Sim: “Pela IL, o ex-líder João Cotrim Figueiredo considerou a moção do Chega como ‘um bocado infantil’”.
O estranho fenómeno da twitterização da vida e do desfasamento das novas gerações
Dizem que são “luxury lovers”, ouvem podcasts sobre economia onde jovens brancos mimados que não entendem um cu de economia debitam alarvidades, nunca abriram um livro nem sabem o que é um “relatório” ou uma “ficha técnica”, rejeitam todo e qualquer meio de comunicação tradicional com a premissa de que é tudo “um lixo”, mas adoram youtubers e tiktokers com discursos vazios de “auto-ajuda” e acham que o MaisLiberdade é o pináculo da “literacia financeira” e da independência (spoiler alert: há gráficos para tudo, consoante o que se quiser mostrar e não, não é independente, é da IL) e que o Ventura até diz as verdades (spoiler alert: um relógio parado está certo duas vezes por dia). Acham que comportamentos racistas, xenófobos ou homofóbicos são mera “liberdade de expressão”, e exercem-na no Twitter ou no Facebook, porque nunca leram a Constituição para perceberem que tais actos são crime, não opinião e que liberdade de expressão é outra coisa.
Admiram o Elon Musk de cada vez que este se peida, acham que o Raul Minh’Alma é o melhor escritor português e o Cristiano Ronaldo é o role-model das suas vidas, consomem Prozis porque vão ficar muito bombados (e assim sempre estão na moda), acham que são os impostos o grande flagelo das sociedades, acreditam piamente que uma taxa plana de 15% num ordenado de 1000€ os vai deixar milionários, são contra taxar as grandes fortunas mas ganham menos de 1000€/mês… e vivem num T1 em Gueifões pelo qual pagam quase um ordenado mínimo, compram na Zara e conduzem um Ford Focus…
Não admira que a Iniciativa Liberal tenha tantos bots que a apoiem, quando vende a política como se de um sonho se tratasse, achando que riqueza é mero sinal exterior de quem “lutou muito para lá chegar”, mas depois quem tem de levar com um barbeiro que cobra 8€ por corte e que paga 600€/mês pelo arrendamento de um espaço comercial, mas que acha que vai ser milionário a trabalhar, na caixa de comentários de um qualquer jornal português sou eu. [Read more…]
Lavar mais Blanco
Este gajo não se cansa de passar vergonhas.
Os impostos não servem para financiar esses serviços. Antes servissem! Servem, fundamentalmente, para abater na dívida pública. Se os impostos servissem para financiar os serviços públicos, os mesmos não estariam na situação dramática em que se encontram.
“Portugal é um dos apenas três países da Zona Euro que promete cumprir a regra da dívida até 2026” já diz tudo sobre para onde vai o dinheiro que os portugueses pagam em impostos.
Já agora, convém esclarecer o porquê da classe média pagar tantos impostos: a economia nacional foi quase toda privatizada desde a década de 80 até hoje. Ora, com a privatização da grande maioria das empresas-chave de sectores estratégicos, a única opção para encher os cofres ao Estado é sobrecarregando a população, neste caso a classe média, com impostos. Impostos esses que que quem controla os sectores estratégicos da economia, por norma, não paga (levando esse dinheiro para offshores, paraísos fiscais e fundos de investimento de origem duvidosa).
Liberais, parem de tentar iludir e enganar as pessoas. Infelizmente, o deputado Bernardo Blanco bloqueou-me nas várias plataformas e não lhe posso ensinar estas coisas directamente.
Amigos, a solução não é mais liberalismo, é exactamente o contrário, pois foi a liberalização da economia que nos trouxe a este Estado lastimável. A solução da Iniciativa Liberal, que quando fala em baixos salários nunca propõe subir os mesmos, mas sim diminuir a carga fiscal (aos que já têm salários acima da média), passa pela privatização destes serviços para os entregar a quem querem aliviar a carga fiscal, ou seja, aos donos disto tudo.
Chama-se a isto “lavar mais Blanco”. Mantenham-se alerta: um olho no facho, outro no liberal. Por fim, deixo-vos com gente séria:
O mérito dos CEO

