Um liberal miguelista

Fotografia retirada do jornal Público

João Miguel Tavares sugeriu, no sítio onde escreve, que “num sistema democrático a polícia deve ter a possibilidade de usar força letal”, referindo-se à invasão, por parte dos apoiantes de Bolsonaro, dos edifícios dos Três Poderes e afirmando que, na sua visão, a polícia, a tal que até foi conivente com o desenrolar dos acontecimentos, deveria ter o direito de atirar a matar sobre os terroristas.

Assim mesmo, olho por olho. Dente por dente. Puxar cabelos e lutar na lama. Igualarmo-nos a quem queremos combater.

Ora, João Miguel Tavares diz-se liberal mas, como liberal que diz ser, parece não ter percebido que, num sistema democrático (e liberal), deve acontecer exactamente o oposto do que diz (isto é, a polícia não poder usar força letal, a não ser em casos em que a própria vida do profissional da polícia ou de terceiros seja colocada em perigo). A Lei e a Constituição, pelo menos a portuguesa, são muito claras a esse respeito. Não conheço os meandros da Constituição brasileira, mas com certeza também será directa e sucinta em tal aspecto. Os terroristas bolsonaristas que destruíram tudo o que se atravessava no seu caminho, durante os tristes acontecimentos do último Domingo, hão-de ser julgados dentro dos trâmites da Lei; sem fuzilamentos ou execuções sumárias. A vida não é o ‘Inglourious Basterds’.

Já João Miguel Tavares, dizendo-se um liberal, começa a amealhar demasiadas opiniões que o colam aos miguelistas ou não fosse ele um Miguel.

Autoritarismo do bem, pré-aprovado por Nosso Senhor Jesus Cristo

No farol da liberdade ocidental, onde a democracia é sólida e exemplar, o abuso de poder e a violência policial são uma constante. Sorte a deles, e dos seus vassalos ocidentais, visa quase sempre pretos, hispânicos e outros não-caucasianos. Porque os caucasianos, é sabido, são alvo de vis perseguições e ataques racistas sem precedentes. De maneira que, em princípio, é autoritarismo do bem, pré-aprovado por Nosso Senhor Jesus Cristo. Oremos.

É abuso de autoridade, é violência policial, é terrorismo pago por todos nós, ó animais – ou quando o racismo vem fardado

“É gás pimenta, ó animal”: militares da GNR torturam por diversão imigrantes de Odemira

Quantos mais “casos isolados” de violência policial terão de haver para percebermos, enquanto sociedade, que já não são casos isolados?

As autoridades competentes da UE ou da ONU têm alertado: cuidado com a infiltração da extrema-direita nas Forças de Segurança portuguesas. Mas ninguém parece estar minimamente interessado. [Read more…]

O Al-Amin

Vou falar-vos do Al-Amin.

O Al-Amin tem trinta e três anos, tem um filho, tem esposa, tem casa. O Al-Amin tem um mini-mercado em São Domingos de Benfica. O Al-Amin sorri muito, cumprimenta sempre, de vez em quando desabafa e mostra empatia por quem passa pela sua lojinha – pequena e apertada, mas arrumada e asseada.

O Al-Amin, tendo esposa e um filho, está sem a esposa e o filho. Tem-nos, certamente, sempre na memória e no sentimento. Pode vê-los, sempre que quer, na tela do seu telemóvel ou computador, a nove mil quilómetros de distância. Da tela do Al-Amin saem saudades que se alojam directamente na tela da sua família, no Bangladesh. E será, certamente, pelas saudades que, sabe, nunca são eternas, que se mantém em Portugal. O Al-Amin abre a sua loja todos os dias, de Segunda a Domingo e aos feriados também, das 8:00 às 23:00. Não tem folgas. É patrão e empregado ao mesmo tempo. Paga com todas as suas obrigações. Quase 60% do que factura ao fim do mês, envia para o Bangladesh. “Para a minha esposa e para o meu filho ir à escola”, contou-me um dia. [Read more…]

Desproporção (ou inoperância) policial

Durante as últimas semanas tem-se verificado um acréscimo nas acções das polícias (PSP e GNR) em operações stop, colocação de radares e carros descaracterizados, à paisana, naquilo que, na minha opinião, é um aproveitamento do MAI das fragilidades das pessoas. Vivemos tempos difíceis, por conta da pandemia. Os rendimentos desceram e muitos perderam o trabalho que tinham, tendo, agora, dificuldade em arranjar nova colocação. Por tal, é inadmissível o cerco policial (por outras palavras, a caça à multa) que se tem verificado.

