ferroviário de mercadorias, em íntima ligação com as plataformas logísticas, a malha produtiva nacional e as infra-estruturas marítimo-portuárias, com ligações a partir de Sines e Aveiro. Porém, não faz qualquer sentido que tais ligações se façam na base da alta velocidade, o objectivo é baixar o custo de transacção e o TGV tem o efeito oposto.

Por fim, o NAL (novo aeroporto de Lisboa) em Alcochete. Trata-se de uma infra-estrutura essencial, ditada quer pelo congestionamento do actual aeroporto quer para melhorar a acessibilidade turística. O desenvolvimento deste projecto deve fazer-se a par com a privatização da ANA.

Este projecto como é modular não tem grande impacto financeiro.

Amanhã avançaremos com os investimentos não estratégicos.

(Adenda: para ajudar à leitura, alguns links de notícias económicas que podem servir de suporte a esta análise: Orçamento 2010, Economistas, Desemprego, Empresas e que devem servir de análise para quem defende grandes investimentos públicos)

O TGV não é para 2010, não é prioritário!

Com a apresentação do Orçamento muita coisa muda, as prioridades já não são chegar depressa a Madrid, nem o aeroporto é para já. Como o bom senso e até o patriotismo aconselham e que só quem julga que “pode, quer e manda” não reconhece, o estado do país obriga a investimentos de proximidade, com influência imediata no emprego e no crescimento da economia.

A prioridade agora, vai toda para os hospitais, escolas, lares, creches, como não pode deixar de ser e como muitos de nós sempre defendemos.

Felizmente, que as eleições tiraram a arrogância a um homem que tomou a maioria absoluta como se o país fosse coisa sua, sem dar explicações, embalado por ambições incompreensíveis e perigosas. Nunca apresentou, ele e os seus prosélitos, uma só explicação plausível para a pressa, no quadro de uma economia que definha desde Guterres.

É uma vergonha o que se passou com o aeroporto na OTA (situação que apresentava enormes e perigosos obstáculos a uma aviação segura) e que só o desassombro de um homem, ex-comandante da TAP, desarmou, quando chamou a atenção para a gravidade da decisão que se ia tomar. Os pilotos, que iriam levantar e aterrar na OTA, nunca tinham sido chamados a pronunciarem-se!

Quanto à via férrea, a prioridade vai agora para o transporte de mercadorias, ramais para e de Sines e Leixões, melhoramentos nas actuais linhas de passageiros que já são de velocidade elevada e que só precisam de actualizações. Parece que o TGV se irá ficar, daqui a uns anos (oxalá, é porque as contas públicas melhoraram) pela ligação a Espanha via Badajoz e a explicação é, que há anos que governo após governo, andam a prometer isso aos vizinhos, esses sim, muito interessados no TGV.

Cumprir com o vizinho ainda se aceita como desculpa, agora dar banho aos Madrilenos…

Orçamento de Estado 2010:

Eu sei que só agora cheguei de um jantar em família e, confesso, até bebi uma cervejita mas será que eu ouvi bem? 9,3%??? O deficit foi de 9,3% como estavam agora mesmo a dizer na SICN??? É que tanto no i como na TVI24 eu estou a ler 8,3%. Mesmo assim, uma enormidade. Mas 9,3???

Alô Grécia, alô Irlanda, aqui vamos nós. Mas será que a cerveja que bebi estava estragada? É que além dos 9,3% estou para aqui a ler que o TGV, a 3ª ponte e o Aeroporto vão avançar. É este o OE para 2010? Mas está tudo doido? Estão bêbados? Afinal, quem andou a beber álcool esta noite? E o PSD e o CDS alinham nisto?

Lá vamos nós, cantando e rindo, com Futebol, Fátima e Fado