Sem vergonha

Para Ministra da Igualdade uma lady que disse o que disse? E, para Ministro das Finanças, não poderiam ter escolhido o Marco António,  ou o Salgado para a Economia, por exemplo. Seriam, ambos, um sinal de coerência do PSD.

Sem bateria

Estes devem ter sido aqueles que tinham bateria no telemóvel:

Primeiro-Ministro: Pedro Passos Coelho; Vice-Primeiro-Ministro: Paulo Portas; Ministra de Estado e das Finanças: Maria Luís Albuquerque;Ministro de Estado e dos Negócios Estrangeiros: Rui Machete;Ministro da Defesa Nacional: José Pedro Aguiar-Branco. Ministro da Presidência e do Desenvolvimento Regional: Marques Guedes;Ministro da Administração Interna: João Calvão da Silva; Ministro da Justiça: Fernando Negrão;Ministro do Ambiente, Ordenamento do Território e Energia: Jorge Moreira da Silva; Ministra da Agricultura e do Mar: Assunção Cristas; Ministro da Solidariedade, Emprego e Segurança Social: Pedro Mota Soares; Ministro da Economia: Morais Leitão; Ministro da Saúde: Leal da Costa; Ministra da Educação e Ciência: Margarida Isabel Mano Tavares Simões Lopes Marques de Almeida; Ministro da Modernização Administrativa: – Rui Pedro Costa Melo Medeiros; Ministra da Cultura, Igualdade e Cidadania: Teresa Morais; Ministro dos Assuntos Parlamentares: Costa Neves.

Queda do Governo

Faltam 9 dias

Três anos para morrer

Conta a imprensa de hoje que, a partir de 1 de Janeiro de 2016, só terá direito a uma pensão de invalidez quem estiver completamente dependente de terceiros ou quem, não o estando, tiver uma esperança de vida não superior a três anos. A medida foi publicada no Diário da República do passado dia 20 de Outubro e faz parte do novo regime especial de protecção.

Três anos são quantos dias? Não havendo Fevereiros com dia extra, são 1095 dias. Terei eu 1095 dias ainda por viver? Não sei, evidentemente, nenhum de nós o sabe, mas acreditamos que sim. Há quem viva, porém, com a certeza de que não os terá, a não ser que um milagre desses que já não se fazem se cruze com a sua vida. E por quê três anos? É o máximo a que a Segurança Social se pode comprometer connosco? É o prazo ideal para morrer?

Era de prever que em algum momento fôssemos categorizados por mais um número, mas surpreende que seja esse: o dos dias que nos restam. [Read more…]

Os eleitores do PSD votaram na CDU?

Loures

Sim, eu sei que a gestão de uma autarquia não tem nada a ver com a gestão do país. Mas não é a gestão dos destinos da sociedade que está aqui em questão. É antes esse tema do momento, central na argumentação da direita radicalizada, que confronta os eleitores dos partidos à esquerda com a seguinte pergunta: os eleitores do PS votaram no partido com a perspectiva de um entendimento com o BE e a CDU? E os eleitores do BE e da CDU, terão eles votado nestes partidos com a perspectiva de uma aliança com o PS?  [Read more…]

“Já não estamos sós”

A carta em que Luaty Beirão anuncia o fim da sua greve de fome.

«Portugal foi vítima de um golpe de Estado silencioso

que confirma a natureza profundamente anti-democrática não apenas da zona euro mas, e devemos lamentá-lo, da União Europeia.» [Blog de Jacques Sapir]
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Sobre Jacques Sapir

Alemanha 2015: 600 ataques xenófobos

«A sociedade alemã está em plena cisão e constata-se hoje que a vaga de solidariedade que entusiasmava a Alemanha no final de Agosto, princípio de Setembro, foi substituída por um novo nacionalismo.» [Kai Littmann, Eurojournalist]

 

O sentido de Estado e tal

A Daniela e o João já o relataram, mas, de tão notável, ainda sobra para uma terceira volta. Um conjunto de pessoas da direita, mais tementes aos mercados do que a Deus, alinhou numa brincadeirola, que até foi levada a sério em alguns meios internacionais, onde inventaram um golpe de estado e, activamente, o propagaram no twitter. Ah e tal a esquerda irresponsável e os comunas e o comandro, tudo devidamente vertido em posts cheios de sentido de Estado. E, no entanto, assistimos aos fins a justificarem os meios, nem que para isso pratiquem a antítese do que defendem. Vale tudo para manter o poder.

