Menos 250 cérebros

 O presidente da Associação Portuguesa de Indústrias do Espaço avisa:

“«Portugal pode perder 250 cérebros, porque não investe o valor equivalente a três quilómetros de autoestrada.»

«Cada euro investido na subscrição destes programas retornam dois euros a Portugal. Não é uma coisa que se deitou fora, investe-se um euro e recebem-se dois», salienta.

O sector representa 17 milhões de euros de faturação anual. Tudo para exportação proveniente de um cluster de tecnologia altamente sofisticada. ”

Com consequências depois na vida de todos nós.»”

Não se fazem os investimentos certos. E continuamos nisto. A massa cinzenta do país vai-se perdendo por falta de inteligência dos nossos políticos incompetentes.

3 km de autoestrada…

1 euro investido = 2 euros para Portugal…

Não entendo. Façam-me um desenho!

O Ministro da Economia não quis fazer comentários à TSF. Pois não, não há comentários!!

 

A Páscoa dos Mercados

Peter Paul Rubens, A Ressurreição, painel central, 1612

Cada tempo com sua religião. Agora que a fé no Mercado move relvas e petrifica coelhos, não sendo ao terceiro dia (é um deus com poucas pressas) vai ser portanto em 2013. Ou será em 2014? bem, 2015 é o ano a seguir a 2014, e aí, é essa a nova fé, ressuscitará a economia, trovejarão os investimentos, o desemprego será convertido em emprego como da água se milagra o vinho, o maná virá dos céus, cumpridas por nós pecadores todas as merecidas penitências com que fomos castigados por termos andado a pecar acima das nossas possibilidades. Sacrifiquemo-nos, imolem-se os pobres, aguardemos pois a ressurreição.

Ou como muito avisadamente usava dizer a minha avó, fia-te na virgem e não corras e vais ver o trambolhão que levas. Aplica-se a netos e aos povos.

Zangam-se os compadres…

As relações entre o Primeiro Ministro e o Dr. Mexia já tiveram melhores dias. Uma compra de tecnologia de muitos milhões a uma empresa estrangeira, sem contrapartidas para o cluster nacional, azedou o Engº Sócrates. E desta vez com razão. O Dr. Mexia anda em roda livre, investe milhões nos US e no Mar do Norte, nada lhe importando que o cluster que nasce em Viana do castelo, seja um pilar essencial da estratégia de modernização do país.

Acresce que esse dinheiro investido lá fora, faz falta cá dentro, e uma empresa pública monopolista que pratica preços superiores à média europeia, não pode utilizar o “cash flow” assim obtido fazendo de conta que não tem nada a ver com as políticas do governo. Até porque deve grande parte desse dinheiro ao facto de estar encostado ao governo e operar num mercado que não encontra em mais lado nenhum. Monopolista com preços ao consumidor mais caros e gozando da cobertura do Estado.

Eu gostava era de ver estes gestores armados em gestores internacionais, investir com o dinheiro deles, dos próprios, isso sim, seria caso para admirar. Aposto que telefonava primeiro ao primeiro ministro, não fosse o seu (dele) dinheiro desaparecer com o vento dos aerogeradores que compra lá fora sem cuidar do interesse nacional.

1.300 milhões euros/ano – parcerias.

Neste momento pagamos só em parcerias público/privadas 700 milhões de euros/ano. A partir de 2012 passaremos a pagar 1.300 milhões de euros /ano!

Esta é a factura das tais obras sem custos para o Estado, que durante anos nos andaram a vender. Começou, a ideia genial, com Guterres e fez caminho nos governos seguintes perante a indiferença de todos nós. Então com Sócrates até dói a mentira mil vezes repetida, que os grandes investimentos se pagam , faz-se agora paga-se depois, o velhinho de Bruxelas paga, tudo grátis, está aí a factura.

Ser  o país com mais autoestradas por metro quadrado custa dinheiro, fica muito caro alimentar as construtoras com ciclos de obras públicas cada dez anos.

