Missão Escola Pública
Expor ao vento. Arejar. Segurar pelas ventas. Farejar, pressentir, suspeitar. Chegar.
” Cheguei ao topo do sucesso nos negócios.
Aos olhos dos outros a minha vida tem sido o símbolo do sucesso.
No entanto, para além do trabalho, tenho pouca alegria. A minha riqueza é simplesmente um facto a que estou acostumado.
Neste momento estou na cama de um hospital recordando a minha vida, percebendo que a riqueza que construi e todos os elogios que recebi e me deixaram tão orgulhoso, tornaram-se insignificantes perante a iminência da morte.
No escuro quando vejo a luz verde e escuto o ruído do equipamento da respiração artificial sinto a morte a aproximar-se.
E, caro leitor, é mesmo um pedido sério porque me parece que o mais alto cargo da nação merece a nossa atenção. Repare, por um lado, diz:
A última palavra cabe à Assembleia da República ou, mais precisamente, aos Deputados à Assembleia da República.
Mas, no mesmo discurso, diz:
Considero serem muito mais graves as consequências financeiras, económicas e sociais de uma alternativa claramente inconsistente sugerida por outras forças políticas.
Aliás, é significativo que não tenham sido apresentadas, por essas forças políticas, garantias de uma solução alternativa estável, duradoura e credível.
O maior defensor da Constituição sublinha que há uns deputados com cotação diversa, em função do seu lugar no Paralento. Trata-se de uma interpretação absolutamente insólita do documento fundador. Por um lado, os Deputados têm a responsabilidade de decidir, mas se for para escolher como ele quer. Se a Democracia parlamentar escolher um Governo de Esquerda, então, ai Jesus! Nem pensar. O senhor não quer. Os mercados não deixam.
Só uma atenção da área clínica poderá ajudar a resolver tantas contradições, já que, ao nível político não há nada mais para dizer, ou se calhar até há: nunca mais chega o dia de Portugal se ver livre de Cavaco Silva.
Sento-me entre estas mulheres, eu que apenas espero por quem há-de sair, como se partilhasse a angústia delas, uma mais entre elas, na sala de espera, eu tão vestida – de roupa, de palavras, de artifícios -, elas nuas com a sua roupa coçada, os seus gestos bruscos, o seu cansaço de muitos anos. Mulheres castigadas, que até da doença se sentem culpadas, que se deitam para que um médico as toque como se assim se rebaixassem, que sentem o corpo como algo que lhes não pertence mas do qual devem sentir vergonha. [Read more…]
No século XVI, no hospital de certo mosteiro da Alsácia, de cada vez que chegava um doente em condição grave, um dos frades, ainda antes de começar o tratamento, conduzia-o até ao famoso quadro de Grünewald que retrata Cristo crucificado. Se o choque produzido pelo horror dessa imagem não fosse suficiente para curar o doente, então sim, dava-se início ao tratamento.
O equivalente moderno desta terapia é o Natal dos Hospitais. Se o doente não se curar espontaneamente quando colocado frente a “Mikael Carreira e bailarinas”, então sim, dá-se início ao tratamento. Há casos, porém – raros, mas documentados -, em que isso já não chega a ser necessário.
Os médicos chamaram-nos para que estivéssemos por perto naquelas que seriam as últimas horas de vida do meu pai. O telefonema apanhou-me à porta do hospital, prestes a entrar, mas não me surpreendeu. A única novidade era precisar de forma tão brutal o tempo restante, mas esse tempo está contado há tanto tempo que parece sempre escasso, ainda que elástico, porque o meu pai tem sobrevivido sempre, contra todas as expectativas. Desta vez não havia expectativas, não mais do que horas. Encontrámo-lo sedado, o que acabou por ser um alívio. O que mais me atormentava era a possibilidade de ele ter consciência da iminência do fim. O monitor lançava dados alarmantes, por vezes apitava histericamente, os enfermeiros, compreensivos e contristados, correram as cortinas para que a despedida fosse íntima, e um médico, que já nos tinha explicado a gravidade da situação com palavras rigorosas e um tom suave, veio vê-lo e murmurou o veredicto: “nas próximas horas”.
