MAGA is Woke

Parece que as “pessoas do mal” andaram a criar vídeos gerados por inteligência artificial para gozarem com o presidente dos presidentes da cambada incel.

No primeiro vídeo, que já gerou um clima de perseguição nos corredores administrativos, Donald Trump aparece a beijar os pés do presidente de facto (tal como o filho do Mark Robinson para pessoas brancas, o jovem XYLGBTMAGA/Twitterx2AoQuadrado, já nos tinha afiançado na semana passada) dos Estados Unidos, o oligarca Elon Musk. Outrageous! Toda a gente sabe que, caso Donald Trump tencionasse beijar alguma parte do corpo do sul-africano, não seriam os pés…

E como se não bastasse, hoje alguém invadiu a conta de Donald Trump no Instagram para publicar um vídeo onde aparecem transexuais vestidos de sultões a dançar na praia em Gaza. Para quem andou a assinar decretos para tirar transexuais do desporto… já se percebeu que os quer empregar no paraíso em Gaza (ao contrário de vocês, seus balofos rednecks, que o máximo onde poderão ir é a Las Vegas). Dizem que o invasor também se chama Donald Trump, mas eu não confio – há-de ser tudo uma teoria da conspiração. Alguém acredita que a administração que confundiu Gaza na Palestina com Gaza em Moçambique, com preservativos à mistura (já agora, repito a questão de Trump junto dos seus apoiantes: vocês sabem o que é um preservativo?) seria capaz de tal comicidade?


A juntar a toda esta promiscuidade de extrema-esquerda, um dos soldados do braço-armado do puro homem laranja, desceu um lugar no pódio dos podbros, tendo sido destronado por um podcast de… liberais. Não se faz! É uma sacanagem! E, mais do que tudo, é certamente uma teoria da conspiração! Alguma vez as pessoas mudam de opinião quando vêem que as políticas reais daquele que apoiaram e em quem votaram, quando passam da retórica à acção, lhes lixa a vida toda com F maiúsculo?! Nunca na vida! Somos todos fiéis cordeirinhos do deus-nosso-senhor.

É caso para dizer: MAGA is woke.

Antes isso que cair da janela

Trump escolheu e empossou David Lebryk como seu Secretário do Tesouro.

Durou 11 dias no cargo.

Por ser incompetente?

Não sei. Mas o percurso enquanto nº 2 do Tesouro Americano, que sobreviveu a Obama, Trump, Biden e novamente a Trump, leva-me a crer que a incompetência não terá sido a razão do seu afastamento.

Já o embate com o grupo de jovens hackers ao serviço do DOGE de Elon Musk, na vã esperança de lhes vedar o acesso à informação contida nos sistemas do Departamento do Tesouro, terminou com Lebryk a meter baixa, a que se seguiu, dias depois, o pedido de demissão. Vá lá que ainda não caem de janelas. Por agora, as exportações russas para a nação trumpista ficam-se pelo bullying a nações mais pequenas, troll farms e filosofia duginiana. [Read more…]

Trumpus inter pares

No dia em que se assinalam 3 anos da invasão da Ucrânia pela Federação russa, a 24 de Fevereiro de 2022, a Assembleia-Geral das Nações Unidas aprovou uma resolução que exige o fim da agressão e reitera o compromisso com a soberania, independência e integridade territorial da Ucrânia.

Sem surpresas, apenas a Hungria se distanciou dos parceiros europeus, votando contra a resolução apresentada conjuntamente pela Ucrânia e União Europeia. Orbán é um autocrata alinhado com Moscovo, uma espécie de cavalo de Troia do Kremlin no Conselho Europeu, e as suas intenções são conhecidas, como é conhecido o seu total desprezo pela democracia liberal.

Ao lado da Hungria votaram 18 países. Federação Russa, Bielorrússia, Burkina Faso, Burundi, República Centro Africana, Coreia do Norte, Guiné Equatorial, Eritreia, Haiti, Israel, Mali, Ilhas Marshall, Nicarágua, Níger, Palau, Sudão e… guess what?

Exactamente: os Estados Unidos da América. [Read more…]

Camaradas artificiais

A pergunta óbvia, que Sam Altman não antecipou que se colocasse, quando escreveu no Washignton Post há mais de seis meses, mas que se coloca agora, depois da eleição de Trump, da proximidade das grandes tecnológicas americanas com o novo presidente, do que Elon Musk tem feito, mas também do que outras grandes tecnológicas têm feito, é óbvia e trágica para a América e o Ocidente: entre uma Inteligência Artificial que nos oferece as verdades de Xi Jinping e do Partido Comunista Chinês e outra que não sabemos se um dia não nos oferecerá a verdade de Elon Musk, Trump ou companhia, a escolha democrática é assim tão óbvia? Obviamente que não.

