E que tal um artigo sobre a máfia do BPN, professor Cavaco?

Cavaco Silva voltou a sair para o recreio, rancoroso como sempre, para bater nos meninos mais pequenos e recordar ao país a sua espectacularidade. Bateu em Costa, bateu em Rio e fez o número habitual que sempre faz quando tem oportunidade: auto-elogiou-se, com o pretenciosismo arrogante que há muito lhe conhecemos. Cavaco será sempre o maior da aldeia, pelo menos na perspectiva de Cavaco.

Pena nunca o ouvirmos sobre outros temas, mais caros a todos os portugueses. Nomeadamente sobre o saque que a sua antiga eutourage provocou com o BPN. Sobre a permuta com Fernando Fantasia na Herdade da Coelha. Sobre a compra e venda de acções da SLN. Sobre a coragem que não teve de abordar o assunto com a frontalidade que diz ter, ele que se acha o mais honesto dos homens.

Cavaco poderá ter sido um grande estadista para alguns, mas o final da sua carreira política é um completo desastre. Para a sua imagem, para o legado que afirma ter deixado e para o seu partido, que contínua refém da sua existência auto-centrada, qual Salazar deitado na cama após cair da cadeira, cuidando ainda governar o país. E a reverência da direita, para com este sombrio personagem, ilustra bem a sua incapacidade de voltar ao poder.

Público, um jornal socialista, ou comunista, ou lá o que é

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A imprensa portuguesa, é sabido, é toda de esquerda. Tirando o Diabo, o Observador e o Angelus TV, é tudo esquerdalho. O Público, diz a narrativa dominante, é dos mais esquerdalhos. Ouvi até dizer que é socialista, ou comunista, que, sendo duas palavras diferentes, têm hoje o mesmo significado. Porque sim.

Duarte Lima foi dirigente, deputado e líder da bancada parlamentar do PSD durante o cavaquismo, ao qual está intimamente ligado. Desempenhou um papel de relevo na fraude do século, o BPN, protagonizada por um conjunto de cavaquistas que, contas redondas, lesaram o país em vários milhares de milhões de euros, parte dos quais garante hoje a quase todos os envolvidos uma reforma dourada, a par com uma ou outra subvenção vitalícia, igualmente dourada. [Read more…]

Portugal, um paraíso para mafiosos e criminosos de colarinho branco

Fotografia: Paulo Sprangler/Global Imagens@Jornal de Notícias

Em 2014, Duarte Lima foi condenado a 10 anos de prisão, por crimes de burla e de branqueamento de capitais, relacionados com o BPN. Desde então, entre simpáticas prisões domiciliárias, onde pôde alegremente desfrutar dos frutos dos seus crimes, e sucessivos recursos, Duarte Lima continua, na prática, livre como um passarinho. E não é o único ladrão do bloco central nestas condições.

Portugal é um paraíso para criminosos de colarinho branco. Não admira que os vistos gold tenham feito tanto sucesso entre oligarcas chineses e russos, entre outros mafiosos.

Novas do submundo do cavaquismo

Duarte Lima acusado de se ter apropriado de 5 milhões de euros de Rosalina Ribeiro. Tudo normal, portanto.

Só inquietação

Personalidades como José Sócrates, Armando Vara, Duarte Lima, José Penedos, Dias Loureiro, Paulo Portas, Miguel Relvas, Marco António Costa ou Manuel Godinho ainda não foram indiciados nos Panamá Papers?

O crime compensa

PSD

Eram 10, agora já só são 6. Mais dia menos dia, estás cá fora como se nada tivesse acontecido. Valeu a pena Duarte, pena não teres tido igual sorte à dos teus amigos. É que estas coisas requerem engenho percebes?

 

José Oliveira e Costa

já contactou o tribunal e deixou o seu contacto telemóvel. E declarou-se indignado com os boatos sobre o seu presumível desaparecimento.
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As Janeiras cantadas a Duarte Lima

Visita guiada por Manuel João Vieira.

As férias de Duarte Lima

Algarve imita resorts das Caraíbas alugando quartos com pulseira

Ao Abocanhador Astucioso Duarte

Meu Deus, Duarte, tu eras um animal de sacristia. Bem sei que te torceu as sinapses a leucemia, mas mesmo essa prova passaste e era gratidão e exemplo o que se te pedia. Tu, que eras organista nos coros altos e grandes naves e cuja verve era veloz e articulada como a máquina de fazer salsichas, fizeste o quê da pureza e da graça, abocanhador de heranças a viúvas, amantes e artistas?! Meu Deus, Duarte, em que bicho de irreconhecível avidez te converteste!? Preciso de uns óculos para a filhinha e umas hastes. Ela também ouve mal, troca os olhinhos de anjo, não lhe basto nem a mulher porque ganhamos só a paga do caminho e do gasto diário para a servidão-trabalho inútil e execrando. Faz-te um favor que nos dês, a dádiva-dom de um donativo. Alguns trocos hás-de ter para nós entre tanto papel de arder de que te fizeste cativo. Para cada Duarte que se faz à vida há milhares como eu que a têm sempre fodida.