O meu pai e o monitor, o monitor e o meu pai, assim andaram os meus olhos durante a manhã, a seguir uma linha que não sei interpretar, a atentar no peito cansado que ainda se elevava. Chamaram-me para avisar da presença de um visitante inesperado, eu tive de sair para explicar-lhe a situação, estive fora uns dez minutos, e quando voltei o meu pai estava desperto e totalmente a leste do que se passava. Estava um pouco aturdido, lembrava-se do desfibrilador mas mais pelo susto do que pela consciência da gravidade que ele pressupunha, e era preciso mantê-lo tranquilo e pouco perguntador. Estava vivo. [Read more…]
Coincidência, é claro, no dia em que José Vítor Malheiro perguntou no Público se Cavaco Silva estaria incapacitado, o homem aparece. Deixando mais dúvidas sobre as dúvidas levantadas, será doença, ou feitio político?
O artigo completo:
O silêncio do Presidente da República nas últimas semanas – e a extrema parcimónia das suas intervenções nos últimos meses – tem motivado as mais variadas interpretações, que vão do simples desejo de não estorvar a acção do Governo num momento difícil a uma singular manifestação de sageza. Marcelo Rebelo de Sousa considerou mesmo que o silêncio de Cavaco prestigiava a função presidencial, já que discutir as vacuidades que têm preenchido o discurso do Governo e o debate político, como a “refundação” do memorando da troika, seria “discutir o nada” e isso o Presidente não o deve fazer. A explicação é generosa, mas é excessivamente benevolente. [Read more…]
(texto em quatro andamentos, escrito velozmente ao som de Tchaikowsky)
Para o meu primo consanguíneo Pablo Morales Redondo, falecido anteontem
Pequena introdução
Éramos 21 primos consanguíneos, filhos de cinco imãs e de um único irmão. As nossas férias ou eram na nossa quinta de Laguna Verde, sempre juntos, ou nas várias fazendas da família. Sempre juntos, agrupados apenas por grupos de idades. Pablo era o rei dos primos, o mais velho, o mais elegante, o mais sábio. Sabia partilhar a sua sã alegria com os seus pais e as suas irmãs. Ironias do destino: nasceu num primeiro de [Read more…]
Há quem pense que estar doente é o sal da vida: não é preciso trabalhar, por baixa não prolongada, as entradas salariais não diminuem, as queixas de não se estar bem elevam a piedade dos outros, até ao dia em que, por ser prolongada, a piedade acaba dando lugar ao cansaço e é-se enterrado em vida. Fica-se só e sem albergue, sem pessoa que acuda, separado dos outros porque a perturbação mental ou corporal, não lhes é agradável, apesar de se querer ter amigos que acompanhem e aprendam a andar a passo lento, esse que a doença permite. A vida segue o seu curso, as pessoas passeiam e fica-se em casa à espera, à espera da mão que nos resgate da solidão das solidões: de se ser um ser à parte e ser uma perturbação para os outros. [Read more…]
A minha surpresa foi dupla. A primeira, a de conhecer duas pessoas em relação de conjugalidade entre elas. Por outras palavras, pessoa casada com outra, também designadas consortes e esposos. Foi a minha primeira surpresa. As pessoas hoje em dia não casam, vivem juntas e ninguém critica por causa do inumerável número de amancebamentos ou namoros, sejam heterossexual, homossexual ou lésbico.
Parece-me evidente que não vou dizer como a minha mãe e as suas irmãs: que escândalo! Não te juntes a eles – sempre o masculino primeiro… [Read more…]
…para Catarina Almeida, interessada na minha saúde, fez um comentário que inspirou este texto…
Normalmente pensa-se que somos governados, quer pelas nossas células, quer pelas nossas vísceras, ou pelos cidadãos que gerem a nossa soberania.
O primeiro é o corpo. Somos seres humanos e pode criar-nos brincadeiras
Eu gosto muito do meu Porto e penso que seria capaz de escrever lindos textos sobre o Porto. Mas não me apetece. Apetece-me escrever um texto feio. Como me apetece escrever só textos feios sobre este miserável e corrupto país. Este país, vítima da maior bandalheira da sua história. Este país que tem como Presidente o seu coveiro, e como portadores do caixão, os seus incorruptíveis boys. E o pior é que todos se preparam para a exumação do cadáver. [Read more…]
O leitor pode pensar que não existe comparação entre um grupo de crianças e um de idosos. Contudo, o meu trabalho de campo tem-me demonstrado que as emoções são muito semelhantes: o desespero existe nos dos dois extremos do processo da vida. O primeiro facto a tratar, é procurar a forma de canalizar essa emoção quer para idosos, quer para o futuro adulto.
