Tu dì al professore che li raccoglierò per lui
— Tano Cariddi
***
Efectivamente, *contatos.
Continuação de uma óptima semana.
***
Expor ao vento. Arejar. Segurar pelas ventas. Farejar, pressentir, suspeitar. Chegar.
Tu dì al professore che li raccoglierò per lui
— Tano Cariddi
***
Efectivamente, *contatos.
Continuação de uma óptima semana.
***
W h o
A r e y o u
Who is born
In the next room
So loud to my own
That I can hear the womb
Opening and the dark run
Over the ghost and the dropped son
Behind the wall thin as a wren’s bone ?
In the birth bloody room unknown
To the burn and turn of time
And the heart print of man
Bo w s n o b a p t i s m
Bu t d a r k a l o n e
Blessing on
The wild
Child.
— Dylan Thomas
***
Sim,
é verdade
que a carta de
condução e o cartão
de cidadão no telemóvel
passaram a ter o mesmo valor
dos documentos que trazemos na carteira.
Mas só “em território nacional“, ou seja, só em Portugal:
Curiosamente, a alteração à Lei 19-A/2024 foi
publicada durante a semana passada, no
sítio do costume de 7 de Fevereiro,
no qual encontramos mais
provas do completo
falhanço do
AO90:
Completo falhanço “em território nacional”, sim, mas não só.
Continuação de uma óptima semana.
***
New vision and new language
To camouflage the fall (*)************************
Give me mercy
A new language (**)
— Ian Astbury
***
Como me escreve o excelente leitor do costume, eis
Efectivamente.
No meio deste turbilhão, outro excelente leitor enviou-me esta notícia:
Exactamente: pára e redação.
Ou seja, uma redação com pára.
Das duas, uma: ou redacção com pára ou para na redação (credo!).
Tertium non datur.
No sítio do costume, como é óbvio, temos hoje mais do mesmo.
Calma, já lá vamos. [Read more…]
It was nice to work with somebody that knows a Gb from an Am.
— Jeff Beck
***
Quereis?
É ir ao sítio do costume.
Há dias, por mero acaso, voltei a encontrar os já antigos (pdf), famosos, celebérrimos e lamentáveis
demais fatos constantes na candidatura.
Exactamente.
Como vemos, a diversão mantém-se em 2024.
Continuação de uma óptima semana.
***
Let me have the song of the kettle;
And the tongs and the poker, instead of that horse
That gallops away with such fury and force
On this dreary dull plate of black metal.
— Wordsworth
***
Com certeza. Ei-los.
Quando? Hoje.
Onde? No sítio do costume.
Siga.
***
The tradition that Shun was buried in the ‘Mountain of Nine Doubts’ (九疑山) near the source of the River Xiang, and the Chu cult of Shun under his name of Chong-hua Ag were certainly ancient.
— David Hawkes, The Heirs of Gao-Tang (1984)
***
Ao rol de oito dúvidas dos deputados, acrescento esta: acha que um documento com esta qualidade merece discussão?
Já agora, uma décima: leu o Diário da República de hoje?
Não é preciso requerimento.
No entanto, se insistir, pode preencher este modelo de anteontem.
Agradecido.
***
It may be noted that in discussions of the tense/lax opposition in English vowels, differences in duration are often considered to be secondary to other differences (Hockett, ref. 31, p. 31; Chomsky and Halle, ref. 29, pp. 324- 325; Perkell, ref. 32, p. 64).
— Sibout Govert Nooteboom (1972)
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Efectivamente, tudo na mesma.
***
We want to know how these things are organized.
— Noam Chomsky
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Há 14 anos, fui ao Instituto Franco-Português (pdf) denunciar, entre outras coisas, estas transcrições fonéticas do Dicionário da Língua Portuguesa Contemporânea, publicado pela Academia das Ciências em 2001.
Nessa altura, e também mais tarde, chamei a atenção para (e de) autores de Vocabulários Ortográficos “ao abrigo do” AO90 que seguiram cegamente estas propostas (leia-se: imprecisões) de Malaca Casteleiro (1936-2020) & C.ª.