Henrique Burnay, Expresso

Deepfucked

Os chineses criaram o seu próprio ChatGPT. Chama-se Deepseek. A ferramenta é de tal forma eficaz que o sector tecnológico norte-americano caiu desamparado na bolsa de Wall Street e perdeu mais de 600 mil milhões de euros. Afinal, o poder das tecnológicas não é assim tão grande.

O que se passou ontem ajuda a explicar a deriva autoritária do capitalismo, sobretudo nos EUA. É que, para o grande capital, para usar a expressão do PCP, os lucros tendem a sobrepor-se à democracia e aos direitos humanos.

Foi assim quando os grandes empresários alemães se aliaram a Hitler, é assim quando bilionários como Elon Musk atacam sindicatos e políticas sociais, e usam os seus recursos quase infinitos para financiar e promover forças de extrema-direita. [Read more…]

Amigos de Elon, por Philipe Low

“I have known Elon Musk at a deep level for 14 years, well before he was a household name. We used to text frequently. He would come to my birthday party and invite me to his parties. He would tell me everything about his women problems. As sons of highly accomplished men who married venuses, were violent and lost their fortunes, and who were bullied in high school, we had a number of things in common most people cannot relate to. We would hang out together late in Los Angeles. He would visit my San Diego lab. He invested in my company.

Elon is not a Nazi, per se.

He is something much better, or much worse, depending on how you look at it. [Read more…]

O padrão Musk

Ninguém votou em Elon Musk.

No entanto, il consigliere tem neste momento mais poder e exposição mediática que JD Vance. E ombreia com Trump.

Aliás, a saudação nazi – sim, foi uma saudação nazi, e foi intencional, mas já lá vamos – roubou claramente o protagonismo a Donald Trump. No dia seguinte ao mais importante da vida do outra vez presidente dos EUA, o maior comeback da história da política americana, o tema não foi Trump. Foi a actuação do Adolfo de Pretoria. E Trump, dono do mais pedante ego à face da Terra, não deve ter ficado nada contente. A Soberba é pecado mortal, mas Donald é muito cristão. Enviado por Deus.

Esta é uma das minhas esperanças: que os gigantescos egos de Trump e Musk colidam. Sem retorno. A seguir abasteço-me de pipocas e vou assistir ao combate entre nativistas e broligharcs no octógono, com Joe Rogan a comentar e Trump a tirar selfies com Dana White na fila da frente. Se tivesse que apostar, apostava nos segundos. In America, cash rules. Ou como muito oportunamente o colocaram os Wu-Tang Clan: C.R.E.A.M. Dolla dolla bill, y’all.

Adiante.

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Nova Ordem Mundial

Donald Trump, licenciado em conluios, mestre em fraudes fiscais e doutorado em nepotismo, decidiu entregar o recém-criado Departamento de Eficiência Governamental a Elon Musk e Vivek Ramaswamy.

Nota artística: não só se diz que o departamento foi ideia do próprio Musk, como o seu acrónimo – DOGE – é literalmente uma homenagem à Dogecoin, a criptomoeda favorita do principal oligarca e financiador da segunda vinda do trumpismo, versão “on steroids”. Ou então é só uma coincidência muito engraçada.

Adiante.

Nem me vou indignar com o inegável conflito de interesses de ter dois potenciais beneficiários das borlas fiscais de Trump a gerir um departamento cujo principal objectivo é cortar nas gorduras de um Estado que nem SNS tem. Mas que não se inibe de gastar muitos milhares de milhões em armas, para manter aquele que, ano após ano, é o exército com maior orçamento do mundo. E não é expectável que Trump aceite cortes no sector militar. Para não falar nos muitos contratos das empresas de Musk com o estado federal, na Defesa e na NASA, que dificilmente sairão beliscados. [Read more…]

Drain the swamp and fill it with brand new shit. 

Donald Trump, mestre em conluios, fraudes fiscais e nepotismo, decidiu entregar o Departamento de Eficiência Governamental a Elon Musk e Vivek Ramaswamy, dois empresários com interesses na área, seja enquanto fornecedores do governo, seja enquanto beneficiários das borlas fiscais que vão resultar do desinvestimento no sector público.

Há quem garanta que é com tarifas, conflitos de interesses e tachos para esta nova oligarquia que o capitalismo será mais forte. Mas eu ainda sou do tempo em que o capitalismo era feito de mercados livres, livre concorrência e – alegado – mérito. No fundo, o capitalismo é aquilo que quem manda nos EUA quiser que ele seja. O que só reforça ainda mais a farsa em que se transformou.

Drain the swamp and fill it with brand new shit.

