Semana Santa em Espanha

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No Centenário da Lei da Separação Igreja-Estado

Um interessante artigo de Pedro Picoito, traça o quadro geral da lei que envenenou as primeiras décadas do século XX português. A sua promessa ajudou a destruir a Monarquia Constitucional, a sua promulgação esmagou a 1ª República e ajudaria à instauração da 2ª República, conhecida como Estado Novo. Para que Portugal não esqueça.

Quem se mete com o P Sócrates…

“Quem se mete com o PS, leva”, sentenciou há anos o truculento socialista, agora gestor da Mota-Engil, Jorge Coelho. A ameaça visava, então, gente exterior ao partido. Hoje, é mais abrangente. Levam também os que ousam desafiar o PS de Sócrates, com honestidade e verdade. Caso de Ana Paula Vitorino, uma socialista com mais de 20 anos de militância.

Ana Paula Vitorino denunciou ao Ministério Público que “Mário Lino, então ministro das Obras Públicas, lhe tinha dito que Godinho era “amigo do PS”, tentando sensibilizá-la para os problemas do empresário”.

Dos interesses do sucateiro e de quem mais esteja envolvido no caso ‘Face Oculta’, embora com a tradicional lentidão da justiça portuguesa para este tipo de processos (com o BPN e gente afecta ao PSD é o mesmo), acabará por ser divulgada parte da verdade, esperamos. Custa, no entanto, saber que uma ex-governante honesta e corajosa, capaz de enfrentar interesses espúrios, tenha sido afastada dos órgãos de topo do partido: secretariado e comissão política . Tão só porque se atreveu a agir com seriedade.

Contínuo, pois, a perguntar: “Que PS é este?”. E, desta vez, respondo: é o PS do eucalipto  José Sócrates. Prefere sacrificar uma militante de irrepreensível postura e desde sempre socialista, favorecendo a posição de Mário Lino, ex-militante do PCP, cujo currículo nunca engana. Ou dito à francesa: “Jamais!”. [Read more…]

Reúnam com os vossos animais de estimação

O FMI (& filiais) andou hoje de manhã a telefonar para os partidos. Queriam uma reunião sem precisar “a composição dessa delegação”, “nem o tempo atribuído à reunião, nem mesmo a sua agenda detalhada”.

Bloco de Esquerda e PCP mandaram-nos passear. Outros terão muito a latir perante o dono. Por estas e por outras é que votar PS, PSD ou CDS vai dar ao mesmo. Mal por mal, agora até temos um partido que defende os verdadeiros animais irracionais.

Valter “Areia para os olhos” Lemos: o desempregado é uma espécie em vias de extinção

Valter Lemos doutorou-se, recentemente, em biologia virtual, com uma tese sobre o desempregado, uma espécie em vias de extinção, de acordo com as conclusões a que chegou após um estudo aturado, sob a orientação de Maria de Lurdes Rodrigues, que, como se sabe, fez desaparecer o insucesso escolar meia hora depois de ter chegado ao Ministério da Educação, em 2005. Segundo o estudioso “há muita gente a falar de desempregados, sem saberem, na realidade, o que é um desempregado.”

Socorrendo-se de uma imagem zoológica, Valter Lemos afirmou que também é usual os leigos confundirem um jaguar com um leopardo. “Para se ser desempregado” explicou “não é suficiente não ter emprego. Esse raciocínio é de um simplismo próprio dos ignorantes. Só se pode ser considerado desempregado após a sujeição a uma bateria de testes psicotécnicos, o preenchimento de trinta e três impressos e conseguir dar duzentos toques numa bola de futebol sem a deixar cair. É por isso que Portugal tem os melhores desempregados do mundo, poucos mas bons.”

Quanto a projectos para o futuro, Valter Lemos continuará a dar formação no âmbito da odontologia, com uma acção intitulada “Mentir com quantos dentes tem na boca: a importância dos incisivos.” Também no campo da criação animal, dará, proximamente, uma conferência: “A verdade sobre o desemprego: no dia em que as galinhas tiverem dentes.”

Primeiro contacto técnico do FMI

Por divergências óbvias, não sou exactamente um fiel leitor do Ferreira Fernandes, embora lhe reconheça o talento para a crónica. Neste caso foi o talento, foi a pontaria, tudo no alvo,  e aqui a copipasto:

Hotel Tivoli? Daqui, do aeroporto, é um tiro… Então o amigo é o camone que vem mandar nisto? A gente bem precisa. Uma cambada de gatunos, sabe? E não é só estes que caíram agora. É tudo igual, querem é tacho. Tá a ver o que é? Tacho, pilim, dólares. Ainda bem que vossemecê vem cá dizer alto e pára o baile… O nome da ponte? Vasco da Gama. A gente chega ao outro lado, vira à direita, outra ponte, e estamos no hotel. Mas, como eu tava a dizer, isto precisa é de um gajo com pulso. Já tivemos um FMI, sabe? Chamava-se Salazar. Nessa altura não era esta pouca-vergonha, todos a mamar. E havia respeito… Ouvi na rádio que amanhã o amigo já está no Ministério a bombar. Se chega cedo, arrisca-se a não encontrar ninguém. É uma corja que não quer fazer nenhum. Se fosse comigo era tudo prà rua. Gente nova é qu’a gente precisa. O meu filho, por exemplo, não é por ser meu filho, mas ele andou em Relações Internacionais e eu gostava de o encaixar. A si dava-lhe um jeitaço, ele sabe inglês e tudo, passa os dias a ver filmes. A minha mais velha também precisa de emprego, tirou Psicologia, mas vou ser sincero consigo: em Junho ela tem as férias marcadas em Punta Cana, com o namorado. Se me deixar o contacto depois ela fala consigo, ai fala, fala, que sou eu que lhe pago as prestações do carro… Bom, cá estamos. Um tirinho, como lhe disse. O quê, factura? Oh diabo, esgotaram-se-me há bocadinho.