Como o “critério fonético (ou da pronúncia)” é vago e impreciso e a base são dicionários com transcrições fonéticas extremamente discutíveis (leia-se: sem critério), os autores de Vocabulários que seguem, adoptam e servem de base ao AO90 andam por aí ao-deus-dará e o resultado é aquele que acabámos de ver.
Obviamente, o “critério fonético (ou da pronúncia)” da base IV é meio caminho andado para estas aventuras. E, sabe-se lá porquê, subitamente lembrei-me do “agora facto é igual a fato (de roupa)“. Para Santana Lopes, como os jornalistas continuam a deixá-lo andar por aí e sem responder àquelas perguntas que sugeri há cerca de dois meses, tudo continuará a ser igual a fato (de roupa) e ao litro.
Hoje, tendo regressado por uns minutos à interessantíssima leitura da melhor montra do desastre ortográfico em curso, encontrei no Diário da República uma grafia muito mais atractiva do que fatos e contatos. [Read more…]
For phonological similarity, for example, Flege (2003) concludes: “It will be necessary to study a wide range of L1–L2 pairs and L2 speech sounds in order to draw general conclusions regarding the nature of constraints, if any, on L2 speech learning” (p. 28).
— Schepens, van Hout & Jaeger (2020)
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Curiosamente, na semana em que voltei a ouvir uma entrevista dada por Richard Dawkins, apareceu-me no Facebook um vídeo publicado pela Universidade de Oxford, com uma apologia do envio de memes aos amigos. Dawkins é um celebérrimo oxoniano e criador do conceito meme original. Por isso, tão-somente curiosamente. Adiante.
Nessa entrevista, Dawkins cita Bertrand Russell. Já lá vamos. Pouco antes de Russell, Dawkins citara Mark Twain, dizendo:
I was dead for billions of years before I was born, and never suffered the smallest inconvenience.
Tudo bem. É uma simplificação, chamemos-lhe uma “citação livre” de um clássico das citações de algibeira:
I had been dead for billions and billions of years before I was born, and had not suffered the slightest inconvenience.
Não há qualquer problema. Aliás, a simplificação até tem piada e é riquíssima em dados para as minhas notas.
No entanto, depois disto, quando Dawkins cita Russell, cita-o assim: [Read more…]
Aucun énoncé pris en lui-même (sauf, bien sûr, s’il appartient à un metalangage) ne peut remplir la signification d’adverbes comme «aujourd’hui », «demain », « ici », de pronoms comme « je » et « tu », de formes comme le présent de l’indicatif, d’un verbe aux deux premières personnes.
— Michel Foucault (2023: 22)L’histoire s’écrit désormais depuis la partie occidentale de l’Amérique, qui voit s’éloigner d’elle « l’Europe aux anciens parapets », pour la nommer avec les mots de Rimbaud, à la vitesse d’un corbillard emballé».
— Michel Onfray (2023: 377)
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Todos conhecerão o “agora facto é igual a fato (de roupa)” e saberão que o autor anda há anos a fugir com o rabo à seringa, ajudado pela conivência de uma comunicação social portuguesa apática, sorridente e serena. Alguns ter-se-ão mesmo aventurado pelos labirintos da veracidade dos fatos e dos contatos e do contato social (e outros contatos).
Por seu turno, a seção é um elemento igualmente presente no imaginário dos deputados portugueses (pdf), dos leitores do Aventar, dos leitores do Público e até, imagine-se, da comunidade portuguesa na Bélgica — efectivamente.
E hoje, dia 6 de Junho de 2023, tudo continua exactamente na mesma:
A culpa disto não é minha. A culpa é de quem anda há imensos anos a alimentar, a comentar, a perder-se em (e a fazer-nos perder tempo com) «“casos e casinhos”, “horas e horinhas”, e outros “inhos” deprimentes», em vez de:
Até breve.
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“Let them play jazz,” the second man said.
— William Faulkner
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No sítio do costume e embrulhado numa redacção para encher chouriços, eis este magnífico exemplo do processo de degradação do edificado.