Pedro Soares dos Santos, CEO da Jerónimo Martins. Fotografia retirada do Jornal Económico.
Noticia o jornal Expresso:
“(…) presidentes executivos já ganham 36 vezes mais do que os trabalhadores.”
Só se pode concluir uma coisa: continuam as campanhas anti-patrões e, agora, até o jornal Expresso já faz parte da entente socialista-comunista-vuvuzela-Cuba-do-Alentejo.
Faltará pouco para que vejamos Pinto Balsemão de boina e colete numa qualquer Festa do Avante, se este ódio aos grandes patrões continuar.
Mas alguém, no seu perfeito juízo, nos vem dizer que os CEOs das grandes empresas não trabalham trinta e seis vezes mais do que os plebeus que estão sentados nas caixas do hiper-mercado ou dos que lá fazem reposições? Balelas! Vão-me dizer que é mais fácil estar sentado no escritório 4h/dia a ver papéis e a beber um whiskey com gelo e, no resto do dia, frequentar os rooftops enquanto se fazem business e se criam networks de gin na mão a ver o sunset?! Seus invejosos!
Notícias como esta são um ataque directo ao direito que estes desgraçados têm de viver com dignidade nos seus palacetes de milhões. A verdade é que toda a gente tem inveja do sucesso inquestionável destes nunca pobres, mas coitados homens de bem.
Ps. Noutra notícia, na mesma senda: Pedro Soares dos Santos, da Jerónimo Martins, ganha cento e oitenta e seis (186!!!) vezes mais do que os trabalhadores do grupo. Em dez anos a remuneração dos gestores das grandes empresas subiu 47%, enquanto os salários dos seus trabalhadores caiu 0,7%. Já dizia o “outro”: não há almoços grátis.
IA – Ideologia Artificial
Carlos Moedas, presidente da Câmara Municipal de Lisboa, diz não ter comparecido na manifestação de hoje porque esta era “de cariz ideológico”. No entanto, diz estar “de coração com aqueles que se manifestam nas ruas”. De coração… ou de fígado… ou de rins.
Dito isto, ainda bem que o presidente da Câmara Municipal de Lisboa não marcou presença na manifestação marcada pelos donos de Alojamentos Locais há uns dias, onde também estiveram a Iniciativa Liberal e o Chega… ainda apanhava alguma doença ideológica ou assim, do género ficar meio neo-liberal. Toda a gente sabe que neste momento não é aconselhável ter uma mão invisível dentro de si.

Fotografia retirada de: https://www.lisboa.pt
Bons e maus exemplos
Estão a ver quando os liberais usam a República Checa, a Estónia, a Letónia, a Lituânia ou a Polónia como exemplos?
Pois é. Espreitem a inflação nesses exemplos de liberalismo andante no quadro acima.
Não olhem para a Lituânia, olhem para Espanha
A Iniciativa Liberal (IL) está a seguir os passos do Ciudadanos, o que é mau prenúncio para o partido. Têm sido semanas difíceis para a agremiação. Não sei se por estar muito calor, o que dificulta o pensamento lógico, ou por estarmos em plena silly season, a verdade é que estas semanas não têm sido abonatórias… e basta olhar para Espanha (ao invés da obsessão com os antigos países do bloco soviético) para aprender a lição.
Em Espanha, o partido “liberal” Ciudadanos, uma cópia mais pequena e mais radical do Partido Popular (tal como aqui a IL é uma cópia mais radical do PSD), acabou reduzido a cinzas depois de anos a fazer figura de “anti” Estado, abrindo as portas ao VOX, partido da extrema-direita e aliado do partido português proto-fascista Chega.
Depois de tanto tiro no pé, o Ciudadanos foi colocado no caixote do lixo da História. Se a IL não começar a ser mais responsável nas suas posições e deixar de tentar igualar-se à extrema-direita para caçar votos, terá os dias contados, mesmo com a panóplia de seitas no Twitter ou de ‘memes’ espalhados pelas redes sociais.
A defesa acérrima aos lucros de empresas que expropriam o consumidor português, o intransigente preconceito ideológico que os faz defender o mercado a qualquer custo, dirigentes que, dizendo-se liberais, por mais do que uma vez têm mostrado tiques homofóbicos e xenófobos ou deputados a comparar António Costa a Viktor Órbán… nada disto beneficia a IL. Porquê? Porque já há um partido a quem os eleitores portugueses confiaram este papel: ao Chega. E porque a maioria dos que, nos últimos tempos, se reviram no partido, estão longe de se reverem nestas últimas atitudes em nada “liberais”.
Ou a IL se assume responsável e começa a ter posições políticas mais sérias, ou acabarão trucidados. É que isto de tentar desviar votos da esquerda sacando da bandeira LGBT, ao mesmo tempo que se tenta desviar votos da extrema-direita sacando da xenofobia e do populismo, vai dar merda – desculpem o meu francês, mas não sei dizer isto em lituano como vocês gostariam.
Monte Negro – a nova face de El-Rei Dom Sebastião