Não há dinheiro

– dizem eles. Mentira: ele existe, anda por aqui. Filhosdaputa.

O Coio

Toda a história recente de Duarte Lima vem dar esperança aos que desejam um Estado de Direito efectivo em Portugal. Seria fantástico rebentar com o coio dos habituais fortes que, em conluio com Políticos Venais e algum pessoal venal da Justiça, coleccionam milhões subtraídos ao Fisco, encaminham-nos para offshores, traficam influências, compram-se e vendem-se as consciências e a lealdade devida ao Corpo Nacional, traído e espezinhado. Riem-se da nossa miséria porque no-la vampirizam. O que se deve gritar é isto: deixem o juiz Carlos Alexandre trabalhar em paz. Dêem-lhe sossego, isto é, ponham, por exemplo, um Marinho e Pinto no caralho, em pousio dos media, impedido de perturbar com a habitual sofreguidão inconsequente em voz de catarro, impedido de agoirar. Chega de sugestões poeira para os olhos. Basta de bojardas selectivas, que nunca incluem a insuportabilidade dos ladrões sorridentes acoitados em Paris. Chega de meter o bedelho farronca e de espingardar à toa. Já basta a falta de nível contra a Ministra da Justiça, coisa inédita e insuportável. [Read more…]

Duarte Lima dixit?

Será que foi este o preço da pulseira?

Lavagem de dinheiro: fraude de mil milhões

Fraude que beneficiava Oliveira e Costa, Duarte Lima, e outros. Tudo boa gente.

Onde andará Duarte Lima?

O DN anuncia que Duarte Lima é dos homens mais procurados no mundo, por iniciativa da justiça brasileira junto da Interpol. Que intrigante! Segundo julgo saber, o homem está detido pelas autoridades portugueses, por deliberação reiterada pelo Tribunal da Relação no passado dia 27 de Fevereiro, devido à suspeita de crimes de burla qualificada.

Menos de um mês depois, a Interpol lança este apelo, “wanted”, para localizar o Lima:

www.interpol.int_001

Fonte: http://www.interpol.int/Wanted-Persons/(wanted_id)/2012-13800

O sistema de justiça do Brasil, sem peias e os artificiais obstáculos usados na justiça à portuguesa, considera  haver suspeitas sobre o ex-deputado no suicídio de Rosalina Ribeiro, incluindo-se no processo actos de crime organizado e outros referidos pelo DN.

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Das finanças à saúde, somos presas do BPN

A saúde não é negócio; o negócio è a doença…

Joshua Ruah, médico

Esta afirmação, a despeito de proferida a título de humor há cerca de 10 anos, reflecte uma verdade inquestionável: há acentuado mercantilismo no sector da saúde, sob diferentes formatos. Em geral, o favorecimento de grupos de pressão é coadjuvado por políticos do arco do poder, com propósitos duvidosos.

Há exemplos de diversos tipos. Nos últimos dias, a detenção de Duarte Lima, do filho e as investigações judiciais de um outro ex-deputado do PSD, Vítor Raposo, constituem nova prova de como o sector da saúde atrai interesses financeiros poderosos, incluindo a especulação imobiliária e imoral exploração de gente desinformada e ingénua.

No citado caso, é curioso referir-se a um projecto de transferência do IPO de Lisboa para Oeiras, por acaso concelho presidido pelo indomável Isaltino Morais. Também é interessante saber que a operação de avultado financiamento bancário foi executada pelo BPN, sob o aval Oliveira e Costa, o comediante conhecido do cidadão comum pelo mediático inquérito parlamentar, mas, acerca de quem, o sistema de justiça ainda não sabe o suficiente para o levar a tribunal, na companhia de outros famosos suspeitos. [Read more…]

Até eu me surpreendo

Duarte Lima, disse hoje o seu advogado, mostrou-se surpreendido com a decisão de o manterem em prisão preventiva. Eu também me admiro sempre que a justiça se mexe.