Já agora, acrescente-se o lado B.
Em Diário da República, há registo electrónico [Read more…]
Some argue that explicit instruction methods encourage children to view mathematics as a set of facts and procedures rather than a reasoning process.
— Fisher et al. (2012)
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Efectivamente, o excelente comunicado de Éder, o herói de Paris, é uma lufada de ar fresco n’A Bola.
Com carácter e adoptada, sim, mas também Outubro e objectivo.
A Bola, francamente, o herói Éder grafou Outubro e objectivo (alguém d’A Bola deu-se ao trabalho de traduzir — e mal , obviamente — *outubro e *objetivo).
Exactamente.
Valha-nos o Éder.
No entanto, com o Diário da República… [Read more…]
Some days you’re the windshield, some days you’re the bug.
— J. R. EwingSometimes you’re the windshield
Sometimes you’re the bug
— Mark KnopflerSometimes you’re the windshield, sometimes you’re the bug
Some days you’re the windshield, some days you’re the bug
Sometimes it all comes together baby, sometimes you’re a fool in love
— Mark Knopfler & J. R. Ewing
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Portanto, onde é que íamos…?
Ah! Já sei.
Continuação de uma óptima semana.
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Dear reader, we have a confession to make.
— Vogel & Hamann, JLL 12 (2023): 1–7 (pdf)
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Hoje de manhã, ao ler que Chomsky se pronunciara sobre o ChatGPT nos seguintes termos:
No fundo, é plágio de alta tecnologia e uma forma de fugir à aprendizagem,
lembrei-de vos recomendar cinco artigos importantes para este momento de reflexão:
Os dois últimos foram publicados nesta Nature (v. 613, n. 7945 ), com esta belíssima capa:
***
Mudando de assunto, eis mais um maravilhoso exemplo da ortografia actualmente aplicada em Portugal: [Read more…]
According to Saito and Plonsky’s (2019) framework, L2 speech proficiency comprises: (a) the ability to perceive and produce novel (or partially acquired) consonantal and vocalic sounds in an L2 without deleting and substituting them for L1 counterparts (i.e., SEGMENTAL proficiency) […]
— Kazuya Saito
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Têm o mesmo tamanho, sim. Todavia, por um lado, temos “London-sized iceberg” e “iceberg do tamanho de São Paulo” e, por outro, “um icebergue com uma área equivalente a 15 vezes a de Lisboa” e “un iceberg 15 fois plus grand que Paris“.
Efectivamente, muito interessante.
Já o outro fora interessantíssimo. Aquele do “As big as Delaware. The size of Bali. Four times the size of London. A quarter of Wales. Really, really, big“.
Todavia, ainda mais interessante é isto:
Extremamente interessante.
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Sir To. Fie, that you’l say so! he playes o’ th Viol-de-gamboys, and speaks three or four languages word for word without booke, & hath all the good gifts of nature.
— Shakespeare, Twelfe Night, Or What You Will (Folio 1, 1623), aka La Nuit des Rois.A century has passed since John Maynard Keynes called the gold standard — and by implication the idea that gold is money — a “barbarous relic”.
— Paul Krugman, The New York Times, 24 de Janeiro de 2023 (data da edição internacional, a que chega em papel a Bruxelas)
***
Como é sabido, o Acordo Ortográfico de 1990 funciona como uma pedra de estimação, uma “pet rock”, como a mencionada por Krugman, no NYT, à qual alguns atribuem qualidades e defeitos inexistentes, tratando-a como se de um ente querido se tratasse. De facto, não tem valor, é uma fraude sobrevalorizada, uma “hyped-up fraud”. Mas, por aí, continuam acriticamente a dar palco aos promotores da fraude . E o palco não é o do S. Luiz.
Efectivamente, ontem, ganhou força a teoria segundo a qual a proliferação de *fatos e *contatos na comunicação social que segue o Acordo Ortográfico de 1990 tem como origem a montra.
Exactamente.
Hoje, o espectáculo continua.