Fotografia: Tomás Silva
Luís Montenegro é, por estes dias, a personificação do mito sebastianista lá para os lados do velhinho PPD.
Depois de anos amolecido, foi preciso esperar que o ruinoso Rui Rio terminasse os seus mandatos e não se re-candidatasse, para que o agora líder do PPD (sem SD) se mostrasse pujante e firme. Luís Montenegro é como aquele puto que, na escola, nas aulas de educação física, diz que é o melhor da turma porque corre muito e resiste a todas as provas de apetência física – mas só se mostra disposto a fazer a aula quando há greve dos professores. Luís também é como aquele nosso colega que diz que já galou duas, três, quatro ou seis, mas que nunca teve uma namorada que conhecêssemos.
Centrista justiceiro, anti-social-democracia, anti-socialismo e anti-ultra-liberalismo, Montenegro é aquele/a namorado/a antigo/a, com quem acabamos a mal, mas que uns anos depois nos aparece à porta, com um novo penteado, uma nova cor nos lábios, roupas caras no corpo e um botox aqui e ali… parece outro/a e até nos perguntamos se a Cátia Montenegro de 2012, que nos traiu com aqueles estrangeiros, é a mesma que nos aparece em casa, hoje, pedindo mil desculpas, berrando amor eterno, jurando compromisso e seriedade. Podemos, por uns instantes, duvidar. De facto, a Montenegro de hoje está mais madura, as mudanças, nota-se, fizeram-lhe bem: está solta e airosa. É, portanto, natural que qualquer Ser Humano se deixe apanhar no emaranhado de charme que esta espalha. No entanto, vista bem de perto, chegamos à conclusão: esta é a mesma Cátia. Tem os mesmos maneirismos, fala das mesmas coisas e continua a dar-se com as mesmas amigas tóxicas com quem se dava em 2012.
Este Luís Montenegro é a nossa Cátia. Hoje, diz-nos que quer ser sério, que se compromete com o país e que não se aliará a forças “racistas e xenófobas”. “Segue-me/Prende-me/P´ra lá/Do meu horizonte”… e fala-nos de amor! Não nos engana: estamos fartos de saber que no PPD não há Santos, só Pecadores. Hoje diz-nos tudo isso, mas é tarde demais.
Cátia, não nos esquecemos do teu papel troikiano, não nos esquecemos da maçonaria, não nos esquecemos que assinaste uma carta onde comparas a homossexualidade à pedofilia, não nos esquecemos dos quatrocentos mil euros em ajustes directos e não nos esquecemos que “a vida das pessoas não está melhor mas o país está muito melhor”. Cátia, até podes ansiar, hoje, que eu, desesperado, veja em ti Dom Sebastião nas minhas manhãs de nevoeiro, mas quanto mais te aproximas, mais eu reparo: ah!, afinal é só o Luís Montenegro, o neo-liberal de sempre.
É natural que Montenegro não se queira associar a forças reaccionárias. O Luís já é reaccionário que chegue.
Lisboa antiga, Lisboa moderna
Na Lisboa antiga, quem lá trabalha sabe que não pode lá viver, pois para quem trabalha não é suportável pagar rendas excessivas ou andar de airbnb em airbnb.
Na Lisboa moderna, tudo é diferente. Há rooftops, sunsets, beers em pubs e chefs com Michelin, onde só os que usam anel no mindinho são livres de circular.
Duas Lisboas, na mesma Lisboa. Obrigado, neo-liberalismo.
Ele aqui está, Manuéis Acácios
Enquanto as maiores cidades europeias dão passos rumo ao progresso, alterando as formas de locomoção das suas populações, a pouco e pouco, num processo que vem de trás, Portugal continua a correr atrás do prejuízo, como sempre.
E, mais grave do que Portugal num todo, é Lisboa, particularmente. Uma cidade que, em comparação com as maiores cidades europeias, é pequena, decide, pela mão do seu presidente da Câmara, Carlos Moedas, e pelo executivo que a compõe (PSD/CDS e mais uma catrefada de movimentos políticos), atrasar ainda mais Lisboa em relação às outras capitais europeias. Portugal sempre foi atrasado… mas deve ser dos únicos países da UE neste momento, onde andar a pé ou de bicicleta é “desporto”.
O que se está a passar, quer com a polémica da Av. da Liberdade, quer com a polémica ciclovia da Almirante Reis, atesta a incompetência do executivo e a prepotência e arrogância, com laivos autoritários, do senhor presidente da Câmara (tão lesto, antes, a mostrar a face do conciliador). A título de exemplo, ontem, depois de já se ter comprometido com forças da oposição de que iria ser aberta uma consulta pública para a ciclovia da Almirante Reis, Carlos Moedas desfez o acordo e desdisse a promessa: mandou iniciar as obras que desfizeram a ciclovia… que passa a não existir. Mais carros. Portanto, inevitavelmente, mais poluição; estamos sempre na vanguarda. Lisboa, que tem o potencial para ser uma cidade feita para as pessoas, até pelas características do país, continuará (o que só se acentuará com este executivo) a ser, apenas e só, uma cidade para os negócios e para os carros. Pessoas? Nos escritórios. Unicórnios, de preferência. Com dinheiro. Pessoas? Só fora da cidade. O neo-liberalismo que tinha sido (mais por obrigação eleitoral do que por vontade própria) posto na gaveta nos últimos anos em Lisboa, voltou em força com Moedas.
Um bando de tartufos governa a CML como bem entende, fazendo acordos e prometendo consensos para, depois, agir sozinho, a bel-prazer. Mas não vamos, agora, fingir que isto não era expectável. Votar no mal-menor para afastar um patego, pode ser perigoso, por muito que o patego o merecesse (mas, afinal, o patego foi promovido). Votar a medo dá sempre mau resultado, quando o voto deve ser convicto e não medroso. E é nisto que dá.
Menos de um ano de governação autárquica… e Moedas, perdoem-me o francês, vai fodendo isto tudo. Não que seja surpresa, sabíamos ao que vinha, apesar das máscaras que usou entre campanhas… e sabemos sempre ao que vem a direita: ao retrocesso.
Expectável, amigos. Aguentem.
Já agora, a EMEL anda a passar muitas menos multas, não é?

