Camilo Lourenço não está sozinho. Não falta quem faça figura de parvo nas redes sociais

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A montagem é da Uma Página Numa Rede Social mas a figura de parvo ficou a cargo de Camilo Lourenço, que recorreu a uma “notícia” do “jornal” Observador para fazer valer o seu ponto de vista: que o Diabo anda mesmo aí. O problema é que a “notícia” é de Janeiro de 2016. E o pobre Camilo, coitado, cercado de indicadores positivos e sem saber bem para onde se virar, agarrou-se à primeira coisa que lhe apareceu à mão. Tantos meses de profecias apocalípticas para isto. É o rigor em todo o seu esplendor. [Read more…]

Camilo Lourenço ainda é levado a sério? O debate moderado por David Dinis.

camilo lourenço e david dinis

O Aventar soube, de fonte segura, que se aproxima um confronto mediático entre dois vultos do jornalismo económico nacional. Em causa estão as respectivas declarações, antagónicas, sobre a capacidade da DBRS ler correctamente a situação económico-financeira nacional, bem como a respectiva credibilidade como agência de rating. [Read more…]

O impaciente inglês

o-paciente-inglesUm paciente inglês, sujeito às agruras de uma lista de espera, impacientou-se e resolveu operar-se a si mesmo. A história tem mais alguns nós, mas dá que pensar. O pior, para alguns mais tendenciosos, será o facto de o pobre homem ter andado quinze anos inclinado para a esquerda, esperemos que sem cair em extremismos.

Portugal é um país com alguns hábitos estranhos, como, por exemplo, a manutenção, há anos, de épocas de incêndios e de cheias, infelizmente nunca coincidentes. Não sou de ler o Diário da República, mas, diante da constância de fogos estivais e invernais inundações, não me admiraria que as referidas épocas resultassem de decretos. Chegou mesmo a haver um ministro a explanar uma verdadeira teologia da enxurrada, que, para isso, pelo menos, os ministros servem, sejam de Deus ou do Diabo.

Outro hábito estranho é o das listas de espera nos hospitais, numa contradição evidente, já que a espera pode fazer mal à saúde. Se há sítios em que a palavra ‘paciente’ faz sentidos, é nos hospitais.

As listas de espera resultam, certamente, de vários factores e o mercantilismo economês não será um dos menos importantes, com os espécimes que gerem hospitais muito preocupados com competitividade, porque tudo é um campeonato. Os que (se) ocupam (d)o Estado têm, de qualquer modo, tecido o esvaziamento dos hospitais públicos, favorecendo empresas, porque ao lado de uma lista de espera há sempre um hospital privado a abrir. O cidadão que seja desinformado ou desabonado ficará sentado na lista de espera e não faltará muito tempo para que os portugueses, desenrascados como são, passem a tratar da própria saúde, seguindo o exemplo do impaciente inglês. [Read more…]

O grande Camilo, quase prémio Nobel

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Só se esqueceu foi de ler o artigo, que é de 2007!

Joseph Stiglitz, in Caracas, Praises Venezuela’s Economic Policies
Caracas, October 11, 2007
Nobel Prize winning economist and former vice-president of the World Bank, Joseph Stiglitz, praised Venezuela’s economic growth and “positive policies in health and education” during a visit to Caracas on Wednesday.
“Venezuela’s economic growth has been very impressive in the last few years,” Stiglitz said during his speech at a forum on Strategies for Emerging Markets sponsored by the Bank of Venezuela.

E como andava o país em 2007? Nada mal, até o preço do petróleo cair a pique.

Um fofo, este Camilo.

Só é pena ter sido o único, não é Camilo?

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“E é isso mesmo, só conta se o disser preto no branco”, terá acrescentado o chefe dos laranjas.

Esclareçam-me, sff

Quando o Henrique Raposo afirma que tem “um olhar camiliano sobre os portugueses” refere-se ao Camilo Lourenço, certo?

São os recursos humanos, estúpidos!

O mundo tem sido invadido por extraterrestres com ar de pessoas sérias. Em vez de serem verdes e terem dedos compridos, usam MBA e gravata. Com a típica habilidade dos marcianos, conseguiram convencer os terráqueos de que era preciso trabalhar mais horas e que havia Estado a mais e que o que era preciso era empreendedorismo, seguros de saúde e competitividade e que é cada um por si e que o mexilhão é mesmo para se lixar.

