Ex-deputado eleito pelo movimento de Rui Moreira condenado por racismo

Em 2018, David Ribeiro, na época deputado municipal eleito pelo Porto, o Nosso Movimento, do presidente da Câmara Municipal do Porto, Rui Moreira, escreveu na sua página pessoal no Facebook que um grupo de “20 a 30 romenos” (de etnia cigana) eram “um autêntico martírio” para alguns comerciantes e residentes, sem apresentar qualquer prova da sua afirmação, naquilo que se mostrou como uma gratuita manifestação de xenofobia.

A publicação, intitulada “Ciganos Romenos no Porto”, apresentava-nos um rol de preconceitos racistas e xenófobos contra a comunidade romena no Porto, rematando com a sugestão, às autoridades, que estas pessoas fossem, de alguma forma, postas (ainda mais) à margem da sociedade, sem haver provas materiais que as pusessem em situação de potencial criminalidade.

Depois de em Junho deste ano a Comissão Permanente da Comissão para a Igualdade e Contra a Discriminação Racial (CICDR) ter condenado o antigo deputado municipal a uma (irrisória) coima de €428,90, a mesma vem, agora, reiterar a decisão, obrigando David Ribeiro a cumprir com a condenação. Diga-se, de passagem, que David Ribeiro não recorreu da decisão… mas o movimento de Rui Moreira recorreu, perdendo agora o recurso.

O caso veio a público em 2018, depois de David Ribeiro ter publicado o texto na sua página de Facebook e de, dias mais tarde, o Bloco de Esquerda do Porto ter levado o assunto à Assembleia Municipal. Foi Tatiana Moutinho, que esteve integrada nas listas do Bloco de Esquerda à autarquia portuense e Piménio Ferreira, um cidadão do Porto, quem apresentou queixa à CICDR, juntamente com a SOS Racismo; agora, quatro anos depois, saem vitoriosos do caso, tendo o agora ex-deputado municipal neo-liberal de cumprir com o estipulado.

O movimento “independente” conta com o apoio do CDS-PP, do IL e do PPM.

David Ribeiro, antigo deputado municipal portuense eleito pelo movimento de apoio a Rui Moreira, foi condenado por xenofobia

André Ventura, criminoso condenado

Depois de ser condenado em primeira instância, o Tribunal da Relação confirmou o que já todos suspeitávamos: André Ventura é um criminoso. E o criminoso bem pode ficar incrédulo e desiludido, e fazer o seu teatro calimerico, mas qualquer ser unicelular percebia o óbvio: não podes chamar “bandido” a pessoas que nunca cometeram um crime, entre as quais se incluía uma criança pequena, em prime time e perante uma audiência de milhões, usando essas pessoas como arma de arremesso num debate político. Agora, o arrogante é presunçoso Ventura, mais o seu partido de extrema-direita, terão que pedir desculpa à família Coxi. E o não cumprimento da sentença dará origem a uma multa de 500€ por dia de atraso. E cada reincidência terá o custo de 5000€. Portanto ou pedem desculpa, ou vão à falência, ou fazem como os outros neofascistas europeus e pedem ao tio Putin ou ao tio Bannon para bancar.

O ódio e o extremismo perderam, a democracia e o Estado de Direito ganharam. Venham mais dias assim.

Armando Vara soma e segue. Encarcerado.

Armando Vara, figura proeminente do Partido Socialista na era socrática, foi deputado, secretário de Estado, ministro e exerceu ainda as funções de administrador da CGD e de vice-presidente do BCP. Apesar do percurso de “poderoso”, Vara está a cumprir o terceiro ano de uma pena de cinco, no Estabelecimento Prisional de Évora. Hoje foi condenado a mais dois anos de prisão efectiva, por crime de branqueamento de capitais. Serão, no total, sete anos de prisão efectiva.

A justiça portuguesa não goza – nunca gozou – de grande popularidade. Por culpa própria e da incompetência/cumplicidade dos legisladores que, efectivamente, tomam decisões. Não obstante, e perante os desenvolvimentos dos últimos meses, e, em particular, das últimas semanas, não me recordo de outro momento, na história deste país, em que tantos intocáveis tenham perdido a aura inimputável como hoje. Nem em quase cinco décadas de democracia, muito menos no tempo do regime estruturalmente corrupto de Salazar. E isso, num tempo em que a democracia é diariamente atacada por aqueles que querem regressar ao autoritarismo estruturalmente corrupto e totalmente impune, é digno de registo.

