Sarkozy é de esquerda

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Existe uma certa direita, primária e estupidificada, representada em Portugal por sites de fanáticos acéfalos como o Direita Política, que associa frequentemente todo e qualquer ditador ou terrorista ao socialismo, ao marxismo ou a qualquer outra corrente de pensamento que se mexa à esquerda. Um evento permanente de degustação de gelados com a testa. [Read more…]

O ditador e a chinesinha

As notícias são, sobretudo, silêncios, por muito barulhentas que sejam, porque o ruído não é mais do que a melhor maneira de não deixar ouvir o que é verdadeiramente importante.

Na Líbia, um assassino foi assassinado por uma multidão tão cheia de mortos que não soube ou não pôde ser civilizada. A História repetiu-se, como tem acontecido milhares de vezes, e mais um ditador foi reduzido a algo menos que um homem, colhendo aquilo que semeou. Os homens que o mataram foram também eles menos homens, como muitos outros antes deles, num repetição tão inesperada como frequente dos Idos de Março. O problema, como sempre, está na ilusão de que a notícia da morte de um ditador significa o fim de uma ditadura ou o princípio de uma liberdade, ideia que ocupa o discurso de todos os poderosos do mundo cuja função é falar com grande segurança do que se passa noutros países. Não estará o futuro da Líbia obscurecido pela morte de um homem, tão importante por ser homem e tão dispensável por ser um ditador? [Read more…]

Escabroso!

Todos temos na memória, as vergonhosas imagens de Mussolini pendurado pelos pés na Pizza Loreto, naquela já distante Primavera de 1945.  Também recordamos a escandalosa farsa do “julgamento” e execução sumário dos Ceausescus, numa paródia de justiça que apenas confirmou o que se suspeitava: os camaradas do Conducator do PCR, desejavam dele se desembaraçarem,  calando uma voz mais que comprometedora. Se sabemos qual a natureza do ainda vigente regime italiano de 1946, as diferenças relativas ao que Illiescu deixou na Roménia, não serão assim tão relevantes. Máfia é o termo exacto.

Pois aconteceu o mesmo na Líbia e as reportagens que nos chegam, são aquelas que se esperavam. Realmente, Kadhafi tudo fez para este ignominioso fim, enlouquecido pela crença na sua estrela que julgava eterna. A verdade é que os responsáveis do novo regime, logicamente  deveriam ter  impedido um epílogo destes, mostrando que os tempos são outros e que a intenção em restaurar a Constituição da independência, não é apenas um exercício de retórica. Era disso mesmo que a comunidade internacional estava (?) à espera. Pois Jalil e os seus falharam redondamente e o espectáculo que as televisões nos oferecem,  é  de facto escabroso, para não dizermos mais.  Nada de bom sairá de eventos semelhantes.

Quanto à posição portuguesa, Paulo Portas devia medir as palavras. Ninguém está a salvo num futuro pleno de incógnitas.

Grande! Grande! O Grandioso Povo Da Cidade Líbia de Sirte! #ILoveKadhafiPeople

A Magnânima Ajuda Humanitária ao Povo Líbio! Este mundo deve Imaginar que as Pessoas da Cidade de Sirte São Imortais, Y, que desta destruição Ninguém Morreu! Os Habitantes da Cidade de Sirte Foram Caluniados – sucessiva, descarada Y constantemente -, pelos JORNALISTAS MUNDIAIS; rotulados  de MENTIROSOS, quando em desespero-apelo diziam que estavam a ser alvo de bombardeamentos indiscriminados. Lembramos  o cuidado reiterado de Saif al Islam em explicar Y esclarecer Y advertir que a População Líbia, nas últimas décadas, tinha sofrido uma grande alteração, dado os fluxos migratórios, sendo, portanto, composta também por PRETOS. Repito: Saif al Islam destacou por inúmeras vezes: são PRETOS a quem foi reconhecida a cidadania Líbia. Ainda hoje, quando abrimos os Jornais de referência Mundial, com Jornalistas de Referência Mundial que, no conhecimento, inclusive, aferido  pela Amnistia internacional, do LINCHAMENTO indiscrimindado de: homens, Mulheres Y CRIANÇAS, continuam impunes, soberbos, Y poderosas Máquinas de guerra Mediáticas a escrever MERCENÁRIOS! Y à conta da Palavra MERCENÁRIO, escrita por INSUSPEITOS jornalistas de RENOME MUNDIAL vão sendo degoladas Pessoas PRETAS, só porque são Pretas. São homens, Mulheres, Jovens Adolescentes Y CRIANÇAS! Y a cobro da Solenidade de Renome Mundial, O GENOCÍDIO é Paternalizado como Praxis de louvável Liberdade Rebelde sob a capa da Palavra MERCENÁRIO.“GROTESCO! GROTESCO! GROTESCO!” Já Não [Read more…]