A velhice e a doença que normalmente a acompanha, faz do adulto sujeito de mimos, como se de um bebé se tratasse. Esse idoso que, um dia, não conseguirá falar ou movimentar o seu corpo. Os seus pares de geração ou de gerações próximas perdem a paciência devido à lentidão dos movimentos, das palavras que faltam, dos esquecimentos. E, como se de um bebé se tratasse, vão falando com palavras parvas, no intuito de ajudar. Uma senhora que lia e conduzia o seu carro, apesar dos seus 85 anos, sem óculos e sem problemas de orientação, até que um mês depois, vítima de um aneurisma, fica imobilizada, logo, lenta e envergonhada numa procura desesperada das memórias que o derrame cerebral tinha lavado, como um rio. Uma amiga próxima da sua geração, ao pretender estimular esse rio, nublou com adivinhas de nomes e sítios, essa memória perdida e, conjunturalmente, enervada ao perceber que não consegue agir, como esperado. E, na sua boa intenção, a amiga insiste: coitadinha, claro que sabes, vá lá, diz… Num acesso de fúria mal contida, intervenho e digo com arrogância: Não era melhor dar a pista com uma palavra para ela continuar a frase… Frase a minha que não é ouvida porque os adultos sadios entendem que adulto maior e doente precisa de…compaixão, como refiro no texto, A criança velha, publicado neste sítio de ensaios académicos. O meu apoio à criança velha mas consciente da sua situação, ajuda-a encontrar as palavras costumeiras, com calma, e diz: Bom, foi um prazer, vou andando, e a conversa acaba. Mas, a senhora compassiva, porque é assim que tem sido ensinada, começa com festinhas na cabeça desse adulto maior, beijinhos nas bochechas e
Andei pelas pradarias do lugar de Lodeirón, Paróquia de Vilatuxe en Lalín, Pontevedra. Não havia lugar em que eu não vise a nai, como se denomina em Luso Galego a nossa palavra mãe, essa senhora que nos deu à luz do firmamento. Como tenho relatado em outros textos meus de começos de Julho deste ano, Esperanza era a minha nai. Sentia por ela um carinho imenso, que não tinha cura. Pelo sim, pelo não, estava sempre presente e tomava conta de mim, como mais um neno da família, um catraio que ela cuidava. A conheci em tempos recuádos, quando eu tinha 30 anos e ela, quarantatrés. Levava comida ao meu amigo, hoje o seu viúvo, três anos mãis velho que ela.
Não sabia que tinha ido embora em 2006, póla enfermidade não merecida. Era não apenas carinhosa, bem como enchia a cara de bicos (beijos em português) a filhos e netos. Trabalhava mais do que devia. Tinha morrido de enfermidade não merecida e que nenhum podia curar.
Conheci a Maria Fernanda, pelos anos 80 do Século passado, mais precisamente em 1988. Tinha 22 anos, magra, alegre, sempre com um sorriso, a tomar conta das crianças com as limpezas que fazia na escola e as comidas que preparava para as crianças que trabalhavam connosco na escola. Os seus pais são Manuel Marques Loureiro e Elvira de Jesus de Loureiro. O seu irmão, o amigo e compadre Ramiro Vítor Loureiro, casado com Fátima Abrantes e pais de Sara, a minha afilhada. [Read more…]
O Descalabro do J
O estrondo, enorme e contínuo, baralha as ideias, impede o pensamento e perturba o imperturbável caminhar das horas e dos dias.
As casas, os prédios e as pontes, caem como baralhos de cartas, lançando a destruição à sua volta. As estradas, as ruas e os caminhos, desaparecem, deixando no seu lugar, uma amálgama de trilhos sem sentido e sem indicação de rumo.
No meio de tanta desgraça, J sente-se perdido. Olha à sua volta e só a devastação e a ruína se encontram à vista. O desespero ameaça tomar conta das suas acções. As soluções não existem, os caminhos não se vêm, a solidão está presente.
Os familiares, mesmo que voltassem com os seus esforços e cheios de boa vontade, não apagariam a tristeza nem acalmariam a desesperança.
J é a imagem personificada do desânimo.
Ao seu lado, não tem companheiros de infortúnio. Ninguém repara no seu sofrimento, ou ao menos se importa. Cada um tem a sua própria dor. E as dores dos outros são sempre privadas. [Read more…]
À memória da minha Pátria, esse país frio, chamado Chile,
que luta pela justiça que permita finalmente aliviar o luto, 41 anos depois, dia da mudança dos mandos e do perigo do regresso ao passado recente…
Acaba uma Presidência na dobrada mas não partida, República do Chile, e começa outra. Haverá mais doença?