E agora paga-se como? Com o empobrecimento da população, com mais impostos, congelar vencimentos e pensões, cortar nos subsídios sociais, arrefecer a economia reduzindo a procura interna, correndo o risco de entrarmos em recessão…

Há três meses atrás o grande desígnio de Sócrates era lançar as grandes obras públicas…

Homem de Estado, visionário, estadista…

Portugal é mais importante que Cavaco!

O actual governo está ligado à máquina, não tem capacidade nem força nem determinação para seguir um caminho que as circunstâncias aconselham e exigem. Pelo contrário, o que nós vemos é Sócrates uma e outra vez reafirmar os erros em que incorreu todos estes anos. Se lhe derem tempo, este governo, em desespero de causa, vai causar ainda mais problemas ao país, deixar uma herança de empobrecimento e de desemprego.

As circunstâncias mudaram completamnete nas últimas semanas. Já ninguem acredita no que Sócrates diz, o PEC está aí, os mais pobres vão tambem pagar a crise e os contribuintes já reagem como mostra a sondagem que dá 43,6% de votos ao PSD e cerca de 26% ao PS! Estão, pois, criadas as condições para que se avance a curto prazo para uma solução política, com novas soluções, revigorada, capaz de  responder isenta de compromissos que amarram Sócrates aos megalómanos projectos, à dívida monstruosa e ao desemprego que não pára de crescer.

Mas para tal, é necessário que Cavaco Silva coloque os interesses do país à frente dos seus próprios interesses, o país não pode estar à espera do momento certo para que estejam reunidas as condições ideais para sua reeleição . O Presidente da República não pode deixar que o pântano engula a esperança que resta, o tempo é crucial, quanto mais tempo passar sem que as medidas necessárias sejam implementadas, maior será a dor.

As adjudicações à pressa de investimento polémicos e inviáveis financeiramente, mostram bem que Sócrates já entrou na fase do “quem vem a seguir que feche a porta!”

O 1º erro do novo PSD ou o último erro do velho PSD ?

Um erro tremendo de Passos Coelho que Sócrates aproveitou com a esperteza saloia habitual. O PSD, perante a pressão externa fez o que tinha a fazer. Estender a mão ao governo e juntar-se ao Presidente na contenção dos prejuízos. Dar uma imagem de coesão é fundamental nestas circunstâncias.

Mas José Sócrates não deu nada em troca, apanhou a boleia e “cuspiu” no carro que o tirou do meio da estrada. Aproveitou , imediatamente, a situação para vir reforçar a ideia da inevitabilidade dos mega projectos. Por um lado fez crer que Passos Coelho está a favor, nestas circunstâncias, de promover obras públicas mastodônticas. Por outro lado, quer fazer crer que pode conter a deterioração das contas públicas, apenas com o congelamento de salários e pensões e que promove o emprego com as obras. São duas mentiras em vez de uma!

Com o PEC , o “aprovado” como já escrevi, não vai a lado nenhum, tantas são as reticências e os recados para que mais e mais duras medidas sejam tomadas. Para o desemprego, como toda a gente já disse, este tipo de obras só dão emprego daqui a dois ou três anos, emprego desqualificado, e exigem muitas importações de tecnologia que não possuímos.

O Presidente, ciente que já se estatelou (Passos Coelho não daria este passo sem falar com Cavaco Silva) já veio hoje dizer que “os bens transaccionáveis” é que são fundamentais e não o aeroporto e o TGV…

Sócrates a morder a mão a quem lha estendeu!