Matar o próprio povo: uma das maneiras de ser amigo do Ocidente

José Maria Aznar ficará para a História como um daqueles rapazolas que se reuniu nos Açores com figuras tão ilustres como George W. Bush e Tony Blair. Os três juntaram-se na presença babada de Durão Barroso, contratado para desempenhar o papel de mordomo sorridente e solícito. Nesse dia auspicioso, descobriram que Saddam Hussein era portador de armas de destruição maciça que nunca foram encontradas até hoje.

A queda de Saddam terá sido, seja como for, um momento positivo para a humanidade, pois o único ditador bom é o ditador deposto. Nada disso impede a discussão sobre os métodos usados e as circunstâncias escolhidas para derrubar ditadores ou a constatação de que a definição do conceito de ditador parece estar, tantas vezes, dependente de interesses.

O mesmo Aznar que participou na selecção de Saddam como inimigo preferencial, ao mesmo tempo que esquecia outros ditadores úteis, surge, agora, a criticar o Ocidente por continuar a fazer o mesmo. Até se poderia tratar de uma inflexão no pensamento do antigo primeiro-ministro espanhol, disposto, finalmente, a exercer a política com nobreza, mas, ao defender que Kadafi não devia ser atacado por ser amigo do Ocidente, revela a habitual baixeza de quem só se lembra dos direitos humanos no Natal. Quem tortura, mata ou explora o próprio povo pode ser amigo do Ocidente?

Votos, negócios e temores

A actual situação de guerra total e sem olhar a meios, exige a obliteração do regime do Sr. Kadhafi. Não pode haver qualquer ensejo de contemporização para com o déspota, ou pretender a reforma de um regime que durante quarenta anos, empilhou provas insofismáveis da sua marginalidade. Propor um “período de transição” com a gente que comanda em Trípoli, pode levar muitos a pensar que consiste numa tentativa de “salvar o que possa ser salvo”. Ali, pouco ou nada existe para aproveitar e este deve ser um capítulo definitivamente encerrado.

O ministro Luís Amado finalmente acedeu a esclarecer a posição portuguesa, que contudo permanece prisioneira ao estranho princípio de um compromisso que todos sabemos muito difícil. De qualquer forma, as suas declarações no Maputo representam já qualquer coisa, mesmo verificando-se a existência de algumas zonas cinzentas no discurso. De facto, qualquer apeasement é inaceitável. [Read more…]

Podem dizer o que bem entenderem…


… mas o fulano vai acabar assim, ou ainda pior. Não perde pela demora.

Raposas do Deserto


Os italianos olhavam para a sua recentemente criada colónia da Líbia, como uma frente de combate convencional, quase à imagem da Venécia ou Flandres da I Guerra Mundial. Pautavam os seus movimentos pela obsessão da conquista de posições, ou melhor, de um terreno inóspito, sem água, calcinado pelo sol e pedregoso, enfim, uma autêntica armadilha para qualquer serviço de logística do mais poderoso exército. Após meses de estéril simulacro de campanha, as tropas do Duce enterraram-se em posições que pensavam ser bastiões impenetráveis. Não houve fosso anti-carro, jardim de minas e de arame farpado, trincheiras, redes de bunkers e losangos de artilharia que as salvassem pois os seus adversários britânicos, com efectivos numericamente muito inferiores, aperceberam-se das verdadeiras condições decorrentes da arcaica mentalidade militar imperante em Roma. A consequência consistiu numa série de desastres, dos quais o governo de Mussolini e o Eixo jamais recuperariam. O desembarque de Rommel em Trípoli, modificaria o estado de coisas e desde cedo mereceu a alcunha de Raposa do Deserto, sempre apto a caçar no terreno que o inimigo pensava ser seu. Invertendo-se os papéis, o general alemão conseguiu com elementos quase irrisórios, anular os sucessos apenas recentemente obtidos pelos ingleses que paradoxalmente, acabaram por cometer os mesmos erros do exército italiano. Rommel manteve a logística como o ponto essencial para o sucesso das operações e a agilidade como norma. Apercebeu-se que combatia num mar de areia, onde os “tanques eram navios” e pouco importando sucessos de ocasião e obtidos pela conquista de uma ou outra desoladora localidade isolada do resto do mundo. Milhares de quilómetros quadrados “conquistados” e apresentados nos mapas avidamente coleccionados pelos estrategas de café, nada significavam. Em suma, compreendeu aquilo que o território líbio significa. Longe ainda estava o tempo em que a Cirenaica se tornaria num ponto vital da indústria petrolífera e ironicamente, sem jamais o saber, o Eixo tinha aos seus pés, o filão de combustível de que desesperadamente necessitou durante toda a guerra. Aliás, a falta de carburante, ditou a sorte da campanha e certamente, o destino da Alemanha e da Itália.