Deixa, pequeno, tentar explicar o que é a doença. Talvez, com as minhas palavras. Essas que tenho sempre guardadas para ti. A doença, pequeno? Parece-me um estado.
Esse estado do corpo que nos retira de andar com os outros. Esse estado do corpo que muitos dizem ser um estado da alma. Esse estado do corpo que acaba por ser o que nos fere e nos deixa sem horizontes. Esse estado do corpo, por vezes transitório, por vezes permanente, que retira de nós o desejo de fazer mais do que falar ou mal de nós por não estarmos activos – ou mal dos outros porque nos tiraram a alma. Estado do corpo que não passa, porque o corpo é apenas a carcaça dentro da qual as nossas ideias andam. E vivemos sujeitos a ela, a essa terrível palavra que denominamos doença. Da qual fugimos. Fugimos ao pensar, sempre, que o nosso estado ideal de vida é estarmos sempre bem, com o pensamento claro, o corpo direito e o trabalho a ser realizado. [Read more…]
O Clube FCPorto está doente. A sua equipa de futebol profissional sofre os efeitos.
Depois dos últimos resultados da equipa profissional de futebol do FCPorto, reuniram-se em assembleia muitos dos responsáveis pelo clube.
Nessa reunião, foi decidido que seria preciso saber das razões que levavam a que, a equipa que milita na 1ª liga de futebol, estivesse a ter tão fracos resultados.
Para tal, entraram em contacto com professores, empregados indiferenciados, médicos, engenheiros, balconistas, advogados, trolhas, políticos e demais profissionais da nossa praça, para que em conjunto e cada um por si, determinassem as causas que afligem aqueles profissionais.
Durante algumas horas, trabalhando afincadamente, todos os contactados exprimiram a sua opinião. Depois foi só reuni-las (às opiniões), catalogá-las, e tirar conclusões.
Dissecaram-se as razões. Avaliaram-se os resultados de todas as equipas das várias modalidades. Esmiuçaram-se os títulos, verificaram-se as taças e as medalhas, emitiram-se opiniões.
O diagnóstico chegou finalmente. [Read more…]
José Sócrates sobre Paulo Rangel:
…”faz carreira política com base no radicalismo, o que significa uma doença muito infantil da política.A nossa politica precisa é de moderação e de responsabilidade”
E, já agora, de verdade, de credibilidade, de competência, de não se afundar em escândalos…
Comecei hoje a tomar um comprimido para prevenir os efeitos de um mosquito lixado que vive em certas zonas e que mata milhões de pessoas, especialmente crianças.
Tenho que tomar sete dias antes de viajar, durante todo o tempo que estiver no território e mais sete dias depois de voltar. Isto dá 24 comprimidos que comprei sem participação do Estado o que me levou a desembolsar noventa e um euros e quarenta cêntimos, a que tenho que acrescentar mais uns euros (poucos) do repelente, e um completo arsenal medicamentoso que já tinha comprado por ter viajado ao Brasil e Argentina.
A malária é uma doença em várias vertentes, antes de tudo o mosquito gosta de águas paradas e não tratadas, lixeiras e esgotos a céu aberto. Ora quem vive nestas condições não tem capacidade financeira nem para mandar fechar os esgotos e tratar as águas nem para comprar os comprimidos.
Para vencer o mosquito bastava pois, sanear o território, a doença é endémica, o mosquito morreria com o tempo. Foi com o urbanismo e a medicina pública que se derrotaram doenças que durante séculos mataram milhões de pessoas. As famosas “pestes” que grassavam em Lisboa deviam-se à falta de sanidade pública(sabiam que apesar do génio de Pombal e a sua equipa de engenheiros, os prédios da Baixa Pombalina, não têm uma só sanita de origem?)
Depois, e apesar de haver milhões de pessoas a sofrerem com a malária, só há bem pouco tempo se começou a investigar a sério no combate à doença (ainda nos lembramos todos que o melhor medicamento era o “gin tónico” porque a água tónica tem quinino). Temos em Portugal uma investigadora que já recebeu um prémio muito importante a nível mundial pelas descobertas que fez sobre os malefícios que o parasita faz ao nosso fígado.
Esta conversa toda, bem necessária, por sinal, é tambem porque estou a sentir uma série de efeitos colaterais que vêm na “bula” ( calor, vermelhão na face, zumbidos…) mas espero que logo que o corpo se habitue isto passe.
E se eu aderisse novamente ao “gin tónico” e me deixasse de modernices ainda por cima caras?
Miguel, já compraste os comprimidos? Vendo com desconto…
E tu, preferias uma morte súbita ou ter tempo para preparar-te?