Diddy Must Die

Sou um aficionado da cultura hiphop, ouço rap desde miúdo, sobretudo português, mas o rap americano, do ponto de vista cultural, filosófico e antropológico é incontornável para quem segue o movimento.

Serve esta curta introdução para sublinhar o primeiro facto conhecido há décadas: rappers americanos, sejam eles da velha ou da nova escola, sempre deixaram claro nas suas letras que uma certa cultura de depravação sexual faz parte do seu ADN.

Sobretudo, claro, Puff Daddy, Notorious BIG, um dos nomes mais importantes da história do movimento, e toda a crew da Bad Boy Records.

Daddy, Diddy, Brother Love ou Sean Combs, chamem-lhe o que quiserem, sempre foi um rapper de segunda liga. Tecnicamente falando. Posso nomear, com facilidade, 30 ou 40 rappers norte-americanos que são muito, muito melhores que ele, a escrever e a “cuspir”.

Em boa verdade, Diddy só apareceu porque Biggie Smalls morreu. O primeiro grande hit da sua carreira é precisamente “I’ll be missing you”, tema que dedicou ao amigo falecido, no qual usou um sample do tema Every Breath you Take, dos Police, sem autorização. O menor dos seus abusos, que, ainda assim, lhe custou uma pequena fortuna. Aqueles que estes dias descobrimos podem custar a sua vida. [Read more…]

Elon Musk e liberdade

Nos últimos tempos, temos visto crescer a imagem do oligarca sul-africano Elon Musk como um deus da liberdade de expressão, um rei libertário das massas oprimidas no Twitter.

Se a visão de um oligarca como “um defensor da liberdade”, seja ela qual for, já é abusiva, todo o endeusamento à volta do bilionário atesta o delírio colectivo. Isto porque “liberdade” e “bilionário” são duas ideias contraditórias entre si; nenhum bilionário nos trará liberdade, mas ao assumir-se como um paladino da mesma, nós, comuns mortais, estamos a assegurar a sua. E a sua liberdade é a de poder continuar a lucrar desmesuradamente com os seus negócios, aqueles onde nós investimos, mesmo sem nos apercebemos. Não pode ser uma musa da liberdade aquele que se opõe a que os seus trabalhadores usufruam das liberdades a que têm direito como, por exemplo, o direito à greve, ao qual o oligarca Musk se opõe.

Elon Musk não é exemplo de nenhuma virtude, a não ser a aparente virtude de ter muito dinheiro. Se é que isso é uma virtude por si só (plot twist: não é). Mas pode vir a sê-lo, basta querer. Em primeiro lugar, pode começar por re-admitir aqueles que despediu: os moderadores de conteúdo que tinham a tarefa de monitorizar crimes na internet. Excluir as carradas de contas de nazis que deixa andar livremente por uma plataforma mainstream, pode já ser um passo.

Depois, é simples, fecha as portas da Tesla na China, no Catar, nos Emirados Árabes Unidos, na Hungria e na Turquia, países onde não existe… liberdade de expressão.

Até lá, será apenas o rei da manipulação com um objectivo único: manter-se no topo da lista dos oligarcas mais oligarcas do mundo. E se Portugal seguisse o exemplo do Brasil, poderíamos começar a pensar em libertar, finalmente, os nossos jovens do jugo das redes sociais vistas como “mundo real”.

Liberdade haverá quando não houver espaço para nem mais um Elon Musk.

Elon Musk é um hipócrita

Wannabes com posters de Musk e Andrew Tate na escrivaninha julgam que o dono do Twitter é um paladino da liberdade de expressão.

Estão enganados. Musk é só mais um hipócrita que está no topo da cadeia alimentar da elite que diz combater, a dar lições de moral que não tem.

O braço de ferro com o Brasil, por exemplo, é meramente ideológico. Uma cultural war. Porque se a sua preocupação fosse a liberdade de expressão, que não é nem nunca foi, fechava a operação da Tesla na China, que de resto tem a sua rede bloqueada.

Elon Musk é um hipócrita. E está tão preocupada com a liberdade de expressão como com os direitos dos seus trabalhadores.

Elon Musk e outros palermas

A propósito da polémica Elon Musk/Twitter, tenho dificuldade em decidir-me sobre o lado mais palerma desta equação:

  • Se o daquela esquerda que arranca cabelos porque aquilo agora é do Musk, porque liberdade de expressão e não-sei-quê, mas que estava perfeitamente confortável com accionistas que já lá estavam, tipo o primo do Bin Salman, como de resto está confortável com o Bezos no Washington Post ou o Zuckerberg na META, ambos conhecidos pelo seu profundo compromisso com a democracia.
  • Se o daquela direita que quer fazer dele um herói anti-globalista e anti-sistema, quando o Musk é o homem mais rico do mundo, perfeitamente integrado no sistema e na elite global, e a sua SpaceX vive de contratos com o Estado americano. Só este ano foram 2 mil milhões de dólares. Pagos pelo cofre cuja chave está na mão de Joe Biden, que é precisamente o inimigo público n°1 dessa mesma direita.