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O monstro com as garras de fora

(adão cruz)

E eu a julgar que o problema da Líbia era a decorrência natural do contágio das revoluções da Tunísia e do Egipto. Todos nos consideramos muito espertos até ao momento em que topamos com a nossa ingenuidade. Há momentos em que me sinto burro e vem-me logo à cabeça aquela frase de um velho médico meu amigo com quem trabalhei no início da minha carreira: “mais vale ser mil vezes tolo do que uma só vez burro”. Benza-te deus rapaz, como te deixas comer, diria minha mãe noutros tempos. [Read more…]

Os ratos

As areias estão movediças, as águas tumultuosas, a embarcação mete água, o petróleo não escoa.

Nas embaixadas líbias, um pouco por todo o mundo, os ratos demarcam-se e salvam o pêlo.

Agora foi a vez do embaixador líbio em Lisboa descobrir que estava ao serviço de um “regime fascista” (cito).

Não sei se desprezo mais ditadores assassinos como Kadhafi ou os ratos de porão.

Enterrado o regime, na hora da disputa dos despojos, vamos vê-los surgir de novo. Como democratas de longa data, pois claro. * que os pariu.

Album de recordações


Uma foto cheia de futuros ex, dedicada à matilha de serviço

Cordeirinhos do Médio oriente


Lembram-se dos manos Uday – o dos venenos e choques eléctricos – e Qusay – o executor – Hussein? Esses mesmos, os filhos de Saddam. Um deles, deleitava-se a fazer estourar cabeças de prisioneiros, alinhando-os para desferir tiros na parte posterior do crânio. Uma forma de diversão, como outra qualquer. O outro, adepto de desportos aquáticos, mandava alguns acompanhantes atirarem-se ao Eufrates, para depois, em forte trovoada de risos, alvejá-los à distância. Duas jóias. Além dos seus momentos de lazer, dedicavam-se aos seus trabalhos nas forças de segurança e claro está, ao mundo dos “negócios”. Estes dois” bolinhos de mel” acabaram como se sabe e como vimos, quase em directo pela tv.

Os filhos de Mubarak não eram dados a luna parks de balas, electrólises e outras habilidades do estilo. Preferiam o método da engorda de contas bancárias e da apropriação da coisa pública, como se privada fosse. Terão melhor sorte e um destino infinitamente mais consentâneo com os desígnios do nem sempre Misericordioso.

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Por Alá!!!


Cada vez mais parecido com o Mickael Jackson dos últimos dias, o coronel Kadhafi declarou ontem, não entender a contestação à sua pessoa. Segundo diz de si próprio este “grande líder revolucionário”, apenas desempenha o papel de uma “figura simbólica”. A quem o quis escutar, Kadhafi disse que o seu poder é “semelhante ao de um rei” e segundo corre, chegou ao ponto de comparar o seu “reinado”, com o da rainha Isabel II. Mais ainda, apontou o facto de Sua Majestade estar no trono britânico desde 1952, não sendo isso um motivo para a atacarem.

Tudo isto, apenas nos faz gritar um bem sonoro “por Alá!”

Amigos amigos, negócios à parte


Os corporativos andam aflitos. Publicam fotos de toda a gente, mas nada daquilo que se espera, apesar das recomendações do sr. Amado quanto a “adaptações inadiáveis”, por exemplo. Já nem sequer falamos dos sectores camaradas do BES, PT e quejandos, mas tão só, de “assuntos de Estado” como eles importantemente gostam de fazer crer.

