Na praia O Rostro em Finisterra, na Costa da Morte (referência geográfica que já é todo um poema romântico), este inverno trouxe à areia o navio Silva Gouveia, 87 anos depois de ali se naufragar. Era propriedade da Sociedade Geral de Comércio, Indústria e Transportes de Lisboa, tinha nascido em Middlesbrough 21 anos antes, tripulação e carga salvaram-se, um esqueleto acordado por uma tempestade, com seus visitantes aos domingos, o que resta de um cargueiro de 1200 toneladas onde os marinheiros não ganharam para o susto e a seguradora teve de contratar carros de bois para puxarem a 10 pesetas o açúcar, conta José López Redonda, historiador local.
Os naufrágios já proporcionaram bons negócios, nada que me arrepie, também nas funerárias se ganha o pão com os mortos, e ali eles acumulam-se, na mesma praia em 1987 se incendiou o Cáson, carregado de químicos, por aqueles lados se deu a catástrofe do Prestige. Chamavam raqueros aos que, havendo naufrágio, se metiam ao saque. Vem a palavra do inglês wrecker castelhanizado, a fama seria longa, como a ironia de os ingleses esquecerem a sua história de Drakes e outros corsários com que nos fustigaram, ibéricos, e teve um momento alto no naufrágio do Great Liverpool. [Read more…]
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