Fotografia: Tiago Sousa Dias
Tortilha de direita
O CHEGA quer governar o país, mas depois não sabe a diferença entre o 25 de Novembro de ‘75 e o de ‘76 e ainda equipara a data dos reaccionários ao 25 de Abril.
A Iniciativa Liberal quer governar o país, mas depois diz que em 1949 Portugal pertencia ao “mundo livre” e ainda troca a bandeira da Polónia pela da Indonésia.
Direita muito torta, esta.

Fotografia: jornal Expresso
São liberais e não sabem

O mundo “livre” segundo a IL.
Vai caindo a máscara ao auto-denominado “primeiro partido liberal em Portugal”.
Depois da “frescura” que foi o aparecimento da IL no panorama político português, os neo-liberais do partido de Cotrim de Figueiredo vão mostrando que são, apenas, mais um partido liberal em Portugal. Neo-liberal, portanto.
Ser a favor da NATO e da presença de Portugal na organização bélica, ainda se aceita. É legítimo que argumentem que “é forma de defesa”, da mesma forma que é agora legítimo que Finlândia e Suécia decidam aderir à NATO por considerarem que a sua liberdade e autonomia estão em perigo. É questionável, mas legítimo. O que não é normal é inferir que a NATO em si representa o “mundo livre”.
Primeiro, porque Portugal aderiu à organização em 1949, estava o país sob o jugo fascista de Salazar e compinchas. Segundo, considerar a Turquia um sinónimo de “mundo livre” é abusar da confiança no populismo. Terceiro, ignorar que Hungria e Polónia têm projectos de poder anti-democráticos em curso só para louvar a máquina bélica que é a NATO, parece-me desonesto. Quarto, trocar a bandeira da Polónia pela da Indonésia atesta a maneira tosca como a IL vai dando tiros nos pés desde que elegeu um grupo parlamentar.
Escusado será falar dos EUA e de todos os crimes de guerra que já cometeu e do terceiro-mundismo que exibe dentro de portas.
Só posso concluir que Turquia, Hungria e Polónia são liberais e não sabem. Estudassem.
IL – Indigência Liberal