Aguardam-se ansiosamente, as fotos do grande líder Kadhafi em Lisboa e especialmente, aquelas onde surge o sr. Sócrates e a sua entourage de negociantes de areias em terra de desertos. O google está cheio delas, é só procurar as tendas, o forte à beira Tejo, as “valquírias” que tanto deslumbraram os cooperantes do Público, Expresso e afins. Pelo sim pelo não, já fomos recolhendo algumas fotos da passagem do “caixeiro viajante” que Ahmadinejad enviou às Necessidades, não vão os “boys de serviço” fazê-las desaparecer. Se estivesse no lugar deles, aconselharia o grande-chefe a agendar um encontro com Reza Ciro Pahlavi. Há que garantir os próximos tempos.

É vê-los agora, a sacudir a água do capote. O pior é que estão sob uma portentosa queda, ao estilo Niágara.

"Revolução" e "revolta"


Um acampamento diante do Museu Egípcio. Uma carga de camelos, umas tantas pedradas, dois discursos presidenciais seguidos de uma demissão, uma feira de música e comes e bebes. Afinal de contas, foi isto, a “revolução egípcia”. Os olhinhos dos comentadeiros televisivos brilhavam, quando pronunciaram vezes sem conta, a palavra “revolução”.

Pelo menos até este momento, o Egipto não houve qualquer revolução, tendo-se limitado a um render da guarda militar. Esta é a verdade e nada mais.

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Kadhafi, esse pobre diabo à beira túmulo


Ditadores houve que partiram discretamente, passando ao anonimato em exílios mais ou menos longínquos. Outros, optaram por um bunker na sua capital, recusando-se à rendição e evitando a captura pelo inimigo. São estranhas formas de queda do poder, mas sem dúvida, muito mais dignas que aquela que presenciamos em directo pela CNN, a televisão do “fero inimigo”.

Apelos à “religião, a heróis, a tumbas de antepassados” perdidas entre as areias do Saara. Segue-se o apelo ao ódio pelo ocidental, o clamar contra o infiel. Conclui e afinal tudo se resume à mais descarada mentira, indicando o leste do país e as bases militares líbias ali situadas, como “ocupadas pelos imperialistas americanos, ingleses e italianos” e claro está, insultando as cavilosas fontes de falsas informações que o Ocidente domina.

É possivelmente o derradeiro, paupérrimo e ridículo discurso do sr. Kadhafi. Um vergonhoso fim para quem mandou durante quatro décadas.

Tínhamos a percepção de o seu regime se encontrar condenado, mas após este patético estrebuchar, estamos certos de a “jamahiria” já se encontrar morta.

Os canalhas nunca são do seu próprio povo

A canalhice é como a estupidez, universal. Tal como a estupidez, torna-se tanto mais perigosa quanto mais poder tem o canalha. É nessas alturas que se vê com quantos paus se faz um canalha.

Chegados ao poder, os canalhas submetem povos, não lhes pertencem. Chegam a acreditar que o povo e respectivos pertences lhes pertencem. É por isso que o canalha bombardeia o seu povo, com bombas, se preciso for.

Por vezes, há pessoas sérias que abraçam os canalhas e declaram publicamente amizades profundas tão eternas como eternos são os amores enquanto duram e juram que os canalhas não são canalhas ou que não se deve meter o nariz nas canalhices dos canalhas, como a colher entre marido e mulher. O que dirão as pessoas sérias se os canalhas forem castigados pela sua canalhice?

A tropa de Kadhafi em deserção


Podem debalde procurar no Público, no Diário de Notícias ou no Expresso. Nem uma linha ou sugestão de algo que perturbe a eufórica festança da “liberdade”, já corporizada por quem se mete na primeira fila para o exercício do poder que aí vem.

Os assassinos de Anwar el-Sadat e treinadores dos aeronautas do 11 de Setembro, mais conhecidos como Irmandade Muçulmana do Egipto, declararam rejeitar a possibilidade de cristãos ou mulheres poderem candidatar-se à presidência do país. [Read more…]

Lição para ditadores


Com o Magrebe a pegar fogo, uma notícia parece surpreendente, mas perante os factos noticiados, a longa permanência no poder pode facultar algumas lições a reter.

Pelo que se diz, o sr. Muhamar Kadhafi precavê-se de qualquer eventualidade e olhando para um bem conhecido antecessor em certas praxis políticas – para mais, nosso vizinho -, decide-se a fazer aquilo que Salazar, Brezhnev e Ceausescu – entre outros, muitos outros – não quiseram ver e menos ainda, fazer. Franco parece ter sido o único e os resultados estão à vista.

