Medo!

Nuno Graciano perde a cabeça com “jornalistas” do coração.

Jornalismo neurótico

Não vou comentar o desempenho de Sócrates. Haverá muito quem o faça e a minha opinião negativa sobre a personagem não deixa dúvidas. Mas dispus-me a ouvir. Não há possibilidade. O revoltante jornalismo por encomenda de entrevistadores que se portam como aqueles cães pequenitos que ladram constantemente por tudo e por nada, que nos dão umas ferraditas nas calças em regime de toca e foge, na ânsia de agradar ao dono, não o permite.

São jornalistas fala-barato, que adoram ouvir-se e não suportam a fala do interlocutor, não lhe permitem um minuto seguido de argumentação. Pensam eles que estão a ser duros. Estou a vê-los no bar lá do sítio, gabando-se aos seus comparsas de que “torceram” o inimigo. Mas, no fundo, estão só a ser incompetentes e grosseiros para com o entrevistado e, sobretudo, para connosco, o público.

Uma entrevista dura e exigente não é nada disto. Exige gente preparada a sério, que saiba pôr questões pertinentes e implacáveis, mas que saiba, também, ouvir o entrevistado no sentido de, a partir das suas respostas, o interpelar sem concessões mas, também, sem provocações infantis. A entrevista de Sócrates foi insuportável. Mas, sejamos honestos, desta vez a culpa não foi do ex-primeiro ministro mas dos jornalistas que nem sequer perceberam a encomenda que, mais que provavelmente, os seus mandantes lhes fizeram. No fim de tudo isto quem me lê deve estar a pensar que estou solidário com Sócrates. Não se trata disso. É que este tipo de jornalismo não o atinge só a ele, nem principalmente a ele. Por isso, protesto. Como cidadão que quer os direitos respeitados.

Refundição do Estado… Jornalistas out!

ImageO neoliberalismo tem um aspecto semelhante à “solução final”, porque implica deixar cidadãos para trás, os improdutivos, os que estão fora do sistema e os que não têm nem nunca virão a ter emprego.

Esta limpeza etária, a efectuar sobre os mais pobres, não pode ser registada. Pode sempre haver uma frase ou um gesto que, se e quando as coisas mudarem de sentido, venha a servir de prova no TPI, uma vez que, de facto, estamos a falar de genocídio em função da idade, da posição no processo produtivo e da riqueza. É por isso que as reuniões do grupo dos 30, da Trilateral e de Bilderberg também são à porta fechada.

Enquanto muitos jornalistas considerarem que o problema da inactividade de 80% da população, que já está a ser discutido desde 1995, é uma teoria da conspiração, e persistirem em não ver as implicações macro das teses que vão timidamente vindo a público, este processo vai continuar a seguir o seu rumo traçado há muito.

A refundação do estado, de Passos Coelho e Moedas – e da Goldman Sachs – tem diversos elementos com implicações na esperança média de vida e na mortalidade infantil, dos pobres, claro, que são pequenas peças dessa “solução final”, ou “eugenia”, se preferirem.

Acabou o corrupio?

corrupioUm velho amigo, jornalista experiente e resmungão, mostrava-se sempre muito irritado com os erros dados pelos seus colegas de profissão, explicando, entre muito vernáculo, que não seria admissível que um mecânico de aviões se descuidasse com um parafuso que fosse. Se a ferramenta de um jornalista é a língua em que escreve, substitua-se o parafuso por sílaba e o avião por ortografia ou por construção da frase.

Na página do ionline, esteve bem visível um erro ortográfico: corropio. Entre tantos dicionários, prontuários e correctores, como se explica que uma palavra como “corrupio” possa aparecer mal escrita? Retomando a imagem do parafuso e do avião, estamos diante de um provável despenhamento: há um jornalista que não domina a ferramenta e há uma multidão de leitores que é arrastada para um erro ortográfico.

Mau estar?

É mal-estar, senhores jornalistas da Lusa, da Visão, do i ou do Público.

