Novos ministros, o perfil de cada um

O novo governo chefiado por Passos Coelho é composto por quatro ministros do PSD, quatro independentes e três do CDS, duas mulheres e nove homens. Se alguns são surpresa – caso dos novos ministros das Finanças e da Saúde, por exemplo – outros são confirmação do que se esperava – Paulo Portas nos Negócios Estrangeiros ou Miguel Relvas nos Assuntos Parlamentares. Desaparecem  alguns ministérios, como o Ministério do Trabalho ou o Ministério da Cultura. Veja o perfil dos novos ministros, um a um:

Pedro Passos Coelho, Paulo Portas, Vítor Gaspar, Miguel Relvas, Pedro Mota Soares, Miguel Macedo, Álvaro Santos Pereira, Paula Teixeira da Cruz, Nuno Crato, Aguiar-Branco, Paulo Macedo, Assunção Cristas

Quem são os novos ministros

O novo governo (XIX governo constitucional) está constituído e foi apresentado por Passos Coelho (primeiro ministro) a Cavaco Silva.

Eis a lista completa dos novos ministros:

Finanças – Vítor Gaspar

Economia – Álvaro Santos Pereira

Negócios Estrangeiros – Paulo Portas

Defesa – Aguiar-Branco

Justiça – Paula Teixeira da Cruz

Administração Interna – Miguel Macedo

Ministro-Adjunto e dos Assuntos Parlamentares – Miguel Relvas

Segurança Social – Pedro Mota Soares

Educação e Ensino Superior – Nuno Crato

Agricultura, Ambiente e Território – Assunção Cristas

Saúde – Paulo Macedo

É também sabido que Francisco José Viegas será secretário de estado da cultura.

Desconhecido, ainda, continua o nome que o PSD proporá para presidente da Assembleia da Républica.

O caso do vídeo “Sócrates parece gay” e se parece grave ou não é

Neste vídeo, em plena campanha eleitoral, Passos Coelho perante um miúdo que afirma “Sócrates parece mais gay“, responde, “não parece, é.

Deixando de lado considerandos sobre porque só foi publicado a 7 de junho, e como foi obtido a partir do original, não vejo qual é o drama, a tragédia, o horror.  Um líder partidário não deve dizer coisas destas em público a despeito de meio mundo o dizer todos os dias? Claro que não. Foi mais um tiro no pé, este com a sorte de não ter circulado em plena campanha. Agora a gravidade da afirmação, ao pé do episódio da enxada, é mínima. Insultar José Sócrates foi um passatempo corrente ao longo destes anos, mais que merecido por razões que nada têm que ver com a sua vida privada. No país em que eu vivo grave mesmo é insultar uma anónima desempregada. No país em que a Maria João vive acredito que as coisas não sejam bem assim, mas isso já é problema dela. O meu é que se insulte o meu povo. O dela é que se insulte o seu líder.

E de qualquer forma esta foi a melhor notícia que podia receber hoje: Pedro Passos Coelho, na qualidade de primeiro-ministro desbocado, promete.

Serões da província.

Arriscando-me a ser crucificado pela opinião internauta, claramente anticlerical, gostaria de comentar um caso que se passou em Valpaços e que a comunicação social, ávida por escândalo, noticiou recentemente.
Ao que parece, o pároco local recusou a comunhão a uma menina (com 16 anos) que trazia um generoso decote. Seguiu-se uma ofensiva à tia da decotada, que viu negada a pretensão de ver celebrada uma missa pela memória de um parente. A tia queixou-se e acha que o padre é retrógrado.
Os comentários à notícia, repartidos por vários órgãos de comunicação social, são bestiais. Os do costume apedrejam o padre, atirando-lhe com a pedofilia, a homossexualidade, a impotência, a Idade Média, tudo conceitos e razões válidas para se discutir um assunto como este.
Esta gente razoável, não frequenta a missa e grande parte assume mesmo o seu ateísmo. E, claro, como não são religiosos, nem católicos, nem frequentam a missa, são os que estão mais aptos para opinar. O seu julgamento é sempre com base num facto muito simples: tudo é mau no catolicismo (embora existam milhares de religiões e seitas no mundo) e que dentro desta maldade existem sempre umas coisas piores e imensamente más, como o facto da pobrezinha não poder conter os seios dentro do top e ir assim tomar a comunhão. Segundo alguns, os direitos dos seios deviam ser tidos em conta.
I dont give a shit for atheísm. Da mesma maneira que os ateus deviam preocupar-se com o catolicismo. Dar importância é favorecer, lembram-se? Não conhecem a célebre máxima de Óscar Wilde? [Read more…]

A má disposição das mulheres…

Segundo a revista Sábado, as mulheres nasceram para ser mal-dispostas. Eu cá já desconfiava.  No entanto, a base cientifica deste estudo irá certamente permitir a muitos homens, eu incluído, explicar que roupa no chão, gavetas desarrumadas e leite fora do frigorífico só são um problema para elas por causa desta má disposição crónica de que, infelizmente, são vitimas :).

No entanto, para tentar melhorar um pouco essa tormenta que é ser mulher, dou o meu humilde contributo: Beijinhos a todas as nossas leitoras 🙂

Contas de sumir

Os amantes da troika fazem umas contas giras:

Este acordo foi sufragado a 5 de Junho por mais de 78 por cento dos votos, ou seja, pelas pessoas que votaram PSD, PS e CDS.

prega Helena Matos.