As Alices no país dos neo-liberais.
Quando ainda não era politicamente relevante, o partido neo-liberal Iniciativa Liberal escrevia no seu programa político (ver “Racional”, ponto 14) que “os activos virtuais têm vindo a assumir uma importância crescente (…), com destaque para as criptomoedas”.
Face a esta importância crescente, qual a abordagem que a IL recomendava, então, no seu programa eleitoral?
A seguinte, pasmem-se: “Dada a elevada volatilidade [das criptomoedas] (…), importa ter um quadro regulatório claro, assim como de tributação adequada (…). Para além dos activos em si, importa também regular o funcionamento de bolsas (…)”. Acrescentava o partido que as criptomoedas poderiam ser uma forma de branquear capitais e financiar práticas terroristas.

A IL quando queria “regular” e “taxar” de maneira “adequada” as criptomoedas.
Surpresa! Vitória!
Surpresa… fomos enganados!
Vitória… liberal!
“O liberalismo funciona e faz falta a Portugal”.
Nunca se esqueçam.
Farfetch: como se constrói uma multi-nacional (parte 2)
Portanto, é de facto um tema de uma enorme prioridade, num momento em que se estima que cerca de 20% da população mundial vive com problemas de saúde mental, sendo a ansiedade e a depressão as perturbações com maior incidência. E, ainda para mais, sendo este um tema tabu em Portugal.
É assim que Carlos Oliveira, presidente executivo da Fundação José Neves (FJN), criada pelo CEO da Farfetch, introduz o “Guia para o desenvolvimento pessoal: como investires no teu bem-estar?”, em entrevista ao Diário de Notícias em Fevereiro de 2022.

Carlos Oliveira, presidente executivo da Fundação José Neves. Fotografia: Rui Manuel Fonseca/Global Imagens
No texto introdutório do “Guia”, facultado pela FJN na ligação acima, podemos ler que “(…) vivemos num mundo em que ter “mais” parece ser o melhor para o nosso futuro. Trabalhar mais, esforçarmo-nos mais, competirmos mais, comprar mais, ter mais dinheiro. Até certo ponto pode ser verdade. E quando chegamos àquele nível em que para alcançarmos “mais” temos que perder? Começamos a perder horas de sono, tempo com a família, abdicamos do desporto e deixamos de cuidar de nós. Será que querer sempre “mais” continua a ser o melhor caminho?”. O que parece ser uma inciativa relevante, primordial e de valor, pode ser, afinal, um sinal de que há pessoas com responsabilidade dentro da Farfetch que não leram, ou não quiseram ler, o “Guia” fornecido pela fundação do CEO da empresa. Ou os deuses estão loucos.

Fundação José Neves
Instado a responder à pergunta “Têm dados de quanto a pandemia veio agravar o problema e qual o impacto real dos problemas relacionados com a saúde mental?”, Carlos Oliveira responde que não, mas que “(…) obviamente, todos temos a noção de que a pandemia veio por a nu estas dificuldades, por diversas razões, desde alterações dos padrões de vida a que estávamos habituados a alterações nas dinâmicas de socialização, aumento de situações de stress emocional a que as pessoas estiveram expostas, etc”. De facto, é notável o peso que a pandemia teve ao nível da saúde mental da generalidade da população. Senão, vejamos o testemunho anónimo de um antigo trabalhador da Farfetch: [Read more…]
Farfetch: como se constrói uma multi-nacional (parte 1)

