Violência contra civis indefesos, aprovada por Paris, Londres e Washington

SA.jpg

Gasear civis inocentes é terrível. Oprimir um povo, seja de que maneira for, é inqualificável, inaceitável, horrível e deve ser combatido. Deve ser combatido de forma eficaz, sem meios termos. Deve gerar ruptura. Podem existir contactos diplomáticos, em nome do bem comum, mas se apontamos o dedo a uma ditadura, se a acusamos e condenamos com provas factuais, se nos juntamos aos nossos pares para a atacar, não raras vezes de forma ilegítima e sempre por procuração, então não podemos fazer negócios com tais facínoras. Não podemos ter os seus mealheiros nos nossos bancos, as suas empresas a patrocinar as nossas competições e clubes de futebol, as suas bandeiras hasteadas no centro das nossas praças financeiras. Ou podemos, e nesse caso temos que nos deixar de merdas. Or grow a pair. [Read more…]

Governo português manda boca a André Ventura

apelando à abolição universal da pena de morte. Estes geringonços não deixam os passistas em paz, carago!

O ensaio Ventura

Foto: Diário de Notícias

Li por aí algures, não me recordo bem onde, que a finalidade do candidato Ventura é a de permitir ao PSD de Passos Coelho ensaiar um novo tipo de discurso, a anos-luz da matriz social-democrata que o passismo fechou a sete chaves numa gaveta, para ver o que sai dali. Começou com generalizações sobre a comunidade cigana e os apoios sociais, ao melhor estilo da extrema-direita nacional, e foi cavalgando ondas de populismo, até chegar à reintrodução da pena de morte. [Read more…]

Juridicamente não chega, Marcelo

A CPLP não pode pactuar com mais ditaduras. O regime Dos Santos chega e sobra.

Ditaduras imunes a sanções

Raif

No país do wahhabismo e dos financiadores do terrorismo islâmico, o blogger Raif Badawi ficou ontem a saber que a pena de 1000 chicotadas e 10 anos de prisão por alegados “crimes” de insulto e renúncia ao Islão é mesmo para cumprir. Outra coisa não seria de esperar de uma nação governada por fundamentalistas sedentos de sangue que condenam cidadãos à morte por bruxaria.

Agora a ironia: no passado mês de Maio, a Arábia Saudita reiterou a sua intenção de presidir ao Conselho de Direitos Humanos da ONU, poucos dias depois do regime ter colocado um anúncio para recrutamento de 8 novos carrascos para dar vazão ao crescente número de execuções e amputação de membros no país. Só nos primeiros 5 meses de 2015, as autoridades sauditas executaram 85 condenados, um crescimento assustador face aos 87 executados em todo o ano de 2014.

Com que moral queremos nós, ocidentais, continuar a apontar o dedo a russos ou norte-coreanos se nos continuamos a sentar a mesa com este tipo de “gente”? Um ditador é sempre um ditador, tenha o petróleo que tiver. Alguém tem por aí um pacote de sanções para estes animais?

Viktor Orbán, fascista assumido

Orbán Viktor; VAN ROMPUY, Herman; MERKEL, Angela; DURAO BARROSO, José Manuel

 

Viktor Orbán é uma daquelas pessoas – acho que conta como pessoa, não tenho bem a certeza – que se presidisse a um partido como o Syriza ou o Podemos seria considerado uma ameaça à liberdade e a não sei quantas coisas mais. Felizmente para ele, a opção pela extrema-direita tem-se mostrado uma escolha acertada. Governa a Hungria, agora sem maioria, mas continua em grande forma no que às melhores práticas fascistas diz respeito. E enquanto alguns dos colegas do Partido Popular Europeu (PPE) que podemos ver na foto se dedicam a evitar que o actual governo grego exista, o primeiro-ministro húngaro dedica-se a outras causas como a cruzada pela discussão da reintrodução da pena de morte na União Europeia ou o envio de imigrantes para “campos de internamento”, para serem forçados a trabalhar,

Se isto fosse na Rússia de Putin, bom amigo de Orbán, na Venezuela ou no Irão, soariam alarmes de direitos humanos, neounicórnios cor-de-rosa relinchariam em profunda indignação e o mundo estaria provavelmente perdido. Mas a Hungria do Orbán, que até já foi vice-presidente desse bastião da cultura democrática que é o PPE, não é um desses desvarios esquerdistas que nos levarão à perdição. Afinal de contas, o homem só quer poder eliminar cidadãos “inconvenientes” e criar uma versão moderna dos saudosos campos de trabalhos forçados. Puxão de orelhas e está resolvido. Entre isso e deixar os maluquinhos das reestruturações de dívida à solta, deixem andar o Orbán. Mais fascista menos fascista, este pelo menos já saiu do armário. Será que o jornal do regime também lhe arranja uma história de amor daquelas mesmo fofas e… falsas?