Ricardo Rodrigues apropriar-se-á da toga do juiz

Sentença do deputado Ricardo Rodrigues é hoje conhecida

Identificadores para manifes

Roupinha ligeira para manifestantes e pessoal que não se manifestando leva na mesma. Ideal para a temporada primavera/verão. Modelos aprovados pela Polícia de Segurança Pública.

Roubado no Facebook ao Paulo Rodrigues

Os ricos e leituras recomendadas para pobres

Esta coisa de os ricos terem percebido que a austeridade não lhes dá jeito nenhum e por isso desistiram de investir em Portugal (o mais importante ângulo do caso Pingo Doce/Holanda e por isso mesmo o mais ocultado) deu direito a mais uma enxurrada de púdicas defesas dos criadores de riqueza, generosos inventores de empregos, gente honrada e trabalhadora. Nuns casos falam assim por má-fé, noutros por ignorância.

A estes últimos recomendo mais uma vez a leitura de Os Donos de Portugal. Está lá tudo: na generalidade dos casos em Portugal as grandes fortunas fizeram-se à pala do estado, da capacidade de influenciar governos e outras trafulhices mais variadas. Percebe-se que na maioria é gente sem escrúpulos, para quem negociar com o Hitler ou Pinochet pode ser o ex-líbris da família Espírito Santo e o lado para onde melhor dormem.

Quanto à forma como a comunicação social tem lidado com este e outros casos sugiro a leitura de A subserviência dos jornalistas perante o poder económico, uma boa sistematização do Daniel Oliveira.

O símbolo da ignorância dos jornalistas da Sábado

Disto se diz: ir buscar lã e sair tosquiado.

Para quem não estudou química: símbolos têm os elementos naturais, a água é composta por dois e portanto tem uma fórmula.

Numa reportagem falsificada sobre a ignorância dos estudantes universitários (que a há, e sempre houve), é obra. Com o mesmo rigor posso atestar que em 1985 dois finalistas de História escreveram numa frequência froid por Freud, é só um exemplo e se pegarem em livros de memórias de antigos estudantes de Coimbra encontrarão referências a várias patacoadas similares. Nisto discordo do Miguel Cardina: não é por se ter massificado que a universidade passou a ser frequentada por ignorantes (quanto muito há mais em termos absolutos), sempre uma houve uma boa percentagem que não lia, se limitava a marrar sebentas e a andar por aí. Alguns chegaram ao topo das suas profissões, ou por exemplo a deputado: a um vendedor de banha da cobra não se pedem conhecimentos de medicina…

A Falta de Memória nas Redacções

Este programa já tem alguns anos, mas continua tão actual como no dia em que foi transmitido. Os jornalistas seniores foram removidos das redacções. Isto permite por um lado poupanças nos respectivos salários, por outro lado lado resulta também numa nova geração de jornalistas mais fáceis de moldar pelos interesses de cada momento. Aqui chamam-se os bois pelos nomes num raro momento de franqueza pública sobre estes assuntos.

Parte 1

(As partes 2 e 3 estão disponíveis a seguir.)
[Read more…]

Os jornalistas, esses obsessivos

«Sócrates diz que situação económica é ‘obsessão’ dos jornalistas» (Sol). Interrogava-me quem eram afinal esses “mercados”. Agora já sei. Trabalham nas redacções e emprestam dinheiro. Devem ser os da RTP. Ouvi dizer que ganham bem.

A Incomodidade dos Blogues

A blogosfera para os ‘velhos do Restelo’ é um espaço de crime, de ignomínias e de toda espécie de ódios e maledicência. Ontem, na edição ‘on-line’ do Jornal de Negócios o artigo ‘Blogue Portugal’, de Leonel Moura, converteu-se em mais um texto esquizofrénico de ataque a blogues e blogueres.

A esquizofrenia do citado escrito, na parte final, também pretende flagelar parte dos jornalistas actuais, aquela que ousa transpor para a comunicação social todo o veneno de que a blogosfera está impregnada. Na palavra de Moura, os blogues são uma rede por onde circula alguma informação dispersa e nem sempre verídica e sobretudo opiniões, amores, compadrios, frustrações, manias, rancores e ódios. Enfim, a tragicomédia no seu esplendor (sic).

