Paris, Grécia, Londres. Três capitais europeias, três verões, três cidades em tumulto. A moda de destruir os bens daqueles que estão na mesma condição dos “manifestantes” parece ter chegado para ficar. E se ainda não aterrou em Portugal não será por falta de vontade de alguns, pois já em 2009, ainda nem se suspeitava do que estava para vir, e já eu ouvia suspiros na linha do “os gregos não brincam em serviço e os de cá são uns mansos”.
Indignados, manifestantes, rebeldes. Mas o que os indigna? Manifestam-se contra o quê? Espalham o caos para quê? Sabe-se que se queixam da sua parca condição mas nada fizeram quando os navios vindos da China traziam para cá contentores de Levis baratas e, na volta, lhes levavam o emprego. Indigna-os não terem o plasma da montra e portanto fazem a justiça das montras partidas.
A mim mete-me asco esses que parasitam das benesses que a política lhes traz. Ainda há meses o PSD gritava contra os boys do PS e agora vejam-se os salários milionários que as nomeações estão a trazer. Impostos para uns, 3000 euros por mês para outros. Mas neste campo não existem virgens imaculadas. Do poder central ao regional e local, não há partido que não tenha telhados de vidro.
O nacional-tachismo é uma vergonha mas não justifica o estado miserável a que chegámos. E não será um eventual vandalismo importado de Londres que algo mudará. Precisamos de um paradigma económico diferente, sem empresas encostadas ao estado e onde a concorrência internacional tenha regras.
Comecem por ganhar nas urnas, em vez de querem conquistar as ruas. Nada justifica o vandalismo.
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