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Parabéns João Miranda, Pedro Prola, Ricardo Oliveira e Rodrigo Paiva. Como se sabe os mercados não funcionam por boatos.

#LiberdadeJá – Vigília de apoio aos activistas politicos angolanos

“Senhor Presidente: Se tiver ainda um momento de reflexão possível recorde-se dos seus tempos de jovem quando a revolução do seu país lhe ocupava a sua força, a sua inteligência e todas as suas capacidades. O tempo em que provavelmente era feliz.”

Não resisto a juntar às minhas fotos a carta escrita por Alípio de Freitas, dirigida ao presidente angolano, José Eduardo dos Santos, e lida no dia da vigília pela filha, Luanda Cozetti.

“Senhor Presidente:

Ao mandar prender Luaty Beirão e os 14 ativistas, que estão até agora encarcerados sem culpa formada, não devia saber que um homem se quiser pode resistir e sobreviver vitoriosamente a qualquer forma de opressão.

Não devia saber porque se esqueceu. Esqueceu que já foi jovem, que já lutou por ideais. Ideais de liberdade de democracia e bem-estar social. Esqueceu tudo porque infelizmente o seu país é o exemplo contrário de tudo isto. É uma ditadura cruel, um valhacouto de ladrões, uma associação de interesses mesquinhos, melhor dizendo, um país sem povo. Quem lho afirma é alguém que durante dez anos esteve preso, sobreviveu às greves de fome e à tortura. Esta é a afirmação de um homem que esteve disposto a morrer por aquilo em que acreditava. E digo-lhe que um homem pode ser triturado pela máquina do terror que a sua condição de homem sobrevive, pois todo o homem pode manter-se vivo enquanto resistir.

A luta dos jovens angolanos é um libelo contra a opressão como forma de vida política, contra o silêncio das mordaças, contra todos os processos de aviltamento dos seres humanos, contra a corrupção ideológica. A luta dos jovens angolanos é a constatação de como o arbítrio avilta os indivíduos e as instituições, corrompendo-os pelo abuso do poder, pela falsa certeza da impunidade, pela imposição imoral de uma vontade sem limites, pelo silêncio indigno, pela conivência criminosa, pela omissão filha do medo, em que o silêncio do terror tem que ser aceito como paz social.

Se me atrevo a dizer-lhe tudo isto é porque Angola fez parte do meu ideário político e das minhas preocupações revolucionárias e muitos revolucionários angolanos foram meus amigos. Quando parti de Portugal para o Brasil devia ter partido para Angola, mas já nesse tempo as condições da minha ida não foram possíveis, devido às minhas ligações com a resistência angolana. No Brasil, colaborei com a resistência angolana e fui seguindo os seus passos como pude a té porque eu já estava umbilicalmente ligado à resistência brasileira. Mesmo assim, à minha única filha, coloquei o nome de Luanda.

Senhor Presidente, é tempo de não se deixar enredar por intrigas palacianas, por intrigantes gananciosos, por saqueadores de todo o tipo. Quando esse saque acabar o único responsável será o senhor. Se tiver ainda um momento de reflexão possível recorde-se dos seus tempos de jovem quando a revolução do seu país lhe ocupava a sua força, a sua inteligência e todas as suas capacidades. O tempo em que provavelmente era feliz.

Como sabe, o poder tanto pode chegar aos que dele abusarão como àqueles que o usarão com legitimidade a favor dos seus povos. Mas só os poderosos podem ser magnânimos, cometer actos que aos outros mortais não são possíveis Tem agora tempo de ser magnânimo: retire os presos da prisão, ouça-os e depois peça-lhes desculpa. Eles merecem.” 

Lisboa, 18 de Outubro de 2015 

Alípio de Freitas

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