Má gestão, swaps tóxicos e especulação: Marco António Costa está de volta

Visão

Pensavam que o cerco ao imperador tinha chegado ao fim? Nada disso! Miguel Carvalho da Visão está de volta com mais uma peça onde aquele que é conhecido como Big MAC nos corredores do PSD se vê associado a mais um conjunto de “anomalias”. Responsável pelas finanças da CM de Gaia durante 4 dos 5 anos que lá passou como nº 2 de Luís Filipe Menezes, Marco António Costa viu a sua acção governativa “censurada” por 19 vezes num documento do Tribunal de Contas alusivo às contas de uma autarquia que é uma das mais endividadas do país. “Gestão pouco prudente“, “falta de sinceridade, transparência e fiabilidade na previsão de receitas“, “falta de racionalidade e prudência na efetivação dos gastos” ou “falta de cumprimento atempado dos compromissos assumidos, acumulando dívidas a fornecedores” são algumas das expressões que surgem neste relatório onde nem os famosos swaps faltaram: 13 contratos que geraram perdas na ordem dos 2,3 milhões de euros. O cerco aperta-se.

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A ler. Depois não digam que não foram avisados.

Grécia: tradução de artigo de Paul Krugman no NYT.

Passos Coelho e os Rolls-Royce com bandeira vermelha

Emídio Gomes não é um cidadão qualquer. É o Presidente da Comissão de Coordenação da Região Norte. Escolhido para o cargo pelo actual governo (via CRESAP, com o que tudo isto implica, mas isso são contas de outro rosário….), está equiparado a Director-Geral. Tem o estatuto de funcionário público. Mas não é um Director-Geral qualquer. É o Presidente da Comissão de Coordenação da Região Norte. Em artigo recente no JN, teceu algumas considerações sobre Varoufakis, o Ministro das Finanças do governo grego. “Uma mota potente? Falsa informalidade? Diletantismo militante que uma certa intelectualidade nos faz entrar pela porta dentro? Atitude fashion de dissertar sobre a filosofia dos syrizas, porque tudo aquilo me parece vazio de conteúdo e cheio de oportunismo?”.

A Administração Pública de Passos Coelho no seu melhor!

Pergunto: Emídio Gomes ainda ocupa o lugar? Vai a votos?

Passos Coelho precisa de um nutricionista de Estado

É a solução de Ricardo Araújo Pereira para o despesismo automobilístico do governo do “rigor”.

Ruralidades dos mitos urbanos

Estamos melhor do quem em 2011, dizem. Mas trabalhamos mais, ganhamos menos, o desemprego aumentou e a dívida pública disparou.

O escravo deve aprender a língua do dono

Chinês chega a 23 escolas secundárias no próximo ano lectivo

O medo passou para o outro lado

grecia discoboloJá irrita ver a discussão em torno da Grécia e do acordo reduzida ao que não é, um problema entre o governo grego e os chamados credores, auxiliadores e outras tretas de propaganda.

O que se está a discutir é muito mais simples, e complexo: as eleições em Portugal e Espanha, para já, futuras eleições em França, na Irlanda e na Alemanha, a renovação do mandato da birrenta Lagarde.

Se Merkel e Hollande já perceberam que a saída da Grécia do Euro ia custar uma pipa de massa, e passaram à defensiva, os seus representantes nas províncias ibéricas estão numa compreensível aflição: qualquer acordo que não consigam vender como uma humilhação ao Syriza ser-lhes-á fatal.

O problema do pensamento único que nos governa é que acredita mesmo nas suas fantasias. Foi por aí que as coisas lhes correram mal.

Para eles, por exemplo, a História é feita por uns senhores que tomam decisões por sua livre e espontânea vontade. Ainda não perceberam que os povos existem, até porque negam a existência da própria sociedade. A ignorância é tanta que se esqueceram de dois detalhes do património histórico grego: foi por aqueles lados que no séc. XIX começou a Europa das Nações, que levou ao uma completa mudança do mapa por estes lados (e na América, por exemplo, também). Por ironia ou talvez não os liberais do tempo, os a sério, foram os grandes apoiantes da causa grega contra o império otomano que levou à sua independência. O outro respeita à resistência à besta anterior, a nazi, que em todos os Balcãs foi muito a sério, e não mais mito que outra coisa como viemos a descobrir por exemplo em França. [Read more…]

Estes gregos devem estar loucos

Sondagem GR

As sondagens, sabemos, valem o que valem. Ainda há poucos dias, a Universidade Católica revelou uma que coloca a coligação PSD/CDS-PP à frente do PS, o que levantou muitas dúvidas mas não lhe retirou legitimidade. Porém, foi o suficiente para que se começassem a ouvir discursos de vitória.

