Trabalho é Prazer

Faltar ao trabalho é Pecado. Fazer greve é blasfémia!

Braga e Arsenal: a velha tradição minhota de um filho bater na mãe

A imagem tola do Afonso Henriques a bater na mãe na primeira tarde portuguesa, a da batalha de S. Mamede, não me estraga o título.

Os nossos vermelhos, cor de arsenal, deram duas a seco, como melhor sabem fazer, no final e em contra-ataque.

Vídeos dos Golos? a esta hora com qualquer outra equipa, tipo SLB, SCP ou FCP já havia, disponíveis para aqui partilhar. O Braga vs Arsenal demora mais tempo.

Como o complexo de Édipo faz parte de todos os cursos de jornalismo (cadeira Arranja-me um Emprego) fica este desabafo, desilustrado.

Assim eles arranjaram um emprego:

Herberto Helder, 80 anos

Dai-me uma jovem mulher com sua harpa de sombra
e seu arbusto de sangue. Com ela
encantarei a noite.
Dai-me uma folha viva de erva, uma mulher.
Seus ombros beijarei, a pedra pequena
do sorriso de um momento.
Mulher quase incriada, mas com a gravidade
de dois seios, com o peso lúbrico e triste
da boca. Seus ombros beijarei.
Cantar? Longamente cantar,
Uma mulher com quem beber e morrer.

OMS, pobreza e políticas de saúde

rocinha_rj(3)A A Organização Mundial de Saúde (OMS) acaba de publicar o Relatório de 2010 da saúde no mundo. O conteúdo é vasto e diversificado quanto a temas e perspectivas sobre as políticas de saúde. A propósito dos gastos de saúde de cidadãos, refere: “cerca de 150 milhões de pessoas sofrem catástrofes financeiras anualmente e 100 milhões são forçadas a viver na pobreza”.

Admito a precisão de análise da OMS quanto aos números referidos. No entanto, pergunto: “Quantos cidadãos, nos vários cantos do mundo, estão impedidos anual e definitivamente de recorrer a serviços de saúde, por falta de recursos ou, dito de forma mais crua, pelas condições de pobreza extrema em que vivem?”.

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Escritores Latino Americanos, poucos Europeus-4ª Parte. E Barrios

Eduardo Barrios na sua juventude de trinta anos, 1914

Pouco ou quase nada se sabe dos escritores chilenos. Apenas se mencionam Pablo Neruda, Gabriela Mistral, e acabou. Infelizmente, diria eu Dentro de la terra mal podem – se sustentar com os seus livros, publicações e direitos de autor. É evidente que me refiro à época em que encontrar trabalho no Chile, era um duelo de Titãs. O se tinha fortuna pessoal ou famílias com terras que produziam bem e os bens vendidos como mercadoria não apenas sustentavam uma família, bem como para uma família alargada. Tem sido a minha experiência pessoal, usufruída enquanto no Chile morava. Mas com quarenta e cinco anos fora do país e sem mais herança que o meu ordenado, a vida tem mudado redondamente.

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Teixeira dos Santos bate records

A carta anónima da RTP

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A carta que hoje apresentamos anda a circular pelos corredores da RTP. Pelo conteúdo, vê-se claramente que foi escrita por um funcionário da empresa, revoltado pela sua situação laboral e, a par disso, pelas injustiças, ilegalidades e imoralidades do seu empregador.
Não é que haja propriamente novidades no que ali está escrito. Há muito que se fala da maior parte daquelas acusações e do tipo de comportamentos que a carta revela. A novidade, aqui, é essas acusações partirem de dentro, ou seja, de alguém que está claramente bem informado.
Ou seja, que há muito trabalho entregue a produtoras externas porque é preciso dar a ganhar a alguém, já se sabia; que há promiscuidade entre a Administração e o Poder, também já – acontece com todos os Governos e ainda mais com este. Agora, temos interessantes pormenores sobre a propriedade das empresas externas a quem é entregue trabalho (veja-se o caso de Paula Moura Pinheiro) e sobre as «viagens de trabalho» de alguns membros da Administração, incluindo as viagens a Moçambique do «senhor Presidente».
Curiosa é a forma como a carta se refere às «estrelas» da companhia. A par da descrição dos pornográficos vencimentos que auferem e de referências pouco abonatórias a José Alberto Carvalho e Judite de Sousa, uma interessante frase sobre José Rodrigues dos Santos: [Read more…]

A greve

Greve, Segall, 1956

Entre as k-7′ mais repetidas contra as greves está o clássico “não querem é trabalhar“. Faz parte do álbum “A minha política é o trabalho“, música habitual com que se dança a lógica do deixar a política aos outros, e cada um que trate da sua vidinha.

