Apelo à oposição

Tenho estado a ouvir Sócrates na abertura do congresso do PS. É notória a reacção entusiasmadíssima da audiência a determinadas partes do discurso, facto que leio como estando o PS a começar a acreditar que poderá ganhar as eleições. E esta é, parece-me coisa que o PSD não tem e, quiçá, não virá a ter.

Sócrates tem estado a pegar em todos os temas onde qualquer mexida assusta um extenso eleitorado, como as privatizações, o despedimento, o estado social, a escola pública e o SNS e acusa o PSD de querer fazer tudo aquilo que o PS tem vindo a fazer. O partido que deu origem a este governo é o que mais tem destruído o que existia nestas áreas. Terão os partidos da oposição arte suficiente para explicar de uma forma clara e simples, item a item, esta óbvia realidade?

Organizem-se! O pior que nos pode acontecer é termos um compulsivo manipulador a governar-nos de novo. Que não hesitou colocar o país em risco com a sua demissão. Que não se coibiu de exponenciar o endividamento nacional, expondo-nos assim de forma imprudente aos nossos credores.

A bem de todos, deixem de reagir ao guião socrático e preparem um caminho próprio, com um objectivo claro e tangível. Os eleitores saberão distinguir um charlatão de um líder.

lembranças de mãe

 

Granados. La maja y el ruisenhor (ruxinhol)

Nós, adultos, esquecemos que a mãe é pessoa e vemo-la como processo. Além do carinho e emotividade que unem uma criança à sua progenitora, existem, de forma igualmente importante, várias fases no percurso da sua vida, sendo um o caminho de mãe. A primeira, que de todo não pode ser escolhida, é nascer mulher: até aos nossos dias, não se inventou um ser que a substitua na estrutura hormonal e na configuração biológica necessárias para dar vida a um bebé e amá-lo. Muito menos, a invenção da leveza do ser que caracteriza a relação mãe/criança. Não me esqueço da frase de um amigo meu ao confidenciar-me a sua tristeza pelo facto da mãe ter ficado inválida:

Não sei o que fazer… apenas consigo chorar! A minha resposta foi rápida e directa: O que o meu amigo chora não é a doença da sua mãe, o que chora é a falta do mimo embelezado dos carinhos dela. Doravante, será o contrário: é a mãe que vai precisar dos cuidados do filho. Ele, incapaz de devolver essa elegância de mimos que na sua infância, a mãe lhe incutira, optou por nunca mais a visitar. É esta arte da fuga que os (as)

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Um vendia magalhães, este vende tapetes, o outro vai ao pote

Cavaco-tapetes

foto roubada, com a devida vénia, ao samuel: Cavaco Silva – «Este com temas do mar, fui eu que inventei, de férias na casa da Coelha…

O PEC 4 e os 80 mil milhões de euros a ele associados

O jornal i sumariza em 15 etapas o caminho que, de 11 de Março até à passada quarta-feira, nos levou ao FMI. Constata-se como a estratégia partidária esteve sempre à frente de tudo o resto. Sempre.

Queria indignar-me mas faltam-me as palavras. Resta-me a reconfirmada desilusão das jogadas para manter o poder.

Entretanto, desde ontem à noite, é conhecida a capa do SOL com um assunto bombástico:

Quando José Sócrates assinou em Bruxelas, no passado dia 11 de Março, o acordo com as medidas do PEC 4 ficou também estabelecido que a esse acordo se seguiria um pedido de ajuda externa a Portugal no valor de 80 mil milhões de euros, apurou o SOL junto de elementos da Comissão Europeia (CE) envolvidos nas negociações.

São 14 horas e não encontrei até ao momento uma única referência ao assunto em outro órgão de comunicação social. Nem a desmentir, nem a questionar, nem a confirmar. Não devo ter, certamente, procurado bem. Só pode.

 

Adenda [15h00]

Reacções:

A frase que Sócrates não disse ao anunciar a vinda do FMI

Este é um momento histórico.

 

Contrariamente à inauguração de 11 Km de autoestrada, este sim, e pelas piores razões, é um momento histórico.

A caminho de Budapeste

-O pedido de auxílio do governo português aos parceiros comunitários, tem aspectos positivos, apesar das duras contrapartidas. Começando pela descida na taxa de juro, e sabendo à partida que os governantes, actuais e próximos, não irão utilizar o dinheiro na modernização do parque automóvel do Estado ou empresas públicas, nem obras faraónicas absolutamente desnecessárias. Era tempo de arrumar a casa, quem ganha 1000, não pode sistematicamente gastar 1500, como vinha acontecendo. Irá doer? Certamente que sim, mas não existia alternativa a arrumar as contas, diminuindo o Estado. Temo apenas que os funcionários públicos, os menos culpados da situação, paguem a maior parte da factura, ao invés de serem privatizadas algumas empresas deficitárias, sem razão para existir, extintos ou fundidos alguns institutos públicos ou Direcções-gerais, que albergam grande parte dos boys and girls, titulares de cartões partidários, responsáveis pelo calamitoso estado a que chegámos…

 

Era porreiro, pá

A malta também tem direito a tratados. De esquerda.

a descontinuidade entre a oralidade e a escrita na aprendizagem

CPE Bach. Cello Concerto

A DESCONTINUIDADE ENTRE A ESCRITA E A ORALIDADE NA APRENDIZAGEM *

Raúl Iturra

1. O OBJECTO DO PROCESSO EDUCATIVO

a) O Problema

Dizia já Durkheim (1922) que educar envolvia uma geração de adultos que sabe, outra de jovens que aprende e um processo entre eles. É este processo que é problemático: os conteúdos e as formas em que acontece definem-se conforme conjunturas que dão os limites do que se ensina e como se ensina. As variadas formas de ensinar que acontecem de cultura para cultura., bem corno dentro de uma sociedade em épocas históricas diferentes, são urna prova da proposta anterior. Mas, talvez, o que é variável no processo educativo é o seu próprio objecto e o entendimento dele por parte de geração de adultos e da geração de jovens. Uma sociedade jamais é homogénea, embora o processo educativo tenha por objectivo homogeneizar em algumas delas; as sociedades, pode talvez dizer-se, pensam que numa altura da vida dos seus jovens podem pô-los todos no mesmo nível do saber, enquanto noutras especializam-nos segundo as funções que definem o sistema classificatório das pessoas. [Read more…]

Manuela dá o nega ao desafinado Pedro

Pedro Passos Coelho convidou Manuela Ferreira Leite a encabeçar – adoro o termo encabeçar desde os tempos de, em miúdo, ouvir as reportagens da Volta a Portugal em bicicleta –; mas, dizia eu, convidou MFL a encabeçar a lista de deputados do PSD por Lisboa, às próximas eleições. Manuela, em vez de acenar o sim com a cabeça, deu-lhe com os delicados pés.

Pesaroso, Pedro afirmou: “Seria uma forma politicamente de mostrar” que a realidade tende a dar razão a “muito daquilo que foi o seu discurso político”  e, no final, arrematou: “respeito inteiramente a decisão da senhora doutora Manuela Ferreira Leite e não farei nenhuma observação sobre isso” (as frases em itálico foram extraídas tal qual do jornal “i”).

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