Dormi profundamente com o debate

Acordei sobressaltado quando ouvi o Pedro Passos Coelho dizer que os grandes investimentos deviam ser “congelados”. Acordei novamente quando o Rangel dizia que a economia portuguesa só avançou com o PSD no governo ( as estatísticas não enganam…) e o PS no governo só faz o desperdício (bonita maneira de tornar milionários os boys e girls…), entrei em sono profundo quando PPC disse que Sócrates não seria hoje primeiro ministro se MFL se deixasse de “asfixias” e o confrontasse com as contas que todos já sabiam serem um desastre, entrei em fase de “sonânbulismo” quando Rangel que está há dois dias no PSD se fez a herdeiro de Sá Carneiro e acordei a deitar-me da janela abaixo quando ambos se referiram a Sócrates e a Jardim como dois homens de Estado que se puseram de cordo quanto à recuperação da Madeira!

Levantei-me para mijar e dei comigo a pensar que o PPC andou estes anos a preparar-se para ser primeiro ministro, isso vê-se bem na forma como fala e domina os problemas da agenda, e já aliviado, reparei que Rangel tambem mostra que se preparou nos últimos oito dias. Tentando manter a compostura, ainda ouvi o Rangel dizer que os seus perderam as eleições mas ele não estava cá já tinha ganho as suas (dele) para Bruxelas e por isso nada tem a ver com a perdedora MFL.

Ainda fixei os olhos na Ana Lourenço a ver se substituia os pesadelos por sonhos cor de rosa mas foi coisa de pouca monta, apareceu-me o Aguiar Branco a rir às gargalhadas, ele sabe que tem nome de político e estilo, tem uma vida profissional feita, cinco filhos, não precisa de dinheiro, o caminho toda a gente sabe qual é há muitos anos, só Sócrates estúpido  e inculto é que se convenceu que “era o tal” e morreu debaixo da maior escandaleira de que há memória o que não é fácil neste paraíso, ou antes, que era paraíso antes da escandaleira.

Enquanto me mudava para a cama dei comigo a dizer em voz alta, pare-se os investimentos públicos estúpidos, desnecessários e para os quais não temos dinheiro; desenvolva-se o ambiente amigo para as pequenas e médias empresas puderem produzir, inovar e exportar; apoie-se reguladores do mercado fortes e independentes  por forma a que as grandes empresas públicas deixem de nos roubar; reduza-se o Estado às actividades que têm que ser mesmo de um Estado forte, eficaz e sem medo das corporações; devolva-se à Justiça a vergonha e o garbo ; mude-se o processo eleitoral para circulos uninominais; e deixem de nos mentir como se nós todos, só pelo facto de pagarmos impostos , sejamos uma cambada de camelos…

Ainda ouvi as vizinhas do lado, estudantes universitárias, que não conheço, bater com a porta! É isso, bater com a porta!

Pode ser um grande orçamento…

Ninguém gosta do Orçamento, não responde às questões essenciais, levanta muitas dúvidas quanto à credibilidade, as empresas internacionais de notação financeira dizem que sabe a pouco, querem que o governo saia rapidamente, para onde entrou, empurrado pelas mesmas que agora o querem de lá para fora

E, no entanto, pode ser um grande orçamento!

Os banqueiros, perante o aumento de impostos para os seus chorudos vencimentos e prémios ameaçam ir-se embora. Há melhor notícia para o país ? Não há! Por mais voltas que se der, esta medida, se colocar fora do país os banqueiros nacionais é a maior contribuição para termos um país decente.

O Déficite e a Dívida são de tal monta e a contribuição deste orçamento para o seu controlo, é tão pequenina, que o mais certo é não haver ninguem que nos empreste dinheiro. Encontram melhor maneira para não se gastar mais dinheiro mal gasto?

As Parcerias Público- Privadas são de tal forma prejudiciais para o Estado que a sua continuação, será sériamente colocada em dúvida e a sua legalidade comprometida, como o próprio Tribunal de Contas tem vindo a anunciar.

O congelamento dos salários é tão injusto que, de uma vez, abrirá os olhos a quem acredita nas mentiras que Sócrates e o seu governo têm aventado todos estes anos a fio.