Versos anibais

Primeiro levaram o Oliveira e Costa
Mas eu não me importei,
porque não era presidente do BPN

 

Depois, apertaram com o Dias Loureiro
mas eu não me importei,
porque não era da SLN, nem tinha negócios offshore

 

Depois prenderam o Duarte Lima
mas eu não me importei,
porque nunca conheci a secretária do Tomé Feteira…
nem cometi (há o caso das acções e da Coelha… mas que diabo…) fraudes no BPN

 

Agora, estão a subir a escada…
estão a bater-me à porta…

 

E quando percebi
Já era tarde!

Da autoria do Samuel, que bem os podia cantar, embora não seja fadista.

Cromo do Dia: Duarte Lima

Sem esquecer o princípio de presunção de inocência, que para mim é vital, torna-se óbvio que Duarte Lima, antigo menino de coro, antigo deputado & etc., é mais um dessa espécie que em Portugal floresce no meio do lodo e da lama para depois aparecer ostentando alvuras, dourados e, nos bons tempos, discursos moralistas. O cromo de hoje é Duarte Lima, o “Nenúfar”.

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Duarte Lima é rico, foi preso mas…

…nasceu pobre. É uma explicação que me dá jeito para manter o que escrevi ontem, confesso, mas que não anda longe da realidade. A aristocracia nunca apreciou recém-chegados. E depois acontece-lhes o azar de serem apanhados. Ainda falta perceber como num processo em julgamento há tanto tempo só agora é detido. Mistérios.

Consulte um advogado e fique descansado

Som obtido, com a devida vénia, através da campanha televisiva da Ordem dos Advogados.

Metam a unidade nacional no pacote

Depois de o primeiro-ministro grego ter sido proibido pelo casal Mercozy de referendar seja o que for, o que está a dar na Europa, dizem, é a unidade nacional.

Em nome da unidade nacional o PS não vai votar contra o Orçamento Geral para acabar com o Estado. Abstém-se, e com candura ainda negoceia um IVA ou dois. É um partido responsável, diz o Seguro, e bem vistas as coisas o orçamento é da troika e de quem negociou com a troika, não tivesse caído Sócrates e estaria a apresentar o mesmíssimo orçamento, chamando-lhe talvez PEC 7 ou 8.

A unidade nacional existe.  Armando Vara e Duarte Lima, fizeram carreira á sombra dela, Medina Carreira e João Duque mentem diariamente em nome dela, e os nossos ricos metem a massa nos offshores em solidariedade para com ela.

A unidade nacional ao que parece vai produzir um novo governo grego onde os corruptos dos partidos do alterne estarão representados sob a provável presidência de um banqueiro, quem melhor do que um banqueiro para dar credibilidade a um governo que tem de pagar o armamento tão generosamente vendido por alemães e franceses a troco de empréstimos ruinosos?

Um dia também por cá teremos um governo de unidade nacional. Esquecendo o detalhe de nem todos termos andado no mesmo gamanço, unirá aqueles que à sombra do estado enriqueceram mas se queixam do estado que ainda mantém propósitos tão irrealistas como o de assegurar saúde e educação para todos. Para primeiro-ministro espero que também se encontre um banqueiro à altura da responsabilidade: Oliveira Costa, pois claro, um garante de que se pode meter a unidade nacional no pacote geral de austeridade, que é como quem diz, trabalharás mais, ganharás muito menos, e não digas que vais daqui. Pela parte que me toca podem metê-la já no pacote, sim, nesse mesmo, no outro.

Tempo de minhocas e de filhos de meretriz

“O dia deu em chuvoso”, escreveu Álvaro de Campos. Num tempo soturno, melancólico, deprimente. “Tempo de solidão e de incerteza / Tempo de medo e tempo de traição / Tempo de injustiça e de vileza / Tempo de negação”, diria Sophia de Mello Breyner. Tempo de minhocas e de filhos da puta, digo eu. Entendendo-se a expressão como uma metáfora grosseira utilizada no sentido de maldizer alguém ou alguma coisa, acepção veiculada pelo Dicionário da Academia e assente na jurisprudência emanada dos meritíssimos juízes desembargadores do Supremo Tribunal da Justiça. Um reino de filhos da puta é assim uma excelente metáfora de um país chamado Portugal. Que remunera vitaliciamente uma “sinistra matilha” de ex-políticos, quando tudo ou quase tudo à nossa volta se desagrega a caminho de uma miséria colectiva irreversível.

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Ainda a casa de Duarte Lima

Não li a reportagem do Expresso mas vi a reportagem da SIC e, sobre a transacção desta casa para a Birdwell há uma questão interessante. Ouvi que foi feita em 2003, mas ou não ouvi ou não foi referido o mês e o dia. A importância da coisa?