O deputado dos morangos com açúcar gosta de viajar em 1ª classe

Há coincidências espantosas. José Manuel Fernandes, ex-presidente da Câmara de Vila Verde, foi eleito deputado europeu nas listas do PSD. Apostado em dar nas vistas, além de ter levado uma concertina para Bruxelas pensando tratar-se de um instrumento tradicional português, deu nas vistas quando decidiu levar também os “Morangos com Açúcar” para o PE, à custa do orçamento, é claro, e garantindo a sua participação em alguns episódios.

Na altura afirmou que teria de meter  dinheiro do seu bolso. Como a crise aperta e o bolso tem limites, foi responsável pelo relatório que aumenta o orçamento parlamentar em 2,3%, abaixo da inflação, diz ele, o que inclui um aumento de 0,9% nos seus salários e a manutenção de regalias parvas, como a de viajar em executiva entre Lisboa e Bruxelas.

Como já aqui referi, este episódio deu origem à canalhice de plantar num pasquim castelhano uma fotografia de Miguel Portas, dormindo num avião, em executiva, e omitindo que se tratava de uma viagem para Moçambique, logo fora do alcance da propostas que tanto contrariaram os mais parolos dos nossos deputados. Viagem que ocorreu em 2009, onde “na qualidade de observadores às eleições gerais daquele país africano” se deslocaram 3 deputados portugueses, a saber Miguel Portas, Vital Moreira e José Manuel Fernandes. Vital Moreira é conhecido como jurista e político, e menos conhecido como um bom fotógrafo amador. A fotografia canalha que por aí circula, além da falta de ética revela também uma imensa falta de jeito para lidar com máquinas fotográficas. E além disso Vital Moreira votou contra a continuação desta mordomia que tanto encanta o deputado minhoto.

Os meus agradecimentos ao leitor Paulo Pita por ter deixado um comentário que me fez luz sobre esta estória.

Miguel Relvas, o roto, fala dos nus

Numa altura em que é preciso decidir, as lições da História não podem ser esquecidas, como não podem ser esquecidas as histórias. Com eleições à vista, é importante encontrar culpados e responsáveis, não porque seja absolutamente necessário condenar, apenas porque é importante escolher.

O estado a que chegou o país está ligado àqueles que têm alternado na governação. Não são apenas partidos que têm alternado, são pessoas desses mesmos partidos que têm entrado e saído dos sucessivos governos, regressando sempre aos lugares onde já foram incompetentes para voltarem a sê-lo, para colocarem os recursos do Estado ao serviço dos clubes a que pertencem, com consequências que vão da morte do tecido produtivo até à situação económica em que nos encontramos.

Miguel Relvas classifica os cabeças de lista do PS como “aqueles que conduziram Portugal à situação em que hoje se encontra”, juízo que não me merece discordância. No entanto, e voltando ao princípio, se aceitarmos que as responsabilidades da eterna crise portuguesa são divisíveis por PSD e PS, que dizer de Couto dos Santos, Miguel Macedo ou José Manuel Canavarro, figuras que desempenharam funções governativas noutros tempos nada longínquos?

Empreendedorismo

Um festival em S. Paulo, a Virada Cultural,  criou o nicho de mercado da retrete limpa e com papel higiénico, oportunidade bem aproveitada por este morador, demonstrando o espírito de empreendedorismo que tanta falta faz aos pobres portugueses, sendo reconhecidamente uma das causas da crise que atravessamos. O pobre brasileiro, muito mais avançado, contribui com este tipo de iniciativas para o crescimento da economia, com os resultados que estão à vista.

Uma ideia a copiar num evento perto de si.

Como incentivo, espero que o programa do próximo governo contemple uma redução no IVA do papel higiénico, potenciando aos desempregados portugueses um retorno satisfatório. Não há festivais todos os dias.

O Partido Socialista agride também a gramática

Numa breve incursão pela página do Partido Socialista, para além de confirmar aquilo que Miguel Relvas afirma, descubro que a incompetência se estende à escrita. Uma das regras mais básicas da pontuação é a que afirma que o sujeito e o predicado não podem ser separados por vírgula. Aqui, podem ler as seguintes frases:

Paulo Campos, lidera a lista da Guarda, Fernando Medina, é o primeiro nome da lista por Viana do Castelo, Pedro Marques, concorre por Portalegre, e Ricardo Rodrigues encabeça a lista pelos Açores.

Vieira da Silva, é o cabeça de lista por Setúbal

É claro que a crise é mais importante do que as vírgulas, mas era escusado revelar ignorância também naquilo que é básico.