A política não é dos políticos, é nossa. É monopólio dos que vivem da política, para os seus negócios, os seus favorecimentos, as suas aldrabices, porque deixamos.

Fazer greve é muito mais que um direito. Não é um acto de preguiça, quem faz greve (e todos, sindicalizados ou não, a podem fazer) prescinde de um dia de salário para falar. Para dizer que chega, que estamos fartos dos roubos, dos bancos que mandam na economia e aumentam os seus lucros, das grandes empresas que fogem dos impostos, dos que à custa do trabalho alheio acumulam fortunas.

Quando fazemos greve ao menos eles reparam numa coisa: fazemos falta. É com o nosso trabalho que eles ganham a vida.  Vamos deixá-los engarrafados, sem almoço, sem as ruas limpas, sem o “muito obrigado senhor doutor” com que lhes alimentamos a vaidade. Vamos fazer-lhes a vida negra, nem que seja só num dia. É pouco, mas é melhor que nada.

Escritores latinoamericanos e poucos europeus-3ª parte. Pablo Neruda

Foi um acaso, o que se diz normalmente, uma casualidade. Tinha eu quinze anos, ele deve ter tido uma idade indefinida, mas eram já os tempos da sua idade indefinida. [1] Os poetas não têm idade vivem a vida a dar saltos entre a realidade transformada em realidade en verso. Éramos vizinhos de uma das sua três casas, a de Valparaíso o La Sebastiana. Conhecemos, na nossa lua-de-mel, a minha noiva, agora esposa, a primeira que fez no Chile: Isla Negra. Não era, de facto uma ilha, era uma quinta que ficava ao pé da casa dos nossos amores, em Algarrobo, praia balnear perto de Valparaiso. Neruda não conseguia viver sem ver o amor. Entrar na Sebastiana com a minha mãe, foi uma delícia: via-se, como era da nossa vizinha casa, toda a Baia do porto e, com essa fantasia contagiante, além-mar. Sua única habitação na cidade, era La Chascona, feita para o agrado da mulher que amava, Matilde Urrutia e os seus encontros clandestinos. La Chascona, por causa do telhado de totora[2]. Nem pensar que, por poeta, falasse em verso, falava como todo ser humano nascido no centro Sul do Chile, engolindo as consonantes e um cantar típico que compassava as suas frases. [Read more…]

É de mim ou o novo blindado tem smileys?

Ali mesmo à frente. Estão a ver? Olhem melhor. O amarelo ajuda a encontrar. São duas rodas bem amarelas que chamam a atenção por entre tanto azul.

É o novo blindado da PSP, que chegou para a próxima cimeira da Nato em Portugal.

Não há que enganar. Olhem agora para a configuração. Com atenção. Vêem smileys não é?

Eu, pelo menos, vi. Andei à procura de mais detalhes e descobri que dizem KC em cima e Daylighter em baixo. Afinal não são smileys, mas que parecem lá isso não há dúvidas. Mas deve ser apenas uma coincidência.

Kiva

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Kiva é um projecto de micro-crédito de privados para privados para privados. Com 25 dólares pode-se contribuir para a angariação de fundos que alguém esteja a fazer para lançar o seu negócio pessoal. Quando os donativos a uma pessoa são atingem o valor pré-estabelecido, a Kiva entrega-lhe esse dinheiro. Essa pessoa monta o negócio e procede a um plano de pagamentos pré-estabelecido. Há ano e meio fiz dois empréstimos de 25 dólares, um à sr.ª Jeannette Egbare e outro ao sr. Kodjovi Tinin Kougblenou. Kodjovi já pagou a totalidade do empréstimo e Jeannette já pagou 78%. Podia ter recuperado o dinheiro que já me foi pago mas optei por re-emprestar, ajudando  a sr.ª Mariam Danielyan. Quando a sr.ª Jaeannette acabar o pagamento, voltarei a fazer o mesmo.

