Aritmética imbecil à moda do PàF

Patético no Observador

A captura de ecrã em cima, aparentemente retirada de uma qualquer caixa de comentários da Fox News do PàF do Observador, e que já leva um considerável número de partilhas no Facebook, é ilustrativa do nível primário e paleolítico a que desceu a propaganda desesperada do universo pafista. Temos o papão comunista, a profecia da desgraça, a tão em voga instigação do medo e chega-se mesmo ao ridículo de simular uma coligação PàF + CDU + BE para CLARIFICAR que 56,83% da população NÃO QUER os socialistas no poder ao passo que, 6 pontos percentuais abaixo, APENAS 50,87% não quer a coligação Tecnoforma + Irrevogável no poder. Notável. [Read more…]

Censura e violação da liberdade de imprensa II

Depois do triste episódio ocorrido na Trofa, o Sindicato de Jornalistas tomou posição e “instou o presidente da autarquia a cumprir a lei“, sublinhando a ilegalidade da exigência e a moldura penal que decorre da mesma. Passará esta violação da liberdade de imprensa incólume?

Traições eleitorais

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Tenho assistido à propagação de um certo argumentário sobre o PS trair os seus eleitores caso um acordo pós-eleitoral com o PCP e com o BE se concretize. Se o aceitarmos como válido, então a direita tem que explicar porque é que um acordo pós-eleitoral com o PSD e com o CDS não é uma igual traição. Ou alguém em plena posse das suas faculdades mentais acha que quem votou no PS estaria à espera que Costa se juntasse a Passos e a Portas para formar governo? Ganhem juízo. Na verdade, depois de Costa ter admitido que não aprovaria um orçamento da direita, ficou bem claro que esse bloco central não existiria. Traição é permitir que uma minoria chegue a comandar a maioria.

«Somos livres de mudar o Mundo para começar nele algo novo» (Hannah Arendt)

Uma conversa séria jamais verdadeiramente tentada, por exemplo.»
Aí está ela, para gáudio de democratas, e apesar de todas as reservas mentais que têm poluído o ar nos últimos dias.

Na casa-de-banho de Henry Miller

Carta do Canadá: emigração e eleições

Gostaria de partilhar convosco algumas reflexões sobre este tema, ditadas pelas preocupações que me assaltam e respaldadas por uma experiência de 32 anos a viver fora do país. 

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Para já, penso que será realista partirmos duma realidade incontornável: a abstenção. Tendo ela sido de 43% em território nacional e de 88% na diáspora, não creio que os resultados minoritários devam ser motivo de grande festejo e regozijo. Os resultados, mais ou menos vitoriosos, são obtidos numa franja de eleitorado. A esmagadora maioria demonstrou pelo silêncio que não acredita mais no actual estado de coisas e que está cansada dos partidos em presença, envelhecidos e envilecidos pelos jogos de bastidores que tudo devem a interesses pessoais, ao carreirismo, ao nacional-porreirismo que, cego a um mínimo de bom senso, apenas deseja manter na crista da onda aqueles que dão jeito a um determinado estar na política. Numa palavra: manter intacto o caminho directo para a corrupção, é a palavra de ordem que nunca se diz mas se tenta cumprir e até impor. Daí que, quando na Grécia e em Espanha, apareceram movimentos juvenis, virgens de vícios, a pôr os pontos nos ii, o choque sofrido pelo status quo atingiu alturas de crise histérica. A União Europeia, sonho sabotado de alguns e campo de interesses subterrâneos de vários países-tubarões que se alimentam do peixe miúdo, ela mesma perdeu o pé e a vergonha ao pôr os seus tenores a meterem-se em ópera alheia, numa ingerência que faria corar quem quer que tivesse um mínimo de carácter. Pode ser que um conjunto de jovens dos vários países explorados, vítimas da 5ª coluna interna, consiga reverter esta situação batendo as palmas ao bicho na arena europeia, mas também pode não ser por se tratar de um combate de David contra Golias. Em todo o caso, vale a pena tentar com inteligência e coragem, porque o mundo precisa de uma Europa forte, arrependida de maus caminhos, de mãos lavadas e cabeça levantada.

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Uma trepa

Ana Moreno

“O Ministério Público insiste em esconder que levou uma trepa” declarou João Araújo, o advogado de defesa de Sócrates à saída da casa do mesmo, perante os microfones da comunicação social… poderiam explicar-me, por favor, o que isto significa, que eu estou há demasiado tempo fora de Portugal? E a arrogância inaudita da postura de João Araújo é um indicador de quê?

No pasa nada…

Ainda não me pronunciei sobre o cenário político da choldra, mas passadas 2 semanas das Legislativas considero que a múmia Cavaco Silva deve indigitar Passos Coelho como Primeiro-Ministro do próximo governo constitucional e após conhecer o elenco ministerial dar posse ao mesmo tão rápido quanto possível. A partir daí o governo terá obrigatoriamente que apresentar programa na A.R., não estando obrigado a apresentar moção de confiança ou sequer submeter o programa a aprovação, mas fica sujeito a eventual apresentação de moção de rejeição, que produzirá efeito se aprovada. Sabido que Catarina Martins anunciou que iria apresentar tal projecto caso o P.R. desse posse ao actual P.M., e não vislumbro outro cenário possível, António Costa fica duplamente “entalado”. Ou aprova a moção e derruba um governo que praticamente nem chegou a entrar em funções, ou se abstém deixando cair a ideia de governo de esquerda. Caso decida votar favoravelmente a moção do BE dificilmente conseguirá mobilizar os votos da totalidade da sua bancada parlamentar, o que o deixaria exposto ao ridículo caso a coligação sobrevivesse à moção com o hipotético apoio do PS. Face ao exposto, uma eventual abstenção do PS não pode ser posta de lado, mas António Costa terá que atirar para BE e PCP o ónus da mesma… [Read more…]