Este tipo de argumentos não é inédito. Já ouvira coisas parecidas de algumas figuras ligadas ao jornalismo e à literatura. Trata-se, pois, de posição muito comum de determinadas pessoas que vivem dos jornais e dos livros. Têm o perfil de cinquentenários recentes ou de há certo tempo – curiosamente, diga-se, parte deles são mais jovens do que eu.

Leonel Moura é mais um a fingir não compreender a transformação revolucionária da vida no nosso planeta, com a criação da plataforma Internet, e todas as demais que, com o decorrer do tempos, a utilizam como suporte e/ou lhes estão associadas; e digo fingir, atendendo a que o artigo acaba por revelar o espírito interesseiro do autor.

Com efeito, depois de também desancar nos tais jornalistas maus, os que usam e frequentam o mundo nauseabundo dos blogues, o Sr. Moura sai-se com esta: “…como se explica que apesar desta intensa campanha de insultos e intrigas contra Sócrates e o PS, estes continuem a ganhar eleições e ter boas sondagens?” (sic). Com esta tirada, o homem deixou cair a máscara: o incómodo dos blogues, para ele, corresponde a um sentimento de sofrimento por Sócrates, com Sócrates e só Sócrates.

Da opinião de Leonel Moura, transparece claramente que o ideal dos ideais seria aplicar à comunicação social portuguesa o modelo do amigo Chavez, incluindo a medida de jugular os Blogues. Apenas não se jugulariam os ‘Jugulares’, por mera precaução contra redundâncias.

Leituras

Como eu gostava de ter escrito ISTO

ISTO devia ser de leitura obrigatória em todos os cursos de Jornalismo!

Nem de propósito ESTA notícia.

Não se faz ISTO!

E como aplaudo ESTE post!

Picaretas falantes

(vídeo no final)

Hoje, final da reunião entre o ministro das Finanças e a delegação do CDS-PP para debater o orçamento de Estado.

Como manda o protocolo, os elementos do partido da oposição saem primeiro e falam à comunicação social. Depois é a vez do ministro das Finanças. Teixeira dos Santos é “atacado” por microfones dos jornalistas. Espetados, os receptores de áudio esperam grandes notícias. Neste momento, a alguns elementos da tropa da comunicação social só interessa uma coisa: que haja uma resolução. Querem uma grande notícia à viva força. Sobretudo os das televisões. Querem, querem não, exigem algo de concreto que sirva para alimentar os noticiários e debates dos três canais de notícias.

[Read more…]

E agora uma coisa completamente igual – um editorial do DN

A propósito disto, tenho a dizer o seguinte:

 

No primeiro parágrafo, o editorialista  recorre à habitual pobreza argumentativa que consiste em afirmar que todas as classes profissionais devem ser tratadas da mesma maneira, porque são classes profissionais. Não haverá classes profissionais em que todos possam ter a possibilidade de aceder ao topo da carreira? Não será que um professor em fim de carreira desempenha as mesmas funções que um outro no início? O que é um lugar de topo na carreira docente?

     O autor considera que a decisão ministerial de acabar com a divisão em categorias é um “gesto carregado de valor simbólico”, como que reduzindo esse acto a um favor feito a uma classe refilona. O calculismo que parece presidir à actuação de Isabel Alçada terá visto nesse gesto a oportunidade de ganhar terreno negocial. A verdade, porém, é que a criação dessas duas categorias, tal como foi posta em prática, constituiu uma dos momentos mais absurdos – e foram muitos – do legado de Maria de Lurdes Rodrigues. Acabar com isso é muito mais do que um acto simbólico, é um imperativo ético.

     Seguidamente, o autor ajusta contas com o passado, afirmando que “raríssimas foram as vozes entre eles que tiveram a inteireza de denunciar em público a farsa na qual se transformara a pretensa avaliação em vigor.”

 

Deduzo que o jornalista que escreve esta peça – porque deve ser um jornalista – tenha investigado o suficiente para saber, sem margem para dúvida, que as vozes foram raríssimas e a avaliação uma farsa. Do mesmo modo, só através de uma aturada investigação se pode concluir que os créditos para progressão na carreira foram “amealhados tantas vezes sem critério” (sublinhado meu) ou que os relatórios eram feitos em “copy-paste”. É essa mesma investigação rigorosa e nada facilista que confere ao jornalista toda a legitimidade para lançar sobre uma classe inteira o anátema de “laxismo moral”.