Eu pestanejo. Aclaro a garganta. Hesito com um “Bem…”.
Que diabo, na antevéspera de Natal, que raio de pergunta é esta?
Lembro-me de que há dias ouvi um podcast já com algumas semanas do “Questões de moral”, do Joel Costa, que era uma curiosa e muitas vezes divertida reflexão sobre a morte. Também ele aflorava essa questão, e até aventava que as suas últimas palavras poderiam vir a ser “Teve piada”.
Os compradores de última hora, entontecidos pelo circuito de hamster nas ruas da Baixa, roçam os ombros nos nossos mas nada ouvem da conversa.
Pergunto se preferias uma morte súbita ou ter tempo para preparar-te? [Read more…]
Diariamente, e em distintas circunstâncias, sou convidada a desinfectar as mãos com um gel alcoólico que não me atrevo a recusar. Afinal, quem sou eu para colocar em risco a saúde pública? Estendo obedientemente as mãos, recebo o líquido purificador, e espalho-o com escrúpulo, insistindo naqueles cantinhos propícios à acumulação de germes perniciosos.
Há dias, estava eu muito aplicada no exercício, ocorreu-me que havia algo de litúrgico neste gesto, e na verdade não sei explicar como é que logo a mim, anticlerical como sou, me havia de ocorrer semelhante coisa. Mas sim, pareceu-me ver algo de uma liturgia profana, um pouco mais ajustada aos nossos tempos, uma forma de ablução rebuscada, que pede pouco ao espírito porque se excede na limpeza da matéria.
Mas de tanto esfregar as mãos com álcool, e de ler cartazes de prevenção da gripe colocados, para meu bem, em locais onde é difícil não vê-los, dou por mim a pensar que isto da prevenção, do medo à pandemia, do zelo na desinfecção das mãos e das superfícies em que estas tocam, não parece capaz de dar um passo mais e traduzir-se em amor ao corpo. Não, parece-me que se fica tão só pelo horror à contaminação. [Read more…]
Era um modesto hotel de uma cidade de província. Um desses estabelecimentos semifamiliares, em que o dono parece ter conseguido desenvolver o dom da ubiquidade, não só para controlar os empregados e guardar a sua propriedade, mas também para observar com deleite a nossa cara de susto quando nos surpreendia em cada esquina. Era um […]
Ainda vamos ver o “Ministro” Nuno Melo a propor a incorporação obrigatória dos sem abrigo nas Forças Armadas….
E muitos boys & girls sem emprego. O governo exonerou a mesa da Santa Casa da Misericórdia de Lisboa.
“St. Thomas’?”, perguntei aos deuses da Ortografia. “Deveria ser St. Thomas’s!”, exclamei. Felizmente, não estou sozinho — há quem se defenda, alegando que é um plural. Really? Oh dear!
“Morta por dentro, mas de pé, de pé como as árvores” e (peço desculpa pela javardicezita) “Prefiro morrer de pé do que votar no Luís André“. A primeira dá o mote. A outra… A outra… A outra (ui!), valha-nos Nossa Senhora da Agrela.
OK. Já agora, como é que ficou aquela história do “agora facto é igual a fato (de roupa)”? Alguém sabe? É para um amigo.
É o tema do II Congresso dos Jovens da Família do Coração Imaculado de Maria. Aguardo as conclusões para ficar a saber se sou homem, se sou mulher e se sou de verdade.
Às escondidas. Aguarda-se o anúncio de um feriado nacional dedicado ao terrorismo fascista.
Para ouvir com bolas de naftalina nos ouvidos.
Greve geral nas redacções – página do Sindicato dos Jornalistas.
que pode acompanhar neste link. As primeiras notas, inevitavelmente, dizem respeito ao crescimento da extrema-direita.
Mesmo que não se confirme, o facto de André Ventura apresentar o nome de Miguel Relvas como aliado diz-nos tudo sobre a farsa anti-sistema que o seu partido tenta vender.
de José Pacheco Pereira, regressemos a A São solidária e a função diacrítica de há uns tempos.
Ainda sou do tempo em que o preço do azeite subiu porque mau tempo, más colheitas, imposto é roubo e socialismo. Afinal, era só o mercado a funcionar.
Depois do debate Mariana Mortágua/André Ventura vários comentadores em várias TVs comentaram o dito, atribuindo notas. Sebastião Bugalho, depois de dizer que MM mentiu, diz que ela ganhou o debate. Desde que começou a escrever no Expresso, Sebastião Bugalho marcelizou-se.
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