Chegam notícias de uma possível instauração de Monarquia Constitucional na Líbia. Sabe-se que Kadhafi nutre uma profunda aversão por clericalismos e o facto da chamada Irmandade Muçulmana estar em avanço – só não o vê quem não quer -, impele o homem das sedas e tendas, a uma decisão que poderá ter consequências quanto à estabilidade na região.

“And basically, I think he’s setting himself up to do what Franco did in Spain, which was to return the country to a constitutional monarch.”

Esperemos para ver. Entretanto, para saber mais, este post e respectivo link, elucida-nos.

Contos Proibidos: O apoio de Kadhafi ao PS e as relações com Israel

continuação daqui

Uma outra questão essencial da política externa do PS foi o empenho com que «forçámos» o Governo Português a normalizar as relações diplomáticas com Israel, encontrando eu em Salgado Zenha o principal protagonista desta normalização. A quase totalidade da direcção socialista saída do II Congresso tinha laços antigos com os argelinos.
O apoio financeiro do coronel Kadhafi, em 1974, era uma outra importante condicionante ao reconhecimento de Israel. O que, a meu ver, era um autêntico disparate. Não só porque o país existe e era (e continua a ser) a única democracia do Médio Oriente, mas porque esse não reconhecimento tinha repercussões político-económicas em todo o mundo ocidental. Havia também que contar com o facto de existir em Israel um partido que fazia parte da IS.
A resistência do Governo, à semelhança do que se passara com os Governos Provisórios, dava lugar a rumores de que Portugal cedia às pressões do mundo Árabe, ao passo que era do conhecimento geral de que seríamos mais respeitados pelos árabes reconhecendo Israel, do que o não fazendo. Um outro fundador do PS e da chamada ala moderada do partido, Bernardino Gomes, que Soares tinha designado para certos contactos com a CIA, desenvolvia então em Lisboa uma espécie de lobby pró-israelita. Era seu assessor em S. Bento e muito diligente para com a família Soares. [Read more…]

Guerra Santa – Kadhafi não esquece os minaretes

Cá se fazem cá se pagam. Leiam porque é que o espaço de Schengen se encontra seriamente ameaçado. Se a perda de poder solidário do ocidente no mundo continuar, qualquer dia nas nossas relações com os países muçulmanos verificar-se-á uma obediência antecipada da nossa parte. Será o fim das nossas liberdades democráticas.

Rolf Domher

SPIEGEL ONLINE, 02/26/2010

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Alpine Jihad: Libya’s Gadhafi Declares Holy War Against Switzerland

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The feud between Libya and Switzerland has been simmering for months. On Thursday, Moammar Gadhafi went on the offensive, calling for a jihad against the Alpine country.

You can download the complete article over the Internet at the

following URL:

http://www.spiegel.de/international/world/0,1518,680525,00.html

A máquina do tempo: a Suíça e os minaretes

 

 

Domingo passado, dia 29 de Novembro, 57,5% dos eleitores suíços exprimiram em referendo o apoio à proposta do Partido Popular Suíço (SUP-UDC), uma organização ultra-direitista, de integrar na Constituição a proibição de construir minaretes nas mesquitas que se edifiquem em território helvético. O índice de participação foi de 55% dos eleitores recenseados. O resultado deste referendo não afecta os quatro minaretes existentes em mesquitas já existentes em território helvético.

 

 

aqui falei da Suíça, salientando a ausência de tragédia que assombra um país onde a grande tragédia, estatisticamente expressa no elevado número de suicídios, é precisamente essa extrema arrumação, a obsessão pela correcção e, sobretudo o facto de tudo isso, incluindo o elevado nível de vida que os cidadãos gozam, ser conseguido à custa dos negócios ínvios que para ali canalizam fortunas, protegidas pelo sigilo bancário blindado. No fundo, uma tranquilidade conseguida pelo preço da miséria, da exploração, da lepra do narcotráfico, das máfias, do tráfico de seres humanos, de tudo o que de podre, corrupto e horrendo se passa em redor da Suíça, no resto do mundo, em suma.

