Sobre a reversão da subconcessão dos transportes públicos do Porto

PBL AB

A agenda do anterior regime era clara: tudo pela privatização, nada contra a privatização. Privatizar, ainda que por meia-dúzia de tostões e de forma pouco transparente, era desígnio nacional.

Porém, quando o ímpeto privatizador se virou para os transportes públicos do Porto, surgiu uma pedra no caminho das forças além-Troika: a justiça portuguesa chumbou o concurso público. Sabidos e versados na arte de combater o poder judicial, os oficiais do exército do esvaziamento do Estado surpreenderam o país com uma manobra arrojada, a poucas semanas das eleições, e decidiram entregar a Metro do Porto e a STCP a privados pela via do ajuste directo. Ouviram-se vozes de contestação entre trabalhadores, sindicatos e autarquias, mas também no seio do PS, do BE e da coligação CDU. Vozes que, combinadas, têm agora representatividade maioritária no Parlamento. Hoje, sem grande surpresa, o governo em funções confirmou a reversão da decisão do anterior e os transportes públicos do Porto foram devolvidos ao Estado. [Read more…]

Business as usual?

Lembram-se deste flop, faz agora um ano, em que um fuzileiro lança um drone e este cai directo no Tejo? Trata-se de um AR4 Light Ray da empresa Tekever, cujo CFO é Rodrigo Adão da Fonseca (RAF), homem da blogosfera (O Insurgente) que tem uma ligação de longa data com o actual  Ministro da Defesa, José Pedro Aguiar-Branco (JPAB), que remonta a 2010 quando assumiu funções de assessor do então líder da bancada parlamentar do PSD e coordenou a moção estratégica de JPAB nas internas do PSD. Após a vitoria de Pedro Passos Coelho,  JPAB abandonou a liderança parlamentar social democrata e RAF deixou de ser seu assessor, sem que tal o colocasse em situação de ruptura ideológica com o PSD. Pelo contrário.

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Directas PSD #6: MUDAR

As coisas são o que são. Este debate na RTP entre os candidatos à liderança do PSD serviu para esclarecer muita coisa.

Foi público e notório que Aguiar Branco e Paulo Rangel estão em ruptura, uma palavra grada a Rangel. Uma ruptura que deriva de uma traição e quando as coisas chegam a este ponto, nada mais há para dizer e nada se consegue esconder. Hoje ficou claro que Rangel traiu Aguiar Branco e que este, por sua vez, só não retira todas as conclusões, ou seja, desmascara toda uma direcção nacional cúmplice por óbvios motivos de educação e polimento. Goste-se ou não, Aguiar Branco é feito de outra massa.

O debate serviu, igualmente, para se perceber que Rangel, pela mão de Morais Sarmento e pessimamente aconselhado (mais valia ter mantido os assessores iniciais pois os posteriores mataram-lhe a eleição) nesta historieta das assinaturas deu um tremendo e definitivo tiro no pé. Conseguiu colocar Aguiar Branco no papel de vítima e fez-nos recordar todos os Antónios Preto que se colaram à sua candidatura num cimento exageradamente arenoso. Posso estar enganado mas hoje Paulo Rangel ofereceu uma parte substancial do seu eleitorado a Aguiar Branco.

Esta discussão na RTP deixou claro, se dúvidas houvesse, que Pedro Passos Coelho é o candidato da mudança. Uma transformação profunda e não apenas geracional no PSD e a afirmação de uma verdadeira alternativa ao actual Partido Socialista. Neste momento cinzento (não quero escrever negro para não ser acusado de exagero) da nossa sociedade, com Portugal mergulhado numa crise sem precedentes na minha geração, era fundamental ter no PSD uma verdadeira alternativa e é isso mesmo que Pedro Passos Coelho nos transmite: esperança.

A esperança numa mudança.

E se 'cristo' (i.e. Marcelo Rebelo de Sousa) voltar a descer à terra?

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Hoje Marcelo Rebelo de Sousa é um homem livre. O professor teve ontem o seu último dia de vínculo à RTP. Fez as suas derradeiras escolhas. Que se saiba, apesar de alguns rumores, não está ainda ligado a nenhuma outra estação televisiva, seja para fazer exames, análises, comentários ou escolhas.

É hoje um homem livre e assim deverá continuar até ao dia do congresso nacional do PSD, a 13 e 14 de Março. Há uns meses fez saber que até poderia ser candidato se houvesse um vislumbre de união, numa espécie de vaga de fundo consensual que o transportasse até ao trono de líder. De novo. Como a nobreza do PSD não se entendeu, Marcelo tirou as devidas consequências e não avançou. Há dias fez saber que se calhar nem iria ao congresso. A decisão dependia do que acontecesse neste processo pré conclave ‘laranja’.

Na corrida entraram, entretanto, dois candidatos, somando-se a um primeiro pretendente que há muito tinha ouvido o tiro de partida. Passos Coelho saiu bem na frente, com Rangel e Aguiar-Branco a seguir. Consta que no meio de algumas facadas. Consta ainda que são dois elementos da mesma área do PSD. Talvez não seja assim. Aos apelos de dois em um, ambos recusaram.

Mas, e se, Marcelo decidir avançar? E se, para não deixar Passos Coelho vencer as eleições internas, num esforço de cidadania em prol de Portugal, o professor ex-líder quiser regressar à liderança?

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