Os megainvestimentos estão seriamente comprometidos por falta de dinheiro e pela incapacidade de o pedir emprestado, pelo que melhor notícia não pode haver.

E, após, estas misérias todas, até pode ser que o próprio Sócrates perceba que não faz nem deixa fazer…

O TGV não é para 2010, não é prioritário!

Com a apresentação do Orçamento muita coisa muda, as prioridades já não são chegar depressa a Madrid, nem o aeroporto é para já. Como o bom senso e até o patriotismo aconselham e que só quem julga que “pode, quer e manda” não reconhece, o estado do país obriga a investimentos de proximidade, com influência imediata no emprego e no crescimento da economia.

A prioridade agora, vai toda para os hospitais, escolas, lares, creches, como não pode deixar de ser e como muitos de nós sempre defendemos.

Felizmente, que as eleições tiraram a arrogância a um homem que tomou a maioria absoluta como se o país fosse coisa sua, sem dar explicações, embalado por ambições incompreensíveis e perigosas. Nunca apresentou, ele e os seus prosélitos, uma só explicação plausível para a pressa, no quadro de uma economia que definha desde Guterres.

É uma vergonha o que se passou com o aeroporto na OTA (situação que apresentava enormes e perigosos obstáculos a uma aviação segura) e que só o desassombro de um homem, ex-comandante da TAP, desarmou, quando chamou a atenção para a gravidade da decisão que se ia tomar. Os pilotos, que iriam levantar e aterrar na OTA, nunca tinham sido chamados a pronunciarem-se!

Quanto à via férrea, a prioridade vai agora para o transporte de mercadorias, ramais para e de Sines e Leixões, melhoramentos nas actuais linhas de passageiros que já são de velocidade elevada e que só precisam de actualizações. Parece que o TGV se irá ficar, daqui a uns anos (oxalá, é porque as contas públicas melhoraram) pela ligação a Espanha via Badajoz e a explicação é, que há anos que governo após governo, andam a prometer isso aos vizinhos, esses sim, muito interessados no TGV.

Cumprir com o vizinho ainda se aceita como desculpa, agora dar banho aos Madrilenos…

Teste – megainvestimentos

O leitor encontrará cinco perguntas com duas opções de resposta a que corresponderá uma valorização de 1 a 5 pontos. Após a resposta veja no fim do texto qual é a sua posição perante os megainvestimentos.

Os megainvestimentos são:

–  fundamentais para o país                                   Sim —-                                                 Não  —-

– necessários para as bancos                                   Sim —                                                 Não —-

– necessários para as construtoras                           Sim —                                                  Não —-

– possíveis sem mais dívida                                     Sim —-                                                Não —-

– trazem Madrilenos para a Caparica                       Sim —                                                 Não—-

Pontuação : se você respondeu SIM :

Se a sua pontuação atingiu os 25 pontos você é o próprio Sócrates; se atingiu entre 15 e 20 pontos você pode ser o Jorge Coelho ou o Ricardo Espírito Santo; se atingiu menos de 15 pontos você é um “velho do Restelo”; se não conseguiu nenhum ponto, você é um empresário que já percebeu que as obras já têm destino e não é o seu. Nota:( se  conseguiu atribuir mais que 25 pontos você é uma das Jugulares)

Pontuação : se você respondeu NÃO :

Se a sua pontuação atingiu os 25 pontos, você é a Manuela Ferreira Leite que respondeu com a ajuda do Prof. Cavaco Silva; se atingiu entre os 15 e os 20 pontos você é Passos Coelho a dar uma entrevista à Judite ; se atribuiu menos de 15 pontos você é um dos muitos técnicos do FMI que são nossos leitores; se não atribuiu nenhum ponto você é o Sócrates ou alguem enviado por ele : Nota ( se atribuiu mais de 25 pontos você pode ser um dos autores do 5 dias ou o Aventador LM )

Responda, reflicta e adivinhe quem vai pagar !