 

Mas que importa isso aos suíços se eles vivem bem e numa sociedade assepticamente organizada? Que lhes importou a II Guerra Mundial que dilacerava o mundo em seu redor? Isso era fora da Suíça, que tinham eles, povo neutral, a ver com os outros que se matavam entre si? Além disso, seis milhões de judeus eclipsaram-se em fumo, saindo pelas chaminés dos campos de extermínio. Muitos deles tinham contas nos bancos suíços e todo essas fortunas foram incorporadas no tesouro nacional. Morreram muitas dezenas de milhões de seres humanos? Que importa? Quem os mandou não ser inteligentes como os suíços?

 

Também já falei aqui do problema do Islão. Da intolerância da sua hierarquia clerical e da compartimentação cultural, semelhante à da nossa Idade Média. Quando duas intolerâncias colidem, o que acontece? Resultados como o do referendo de domingo em que os suíços recusam a existência de minaretes de mesquitas nas cidades da Confederação Helvética. Lamentável? Certamente.

 

      

A intolerância da clerezia islâmica baseia-se no pressuposto de que sendo a sua fé a única verdadeira, não fazem os cristãos (os infiéis) mais do que a sua obrigação em tolerá-la, sendo mesmo assim grave aos olhos de Alá o facto de não se apressarem a converter-se. Eles, possuidores da verdadeira e única fé, não têm de tolerar as falsas confissões. Exactamente a postura que na Idade Média levou os cristãos a empreender a triste aventura das cruzadas. Já aqui falei desse fenómeno da intolerância dos islamitas.

 

As fotografias que o João José Cardoso aqui publicou provam que não é por uma razão de ordenamento paisagístico, como alguns defensores do resultado do referendo afirmam, que os suíços recusaram a edificação de minaretes. É por medo. Justifica-se esse medo? Em parte sim. Os islamistas não brincam e entre inofensivos fiéis de Maomé que limitam a sua crença às cinco orações rituais e à observância das demais leis corânicas, misturam-se aqueles que acham que se «não vai a bem vai a mal».

 

Porque a verdade é que o índice de conversões ao islamismo entre as populações de acolhimento aos imigrantes muçulmanos é irrelevante – deve mesmo estar abaixo dos números obtidos pelas Testemunhas de Jeová. Não será pela prática do proselitismo que o Islamismo entrará nos países europeus de maioria cristã. A iniciativa de Kadhafi em Roma, ao reunir 200 boazonas para lhes falar do Islão (deixando muitas delas desiludidas, pois pensavam que iam para uma orgia de Berlusconi…), só nos pode fazer rir.

 

Nós cristãos, judeus, ateus, temos de fazer um esforço para compreender a maneira que os islâmicos têm de ver o mundo. Afinal eles são muitos milhões. Porém, enquanto eles não compreenderem também que há muitos mais milhões de pessoas no planeta que se estão nas reais tintas para o que Maomé terá dito ou não e que nunca conseguirão convencer-nos duma verdade que só o é para eles, nada feito. Há mesmo o perigo de uma grave confrontação, porque a cegueira dos fanáticos (os islâmicos, os judeus, os cristãos…) é enorme.

 

O sim suíço à proibição é lamentável. Atesta a existência de uma corrente dominante de islamofobia no pais e é um sintoma de medo e de intolerância. Não porque os activistas islâmicos sejam tolerantes e, por essa tolerância, mereçam reciprocidade. Mas porque a intolerância vinda do nosso campo só aumentará o ódio no campo deles. Demonstrar medo (porque foi isso que aconteceu domingo na Suíça), fornece-lhes argumentos e motivos para o seu fanatismo.

 

O que me parece pedagógico é aceitarmos que eles pratiquem livremente a sua crença entre nós e que tentem convencer-nos à vontade. Para mim e para os que pensam como eu, vêm de carrinho… Quanto ao terrorismo, sendo uma forma inaceitável de fazer política, tem de ser reprimido com firmeza, não por ser islâmico, mas por ser criminoso. A integração dos islâmicos nas sociedades europeias é a arma mais eficaz contra o fanatismo e contra o consequente terrorismo. Leis como esta que o eleitorado suíço acaba de aprovar são o que os extremistas querem – motivos para odiar e para matar.

 

O resultado deste referendo, fornece-lhes álibi para mais uma das suas sangrentas acções. Os islamitas honrados e trabalhadores, que são a esmagadora maioria, terão ficado tristes por este acto de descriminação para com a sua crença. Os outros, os islamistas fanáticos, minoritários, mas influentes e manipuladores, esfregam a estas horas as mãos de contentes.

 

E mais alguns dos primeiros, passam para o campo dos segundos.

 

 

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