Ontem, durante a noite, em Reguengos de Monsaraz, várias pessoas foram atropeladas, durante uma rixa. A polícia esteve presente, neste caso a GNR, e assistiu ao momento. No entanto, nada fez. A passividade das forças de segurança, neste caso, é revoltante e não serve a população.

A gravidade do caso em concreto é de extrema importância. A polícia, em qualquer que seja o caso, deve estar ao serviço da comunidade, nunca contra ela. Ainda assim, e desde sempre, não é isso que acontece. As forças de segurança estão, historicamente, ao serviço das elites. E isso tem de mudar.

Cenas chocantes de brutalidade policial sobre manifestantes pacíficos na Venezuela

Ninguém escapa. Há mulheres a voar pelas escadas abaixo, idosos agredidos no chão, vai tudo à frente. Bastonadas e pontapés na cabeça, pessoas levadas pelos cabelos, o cúmulo da violência policial só possível nas mais violentas ditaduras.

Esperem lá: eu disse Venezuela? Enganei-me, queria dizer Espanha.

Ufa, por momentos pensaram que era motivo de forte indignação, não foi?

Violência policial no Ocidente democrático

Ontem escrevi sobre o episódio de violência policial que culminou com a agressão desproporcionada de uma adolescente no estado do Texas, EUA, uma agressão levada a cabo por um troglodita com uniforme de agente da autoridade que naquele cenário, em que vários adolescentes são tratados arbitrariamente como delinquentes, se apresenta como um fanático totalitário a mostrar aos miúdos quem manda, se necessário de arma na mão. Com os exemplos de violência que vêm de cima neste país, não admira a frequência com que atentados com armas de fogo são levados a cabo por outros adolescentes nas suas escolas.

Estranhamente, pelo menos para mim, deparei-me com algumas reacções que pouco ou nada tinham que ver com o objectivo do texto: expor a parcialidade subjacente à forma como este tipo de episódios é analisado pela imprensa ocidental, dependendo se acontece num país “inimigo” ou num país “amigo”. Porque só alguém muito ingénuo acredita que uma situação como a que abre este texto teria leituras políticas iguais acontecendo na Rússia ou nos Estados Unidos, no Irão ou na Arábia Saudita, país onde todos os dias são cometidas atrocidades mas que está longe de ser pintado pelos nossos media como a ditadura sanguinária e repressiva que é.

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E se isto tivesse acontecido na Rússia, na Venezuela ou no Irão? (VII)

Se isto tivesse acontecido na Rússia, na Venezuela ou no Irão, os unicórnios moralistas, hipócritas e facciosos do costume teriam berrado a sua indignação e dissertado eloquentemente sobre o fim do mundo que se aproximava por não haver mão nessa esquerdalhada bárbara. Aprove-se mais um pacote de sanções, endureça-se o embargo, promova-se o isolamento e treinem-se mais uns terroristas para desgastar o inimigo.

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O lambe-chuis

casseteteHá um caso de violência policial? ao dobrar da esquina, ultrapassando veredas, galgando montanhas, encolhendo planícies, ele aí está, o curioso personagem que defenderá sempre a autoridade, sejam quais forem as evidências em contrário, o lambe-chuis.

O lambe-chuis, vários tratados o afirmam, tem basicamente um fetiche sexual pelas fardas, seja quem for que as vista (mas gritou pelo Kaulza quando o Marcelo permitiu mulheres na polícia), reencarna o velho legionário seu avô, pateta fardado com armas de carnaval, embora agora ande travestido de liberal, seja lá o que eles querem dizer com isso, e no equipamento um objecto em peculiar o fascina, orgasmos seguidos lhe explodem quando um cassetete é manipulado com precisão.

Deve a autoridade puxar do cassetete? para o lambe-chuis é uma evidência: claro que sim. Qual a função do cassetete? partir cabeças. E da autoridade? exercê-la. Ora a autoridade, é sabido, exerce muito melhor de cima para baixo do que noutra posição qualquer (embora o lambe-chuis por vezes se imagine de gatas, mas a sua vida privada não é para aqui chamada). Logo o cidadão deve ser, por esta ordem: empurrado, quebrado na cabeça, e eventualmente aproveitado, espalhando-se outras negras por diferentes partes do corpo, é sabido que as partes do corpo são muito ciumentas entre si, e o que é para uma que seja para todas. [Read more…]

Um criminoso na PSP

Este homem não pode usar uma arma. Que tenha sido insultado, admita-se, mas quem não se sabe controlar, não pode estar numa polícia. E espancar um pai sem mais nem menos, à frente dos filhos, é de quem não se controla. Ou nunca teve pai, e fico-me por aqui  nas curtas considerações que isto inspira a qualquer humano.