Na Irlanda, Israel é, oficialmente, um Estado agressor que opera à margem da lei

No dia 26 de Maio, a Irlanda tornou-se no primeiro Estado da União Europeia a considerar e a designar oficialmente os colonatos israelitas no Cisjordânia como anexação de território da Palestina. Como uma agressão à margem do direito internacional. Como crimalidade patrocinada pelo Estado de Israel, portanto.

A moção do Sinn Fien obteve apoio parlamentar de todos os partidos, da esquerda à direita, e constitui um marco em décadas de submissão ao directório político-económico sionista por parte das democracias liberais. Porque é possível apoiar uma solução de dois Estados sem dar guarida ao modus operandi totalitário de Israel.

Pouco a pouco, o mundo civilizado acorda e continuará a acordar para o colonialismo sangrento de Telavive, até que só restem os aliados que os banqueiros sionistas da City e de Wall Street consigam pagar. Estou cada vez mais convicto que verei a Palestina livre no meu tempo de vida. Que assim seja 🇵🇸

Neo-nazismo ilegalizado

A democracia alcancou hoje uma grande vitória, com o veredicto da justiça grega que ilegalizou o partido de extrema-direita Aurora Dourada. A partir deste dia histórico, para a Grécia e para todo o mundo democrático, o gangue neonazi grego passou a ser, oficialmente, uma organização criminosa.

Na foto podemos ver o arianíssimo Nikos Michaloliakos, líder do Aurora Dourada e negacionista do Holocausto, condenado por liderar uma organização criminosa responsável por homicídios, espancamentos, perseguições e outras actividades comuns entre a extrema-direita. O julgamento condenou ainda 68 outros arguidos, entre eles 18 ex-deputados do partido. Não admira que esteja com este ar de zangado.

Que a Europa ponha os olhos no berço da democracia e ganhe coragem para, de uma vez por todas, ilegalizar e julgar todos os criminosos que querem fazer do medo e da violência uma arma política. O lugar deles é na prisão.

Fim da linha para João Rendeiro

BPP

Foto: Nuno Fox@Expresso

João Rendeiro, antigo presidente do BPP, outrora elogiadíssimo génio do private banking, foi hoje condenado a 5 anos e 8 meses de prisão efectiva pelo Tribunal da Relação de Lisboa, por crimes de falsidade informática e falsificação de documento, confirmando assim a condenação em primeira instância. Para a história fica mais um episódio de terrorismo financeiro, que vitimou contribuintes, depositantes e investidores, e um buraco que andará na ordem dos 900 milhões de euros. Acompanha-o Paulo Guichard, ex-administrador do banco, condenado a 4 anos e 8 meses. [Read more…]

Menezes, o retirado

O senhor Doutor levou uma paulada monumental no Porto e, confesso, pensei que seria para todo o sempre. Pelos vistos não foi, embora, me palpite que o sr. Retirado não conhece a Lei, mas, numa lógica de serviço público aqui fica:

“No caso de renúncia ao mandato, (…), não podem candidatar-se nas eleições imediatas nem nas que se realizem no quadriénio imediatamente subsequente à renúncia.” (Lei nº 46/2005, de 29 de agosto)

Ora, o senhor poder escrever que não se vai candidatar a Gaia. Mas, a única verdade realmente verdadinha é esta: Vila Nova de Gaia 2017 é um jogo que a Lei não lhe permite jogar. PONTO!menezes

Prestado este serviço público, poderia trazer aqui os episódios patrocinados pelo Sr. Retirado que lesaram os interesses dos Gaienses e delapidaram as contas deste lado do rio. Não me surpreendeu a banhada (sim, é mesmo para reforçar a repetição) que levou do outro lado do mesmo RIO (as maiúsculas aqui são uma piada) porque sabemos o que custaram, do lado de cá as condenações em tribunal.

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Carta ao Sr. Menezes – em Gaia há mais uma cratera

Sr. Menezes, chegou mais uma!cimpor

Encarrega-me o remetente postal da missiva em dívida – uma sociedade do Luxemburgo, segundo se sabe – de dar conhecimento a Vossa Excelência da decisão judicial.

Sim, é verdade – Vila Nova de Gaia e os gaienses continuam a pagar a sua gestão municipal descuidada, incompetente e sem respeito pelas normas da lei e do bom senso. Desta vez, são uns míseros 3.63 milhões de euros pelo colocação de um sinal de proibição!