Vamos admitir que sim. Vamos esquecer que este resultado contou com uma campanha de mentiras promovida pela comunicação social durante meses, que chama ajuda a um empréstimo usurário, acusa de irresponsáveis os que defenderam a renegociação da dívida, etc. etc. Vamos fazer de conta que durante toda a campanha não houve um silêncio sepulcral dos 3 partidos sobre o conteúdo do acordo que aceitaram.

O que posso assegurar é que pouco mais de 65 000 desses eleitores* tiveram acesso ao memorando que supostamente sufragaram, em português. Nem sei se todos o leram. Essas são as estatísticas de acesso ao único sítio onde a tradução estava disponível.

A diferença entre maioria parlamentar e maioria social, explica-se aritmeticamente assim: quando os tais 78% lerem o memorando nos seus bolsos, no prato, na saúde, na educação, no desemprego, ao mesmo tempo que Portugal, tal como a Grécia, continuará bombardeado todas as semanas pelos mercados e pelos amigos franco-alemães, vamos ver como votam, com os pés, e nas ruas. E a seguir nas urnas, se os deixarem.

*acessos antes de 5 de junho. Número máximo, não tendo em conta quem acedeu várias vezes, até porque a tradução foi sendo actualizada.

Manuel Sobrinho Simões e os coitadinhos dos cábulas

Manuel Sobrinho Simões teoriza quanto aos cábulas que foram apanhados em flagrante delito e a quem não lhes aconteceu o mesmo que acontecerá, em princípio, aos que em iguais circunstâncias (flagrante delito) lhes passarem pelas mãos. Falo, portanto, dos futuros magistrados que foram apanhados a copiar tiveram todos nota de dez valores. Transcrevo parte das declarações (Antena 1, 17 Junho 2011 00h00):

Manuel Sobrinho Simões – As pessoas não acham que copiar é uma fraude. (…) Porque infelizmente na nossa cultura isso não é considerado uma fraude. Não é considerado desonesto, é considerado uma esperteza saloia. Eu acho é que a nossa sociedade é permissiva com a esperteza saloia, com a aldrabice. (…). Eles [os alunos que copiaram] coitados são apenas um epifenómeno de uma coisa terrível, que é uma doença social. Nós não punimos a desonestidade; nós não somos exemplares, como povo.

Jornalista – Como é que isso se transforma, como é que podemos mudar isso?

Manuel Sobrinho Simões – Não sei.

E que tal deixar-se de floreados e de “coitadinhos, são umas pobres vítimas da sociedade, ah e tal não sei como se muda a sociedade” e começar a mudança pelo exemplo de base? Sei lá, em vez de se começar a casa de mudança da sociedade pelo telhado, começar pelo alicerce dos casos concretos?

Descubra as semelhanças

É daquelas imagens das quais se pode dizer: boa demais para ser verdadeira. Tirada por Rich Lam durante os confrontos no Canadá após um jogo de hóquei no gelo, parece que foi mesmo encenada.

E qual é o problema? uma das mais célebres imagens do séc. XX, esta:

também o foi, e nem por isso Robert Doisneau deixou de ser um grande fotógrafo.

Agora entre uma encenação e outra, e como ícones, não são apenas 60 anos que as separam. O mundo mudou, e não foi pouco.

Actualização: segundo o Guardian (obrigado Dario) a rapariga foi agredida pela polícia, e o namorado está apenas a confortá-la, donde nem tudo o que parece é. A fotografia passa a não encenada, mas neste caso pode dizer-se que o casal parisiense, esse, ao menos, sempre se beijou.

Agricultura e tempo – parte III

camélia

O movimento do Século XIX vincula-se à esquerda obreira, aos republicanos e ao partido socialista e aparece com as teses de Marx e Engels. As suas reivindicações fundamentais eram: abolição dos foros e das rendas forais, com a reclamação de ter acesso pleno à propriedade das terras que cultivavam, lutar contra o caciquismo que impedia a livre vontade de semear o que melhor podia parecer ao trabalhador. Não eram sempre batatas, milho, trigo, que se vendiam bem por causa do consumo das novas colónias da Espanha que nada sabiam de cultivo. A batata foi trazida desde as novas terras e vendia bem por toda a Europa: A batata contém uma elevada percentagem de água. É uma boa fonte de amido (hidrato de carbono complexo), mas também de alguns minerais como o potássio. O seu teor em proteínas, fibras e vitaminas é escasso. Destacam-se as vitaminas C e B6, que existem sobretudo na pele do tubérculo. No entanto, nas batatas descascadas e nas que são submetidas a processos de cocção, este

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Maria do Céu Machado para ministra da Saúde

Theme park saúde

Fala-se em Maria do Céu Machado para ministra da Saúde. Pouco sei sobre as competências da pessoa em causa, especialmente no que se refere às competências médicas. Mas estas não são chamadas para o cargo em causa. São as competências políticas que neste caso interessam. Neste aspecto, recordo-me de uma entrevista que deu à RTP2 em 2007 onde afirmava (25-07-2007, Jornal 2, após o minuto 22):

  • Há quem use e abuse do serviço nacional de saúde;
  • Os doentes estão inscritos em vários centros de saúde e vão ao médico aqui e ali. Não é assim tão raro, a população gosta às vezes de ouvir outra opinião;
  • A população pede análises em vários sítios;
  • Acho extremamente difícil definir o que são consultas a mais […] Os médicos hospitalares estão sempre a queixar-se que os doentes não largam o hospital […] O doente sente-se bem em lá voltar daí a 3 meses, daí a 6 meses […]

A confirmar-se, concluímos que teremos como ministra da saúde alguém que acha que os portugueses usam o SNS como um parque de diversões, onde vão em busca de recreação, fazendo-o sem necessidade.