Meanwhile, in the land of the free

Não há muitos comentários que possam ser feitos, as imagens falam por si. Brutalidade, uso absolutamente desproporcional da violência, um homem no chão a gemer que não consegue respirar e a impunidade de um agente da autoridade do país que reserva para si o direito de policiar o mundo e bombardear os agressores que não o servem, enquanto tolera o radicalismo sádico de príncipes sauditas que decapitam bruxos e feiticeiros. Será à toa que todos os anos há um miúdo que entra numa escola norte-americana e mata umas quantas pessoas? Deve ser. Quem não acreditar só pode estar a conspirar.

The land of the free? Who ever told you that is your enemy

Tenham vergonha!

Fotografia: Ministério da Verdade - Lisboa, 16.04.2013 Tirada do Facebook

Fotografia: Ministério da Verdade – Lisboa, 16.04.2013
Tirada do Facebook


Chama-se Fernanda Policarpo. É a mais recente vítima do terrorismo político em Portugal.
Enquanto muitos partilham velinhas e preces pelos caídos em Boston, poucos vejo fazer alguma coisa pelos nossos que também tombam. De fome, de sede, de desespero…
Esta senhora tombou por lutar, por se manifestar contra a Troika que está luxuosamente acomodada no Ritz para, sabemo-lo bem, nos esmifrar ainda mais.
Foi vítima de violência policial. Diz que agrediu um agente policial durante a acção-relâmpago convocada pelo movimento Que se Lixe a Troika.
É mulher e tem 49 anos. Alguém acredita que era necessária esta força para dominar tão perigosa meliante? Que ela constituía qualquer perigo para os polícias?
Ao que se sabe, estará presente esta manhã no Tribunal de Pequena Instância Criminal de Lisboa.
Calemo-nos todos e partilhemos velinhas e preces vazias de sentido pelos que sofrem noutros países. Os Portugueses não são importantes.
A menos que morram.
Talvez nem assim.

Mais um homicídio policial

Assassinar um puto é fácil. Tão fácil, como difícil é viver em Portugal.

Dançar, dançar

O Tiago levanta a hipótese de as esquadras terem sido tomadas por milícias de extrema direita. E confirma-se.

Mais um espancamento da PSP

Esta é a minha filha… QUE FOI BRUTALMENTE AGREDIDA PELA PSP !!

Claro que foi aberto de imediato um processo crime e ela foi hoje vista por um médico do Ministério Público que ficou literalmente aterrado com o que viu,não só em todo o corpo como na mente (pois ela agora não consegue olhar de frente para um agente da PSP nem andar de combóio), e solicitou a entrega de um TAC à garganta que mandámos fazer, numa clínica privada, pois na ida ao Hospital S.Francisco Xavier, imediatamente após a agressão, não tinham equipamento para ver os tecidos moles do pescoço onde os punhos fechados de um dos agentes fizeram pressão, estando ela contra uma parede. O TAC acusou os danos.

Estava a viajar num comboio de Lisboa para a área de residência e saíu na estação perto de casa onde estavam 10 agentes que se juntaram aos 3 que vinham no comboio e onde tiveram problemas com um grupo de jovens que sairam 2 estações antes dela. Ela até vinha a dormitar. Saiu na sua estação e um conhecido que vinha com ela começou a ser de imediato agredido pelos agentes na gare. [Read more…]

A PSP seria incapaz de uma coisa destas

A PSP serve para proteger o cidadão de agressões como estas. Bem, neste caso  não se trata de um cidadão, é só um preto.

Quem nos protege dos nossos protectores?

Segundo o cidadão, tudo começou quando um dos agentes lhe tira à força dois documentos negando devolvê-los. Indignado com o abuso, o cidadão insiste que lhe devolvam os documentos. O agente acaba por chamar reforços (1 carrinha + 2 ou 3 carros patrulha). O cidadão aflito chama o filho para o seu colo momento em que a polícia decide detê-lo.

Toda a Morais Soares assistiu indignada. Embora rapidamente afastados, até velhotes transeuntes tentaram impedir que separassem pai e filho.