O Jornal da Tarde da RTP abriu com notícias sobre a Grécia e sobre a reunião do Eurogrupo de hoje. Rapidamente, o pivô da televisão pública deu voz aos gregos que, segundo o teleponto, pedem o afastamento de Alexis Tsipras das negociações, como forma de evitar mais humilhações do para o povo grego. Algo estranho se olharmos para a sondagem em cima levada a cabo há poucos dias pela Public Issue, que dá ao Syriza uns “modestos” 47,5% das intenções de voto, ou para as frequentes manifestações nas ruas de Atenas a favor do actual governo grego. Se isto não é ter o apoio do cidadãos, então já não devem restar muitos governos legítimos no Velho Continente. Já por cá, curiosamente, a vassalagem absoluta do bloco central aos ditames do FMI e dos oligarcas que governam a UE não parece granjear grandes resultados para os seus dirigentes. Juntos, PS, PSD e CDS-PP correspondem a 75% das intenções de votos, apenas 27,5% mais do que o Syriza consegue sozinho no seu país, isto apesar de contar com a oposição violenta da União Europeia em bloco. Estes gregos devem estar loucos.

Porque devemos sair do Euro

Paulo Pereira

Em 1581 Portugal rendia-se a Espanha. Em 1992 capitulava aos pés de uma Comissão Europeia crescentemente instrumentalizada pela Alemanha. Não houve referendo, os eleitores não foram consultados. As elites portuguesas, que esperavam vir a beneficiar largamente dos fundos estruturais europeus, entregaram levianamente a nossa moeda — e com ela a soberania monetária. O resto é história. A partir de 2008, a Comissão Europeia, cortando com toda a sua tradição anterior, tornou-se um órgão ao serviço do novo poder. A economia Portuguesa, asfixiada pelo novo marco, sucumbiu. Mas a tragédia tinha sido anunciada. Na década de 90 várias vozes tinham-nos alertado para os perigos da adesão à moeda única. Uma das mais destacadas e consistentes foi a do Professor de Economia João Ferreira do Amaral. O tempo, infelizmente, viria a dar-lhe razão — e concretizaram-se as suas mais negras previsões. Mas não temos de nos conformar. O autor argumenta que podemos e devemos sair do Euro. Explica-nos como e quando; enuncia as condições que têm de estar reunidas para o fazermos com sucesso; e aponta os caminhos para um Portugal pós-Euro. E na mesma medida em que apoia a nossa permanência na União Europeia (com a devida distância) reivindica a imperiosa saída do euro como a única solução possível para recuperar a autonomia. E ultrapassar a crise.
23 de Maio 2013 Professor João Ferreira do Amaral, no Museu da República e Resistência

Portugal preocupado em ser o próximo à medida que medo do Grexit aumenta

Parece que o Financial Times discorda do sr. Coelho.

Portugal frets it could be next as Grexit fears grow
“Portugal is regarded as the riskiest credit in Europe after Greece,” said Lyn Graham-Taylor, a fixed income strategist at Rabobank. “It has a high debt to GDP ratio, it was subject to a bailout and it doesn’t have the economic power of other indebted countries like Italy.”

Aliás, o próprio Eurostat também não dá para alimentar contos de criançada.

divida-e-defice

Descontando a Finlândia e a Letónia que têm baixo défice em percentagem do  PIB, Portugal é o campeão nos dois indicadores, défice em percentagem do PIB e percentagem da dívida detida por estrangeiros.

Este último aspecto é óptimo para falar do que Nuno Melo disse hoje na Antena 1. A teoria dele é que Costa, se formar governo, vai fazer o país perder a soberania devido a alianças com Espanha. Até evocou a Restauração. Isto dito por um energúmeno de um dos partidos do governo que colocou a produção e distribuição de electricidade nas mãos do estado chinês e que tem permitido ao governo angolano controlar diversos sectores da comunicação social e da banca.

Nesta malta, o que lhes falta em pudor, sobra-lhes no descaramento com que mentem.

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