Retirado de https://www.farfetch.com/
A Farfecth
Se acedermos ao endereço http://www.farfetch.com/ podemos ler o seguinte sobre a empresa:
“A Farfetch existe pelo amor à moda. Acreditamos no empoderamento da individualidade. A nossa missão é ser uma plataforma global para a moda de luxo, conectando criadores, curadores e clientes.”
Então, o que é a Farfetch? A Farfetch é uma marca de venda de moda de luxo. Concentrando as suas vendas no mercado on-line, a empresa foi criada em 2007, pela mão do empresário português José Neves. Trata-se, portanto, de uma multi-nacional de invenção lusitana. Conta, neste momento, com cerca de 4500 trabalhadores e tem sedes no Porto e em Londres. Os seus mercados predilectos são o norte-americano, o japonês, o chinês e o brasileiro.

Fotografia: Fernando Veludo
Quem é José Neves?
José Neves criou a Farfetch em 2007. O empresário já investia no mundo da moda desde a década de ’90. Em 2007 cria a B Store, uma empresa de moda com loja física e que apostava em marcas e designers jovens e inovadores.

José Neves, CEO da Farfetch. Fotografia: Público
É em 2007, numa viagem à Semana da Moda de Paris, onde se desloca para promover a sua loja B Store, que Neves tem a ideia de criar uma marca de bens de luxo que operasse on-line e investisse em valores emergentes ao redor do mundo. Em 2013, o The Economist dizia sobre a empresa portuguesa que esta “valoriza as suas origens, dando oportunidade a boutiques independentes, mas permitindo que estas mantenham a sua identidade, ao mesmo tempo que cimenta a sua posição no mercado mundial”. [Read more…]
O Parlamento feito call-center
A IL elegeu oito deputados. Oito pessoas que são, agora, a contra-gosto, funcionários públicos.
É claro que não se chamam “deputados” ou “trabalhadores do Parlamento”, mas sim “colaboradores da democracia”. A bancada da IL terá uma #pub nova todos os debates. Os colaboradores da democracia da bancada da IL usarão todos um chapéu, como daqueles que o José Mota levava às conferências de imprensa em Paços de Ferreira, só que em vez de dizer “Capital do Móvel” dirá “Capitalista Ignóbil”.
A partir de agora, haverá sempre um manager no meio da bancada da IL, que a cada dez minutos vai gritar: “ESTAMOS QUASE, ESTAMOS QUASE A ATINGIR AS VENDAS DO DIA, EQUIPA MAGNÍFICA, VAMOS A UM ÚLTIMO ESFORÇO, VOCÊS SÃO INCANSÁVEIS POR ESTA MARCA. VAMOS, DEZ MINUTOS PARA FECHAR, ESTAMOS POR TUDO: IMPINJAM O SNS AO GRUPO MELLO A PREÇO DE SALDO!”. Tudo isto para manter o mindset na ordem, pois claro.
Uma vez por mês, a IL fará uma promoção especial. Portugal: pague por dois, não leve nenhum. Não acredita? Experimente você mesmo! O liberalismo funciona e, mesmo depois destes trinta anos de liberalização económica que nos trouxe ao lodo, continua a fazer falta a Portugal! [Read more…]
Escrito a ouro
A Iniciativa Liberal está a vender canetas a €3,00.
Sempre ouvi dizer: se merda valesse ouro, pobre não tinha cu. E a IL comprova-nos isto todos os dias.
Saramago é que tinha razão
Partiu de um tweet de Pedro Schuller, deputado municipal da Iniciativa Liberal na Câmara Municipal do Porto, que ficou mais conhecido por ter sugerido fazer a comunistas e a bloquistas o mesmo que Pinochet fazia aos seus adversários políticos.
A origem? Ninguém sabe. Terá surgido na cabeça do génio dos finos da Foz? Terá surgido num dos Think Tanks neo-liberais cá da praça? Terá surgido nalguma reunião nacional, distrital ou concelhia do partido dos neo-liberais portugueses? Ninguém sabe. Sabemos, no entanto, que Pedro Schuller achou boa ideia expor, em plena internet, as suas ideias, até ver, pessoais, para o país.