A EDP e a sub-estação do meu bairro…

A EDP está em grande, avultados investimentos no Mar do Norte, e nos Estados Unidos, em energia do vento em off e em on shore. Associada com empresas de tecnologia de ponta, a EDP diz que quer ficar detentora desse know how e arrancar com um cluster no país, com outras empresas portuguesas.

Eu por mim acho bem, o pior é a mesma EDP tão avançada tecnologicamente, dar-me cabo, ano após ano, do meu frigorífico.

É que vivo aqui há 30 anos e não há ano nenhum que não aconteçam, nesta zona, vários apagões. Lá se vai o frigorífico e os alimentos que lá estão, a TV e a box ficam a piscar, o PC troca tudo, as lampadas fundem…

Para além das chatices tudo isto custa dinheiro, é preciso chamar várias entidades para repôr a minha comodidade e, isto, é todos os anos. Como se compreende que uma empresa internacional, que é só tecnologias e investimentos internacionais, entre os grandes do mundo, não seja capaz de arranjar de vez, a sub-estação do meu bairro?

E pagar os prejuízos dos agricultores do Oeste?

Ainda um dia destes vamos ter a EDP a fazer uma “joint-venture” com uma grande empresa internacional, para enroscar as lampadas da minha rua…

Tudo, porque pagamos o preço mais alto de energia e estamos entregues à prepotência de uma empresa monopolista que não está sujeita à concorrência. (agora está aí a espanhola Endesa…)

Nestas condições todos podem “armar” em “super gestores”…

Prós e Contras – Nestas condições os megaprojectos são um disparate

A verdade vem ao de cima como o azeite. O governo minoritário já não mete tanto medo como o "quero, posso e mando" e  os especialistas começam a dizer em voz alta o que só diziam em voz baixa.

 

Nos últimos vinte anos o país investiu em obras públicas e o resultado é que somos o país mais pobre da Europa. E o mais injusto. E o que menos vai crescer. Não vale a pena, agora ainda vale menos a pena, continuar com obras que só servem o lobby do betão.

 

Pedir dinheiro emprestado lá fora e pôr a máquina das empresas de construição civil a trabalhar e comprar os equipamentos de tecnologia lá fora, é muit fácil. Dificil é fazer investimentos que reforcem o nosso poder de exportar, que substituam importações que melhorem a nossa produtividade.

 

O governo limita-se a jogar com as empresas que vivem do mercado interno, tira a uns e reforça outros, mas isso é uma soma igual a zero, no que diz respeito ao país.

 

É uma temeridade aumentar a dívida externa já imensa para fazer investimentos que não têm nenhum poder de captar tecnologia, de criar postos de trabalho, de exportar. Parece estar a criar-se um consenso para impedir que estes desastres se concretizem, pelo menos a curto prazo.

 

É necessário, e isto ninguem contesta, investir na produção de bens transaccionáveis, que se exportam, os quais há vinte anos representavam 30% do PIB e hoje continuamos com os mesmos 30%, apesar do país se ter endividado fortemente. Com esta factura de serviço da dívida o pais só pode empobrecer e ficar de mãos atadas, por décadas. Os próximos dez anos são de empobrecimento, e isto não é uma previsão, é uma realidade à qual já não somos capazes de fugir.

 

O país não tem de estar sujeito à ditadura dos lobbies que ,sentados à mesa do orçamento, forçam investimentos que não criam riqueza e que não são necessários, ou cuja prioridade não é nenhuma.

Despesa pública já ultrapassa os 50% do PIB

Todos os limites negativos das contas públicas vão sendo ultrapassados. A despesa pública já ultrapassa os 50%, o que quer dizer que o Estado abocanha mais de metade do que se produz no país.

 

Quanto maior é a capacidade do Estado movimentar dinheiro mais se aprofundam os vícios que vão dando cabo deste país. A dívida externa saltou, em cinco anos, de 10% do PIB para  100%, não se percebe como se vai pagar com os níveis de produtividade que temos e com a economia a crescer a 0,2%.

