Putin anuncia auto-purificação na Rússia

Putin, em discurso transmitido pela televisão, acusa os russos que são contra a invasão da Ucrânia de “traidores” e de serem uma “quinta coluna” que pretende a “destruição da Rússia”.
Anuncia, então, que será necessário uma “auto purificação” da sociedade para fortalecer o país.
Sabemos o que isto quer dizer num regime ditatorial como o que ele administra na Rússia: perseguição, detenção, prisão sem julgamento, envio para campos de concentração e morte, de quem se manifestar contra a invasão da Ucrânia.

Cite-se do “Nation World“:
«Russians “will always be able to distinguish true patriots from scum and traitors and will simply spit them out like a gnat that accidentally flew into their mouths,” he said. “I am convinced that such a natural and necessary self-purification of society will only strengthen our country.”»
É esta besta que [Read more…]

Os saudosistas do tempo que não viveram

Existe uma faixa etária, dos 30 aos 45 anos, que anda pujante e frenética não só nas redes sociais, como, também, nas caixas de comentários um pouco por todo o lado, a defender tempos de outrora que nunca viveram.

Partilham e invocam frases de Salazar, textos de Marcelo Caetano, enaltecem a PIDE. Defendem, acerrimamente, o bom que seria se houvesse alguém a mandar nisto e que pusesse tudo na ordem. Sendo comum manifestarem-se com ódio – que os motiva -, desde o vocabulário até às soluções que preconizam.

Acontece que o ódio tem sempre uma razão para existir. Não nasce por capricho. E é um mercado altamente lucrativo. Porque arrecada seguidores que sofrem de um dos mais graves efeitos do ódio: a cegueira. O que permite o fim que se pretende: a manipulação.

É a cegueira que leva a partilhar tudo nas redes sociais, sem qualquer filtro crítico. Porque se certa frase satisfaz o ódio, não importa se é verdadeira ou falsa. Nem sequer o que ela realmente significa e qual o perigo que representa, até para o próprio.

Donde vem isto?

Das distorções de oportunidades e de méritos na sociedade. Da cultura da cunha e do frete que vem dos tempos da Monarquia. Dos “carreirismos” partidários, das influências, e das dificuldades criadas para suscitar facilidades compradas,  e que representam muito do lodaçal em que se têm afundado as diversas instituições da República.

Em cada adjudicação directa de escolha tribal; em cada obra faraónica rotulada de “desígnio nacional” e que endivida o país; em cada mega-processo inconsequente; em cada crime prescrito; em cada salário indigno contemporâneo com fortunas ganhas de forma ilícita e impune. Em cada qualquer uma destas traições, ou outras, está o descrédito da nossa Democracia.

A origem do ódio que leva à existência dos saudosistas do tempo que não viveram – fervorosos defensores do autoritarismo e do líder providencial -, não está nos mercadores de ódio que prometem o paraíso à custa da liberdade. Mas, sim, de quem traiu, e trai, a promessa de liberdade – económica, social, cultural, civil, etc. – em tempos de Democracia e se diz democrata.

O ódio a Sócrates que Maria Antónia Palla não compreende

Maria Antónia Palla não compreende o ódio que é dirigido a Sócrates. É naturalíssimo, porque nunca foi sua apoiante irracional.
Esse ódio vindo do PS tem a mesma intensidade e cariz que o amor cego que muitos lhe dedicavam e se sentem traídos. Como é consabido que a traição numa relação de amor cego sempre foi de extrema violência, interna ou praticada.

Dedinho maroto!

 

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Vamos lá desopilar um pouco, que isto são muitas notícias revoltantes e negativas.

Então não é que um estudo cujos resultados foram divulgados no dia 4 deste mês na publicação Biology Letters indica que, afinal, o tamanho conta? Em concreto, o tamanho dos dedos.

Pois é, esses dedinhos dizem muito mais das vossas tendências sexuais do que se pensava… Segundo os estudiosos, a diferença de tamanhos entre o dedo anelar e o dedo indicador pode apontar a nossa tendência para sermos fiéis ou infiéis. E não, não falo de religiões (aqui é aquela parte em que vos pisco o olho com ar matreiro). Falo de sexo puro e duro, mesmo.

Resumindo, tudo indica que quem tem o dedo anelar maior do que o dedo indicador tem maior tendência para a promiscuidade. E quanto maior for a diferença de tamanhos, maior é probabilidade de estarmos perante um traidor à santa instituição do matrimónio ou da vida conjugal. E agora permitam-me um aparte: ainda bem que os jihadistas não perdem tempo a ler as obras destes ímpios, caso contrário, decepariam (no mínimo) todas as mulheres cujos dedinhos fossem suspeitos. Já se se tratasse dos homens, certamente não teria mal.