Hoje, de facto.
E amanhã? Previsivelmente, mais do mesmo.
Votos de uma óptima semana.
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Antes de Pelé, 10 era apenas um número. Li essa frase em algum lugar, em algum momento da minha vida.
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Santana Lopes, apesar de aparecer imenso na comunicação social portuguesa, continua a não responder ao essencial, que tentarei resumir em três perguntas:
Votos de um óptimo 2023.
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In that summer
Roll back to mother
— IA/BD
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O problema no Spotify é o seguinte: o Sea and Sky dos The Cult está no Go West (crazy spinning circles) do Rare Cult e o Go West (crazy spinning circles) está no Sea and Sky do single e do Rare Cult. Já agora, o novo álbum dos The Cult (aqui anunciado há poucas semanas e presente na epígrafe) é excelente.
Agora, vamos ao que interessa.
Efectivamente, como é dia útil, há festa. Porquê? Porque há Diário da República.
Exactamente.
Aliás, a formulação “não dispensa o contacto regular do trabalhador com o serviço” está padronizada e encontra-se há muitos anos consagrada em diplomas portugueses.
Encontra-se? Encontrava-se!
Desejo-vos uma óptima semana.
***
The popular view that scientists proceed inexorably from well-established fact to well-established fact, never being influenced by any improved conjecture, is quite mistaken. Provided it is made clear which are proved facts and which are conjectures, no harm can result. Conjectures are of great importance since they suggest useful lines of research.
— Alan Turing
***
Imaginemos que estamos a deliciar-nos com um artigo científico em língua inglesa. Subitamente, damos de caras com o seguinte trecho:
The fat that the dip does not go to zero is fully accounted for by the fat that in the pair creation process there is some amplitude to have 2 atoms rather than 1 in an elementary mode.
O artigo é este (pdf) e o autor, além de ser dono de um invejável apelido (Alain Aspect) e de ter sido um dos vencedores do Nobel da Física deste ano, não escreveu obviamente a barbaridade que indiquei ali em cima, deixada à nossa fértil imaginação colectiva. Efectivamente, aquilo que Aspect escreveu foi isto:
The fact that the dip does not go to zero is fully accounted for by the fact that in the pair creation process there is some amplitude to have 2 atoms rather than 1 in an elementary mode.
Se Aspect tivesse grafado fat em vez de fact, teria tanta credibilidade como aquela que o Diário da República vem demonstrando desde Janeiro de 2012, ao grafar (grafar e não gralhar, como alguns querem fazer crer) as asneiras habituais. Eis um exemplo fresquíssimo:
No sítio do costume.
Desejo-vos um excelente FC Porto — Benfica (viva o Benfica!), um maravilhoso novo álbum (o segundo deste ano) dos Chili Peppers e, claro, um óptimo fim-de-semana.
***
La langue, un français écorché, mêlé de patois, était indissociable des voix puissantes et vigoureuses, des corps serrés dans les blouses et les bleus de travail, des maisons basses avec jardinet, de l’aboiement des chiens l’après midi et du silence qui précède les disputes, de même que les règles de grammaire et le français correct étaient liés aux intonations neutres et aux mains blanches de la maîtresse d’école.
— Annie Ernaux (efectivamente)
***
Por causa da Mary Royall /rɔɪəl/, lembrei-me do royale /rɔiˈæl/ (with cheese). Trata-se sobretudo de tonicidade, sim, por isso, muito mais do que da velha história da selecção e da *selessão, perdão, da *seleção, lembrei-me da facção e do façam. É exactamente por isto que a linearidade não pode — não deve, OK — servir nem como forma de orientação nem como princípio norteador. Por falar em nortear e orientar (todavia, go west, porque the west is the best), há álbum novo dos The Cult e, na segunda, tereis os GNR de há 30 anos na rtp memória.
No sítio do costume? O costume.
Desejo-vos um óptimo fim-de-semana.
***
King. Euen as the rockes please them that feare their wracke.
Withhold reuenge deare God, tis not my fault,
Nor wittinglie haue I infringde my vow.
