O azulejo Andalus

A arquitectura do Al-Andalus era profusamente decorada, seja em trabalhos de madeira talhada e pintada, de ferro forjado, de ornamentos em estuques ou de painéis de azulejo.

O azulejo Andalus foi a base para a azulejaria medieval e moderna, e absorveu muito dos painéis de tecelas romanos.

O seu fabrico ainda hoje subsiste em Marrocos.

A técnica utilizada é a do azulejo “alicatado”, assim chamado pelo facto de utilizar fragmentos de cerâmica vidrada, com combinações de distintas formas e cores, que posteriormente são agregados em painéis, através de uma massa à base de cal e areia fina ou gesso, processo chamado de “embrechamento”.

Esta técnica exige uma grande perícia ao nível do corte dos azulejos e mestria ao nível da disposição das peças para a composição dos painéis, já que as mesmas são dispostas com a face vidrada para baixo, não permitindo visualizar o resultado final.

[Read more…]

Programa do Governo de Passos Coelho na íntegra

O Jornal Público disponibiliza o Programa integral do XIX Governo. São 59 páginas online, para quem quer saber o que nos espera. O Ionline acrescenta “vem aí o choque liberal“.

Como sempre, nestas coisas, é útil saber ler nas entrelinhas e não esperar milagres. Esses, quando acontecem, são passageiros e dão-se sempre em períodos pré-eleitorais.

Ora, como estamos nos Santos Populares, aqui vai uma quadrinha a propósito:

No início da legislatura

até para o bom devoto

toda a medida é dura.

Bombons só na hora do voto.

Uma questão de carga

Entre as intenções de medidas anunciadas pelo Governo, encontra-se a agilização do despejo em sede de arrendamento quando não é paga a renda.

É importante dar garantias a quem investir para arrendar que no caso de não receber a renda, pode pôr o caloteiro no olho da rua em tempo útil e razoável. Bem como promover a requalificação no nosso imobiliário tantas vezes degradado e devoluto, o que importa investimento em obras. Estas duas vias poderão ajudar, e muito, o alívio da profunda crise porque passa o sector da construção civil, segurando-se muitos postos de trabalho cada vez mais preciosos. Principalmente face à crescente dificuldade de crédito para compra de imóvel.

Lamentável é que sempre que se queira dar celeridade aos expedientes, a via seja a de se retirar as matérias da alçada dos tribunais. Ou seja da Justiça. Não se põe os tribunais a operar segundo novos modelos – ou como é moda dizer-se, novos paradigmas – procedimentais mais céleres e eficazes. Antes retira-se dos tribunais as matérias até então aí tratadas, sendo que aquelas que por lá permanecem, continuam no mesmo ritmo brando.

Isto é como transportar coisas de burro: diminui-se o peso das costas do burro, mas continua-se a usar burro.

O programa de governo e a habitação, rendas e urbanismo: algumas questões

Uma “casa portuguesa” na exclusiva zona lisboeta da Lapa

Tudo o que se tem dito acerca deste assunto, pertence ao domínio do óbvio e ao longo de muitos anos, as intenções ficaram-se pelo enunciado. Pretende-se um melhor funcionamento do mercado de arrendamento e para isso são apontadas algumas necessidades, como:

 1. Dinamização do sector imobiliário. Esperemos que isto não signifique a continuação da desastrosa política de construção que tem desertificado os centros urbanos e levado a população a estabelecer-se nas caóticas periferias. Tem sido este o “dinamismo” do sector imobiliário nacional, aliás em clara convivência com os interesses da partidocracia na sua definição mais ampla (bancos e sociedades anexas, entidades municipais, “obras públicas”, etc).

 2. A mobilidade das pessoas. Um princípio baseado em exemplos exteriores e que poderá ser exequível se existir trabalho e as necessárias infraestruturas que garantam às famílias, as condições que permitam o seu desenraizamento. É uma intenção de bastante duvidosa concretização. [Read more…]

Avenida à Rasca 193 – O Condomínio Mistérico*

Estreia já na próxima sexta-feira, dia 1 de Julho, a peça “Avenida à Rasca 193 – O Condomínio Mistérico” de Luigi Abbondanza e A. Pedro Correia

Na grande cidade existe um lugar que parece normal, mas onde acontecem coisas extraordinárias e misteriosas: o Condomínio da Avenida à Rasca 193.
O porteiro e faz-tudo de origem italiana, Gennaro Lamadonna, conhece todos os segredos do Condomínio e vai ser o guia numa viagem mágica através dos apartamentos, entre claridades e sombras, até ao fado final
.

Com Ameliazinha da Silva, Danilo Calabrese, Fernanda Policarpo, Luigi Abbondanza, Mirta Jacober, Pompilio Vergine e Tiago Mateus. Música e sons ao vivo de Miguel Mira.

Às 21.45 na Feira da Arte do Desenrasca (ver destaquesprograma completo), Palácio dos Laguares , sito na Rua Professor Sousa da Câmara nº 156, em Campolide (às Amoreiras). Reposições dias 2, 8 e 9 à mesma hora.

* Mistérico

A inutilidade dos jubilados

escrever.bmp

(retirado dos cadernos das minhas memórias)

Comecei a vinha vida de trabalho muito novo ainda. No dia seguinte, após 60 anos de trabalho, estava jubilado. A vida passou como um pestanejar… olhos que todo vem, lembram-se de todo, avançam no conhecimento da vida e guardam as experiências do que se entende, desenvolve e útil parta outros, como para nós próprios.

No meu entender, é um acto contraditório. Jubilar está relacionado com Encher (-se) de júbilo, o jubileu ou gáudio ou alegria da vida porque não há mais nada para fazer: a vida foi ganha, conquistamos amigos que nos acompanham e estão sempre connosco nesses dia que parecem de preguiça.

No entanto, a necessidade da vida leva-nos a esses dias que beliscamos da manhã à noite. Era pequeno e quase não sabia andar e olhava de baixo para cima um senhor sempre de preto, de fato preto, de um advogado que já nem queria litigar: os anos tinham sido pesados em tanto tribunal e estava cansado de falar. Era o meu avô materno que no vivia os dias, os matava em jardinagem, em ir as casas dos seus descendentes para brincar, como mais um puto, com esses pequenos que lhe enchiam os dias. No meu ver, como leio nos meus cadernos de memórias para lembrar a ida que sempre escrevi quando já me era possível, era alto, um gigante

[Read more…]

Fotografia em Exposição em Matosinhos II

No A Cup Of Tea

“Andam Por Aí Muitos Ucranianos”

Tal frase, dita em ambiente sagrado de Assembleia de Freguesia cá do burgo, e pela boca do nosso democraticamente eleito presidente da Junta, quer dizer exactamente o quê?

Quer dizer que – e referindo-me concretamente ao contexto em que ontem foi proferida – os “ucranianos” são os ladrões responsáveis pelo desaparecimento de mobiliário urbano cá na zona? (então deve haver provas e a polícia já deve estar no encalço dos meliantes, o que é de louvar)

Ou quer dizer que andam aí muitos ucranianos? – o que também pode ser sinal de que Portugal é um sítio bom para trabalhar, viver ou fazer turismo e que há muitos ucranianos… por aí. E isso pode ser bom.