Agora, perante este estudo, e tendo analisado cuidadosamente as minhas mãos, noto que numa mão tenho o anelar mais pequeno do que o indicador, mas na outra acontece o contrário. Esta descoberta deixou-me preocupada e apreensiva. O que quererá isto dizer da minha fidelidade? Tenho maior tendência para ser fiel ou infiel? Sou ou não de confiança? Ai, credo, tantas questões em torno de dois dedos!

E, já agora, como raio é que ocorrem este temas para estudo a estes académicos? Não é por nada, mas a pensar em temas destes, devem ser uns tipos bem divertidos, bons para dois dedos de conversa. Ou mais… (olha eu a piscar-vos o olho outra vez).

 

Crueldade

Um dos meus DVD’s preferidos é uma colectânea de dezoito curtas sobre Paris. Chama-se Paris, je t’aime, título nada surpreendente quando se trata da cidade do amor. Lançado em 2006, aborda a cidade de pontos de vista tão diferentes e com estilos tão distintos, que creio que cada um de nós lá encontra a sua história, aquela que nos comove ou mexe connosco, ou nos faz rir à gargalhada, ou simplesmente nos faz parar e pensar.
Tenho tido muitos bons momentos com essas maravilhosas histórias de amor. Embora não seja muito romântica, há coisas que mexem comigo, com a minha sensibilidade. Uma delas é precisamente a curta que se passa na Bastilha. [Read more…]

A direita, a traição e as putas

Em 1383 o grosso da nobreza, principalmente a detentora do morgadio, tomou o partido de João de Castela. Em 1580 repetiu-se o filme, desta vez apoiando o rei Filipe. Em 1640 saem a correr 40 aristocratas, em desespero, porque a populaça andava a fazer alterações nas ruas, não apenas contra o rei Filipe III mas já contra todo o poder que a empurrava para a absoluta miséria.

Ainda podia acrescentar uns episódios oitocentistas. É sempre assim, a nossa direita anda sempre com a pátria na boca mas trai por tradição Portugal quando chega a hora da verdade.

Recordo isto na semana em que dois pré-ocupantes alemães começaram a verbalizar o que se vai seguir: humilhação internacional de Portugal através da sua máquina de propaganda, até ao estádio grego actual e o que se vai seguir.

O silêncio da nossa direita (nem toda, é verdade, mas da maioria) tem o ensurdecedor rufar da História. Sempre as putas do costume.

as felonias dos nossos governantes soberanos

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Bem sei que escrevi um ensaio como este, tempos virados. As felonias eram e são as mesmas, pelo que pensei que era bom refrescar a memória. Aliás, nestes tempos, estamps a viver uma quase guerra cívica, pelo debate político que esqueceu a economia do país e, como tenho dito antes, apenas ficamos com a Virgem de Fátima e o Beato Wojtila.

Reconheço ter escrito um texto semelhante, anos virados. Tempos passados de forma cronológica, têm piorado a nossa situação. Temos tornado a ser um povo pobre e sem meios por causa da atitudes da luta política travada que faz esquecer a produção, o lucro, a mais-valia. Enfim, a economia da República.

Não me é fácil escrever estas palavras, menos ainda a palavra felonia, de amplo significado: Rebelião (de vassalo para com o seu senhor), traição, crueldade. Também não me é fácil adjudicar estes adjectivos às pessoas que nos governam, no melhor

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quem me dera ser criança e saber perdoar…

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Para a Sua Excelência, o Presidente Allende.

Estou certo de ter publicado este texto na nossa Revista Educação, Sociedades e Culturas, bem como na Página da Educação quando era jornal com José Paula Serralheiro, e talvez, neste blogue. Mas, estamos em época de eleições, a todo minuto somos chamados a votar com antecipação. Os Presidentes dos paridos, especialmente o PSD, com o seu líder Pedro Passos Coelho, estão certos de obter maioria! Mas há dois grupos políticos que lutam pelo poder de forma desalmada. Durante o período de governo do Partido Socialista e seu Primeiro-ministro José Sócrates, Passos Coelho e o seu grupo minoritário do PSD, hostilizaram até obriga-lo a se demitir. Facto que nos leva a todos pensar que foi uma rasteira muito bem fabricada com intervenção do Presidente da República quem, na sua reeleição, no quis intervir. Mas o discurso de toma de posse para um segundo mandato, era clara a sua preferência: criticou ao Governo, esqueceu que era Presidente de todos nós portugueses, o que fez desmaiar o ânimo aguerrido do PS e do seu líder, José Manuel Sócrates. O poder executivo não deve nunca abandonar o poder, como fez Mário Guterres no seu tempo. Se um político bem formado e que sabe governar abandona o cargo, ficamos expostos a sermos vítimas de um governo de salvação nacional. No meu ver, o PM devia ter continuado o seu

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antecedentes ideológicos do dia do trabalhador

 