— Shakespeare, Henry VI, Part 3 (Octavo 1, 1595)
***
Efectivamente, a faculdade existe e, pior, encontra-se consagrada no Diário da República.
Esta javardice continua e os responsáveis também continuam a fingir que nada disto está a acontecer. Em vez de perderem tempo com “a fita encarnada” de Santana Lopes, perguntem-lhe mas é o porquê do “agora facto é igual a fato (de roupa)“. E aí está o busílis da questão. A culpa, garanto-vos, não é minha. A culpa é dos defensores, promotores e amigos do Acordo Ortográfico de 1990. Exactamente.
***
I hate rock stars.
— Phil AnselmoStill, some target language phones may in fact be sufficiently close to L1 counterparts that their perception and production in terms of the L1 category may be undetected by native listeners (Flege, 1992). These can be referred to as identical or near identical L1-L2 pairs and would not require a separate L2 category (e.g., Spanish and English [f]).
— Cebrian, Gorba & Gavaldà (2021)
***
Efectivamente, Marcelo Rebelo de Sousa não adopta o Acordo Ortográfico de 1990. Mas isso já sabíamos.
Aquilo que não sabemos é, por um lado, porque é que o caro leitor, sim, caro leitor, porque é que continua a adoptar o AO90? Se nem sequer o Presidente da República adopta o AO90, por que motivo continua o caro leitor a adoptá-lo? Deixe de andar por aí a adoptar o AO90 e faça o favor de seguir os bons exemplos ortográficos.
Por outro lado, continuamos sem conhecer a razão que leva Marcelo Rebelo de Sousa a continuar indiferente, letárgico e hiperpassivo, enfim, a não fazer nadinha de nada para acabar, de uma vez por todas, com esta mixórdia acordesa e esta hipocrisia ortográfica. Efectivamente, Rebelo de Sousa, além de nada fazer, continua calado, sim, calado, perante esta vergonha constante, diariamente apreciável, por exemplo — e que exemplo! — no sítio onde os cidadãos portugueses alfabetizados tomam conhecimento dos actos que regem a vida da sociedade portuguesa: [Read more…]
Podem sêrem… não é linguagem de cá.
— Cândido de Figueiredo
***
O infinitivo pessoal é um tema fascinante. Distingue-se do infinitivo impessoal por ser flexionado — chamar-lhe flexionável pareceria, à primeira vista, uma denominação mais correcta, mas levar-nos-ia por caminhos tortuosos. A denominação infinitivo flexionado vinga em palcos que me agradam particularmente e há excelentes artigos que se debruçam sobre o assunto (e.g., Madeira et al., 2010; Fiéis & Madeira, 2014).
Gosto imenso do infinitivo pessoal e daquela tão desconhecida regra que determina a incorrecção do recurso à contracção de preposição com artigo ou pronome, quando estes iniciam uma oração infinitiva.
Lembrei-me disto, ao ler hoje o Diário da República, mais concretamente, quando me estatelei naqueles da e do (contracções de de + a e de + o) em vez de me deleitar com uns de a e de o (formas “descontraídas”):
Ninguém reparou no fato?
Ah!
Já agora, venha o resto. [Read more…]
André Previn. You’re playing all the wrong notes.
Eric Morecambe. I’m playing all the right notes — but not necessarily in the right order. I’ll give you that. I’ll give you that, sunshine.
— Morecambe and Wise, 1971 Christmas ShowÉric Zemmour. Et mes voisins, que disent-ils? Mr. Attia[∅], il me dit…
Franz-Olivier Giesbert. Attia[s], Attia[s].
Éric Zemmour. Attia[s] ou Attia[∅], c’est…
Richard Attias. Non, non. Quand j’était petit, effectivement, un professeur m’apellait souvent Attia[∅], que faisait un peu de bruit et je lui ai dit Attia[s]. Mais il: « c’est pas le moment de vous mettre au pluriel ». Mais j’y tiens ce [s].