Actualização: segundo a própria PSP o hediondo crime que justifica esta “abordagem” –  falar ao telemóvel enquanto conduzia -, e esse eterno clássico policial:  injúrias.  A justificação, publicada no Facebook, é todo um tratado, de contradição e língua portuguesa, que  aqui reproduzo: [Read more…]

Crime, diz ele

Perante o vídeo que demonstra inequivocamente que tudo no Chiado começa com uma carga policial completamente desproporcionada, logo ilegal, Diogo Duarte Campos mete os galões de advogado e diz que um crime é sempre um crime. Pois é. Assim a correr até eu, que desisti de Direito e seus dogmas sebenteiros, vejo vários crimes: abuso de autoridade, violação da liberdade de imprensa, agressão, e…

“Todos têm o direito de resistir a qualquer ordem que ofenda os seus direitos, liberdades e garantias e de repelir pela força qualquer agressão, quando não seja possível recorrer à autoridade pública”

Diogo Duarte Campos faltou à aula de Direito Constitucional que tratou do artigo 21º. Só pode, que mesmo a cegueira da direita na defesa da polícia (ou seja, do velho tríptico Deus Pátria Autoridade) em toda e qualquer circunstância, não justifica tanta cegueira. E estão com azar: o único detido acaba de ser absolvido. Pelo tribunal, a quem compete, ou o julgamento deveria ter sido feito pela PSP?

A repressão policial nos Governos PSD


Fiz este filme há uns meses, para o 5 Dias, mas neste momento faz todo o sentido voltar a publicá-lo.
É extraordinário como os Governos do PSD têm uma apetência especial pela violência e pela repressão policial. 3 Ministros da Administração Interna – Silveira Godinho, Dias Loureiro e Miguel Macedo – e a mesma matriz identitária, convertida num bastão. Parece ser a matriz do PSD.

A crise do sistema e a banalização da violência policial

A ensaísta, superdotada ‘tudóloga’, escrevente aqui, palradora acolá, manifesta-se incomodada. Coitada da criatura está molestada contra jornalistas que considerem que a liberalização das leis laborais, em Espanha ou em Portugal, esteja a suscitar vasta contestação popular; o que, de resto, sucedeu este fim-de-semana em 57 cidades espanholas.

Presumo que ‘a ensaísta’, especializada em tudo e mais alguma coisa, tenha igualmente desenvolvido um complexo modelo matemático e macroeconómico, para sustentar a tese de que despedimentos mais fáceis e económicos, bem como relações de trabalho mais precárias, constituem factores criadores e multiplicadores de desenvolvimento e emprego.

Recusa-se a entender que, na Europa, os sistemas económico e financeiro estão em aguda crise. Não resolúvel através de modelos de austeridade severa, os quais, felizmente para ela, lhe passam ao lado.

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Música grega de intervenção

Melhor dizendo, de resistência. A Grécia sempre teve grandes compositores e continua a ter na pessoa de Alkinos Ioannidis.

A letra original desta cantiga épica sobre a violência policial.pode ser encontrada aqui. A tradução automática para inglês funciona razoavelmente.

Hoje em Atenas luta-se nas ruas, em memória dos que caíram a 17 de Novembro de 1973 na luta contra a ditadura, agora que um homem da Goldman Sachs assumiu o governo helénico.

Por cá mais 1100 bastonadas vão ser contratadas e António Borges já está disponível. É a democracia moderna, estúpidos.

O mundo em que até o futebol apodreceu

O Barcelona venceu a ‘Champions League’, ao derrotar o Manchester United por 3-1 em Wembley.

Os aficionados do clube catalão, naturalmente, saíram à rua para festejar o título e aconteceu aquilo que o vídeo nos mostra: cenas de grande violência, entre manifestantes e as severas forças policiais locais. Resultado: 132 feridos são citados pelos jornais La Vanguardia e “i”, estando 2 desses feridos em estado grave.

Como os tristes acontecimentos de violência não fossem, já por si, suficientes, em Santiago de Compostela, uma jovem de 17 anos morreu, por acidente diga-se, quando também festejava a vitória do Barça.

Registe-se que, nos confrontos na capital catalã, não se envolveram os “acampados na Praça da Catalunha”. Reforçou-se, assim, a falta de qualquer justificação para a violência de que foram alvo há dias por parte dos ‘mossos d’esquadra’ e polícia urbana catalãs, como denunciou aqui o João José Cardoso.

O ‘acampados’ da Praça da Catalunha lutam contra o tipo mundo em que nos transformámos; ignominioso, corrosivo e em que tudo, até o futebol e o que o rodeia, apodreceu. Triste.