…para os operários encurralados pelo PEC de Portugal…

Estou certo ter escrito um texto semelhante para o dia dos trabalhadores, faz um ano. Mas, os tempos que correm, a forma a que nos obrigam a viver, não me dá alternativa para escrever um texto mais alegre, agradável e divertido, porque começámos a falência da nossa teoria e o governo não consegue virar essa falência. Nem governo nenhum. Há os que antes de torcer os braços ao povo, prometem tudo, para derrubar o poder executivo, mas que logo a seguir, começam com a eterna história de dar o dito pelo no dito. Não tenho mais remédio do que reiterar o que escrevi faz um ano, para lutar pelo nosso real bem-estar.
A história era assim, e continua assim também:

Estava a acabar uma parte do texto da História de Portugal, para acrescentar os remotos antecedentes ideológicos do Dia do Trabalhador. Tenho comigo o livro de [Read more…]

as minhas memórias -1- campo de concentração

Por ser duro de ver as roupas de um campo de concentração, troquei por camponeses


Os pesadelos são os sentimentos mais hediondos da vida. Não há nada para mudar o sonho que nos causa essa infelicidade. Especialmente se derivam de uma realidade de tempos passados que nos persegue até a morte. Como tem sido o meu caso. Toda a história que me assusta está narrada no meu livro Para sempre tricinco. Allende e eu, editado pelo meu amigo Carlos Loures em Estrolabio.

Não é estranho que os pesadelos nos façam sofrer. Não é apenas uma sensação emotiva, é também fisiológica: é uma opressão angustiosa da respiração durante o sono. Como etnopsicólogo que sou, era capaz de curar essa sensação de opressão, mas não a mim próprio, sendo o sujeito de essa angústia. Uma angústia que advêm da realidade,

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O adultério revisitado

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o arrependimento que nada cura

Ontem, referi o pior dos pcados, sendo pecado uma relação que um ser humano pode cometer ao permitir-se amar a outra pessoa à qual não está unida por nenhuma outra relação que a da libido. Referia que era a violação de fidelidade conjugal, de diferentes maneiras em diversos sítios do mundo. Se falo dos Massim da Oceânia, analisados por Malinowski entre 1914 e 1924, com estadias permanentes ou visitas esporádicas, podemos reparar que no adultério existe na união carnal, amorosa ou não, entre pessoas de um mesmo clã, sendo clã uma família unida por laços consanguíneos. Laços consanguíneos, conforme for o sexo da pessoa. Apesar de uma família estar composta por homens e mulheres que se reproduzem entre eles, nem toda relação é adúltera. Os filhos do casal acabam por ser de outro grupo doméstico, se os descendentes forem varões: a idade da puberdade, esses filhos deve circular à casa do irmão da mãe, que é, conforme os costumes, o pai dessas crianças. O homem da mulher

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as felonias dos homens

a felonia dos homens, conforme a sua mulher

Contente, feliz e alegre, sorrindo como se fosse primavera, não houvesse frio, chuva, nem febres e gripes, procuro a flor mais exótica que encontro, como a de Oscar Wilde, o homem do cravo verde. Por não ser Wilde, avanço e passa a ser uma rosa verde que, com todo o amor, entrego e ofereço a essa alegre mulher que me seduz. Escrevo-lhe uma carta de amor e paixão, de amor profundo, cuidado e fiel. Resposta: vós, homens sois insuportáveis, querem tudo de nós e nada nos oferecem em troca. Excepto enganos e infelicidades. Quem me dera ser homem para tomar a minha relança!

Schubert:Impromptu in G flat major D899 No.3

doença e conjugalidade

marido doente, mulher só, conjugalidade traida

A minha surpresa foi dupla. A primeira, a de conhecer duas pessoas em relação de conjugalidade entre elas. Por outras palavras, pessoa casada com outra, também designadas consortes e esposos. Foi a minha primeira surpresa. As pessoas hoje em dia não casam, vivem juntas e ninguém critica por causa do inumerável número de amancebamentos ou namoros, sejam heterossexual, homossexual ou lésbico.

Parece-me evidente que não vou dizer como a minha mãe e as suas irmãs: que escândalo! Não te juntes a eles – sempre o masculino primeiro… [Read more…]

IPF, Encontros do Olhar, e gente que mais valia ter estado calada

Terminou ontem o “Encontros do Olhar” do IPF. Fui ver e ouvir.

Fiquei chocado com a indelicadeza do sr (?) Morais e com a notória má educação do sr(?) Morais Sarmento, a ponto de momentaneamente ter intervindo nesse final de debate, aquando do desilegantíssimo comentário do sr(?) Morais Sarmento, sobre as semelhanças que ele encontrou com o nome “Portografia”.

Nas intervenções ouvidas nesta última fase dos Encontros do Olhar do IPF, destaco a palestra de José Marafona, um senhor da Fotografia Nacional, que muito e bem nos falou da sua visão da fotografia.

Estive presente e subscrevo inteiramente o texto que se segue, da autoria de Luís Raposo.

Devo dizer que faço parte do Grupo F4 e sou sócio da Portografia.

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