— LGQ
***
Sendo verdade que o empresário marroquino Richard Attias tem direito à fricativa laminoalveolar surda [s] final na pronunciação do Attias, muito mais direito tem o deputado português Ricardo Baptista Leite ao ‘p’ medial no seu Baptista. Trata-se de questão antiga, que já afectou Chagas Baptista e que vem afectando João Baptista da Silva Leitão. Todavia, para o Expresso, tanto faz como fez.
Efectivamente, mais do que não dever fazer, não pode fazer. Na base XXI do AO90, diz-se que “para ressalva de direitos, cada qual poderá manter a escrita que, por costume ou registo legal, adote [sic] na assinatura do seu nome”.
Não havendo qualquer documento em que Baptista Leite [Read more…]
Ora eu nasci no Porto e criei-me em Gaia.
— Almeida Garrett
***
Sou do Porto, adoro o Porto e adoro ser conterrâneo de Garrett. Por adorar o Porto, ando atento a plataformas que divulgam a História do Porto e que me trazem conhecimento e alegria. Todavia, por vezes, lá vem um travo amargo.
Há uns anos, avisei que a eliminação da letra ‘p’ de palavras como excepção levaria a um aumento de ocorrências de *excessão em vez da grafia pretendida pelos autores do AO90 (exceção), com a consequente necessidade de, em publicações portuguesas, se indicar, como já acontecia antes do AO90 em publicações brasileiras, que «’excessão‘ (com dois ss) constitui erro grosseiro» (cf. Manual de Redação [sic] e Estilo do jornal Estado de S. Paulo).
Nessa altura, acrescentei que seria igualmente necessário um aditamento, exclusivo para a norma portuguesa, com a menção da diferença entre concessão e conceção (sem o ‘p’). Exclusivo para a norma portuguesa, efectivamente, pois, em português do Brasil, a concepção mantém-se imaculada.
Noutra altura, com os exemplos recepção, percepção e concepção, expliquei a importância grafémica da letra ‘p’, não só devido à função diacrítica , mas também por causa da correspondência com morfemas presos (“bound morphemes”), neste caso concreto, -ceber e -cepção.
Ora, o mesmo acontece com -ceder e -cessão. A confusão, criada por regras mal concebidas e mal explicadas, leva a que vários escreventes de português europeu grafem seção, em vez de secção.
Eis um exemplo fresquíssimo, no sítio do costume.
Ora, da seção à interseção, [Read more…]
Hugo Stiglitz. Und auf die Entfernung bin ich ein richtiger Fredrick Zoller.
— IBÀ la fin du XVIIIe siècle, la tolérance perd enfin sa signification restrictive et péjorative.
— Denis LacorneBernard Tapie. C’est où la nature?
Michel Polac. En Suisse…
— ONPC
***
Hoje, não há *fatos no Diário da República, mas há *contatos. Sim, dois *contato no singular e muito perto um do outro. Tudo como dantes. Nada de novo a assinalar no sítio do costume.
Recentemente, recebi um testemunho, em forma de livro, que me trouxe reminiscências de uma prática há muito em voga entre gente forçada, por isto, por aquilo ou por aqueloutro, a adoptar o AO90. Essa prática (conheço exemplos concretos, mas ficam para próximas oportunidades) consiste em grafar alternativas, para que, de facto, o dito cujo não seja utilizado: por exemplo, metas em vez de *objetivos, excelente em vez de *espetacular, maravilhoso em vez de *ótimo, dar o dito por não dito em vez de *retratar-se, justamente em vez de *exatamente, etc.
Todavia, o exemplo desta “Nota Ortográfica” é diferente e, acrescente-se, interessantíssimo.
Os meus agradecimentos à Professora A.
Desejo-vos um óptimo resto de semana.
***
Assinalar com um X?
OK.
Agora, sem o X.
Quando? Hoje. Onde? No sítio do costume.
Continuação de uma óptima semana.
***
Duh-dih-dih-dah-duh-dah-duh-dih-dah-dah-dah-dah.