Não consigo decidir. Ambos os lados estão fortíssimos na palermice. Alguém lhes diga que o Twitter é uma empresa privada e não um organismo público com a missão de defender a democracia. E que o Elon Musk quer ganhar dinheiro e introduzirá as mudanças que quiser para rentabilizar o Twitter segundo a sua visão.

E que só lá está quem quer.

Elon Musk, camarada de Jinping

Elon Musk defendeu a capitulação e transformação de Taiwan em região administrativa especial chinesa. Pequim adorou a ideia, reabriu a porta aos carros da Tesla, e os neoliberais ficaram todos calados, como ratos, a contemplar mais um triunfo do mercado livre e da mão invisível.

Elon Musk fala putinês

Mas a direita não o tenta cancelar. Porque o fascínio por quem tem muito dinheiro e negócios altamente lucrativos, ainda que financiados com milhões de dólares do Tesouro americano, se sobrepõe SEMPRE a “questões menores”. O mesmo motivo que a faz berrar contra o comunismo para de seguida se transformar num fofinho cachorrinho bebé, quando lhe perguntamos se devemos fechar a porta daa democracias liberais a mão de obra escrava – mas extremamente rentável – que Pequim vende aos seus heróis e financiadores. Talvez a solução seja o PCP convidar Musk para actuar no Avante 2023.

Parasitismo

“Tele-trabalho é fingir que se trabalha” – disse um bilionário que nunca trabalhou na vida

Elon Musk, Twitter e liberdade de expressão: a desconstrução de uma fraude

Elon Musk a viver acima das suas possibilidades

Para adquirir o Twitter, pela astronómica soma de 40 e tal mil milhões de euros, Elon Musk teve que se endividar, pese embora o seu net worth seja suficiente para cobrir as suas despesas. Estará o sr. Tesla a viver acima das suas possibilidades? Se não está, parece.

Elon Musk, o Twitter e os outros

A tentativa “hostil” de Elon Musk tomar conta do Twitter tem sido tópico de discussões acesas. Podemos confiar tão poderoso instrumento de geração e partilha de informação a um homem só, ainda por cima tresloucado? Que ameaça poderá representar este homem, tão poderoso, com ainda mais poder?

É interessante assistir a esta discussão, quando o próprio Twitter tem, entre os seus accionistas, um príncipe Saudita e vários fundos abutres. Quando Bezos é dono do Washington Post e a grande maioria da imprensa mundial está nas mãos de oligarcas do bem. E mesmo que Musk tomasse conta do Twitter, que é uma empresa privada como outra qualquer, ainda ficaria a anos-luz de Mark Zuckerberg.

Qual será, então, a nova ameaça que o dono da Tesla representa?

Suspeito que nenhuma. Suspeito, aliás, que terá incomodado alguém com poder, para estar agora debaixo de fogo. Ou então é circo para entreter o povo, que se vai esquecendo que o essencial não é quem manda nas redes, mas a ausência de regulação sobre o imenso poder das tecnológicas.

A culpa é… do Socialismo?

Notícia da TVI

Enquanto dois mil bilionários tiverem mais riqueza do que 60% da população mundial, continuará a haver desigualdade.

Ninguém é ou se torna milionário ou bilionário a trabalhar honestamente. As maneiras de o conseguir passam por heranças e/ou exploração selvagem de trabalhadores (horários de trabalho não balizados, salários perto de 0, mão-de-obra infantil, etc), o que constitui um dos mais pesados e prolíficos motores do capitalismo.

O próximo passo? Taxar realmente as grandes fortunas. Ilegalizar offshores. Mudar as leis do trabalho.

Enquanto não se tiver mão nisto, continuando com a lenga-lenga da “liberalização da economia”, continuaremos a ver as desigualdades acentuarem-se. Ninguém trabalha o suficiente para ser milionário; e atrevo-me a dizer que quem é milionário… não trabalha; arranja quem trabalhe para ele. E “ele” – o milionário – explora as necessidades de quem para ele trabalha ao máximo. Só assim se justifica esta acumulação pornográfica de dinheiro, que insulta a inteligência de quem trabalha.

Não existe bom e mau capitalismo.
Existe capitalismo.
E é assim que este funciona. 

E como os reaccionários neo-liberais e neo-fascistas tanto gostam de nos neo-enganar: a culpa, essa, deverá ser, apenas e só… do socialismo. Está na cara!