A 12 de Novembro de 2003 foi aprovada a reforma de tributação do património de Manuela Ferreira Leite e apesar de há muito ser conhecida a intenção, o Dec. Lei andava a ser negociado e a sua aprovação apanhou quase todos de surpresa, mesmo quem tinha ouvidos nas salas da senhora só soube um ou dois dias antes, sendo que a maior parte das novas regras entrava em vigor vinte e poucos dias depois, a 1 de Dezembro. [Read more…]

A casa secreta de Duarte Lima ou de como eles escondem rendimentos

Uma offshore chamada Birdwells Ltd tem registada em seu nome uma casa avaliada em 5,8 milhões, na Quinta do Lago. O Expresso afirma que a casa pertence na realidade a Domingos Duarte Lima. Não consta das declarações de rendimentos que entregou quando foi deputado.

Como nem todos os ex-deputados ou ex-ministros são acusados de homicídio nunca saberemos quantos mais casos como este foram possíveis, num mundo onde esconder dinheiro ou propriedades é profissão legal: foi utilizada como testa de ferro uma empresa especializada, a Chettleburgh’s Limited, sedeada em Londres e que se apresenta assim: [Read more…]

Duarte Lima acusado da morte de Rosalina

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Por razões ligadas à minha carreira profissional, e sobretudo ao facto de ter tido relações profissionais e pessoais com Lúcio Tomé Feteira, a filha Olímpia e a secretária Rosalina Ribeiro, tive sempre particular interesse em apurar, com verdade, o desfecho das investigações policiais e judiciais das responsabilidades do assassinato de Rosalina.

Desde o início, e em face da evolução e multiplicação das notícias, as suspeitas sobre o ex-deputado laranja, Duarte Lima, foram-se adensando, até na própria sociedade portuguesa em geral.

A falta de explicações credíveis, as contradições e os truques de vazia argumentação usados na entrevista a Judite de Sousa, na RTP1, justificaram alguns ‘posts’ no Aventar, o último dos quais este, publicado em 24 de Setembro de 2010.

Como noticiado esta noite pela SIC, mas também pelo ‘Público’, o Ministério Público do Rio de Janeiro acaba de anunciar a acusação de Duarte Lima, comunicando a decisão à Interpol para efeitos de detenção do suspeito. Portugal não tem acordo de extradição com o Brasil, o que dará a Duarte Lima margem de manobra para se eximir de julgamento em tribunal daquele país.

Seguindo o tradicional princípio de qualquer suspeito ser inocente até julgamento final pela Justiça, fico a aguardar o desenrolar do caso; sobretudo também para avaliar se o Sistema de Justiça do Brasil é mais célere, em casos de envolvimento de políticos, do que o congénere português.

E porque precisam eles do BPN?

Para salvaguardar os “empréstimos” concedidos aos amigos, por exemplo:

Domingos Duarte Lima deve ao BPN 700 mil contos (cerca de três milhões e meio de euros), relativos a um empréstimo que contraiu junto do banco a 5 de Abril de 2001. A quantia faz parte do ‘buraco’ da instituição financeira, sendo que, dois anos após a sua nacionalização, a administração ainda não accionou a dívida. Sol

Adivinhem quem vai pagar?

 O presidente do BIC Portugal disse ainda que não aceitaram todo o crédito mal parado do BPN, apenas parte, mas ficaram com os depósitos do banco. RR

Adenda: sobre o processo BPN, este depoimento é muito esclarecedor:

Duarte Lima e a morte de Rosalina Ribeiro

Continuo contrariado a abordar o tema da morte de Rosalina Ribeiro. Não é um caso para mim agradável. Todavia, a surpresa e a ‘suspense’ transcendem a contrariedade, de que já havia dado conta aqui no Aventar.

Com efeito, a proliferação de notícias com referência a Duarte Lima transformou-se em torrente imparável e geradora de dúvidas. Há dias, em rodapé de programa da SIC Notícias, lia-se que a polícia brasileira suspeita de um homem contratado em Belo Horizonte – logo em Belo Horizonte! – para executar o crime. Hoje, jornal “i” anuncia que Rosalina, antes da morte, transferira cerca de 28 milhões para as contas de Duarte Lima. Também há dias, o “i” e outros jornais informavam que a citada polícia brasileira teria enviado ao DIAP uma lista de 193 perguntas dirigidas a Duarte Lima. A PJ, ao que se sabe, recebeu o encargo de o ouvir.