 

O ciclo do empobrecimento está montado. Numa fuga para a frente, em que Sócrates é exímio, vêm aí os megainvestimentos, que anunciam mais negócios e que têm uma componente importada muito grande, sem efeitos imediatos no emprego e na produtividade.

 

Não há uma palavra para as PMEs, de apoio às exportações, na substituição das importações, na produção de bens transaccionáveis.

 

Entretanto os barões socialistas ,em todo o lado, em todos os negócios, lançam uma manobra de diversão querendo mostrar a demissão de Vara e de Penedos como uma lição de civismo.

 

Era o que faltava se ao primeiro ministro sob suspeita e em funções, se junta-se agora o vice-presidente do BCP e o Presidente da REN.

PIN – projectos ameaçados

Grandes projectos com peso na criação de emprego e no investimento e mesmo na exportação, estão a patinar.

 

A Repsol, em Sines ( assinala o i) previa um investimento de 750 milhões e novas fábricas e ampliação da existente, aguarda luz verde de Espanha.

 

Artenius, em Sines, investimento de 355,3 milhões, produção para exportação e criação de 150 postos de trabalho, abana devido à delicada situação da empresa mãe, La Seda.

 

Itarion Solar, Vila do conde, junto da Quimonda, para produzir células fotovoltaicas, 74,8 milhões de euros, entrou em processo de falência.

 

Agni, em Montemor-o-Velho, investimento de 52 milhões, produção de pilhas de combustível para energia, falência da casa mãe, a Agni (Malásia).

 

Estes investimentos são de grande importância, implicam transferência de tecnologia, dirigem-se à exportação ou substituem importações. Temo que os investimentos que andam de vento em popa, não passem de campos de golfe e mais uns resorts para darem cabo do resto da encosta Vicentina e do Alqueva.

5 000 Euros de prejuízo / dia / estádio

É quanto nos custa cada um dos quatro estádios construídos a mais para o Europeu de 2004.

 

Aveiro, Leiria, Coimbra e Faro custam-nos a "visão" de estadistas, os mesmos que nos querem agora empurrar para obras megalómanas, com o mesmo tipo de argumentos. Cinco mil euros por dia é quanto nos custa cada um daqueles estádios que, como todos diziam, não eram necessários e que agora estão às moscas.

 

Mas o lobby do betão manda e o PS ainda manda mais, pelo que há que fazer obras, muitas obras, logo se vê quem paga.

 

O descalabro é de tal ordem que há em Aveiro quem proponha que se impluda o estádio e no seu lugar se construa outro de menores dimensões. Em Leiria, andam a tentar construir, num dos topos, uns hoteis e, em Coimbra, o Presidente da Académica tambem já propôs que se deixe aquele estádio, cuja manutenção é caríssima, e se construa outro bem mais pequeno.

 

Responsáveis, pais da ideia, promotores do desenvolvimento, não há, ninguém foi, ninguém dá a cara. Por acaso (ou não), foi num governo onde o responsável pela secretaria da juventude e desportos era um senhor agora muito conhecido e que tambem é o paladino das obras públicas, para que o país não fique para trás.

 

É uma espécie de trabalhar para aquecer, não serve, não precisamos mas faz-se na mesma, fica já feito, alguma vez há-de ser preciso e alguém vai pagar. Finalmente, até nos dizem que é graças aos estádios que não são precisos que podemos agora concorrer em parceria com a vizinha Espanha, ao Mundial de Futebol de 2016. Recuperamos o investimento.

 

E não vêem que é a forma de arranjar o argumento decisivo para o  investimento do TGV? Já está, para quem não quer ver, multidões a andar entre Lisboa e Madrid para não perderem nenhum jogo. E depois mais multidões para verem onde foi e outras multidões para verem..

 

Está garantida a viabilidade financeira, e em caso contrário, implode-se!