Sou professor há mais de vinte anos e já vi de tudo na profissão, incluindo laxismo. Sou leitor de jornais há mais de vinte anos e já li de tudo, incluindo falta de rigor. Só tenho um problema: por uma questão de exactamente de rigor, sou avesso a generalizações e procuro, por isso, sopesar afirmações e só por brincadeira me dá para andar a dizer mal por atacado dos portistas, das mulheres, dos jornalistas ou dos professores. Se eu fosse jornalista, faria o mesmo. Se fosse jornalista e me fosse concedido o direito de escrever editoriais, teria ainda mais cuidado com as minhas opiniões, porque acredito, sinceramente, que escrever um editorial, tal como dar uma aula, não é o mesmo que estar a conversar descontraidamente com amigos, exercendo o saudável direito de dizer disparates, que é o que faz qualquer treinador de bancada, tratando-se de futebol, ou qualquer pedagogo de sofá, quando o tema é educação.

     Um jornalista deve produzir afirmações responsáveis e comprováveis, sob risco de cair num “laxismo moral” que acaba por constituir um verdadeiro insulto  à classe a que pertence. Face a isto  a isto, fico tentado a generalizar.

    

 

 

A parvoíce não poupa ninguém

“Duas coisas são infinitas: o universo e a estupidez humana. Mas, no que respeita ao universo, ainda não adquiri a certeza absoluta”.

Albert Einstein, um dos poucos homens que deveria ter sido autorizado a flutuar acima de todos os outros, deverá ter morrido sem esta certeza. Para aqueles mais dados às prosaicas parvoíces do dia a dia, resta-nos o lamento, o desabafo livre e uma certa dose de indignação.

 

Algumas pessoas não devem mesmo saber onde têm a cabeça. Duvidam? Vejam então a notícia do ionline, segundo a qual “durante 13 minutos, as conversas dos jornalistas estiveram a ser gravadas por um funcionário do Ministério da Educação”. “Enquanto os jornalistas esperavam por uma declaração do secretário de Estado-adjunto da Educação (…) o funcionário entrou na sala de imprensa e pôs um gravador junto dos microfones e dos tripés que estavam em cima da mesa. Ninguém deu conta de que o aparelho estava a gravar. Durante vários minutos, as conversas dos jornalistas giraram à volta das notícias do dia, nomeadamente sobre o caso Face Oculta. Comentários informais foram trocados entre colegas que não se aperceberam de que estariam a ser escutados”.

 

Lindo, não é?

Como se inventam notícias

Hoje os jornais e televisões arranjaram uma notícia que diz tudo dos métodos a que estes senhores da Comunicação Social, recorrem, para vender .

 

O José Godinho, o preso, esse, ganhou seis concursos públicos lançados pelo exército.

 

É óbvio que estes concursos públicos para terem resultados agora, foram lançados há vários meses atrás, quando não havia "Face Oculta" nem o Godinho estava arguido, nem acusado e muito menos preso. Depois, quem concorre, são as empresas e não o sr. José Godinho, entidades distintas. Como lembra, aí em baixo o José Magalhães, as empresas sucateiras continuam a precisar de fazer negócios, pois têm vencimentos para pagar.

 

Mas, os senhores jornalistas, usam mais crimes para fazer notícias do que os crimes que supostamente noticiam. É que agora já aí temos os gentios a dizerem que até o exército…

 

No entanto, esta falsa notícia não tem castigo e percebe-se bem porquê. Alguns agentes da Justiça precisam dos jornalistas e estes precisam de vender papel para ganhar a vidinha, e portanto, tudo isto é um círculo mafioso em que notícia encobre o que importa e lança suspeitas. O sr Godinho ganhou? ah! aí está mais uma "Face Oculta"!

 

Difamações que deviam envergonhar estes senhores que se dizem jornalistas, que se humilham, diariamente, a fazer fretes.

 

Bastava falar, previamente, com um representante do exército, não era?