O tweet do Pinochet dos Aliados
Uma coisa sabemos: sobre offshores ou fugas ao fisco por parte dos poderosos, nada dizem. Aliás, dizem, em privado, mas têm medo de o mostrar em público – diz que ficaria mal, ou não sei quê. Mas, se na imagem acima fica imperceptível que os neo-liberais querem, de facto, pôr o país à venda, deixo-vos a proposta do Pedro Pino Schuller em pormenor, abaixo. [Read more…]
As 1001 mentiras de André Coisinho e os Liberais a aproveitar o restolho
André Ventura foi ao Twitter dizer que, qual mártir da honestidade, abdicou do salário de deputado municipal “com enorme desapego”, cargo para o qual foi eleito nas últimas autárquicas.
Acontece que tal é impossível, pois o salário de deputado municipal…não existe. Pessoalmente, também não costumo ter apego por aquilo que não existe. Mas isso sou eu, um patego!

Não ter um pingo de vergonha na cara: lição 2348
Noutra notícia, nada relacionada: então parece que a Iniciativa Liberal quer pescar no Chega? Sabemos que a extrema-direita é o Plano B do Neo-liberalismo. Só não sabíamos que iria ser tão rápido.

João Cotrim Figueiredo, em declarações à LUSA, aqui citadas pelo pasquim da Manhã
Quando o Pai – que é como quem diz, o PSD – espirra, os filhos – que é como quem diz, o CH e a IL – constipam-se. E tudo isto com o primogénito – que é como quem diz, o CDS – em fase terminal num Hospital Privado.
A culpa é… do Socialismo?

Notícia da TVI
Enquanto dois mil bilionários tiverem mais riqueza do que 60% da população mundial, continuará a haver desigualdade.
Ninguém é ou se torna milionário ou bilionário a trabalhar honestamente. As maneiras de o conseguir passam por heranças e/ou exploração selvagem de trabalhadores (horários de trabalho não balizados, salários perto de 0, mão-de-obra infantil, etc), o que constitui um dos mais pesados e prolíficos motores do capitalismo.
O próximo passo? Taxar realmente as grandes fortunas. Ilegalizar offshores. Mudar as leis do trabalho.
Enquanto não se tiver mão nisto, continuando com a lenga-lenga da “liberalização da economia”, continuaremos a ver as desigualdades acentuarem-se. Ninguém trabalha o suficiente para ser milionário; e atrevo-me a dizer que quem é milionário… não trabalha; arranja quem trabalhe para ele. E “ele” – o milionário – explora as necessidades de quem para ele trabalha ao máximo. Só assim se justifica esta acumulação pornográfica de dinheiro, que insulta a inteligência de quem trabalha.
Não existe bom e mau capitalismo.
Existe capitalismo.
E é assim que este funciona.
E como os reaccionários neo-liberais e neo-fascistas tanto gostam de nos neo-enganar: a culpa, essa, deverá ser, apenas e só… do socialismo. Está na cara!
Neo-liberal-capital: as Marteladas bilionárias
Desde 1980 (antes também, mas marquemos o barómetro aqui, porque Thatcher+Reagan=amor infinito) que se tem assistido a um cavalgar do capitalismo selvagem, imposto pelas políticas neo-liberais, o que levou à abertura do fosso, já de si grande, entre os muito ricos e os pobres e muito pobres. Para além disso, a narrativa dominante demonstra uma aporofobia asquerosa, de rejeição e hostilização do Ser que é pobre, negando-lhe acesso aos mais elementares direitos básicos de sobrevivência, assim como o hábito de inculpar o pobre por ser pobre, ao invés de se inculpar o sistema capitalista vigente há mais de quatro décadas.

Thatcher e Reagan, os dois maiores expoentes de um neo-liberalismo colonial entre as potências ocidentais; Fotografia retirada do site Aventuras na História
- Uma pessoa, associação ou partido político defende que toda a gente deveria ter direito e acesso a uma habitação condigna, água e luz a preços acessíveis: radical!

Fotografia: DW.
- Um senhor calvo, com semelhanças arrepiantes com o Dr. Evil, explora milhares de trabalhadores e gasta bilhões de euros numa viagem ao espaço, apenas para proveito próprio e vê a sua acção apoiada por certas pessoas, associações e partidos políticos: empreendedor!

Imagem de Humans of Late Capitalism.
Assim vai o mundo…
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