Em 2005, deu-se, então, início a um processo de desmantelamento dos serviços públicos, ao mesmo tempo que se abre caminho para que os privados ocupem o espaço, com destaque para o que acontece na Saúde.

Independentemente da conversa extraplanetária do coordenador de um relatório sobre os blocos operatórios, com demasiadas alusões a termos como oferta e procura, vale a pena fixar a seguinte ideia: faltam anestesiologistas e enfermeiros. Camilo Lourenço, de Plutão, no entanto, já disse que não há nada melhor do que ter profissionais de saúde a emigrar. É o que dá passar muitas horas dentro de discos voadores.

Os fascistas estão fartos de anti-fascistas

camelo lourenco miguel relvas
O Canalha Lourenço quer um Tarrafal. Já sabíamos, eu só o queria frente-a-frente com alguém de esquerda, e um moderador musculado.

Vem depressa, emigrante!

888002011688.170x170-75Parece que foi há dois ou três anos (talvez por ter sido há dois ou três anos) que Passos, Relvas e outros sucedâneos espalharam a ideia de que os jovens portugueses precisavam de sair da sua zona de conforto e emigrar. O impagável primeiro-ministro chegou mesmo a afirmar que o português tinha de deixar de ser piegas. Pelo meio, como é típico da elite parola portuguesa, lá vinha a referência à valentia de um povo de descobridores que sempre soube ultrapassar adamastores e bojadores, entidades consubstanciadas, na maior parte das vezes, em politicotes que andam a minar o Estado praticamente desde a fundação da nacionalidade.

Em muitos casos, a zona de conforto de muitos que emigraram era a zona do desemprego. A direitola, neologismo resultante da expressão “direita tola”, não consegue falar ou escrever sobre desemprego sem recorrer às inevitabilidades de despedir ou à caracterização do desempregado como um inútil que vive confortavelmente sentado num subsídio de desemprego. Paulo Portas chegou mesmo a declarar que havia gente a receber o Rendimento Social de Inserção e a aforrar cem mil euros nas respectivas contas bancárias, sem especificar o número de prevaricadores, o que implica lançar uma lama fétida sobre todos os outros. Não admira: o porco, quando se espolinha, não está preocupado em saber se suja alguém.

Camilo Lourenço chegou a explicar que o país ganhava muito com o facto de haver profissionais portugueses altamente qualificados a trabalhar fora do país (esquecendo-se, talvez, de que esses profissionais terão filhos fora do país, pagarão impostos fora do país, servirão as populações de outros países, farão as suas compras nas lojas de outros países). [Read more…]

Baba de Camilo

Lourenco

Camilo Lourenço, que se excita com qualquer tirada marialva, não consegue conter um grito de prazer, diante das palavras de Silva Lopes, esse defensor dos pobres e dos desempregados.

Curiosamente, trata-se do mesmo Camilo que, nos últimos dois anos, tem andado a perorar sobre a inevitabilidade dos sacrifícios e que isto custa a todos e que andámos a viver acima das possibilidades e que agora há que aguentar. Desta vez, estranhamente, acede a preservar os pobres e os desempregados, o que parece um indício de rara humanidade.

Na qualidade de parolo do excel, característica que partilha com Silva Lopes e outros simplórios da comunicação, é natural que deixe escapar o habitual reflexo de que ninguém pode protestar enquanto houver quem esteja pior, asserção que não corresponde a um raciocínio mas a uma reacção semelhante à do cão de Pavlov: Camilo Lourenço ouve falar em professores ou em sindicatos e baba-se.

Vamos dicionarizar Camilo Lourenço

basta+de+camilo+lourenco
Não é muito frequente nome próprio virar substantivo ou adjectivo, mas acontece; Miguel de Vasconcelos que o diga. Camilo Lourenço merece.

O Luís M. Jorge já nos legou uma primeira tentativa de sistematização do conceito de Camilo:

O mundo dos Camilos obedece a valores testados em séculos de miséria abjecta e desespero universal. Antigamente eram feitores e capatazes, hoje são jornalistas e lideres de opinião. Os Camilos Lourenços dão imenso jeito. Todos os ricos deviam ter um.