Parece-lhe pouco? Daria para 6849 meses de salário mínimo, ou seja, para 570 anos de salário a um trabalhador ou, até para pagar um funcionário em cada escola do Concelho durante 5 anos!

Espere! O senhor Luís Filipe está a achar pouco porque a condenação inicial passava os 32 milhões, é isso? Pois, mas sabe, na Câmara está alguém que procura gerir com cuidado o dinheiro que é do povo, embora a nova gestão seja obrigada – pelos erros do passado – a recorrer a um mecanismo de saneamento financeiro para tentar ganhar algum futuro.

Se aos  14 milhões da outra carteira, se juntarem estes 3,6 começa a ficar mais clara a qualidade da sua gestão que nos levou até aqui.

Mas, já que estamos numa de abertura, permita-me a pergunta: não acha que este sinal ficou um pedacito caro?

Não lhe parece que seria adequado Vossa Excelência sentar o dito cujo onde é devido, para prestar contas, porque se é verdade que a Democracia o castigou na Invicta, não é menos verdade que as facturas continuam a cair do lado de cá do rio?

Sou quem sabe, até à próxima factura,

Afinal ainda existe justiça para católicos no mundo árabe

Tribunal egípcio condena 71 pessoas a perpétua por queimarem igreja cristã” (Expresso)

O Estado, o caraças!

Pago eu, pagas tu, só não paga ele!

Passos Coelho e a Democracia

 

Ao longo destes anos de Democracia têm-se conhecido os mais variados tipos de políticos e têm-se assistido aos mais variados dislates. Nem vale a pena fazer-se o rol das asneiras – dava um livro! – basta recordar, a título de exemplo divertido, o expressivo “bardamerda” do defunto almirante Pinheiro de Azevedo e o discurso de tomada de posse do Pedro Santana Lopes. Foram momentos de enorme gozo e hilariedade. Houve – e há – nesta matéria de políticos, um pouco de tudo. Uns mais fleumáticos, outros mais emotivos, até mesmo coléricos. Todavia, no meio de tantas personalidades e de tão distintas idiossincrasias, não creio ter havido – pelo mesmo que me lembre – nada de comparável ao desastrado Pedro Passos Coelho. A sucessão de erros e equívocos são contínuos e exemplares. Nunca, em tão pouco tempo, um político se desacreditou tanto. Ainda ontem, informado Francisco Louçã sobre a surpreendente posição do líder do PSD acerca da IVG, reagia este, irónico, à comunicação social: “Ai o Dr. Passos Coelho disse isso esta manhã?! Então à tarde já muda de ideias!”. E foi. À tarde já o líder do PSD amansava a posição sobre um referendo e suavizava o motivo de ter abordado o assunto, desculpando-se com o facto de uma entrevistadora lho ter perguntado. E ele, na modéstia das suas próprias palavras “que é um homem de enorme franqueza”, lhe ter confessado o que pensava. Ignorando-lhe a sinceridade o facto de estar a responder aos seráficos microfones da Rádio Renascença… e pelas razões que toda a gente percebeu. Entretanto, à noite, não fora o dia suficientemente conturbado, pegou-se-lhe outra vez a asneira à franqueza e vá de desancar no Pacheco Pereira acusando-o de “semanalmente fazer campanha contra o partido”. O que até nem é de todo mentira, só que confunde o partido com ele próprio e não era a ocasião indicada de o dizer. O que lhe vale, para já, por parte do Pacheco ofendido o epíteto de… “caluniador”. Já hoje, depois dos incidentes ocorridos num comício do PS de ontem à noite, incidentes esses que contaram com a presença de elementos ligados ao PSD como foi noticiado pela TVI, em vez de se demarcar claramente do ocorrido condenando de forma inequívoca comportamentos atentatórios da liberdade de reunião e de expressão, limitou-se ao sacudir a água do capote num simples “lamentar o sucedido”. Mais! Ainda veio implicitamente verberar o comportamento policial, tentando adoçar as provocações e o comportamento dos provocadores, travestindo-os em “manifestantes”, coitadinhos, vítimas do excesso de zelo policial. Será que Passos Coelho nunca ouviu falar em ordem democrática? Ou, tendo ouvido falar, não sabe o que esse conceito significa? Terá saltado para a história directamente do 24 de Abril? Assim não vai lá. Era o que (nos) faltava!