(Uma iniciativa de que tive conhecimento pelo Gabriel Silva)

SUCESSOS DE LISBOA, E DE ROMA

Foi um sucesso a cimeira da Nato em Lisboa , sobretudo, porque conseguiu lograr uma desejável parceria com a Russia, encerrando assim definitivamente, a porta da guerra fria,que na verdade terminou com a implosão da União Soviética e a queda do muro de Berlim.A partir daí a globalização neoliberal que já vinha a caminho , acelarou-se, de forma celerada,como a estamos agora a conhecer,com um mundo unipolar.

Também foi um sucesso de Lisboa a melhor coordenação que, finalmente, parece ter sido conseguida entre a União Europeia e os EUA, com resultados imediatos visíveis, ao decidir se preparar, em pouco tempo, a saída, de forma faseada das tropas da Nato do Afeganistão, e um díalogo mais intenso entre estas duas regiões fulcrais para o mundo.
Sucesso também a nível internacional para o governo de Sócrates, por ter conseguido organizar com êxito, um evento global tão importante, que colocou Portugal por uns dias, nos os écrans de todo o mundo, promovendo a nossa imagem de forma positiva. Sócrates saiu -se bem e mostrou-se um líder com capacidades internacionais, malgrado o desastre social que se passa, agora, a nível interno em Portugal. [Read more…]

Uma Tragédia Portuguesa:

Não, o título não é sobre os famosos cinco a zero nem eu vou falar de futebol – caso contrário ainda sou expulso do blogue 🙂 – mas sobre um livro que foi hoje apresentado em Lisboa.

Uma Tragédia Portuguesa é um livro obrigatório para quem quer perceber as razões que levaram o país a esta embrulhada: a dívida (externa, das famílias e do Estado), a criação e desenvolvimento do monstro, entre outras. Igualmente fundamental para quem desejar ter umas luzes sobre que caminho seguir para a mudança.

A obra do Prof. António Nogueira Leite com o jornalista Paulo Ferreira foi apresentada ao final da tarde e foi no regresso ao Porto que tive a oportunidade de ler, muito por alto, algumas partes. Por isso, em breve volto ao tema.

Um livro de leitura obrigatória.

(igualmente publicado no Albergue)

Banksy ocupa um museu

Apareceu-me no Facebook esta respigadora do Millet atacada por Banksy. O ano passado Banksy ocupou um museu em Bristol. Do confronto há registo em vídeo, imperdível. Nunca um museu tinha sido assim.

Os Açores, Kissinger e velhos projectos


Parece existir uma certa surpresa pela notícia hoje divulgada pelo Público e que se refere a um projecto de ocupação dos Açores pelos EUA, durante o auge do PREC de 1975.

Esta possibilidade existe há perto de 120 anos e a primeira vez que dela se ouviu falar nas chancelarias europeias, foi nos finais do século XIX, quando após uma rápida guerra de surpresa contra a Espanha, os americanos arrebataram Porto Rico, Guam e as Filipinas, ao mesmo tempo que estabeleciam um protectorado em Cuba. A Doutrina de Mahan, bem alicerçada naquela outra que serviu e ainda se faz valer no Hemisfério Ocidental, impôs a ascensão dos Estados Unidos à condição de grande potência naval. A aquisição de bases que servissem como perímetro de defesa, foi talvez a primeira consequência da vitória sobre os espanhóis, também impedindo aquilo que já se tornara num princípio básico do sucesso de qualquer esquadra em batalha: a logística e o controlo das rotas marítimas intercontinentais. De facto, a distância que separava as armadas europeias dos seus portos metropolitanos, consistia no problema que durante séculos obcecou todas as potências marítimas, tendo sido Portugal, a primeira delas a construir um rosário de pontos de apoio costeiros e insulares que pontilharam o Atlântico, Índico e Pacífico ocidental. A Inglaterra compreendeu o conceito e estendeu o seu domínio a Gibraltar, malta, o Chipre, Suez, Freetown, Golfo da Guiné, Santa Helena, Ascensão, ao Cabo, Zanzinbar, o Hadramaut, Bahrein, Ceilão, Penang, Singapura e Hong-Kong.

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Ai os mercados e tal

Herman Enciclopédia a imitar David Attenborough. Enjoa-me esta conversa dos mercados. Como se fosse um ser que nos olha agachado por trás de uma giesta, como naquele famoso sóquete da Herman Enciclopédia a imitar o David Attenborough.

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