A mais recente aparição camilolourençiana (muito cuidado com o isolar do Camilo, não se ofenda o Castelo Branco) acrescenta a noção de ignorante e pregador da indigência cultural, essa salazarenta reaparição do culto das habilitações mínimas para que se obtenha a exploração salarial máxima.

Miguel Relvas, por exemplo, é um autêntico Camilo Lourenço camilourenço da política, e fico-me por aqui antes que resvale para o pleonasmo. No território educativo és um camilolourenço camilourenço substitui com vantagem o gasto e usado cábula, tal como de um curandeiro armado em médico alternativo se dirá com vantagem: eis um camilolourenço camilourenço da medicina.  Os exemplos, a utilidade e enriquecimento da língua portuguesa tendem para o infinito. Vamos a isto, a língua por enquanto ainda é nossa, e se alguém reclamar do neologismo, grandola-se para ficar sossegado.

Adenda: corrigido camilolourenço por camilourenço.

Diz-me, espelho meu, haverá alguém mais inútil do que eu?

Sem título

«Os licenciados em História são inúteis para a economia» (III)

Diziam os antigos romanos que até as coisas belas devem ser úteis. Pois Camilo Lourenço, para além de não ser útil a quem quer que seja, de beleza… enfim, fico-me pelas reticências. Se fosse licenciado em História, perceberia que não serve mesmo para nada.

«Os licenciados em História são inúteis para a economia» (I)

Alguém me pode dar o número de contribuinte do Camilo Lourenço?

Quando se me Revolvem as Vísceras

Custa-me engolir a súbita compaixão em surto de todos quantos acalentaram e embalaram a serpente estrutural que hoje mesmo nos morde a conjuntura. Compassivos, só agora?! Não estavam a ver o grande acidente nacional mesmo, mesmo, a eclodir?! Nem do alto do seu ponto privilegiado de observação?! Olho para eles e depois para mim e sinto-me uma besta. Quando não se consegue evitar grandes males colectivos, agindo embora com todas as forças e toda a constância de que se é capaz, o desgosto não pode senão ser fundo. O meu é assim. Fundo. Tanta morte no horizonte. Tantas vítimas escusadas. Tanta desolação. Quem abriu caminho para ela?! E como fazer Justiça retroactiva?! Quem dera a Justiça imitasse o Fisco!

Não me adianta recair no mesmo martírio vezes sem conta. Tento sair dele, sair das minhas próprias masmorras pós-traumáticas [ter testemunhado em seis anos, como que em câmera-lenta, a Queda do meu País e ter esbracejado para nada como um parvalhão!] para descobrir uma linha-Ariadne de libertação pessoal. Se eu a desejo com ardor, algum dia me sorrirá, tenho a certeza. Entretanto, revolvem-se-me as vísceras perante refinados fingidos: entre as bolachas lacrimosas de um Nicolau Santos, que boceja à Meia-Noite de cada Sexta a sua compaixão requentada, e a moto-serra económica do curto e grosso Camilo Lourenço, prefiro a segunda. Mil vezes. Pastéis de compaixão, quando lhes interessa e o tabuleiro muda, não, obrigado!

Parabéns Camilo Lourenço

Mesmo na  canalha há espaço para a lucidez.

De que é que se queixa quem está melhor do que eu?

O portuguesinho é um português pequenino e isso vê-se não só pelo diminutivo. Uma das características do portuguesinho consiste em desvalorizar o sofrimento de quem sofre menos do que ele, o portuguesinho. O portuguesinho que fracturou ambas as pernas ri-se com desprezo daquele que geme a dor de ter partido apenas uma. Se o portuguesinho ganha quinhentos euros, nunca perceberá de que se queixa o outro que ganha seiscentos.

Não sei quantos portuguesinhos existem em Portugal, porque a sua existência é oscilante. Qualquer um de nós, por muito português que seja, passa por momentos em que é portuguesinho, invejando a infelicidade alheia, porque, vista daqui, até parece felicidade. [Read more…]

Camilo Lourenço, és um canalha

E ok, eu sou um pigmeu da periferia. Mesmo assim não ficamos quites.

Leituras de moralidade duvidosa

O Luís M. Jorge desembrulha um feitor em cada Camilo pregando a nossa salvação no teclado.

O Ricardo oferece memória a Cavaco, o privatizador das rádios livres (tordesilhasmente divididas entre o bloco central e pouco mais).