Repito que, por força de relações profissionais, conheci Lúcio Tomé Feteira, a sua filha Olímpia e a falecida Rosalina Ribeiro e, por maioria de razão, estou empenhado em conhecer a verdade. O que se passa, afinal, com Duarte Lima em relação a este caso? A entrevista proporcionada por Judite de Sousa, na RTP1, nada me esclareceu e as notícias em catadupa confundem-me. Julgo, pois, justificado o interesse em saber o que se passou e o que está a passar-se.

Duarte Lima e o assassínio de Rosalina Ribeiro

Confesso a intenção, frustrada, de passar a alhear-me da novela deste Verão: o assassínio de Rosalina Ribeiro no Brasil, a ligação profissional e amorosa mantida com Lúcio Tomé Feteira e a acesa disputa da herança do milionário entre Rosalina e a filha deste, Olímpia Feteira.

Os comentários feitos aqui e as estranhezas manifestadas aqui foram, essencialmente, determinados por duas ordens de razões:

  1. Conheci e trabalhei com as três personagens principais da história – excluo, portanto, Duarte Lima – e o acontecimento remeteu-me para a memória da minha passagem pelos quadros da Covina – Companhia Vidreira Nacional, entre 1964 e 1980;
  2. Neste, como em outros casos, embora deteste a cultura sensacionalista de temas como ‘o amor e o crime’, tenho interesse em saber a verdade.

O retorno à história, desta feita, destina-se a manifestar a constatação de que, entre a comunicação social portuguesa e brasileira, existem diferenças assinaláveis nos conteúdos com que abordam o caso.

Na comunicação social portuguesa, excepto em situações inspiradas em notícias publicadas no Brasil, caso do jornal ‘I’ e TVI em edições de hoje, centra-se no emaranhado de notícias novelescas, do tipo daquela que se pode ler no Diário de Notícias, com predominância dos sarilhos entre filha e pai; sarilhos esses, acentue-se, que vinham de longa data e se iniciaram algum tempo após a ligação de Lúcio Tomé Feteira com Rosalina Ribeiro. Até aí, asseguro, Olímpia Feteira, “a menina” como lhe chamávamos na empresa, era o que se poderia classificar ‘o encanto do seu pai’.

A comunicação social brasileira, distanciada geograficamente de eventuais influências e interesses, é mais objectiva e pragmática. Caso do Jornal Extra. O foco das notícias, no outro lado do Atlântico, é o crime e o descortinar de pistas e dados para descobrir quem o praticou. E segundo tais notícias, Duarte Lima está efectivamente em posição, no mínimo, incómoda. De resto, o próprio advogado de Rosalina, no Brasil, considera Lima “a pessoa errada no local errado”. O que é que isto quer dizer?

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Ainda o romance de Lúcio e Rosalina

Tudo o que se tem escrito e dito nos últimos dias na comunicação social, sobre o assassínio de Rosalina Ribeiro, é estranho, mesmo muito estranho. E merece que revisitemos o tema.

Em primeiro lugar, o assassínio foi ocultado à opinião pública, desde Dezembro de 2009 e apenas há dias, poucos, começou a ser notícia de primeira página dos jornais e dos noticiários televisivos em ‘prime-time’. Estranho!

Em segundo lugar, dá-se conta que o assassínio ocorreu pouco tempo depois de um encontro de Rosalina com o seu advogado, Duarte Lima. Desapareceram apenas documentos, inclusivamente de identificação de Rosalina. As jóias ficaram. Muito estranho!

Para adensar a suspeita da relação de Duarte Lima com este caso, hoje proliferam na imprensa, jornal ‘i’, Publico e  TVI, notícias das declarações de Olímpia Feteira, filha do empresário e também ex-administradora da Covina. Diz Olímpia que, no espaço praticamente de 5 meses e com início em Janeiro de 2001 – o pai morrera em Dezembro de 2000 – foram feitas transferências de cerca de 5,25 milhões de euros, a favor de Duarte Lima. É também uma estranha intumescência!

A filha do empresário, que estava em disputa judicial com Rosalina, alega nunca ter visto o conhecido advogado em tribunal e que honorários de 5,25 milhões de euros em 5 meses são, de todo, injustificáveis.

A confirmar-se a realização das avultadas transferências, Duarte Lima, em nossa opinião, tarde ou cedo, terá de a explicar. O valor parece, de facto, absurdo, por elevado. Ou então Duarte Lima é dos advogados mais caros do mundo, ou até o mais caro do planeta, e ninguém em Portugal sabia. São as tais preciosidades do tecido humano-político e profissional em que a nossa terra é fértil.