Violência policial, agora ouçam

Ao minuto e 45:

“traz esse gajo. traz esse gajo das fotografias”

O que tinha a dizer sobre isto já o escrevi. Mais informações num blogue que corre o risco de ter muito que escrever, e onde se clarifica este ponto, que tem entretido jornalistas de merda (não há outra expressão) que se esquecem do pormenor de o fotógrafo agredido ser seu colega (sim, colega e não camarada, que como dizia um outro, colegas são as putas):

No passado dia 3 de Junho, surgiram notícias em alguns orgãos de comunicação social, nomeadamente o DN e a TVI sobre o caso das agressões policiais da madrugada de 30 de Maio. As notícias são relacionadas com alegados processos-crime anteriores de 4 das 5 vítimas.

Plataforma Contra a Violência Policial, que tem vindo a acompanhar as vítimas nos últimos dias, quer relembrar os orgãos de comunicação social que esta notícia serve somente para denegrir as vítimas. Relembramos que os agentes da PSP envolvidos nas agressões brutais aos jovens e ao cidadão inglês não tinham qualquer informação prévia antes de os espancar nem os revistaram. A sua actuação foi pura violência gratuita, atentando mesmo contra a liberdade de imprensa, espancando o fotojornalista que tentava fotografar a agressão à rapariga.

Onde anda o Sindicato dos Jornalistas?

Na PSP há criminosos à solta: quem os prende? quem pára Rui Pereira?

São casos a mais em tão pouco tempo. O último inclui um gravíssimo atentado à liberdade de imprensa e pode ser lido no tvi24.

Tenho plena consciência que a polícia de hoje não é a da minha infância. Sou amigo de gente que trabalha ali como poderia ter escolhido outra profissão. O que se está a passar é um reflexo da crise: os polícias também são assalariados, vivendo em condições miseráveis principalmente nas grandes cidades, e que são treinados para deixarem de ser homens, como os soldados que todos já foram.

Esta estratégia de espevitar o pior que há dentro de cada um deles, como dentro de nós existe escondido, de soltar a fera fascista, tem de ter responsáveis, dentro da hierarquia, mas sobretudo tem um: o ministro que a tutela.

Tudo leva a crer que Rui Pereira deu ordens para soltar os bichos, para amansar as feras. O pânico pela violência social que vem já a seguir explica tudo. E justifica essa mesma Grécia que cresce dentro de nós.

Mc Snake não volta a cantar, e a polícia vai continuar a matar? (2)

A TVI24 recolheu junto de uma fonte policial um depoimento sobre o procedimento habitual num caso de fuga a uma operação stop:

Nos casos de fuga a uma operação policial, o procedimento habitual é o de recolher de imediato as características do veículo, a matrícula e enviar a informação à central que depois emite às restantes patrulhas, de modo a que o suspeito em fuga possa ser interceptado noutro local ou para que o caso passe para as brigadas de investigação criminal. «As perseguições acontecem quando existem mandatos de captura ou existe perigo para a vida dos agentes ou de terceiros», explicou a mesma fonte.

A mesma fonte chega a afirmar que o agente autor dos disparos pode ter agido para «mostrar serviço» já que, espante-se quem não conhece os processos de avaliação da função pública, «isso tem valor para a avaliação e para a progressão na carreira».

Dos comentários ao que já aqui escrevi retiro este testemunho de um leitor:

Moro em S. Domingos de Benfica e essa noite estava acordado.
Não vi, mas ouvi os disparos. Sim eu disse disparos no plural porque não foi nem um nem três tiros que o agente disparou contra o alegado grande criminoso, pelo menos nos olhos deste grande agente policial com queda para juiz de rua.
Nessa noite comecei por ouvir dois tiros seguidos e nem tinha passado três segundos, quando são disparados mais e desta vez não foram apenas dois. Bem, eu não sei quantas munições tem uma arma da psp mas leva-me a crer que este agente regressou á esquadra sem elas.

MC Snake não volta a cantar, e a PSP vai continuar a matar?

Nuno Rodrigues, aka Mc Snake, foi atingido por um disparo da PSP na sequência de uma perseguição no mínimo mal esclarecida.

O vocalista convidado deste  Navegantes de Sam The Kid não volta a cantar. A pergunta é: a PSP voltará a assassinar (disparar sobre um veículo mesmo que em fuga não havendo uma situação de perigo para terceiros em Portugal é homicídio) acidentalmente, ou está mesmo a comprar uma guerra social?

É que se estiver até pode comprar barato, mas vai-lhe custar muito caro.

Actualização: Nem armas, nem drogas, nada foi encontrado no automóvel, um velho chaço que não precisava de ser travado a tiro. O autor do disparo foi constituído arguido, mas continua em funções. Ao menos tiraram-lhe a arma?