— Flea
***
Trata-se de um caso extraordinário, extremamente curioso e, como outros, merecedor de distinção. Mesmo assim, cá entre nós, prefira-se *inflaccionadas a *inspeção (aliás, entre *inspeção e *externado, venha o diabo e escolha). Há razões que explicam a hipercorrecção *inflaccionadas. Nada explica *inspeção. Nada.
Os *fatos também têm explicação.
Continuação de uma óptima semana.
Nótula: João Mendes, obrigado pela notícia.
***
La la la la la la la…
— John FruscianteAber eine Maschine kann doch nicht denken!—Ist das ein Erfahrungssatz? Nein. Wir sagen nur vom Menschen, und was ihm ähnlich ist, es denke. Wir sagen es auch von Puppen und wohl auch von Geistern. Sieh das Wort “denken” als Instrument an!
— Wittgenstein (cf. Noam Chomsky)
***
Sendo certo que estamos há muito habituados a exercícios cosméticos, como rectificações no Diário da República ou este “pain in the ass” visto, apesar do “heart of glass” ouvido,
também não é menos verdade que, infelizmente, já temos como adquirida a ortografia corrompida no Diário Oficial da União… perdão, no Diário da República, uma montra daquilo que todos vêem no “portuguez lingua escripta” desde Janeiro de 2012.
Desejo-vos um óptimo fim-de-semana.
***
Era um modesto hotel de uma cidade de província. Um desses estabelecimentos semifamiliares, em que o dono parece ter conseguido desenvolver o dom da ubiquidade, não só para controlar os empregados e guardar a sua propriedade, mas também para observar com deleite a nossa cara de susto quando nos surpreendia em cada esquina. Era um […]
“Morta por dentro, mas de pé, de pé como as árvores” e (peço desculpa pela javardicezita) “Prefiro morrer de pé do que votar no Luís André“. A primeira dá o mote. A outra… A outra… A outra (ui!), valha-nos Nossa Senhora da Agrela.
OK. Já agora, como é que ficou aquela história do “agora facto é igual a fato (de roupa)”? Alguém sabe? É para um amigo.
É o tema do II Congresso dos Jovens da Família do Coração Imaculado de Maria. Aguardo as conclusões para ficar a saber se sou homem, se sou mulher e se sou de verdade.
Às escondidas. Aguarda-se o anúncio de um feriado nacional dedicado ao terrorismo fascista.
Para ouvir com bolas de naftalina nos ouvidos.
Greve geral nas redacções – página do Sindicato dos Jornalistas.
que pode acompanhar neste link. As primeiras notas, inevitavelmente, dizem respeito ao crescimento da extrema-direita.
Mesmo que não se confirme, o facto de André Ventura apresentar o nome de Miguel Relvas como aliado diz-nos tudo sobre a farsa anti-sistema que o seu partido tenta vender.
de José Pacheco Pereira, regressemos a A São solidária e a função diacrítica de há uns tempos.
Ainda sou do tempo em que o preço do azeite subiu porque mau tempo, más colheitas, imposto é roubo e socialismo. Afinal, era só o mercado a funcionar.
Depois do debate Mariana Mortágua/André Ventura vários comentadores em várias TVs comentaram o dito, atribuindo notas. Sebastião Bugalho, depois de dizer que MM mentiu, diz que ela ganhou o debate. Desde que começou a escrever no Expresso, Sebastião Bugalho marcelizou-se.
Vivi tempo suficiente para ouvir o Ventura dizer que a IL é o partido dos grandes grupos económicos – o que também não é mentira – quando é financiado pelos Champalimaud e pelos Mello.
Depois de o PSD ter anunciado que Luís Montenegro não irá comparecer nos debates frente a PCP e Livre, surge a notícia de que o Sporting CP, SL Benfica e o FC Porto não irão comparecer nos jogos frente a Casa Pia, Rio Ave e Portimonense.
Todos lemos e ouvimos. Todos? A excepção é um canal de televisão cujo estatuto editorial pode ser lido aqui.
A Coreia do Norte tão longe e aqui tão perto…….
Ah! A culpa é da CS de Lisboa! Sim, porque nós somos dragões!
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