 

Primatas

Império norte-americano ao nível dos mais conceituados bárbaros à face da Terra.

Pena de morte

Lembram-se dos tempos da tal  omminosa Monarchia que para sempre aboliu a Pena de Morte? Pois bem, aqui vos deixo um aviso de Serviço da República. É que como todos sabemos, a abolição de 1852-67 foi letra morta durante muitos anos, inaugurando-se em 1 de Fevereiro de 1908, o alegre caminho que conduziria às quotidianas fuzilarias em todo o país, à Leva da Morte, à Camioneta Fantasma da Noite Sangrenta, aos assassinatos a eito, ao presidenticídio de 1918, etc, etc.

A Bem da Nação.

Troy Davis, homicídio de estado

Mesmo depois de eleito um preto para presidente, nos States continuam os assassinatos de pretos, condenados à morte apenas por serem pretos. Se isto é uma democracia, eu não sou democrata.

Fotografia: Tami Chappell

Nota: antes que me venham com a música do não se diz preto, diz-se negro, de um lado ou do outro, conto uma experiência de vida: dei aulas a uma turma constituída maioritariamente por africanos, adultos. Um dia lá calhou, nunca soube policiar a linguagem, e sai-me um preto, onde deveria estar um negro. Fiquei um pouco atrapalahdo, confesso, e pedi desculpa aos presentes. Resposta imediata:

– Professor, isso não tem mal nenhum, o que conta não é a palavra, mas a maneira como a dizem. Já me insultaram chamando-me negra, e como a disse agora, aqui ninguém se ofendeu.

Isto dito com o melhor sotaque guineense.

Mas é que eu nem estou a ver bem

MP’s to vote on Death penalty – Vocês livrem-se de aprovar isto. Provem que são a mais “antiga Democracia do mundo”.

Pena de Morte para Homosexualidade no Uganda

De vez em quando recebo um mail que sinto dever publicar no Aventar. É o caso desta petição que pretende evitar a pena de morte para os homosexuais no Uganda. Leia, assine, divulgue, faça qualquer coisa, a maior crise é a demissão e há mundo para além da nossa casa. Eis o mail integral:

Em 24 horas, O parlamento de Uganda pode votar uma nova lei brutal que prevê a pena de morte para a homossexualidade. Milhares de ugandenses poderiam enfrentar a execução – apenas por serem gays.

Nós ajudamos a impedir esta lei antes, e podemos fazê-lo novamente. Depois de uma manifestação global massiva ano passado, o presidente ugandense Museveni bloqueou o progresso da lei. Mas os distúrbios políticos estão crescendo em Uganda, e extremistas religiosos no parlamento estão esperando que a confusão e violência nas ruas distraia a comunidade internacional de uma segunda tentativa de aprovar essa lei cheia de ódio. Nós podemosmostrar a eles que o mundo ainda está observando. Se bloquearmos o voto por mais dois dias até que o parlamento feche, a lei expirará para sempre. [Read more…]

as minhas memórias-13-o dia de ontem e também o de hoje

o genocídio na Guatemala, e cruel e globalizado

A globalização do genocídio das crianças, antes, ontem e amanhã.

Embora os nomes dos actores tenham mudado, os factos continuam iguais. Não sou adivinho. Apenas observo o que acontece no mundo. Tremo de indignação.

Gostava de ver risos, notícias de que a vida está menos cara, saber que foi editada uma nova versão de uma obra de Bach, que o leite é mais barato, que os ordenados aumentaram, que a inflação está controlada por ter aumentado o Produto Interno Bruto (PIB)…. Que não é apenas o Presidente Chávez da Venezuela a recuperar o cargo, ou que a Rainha-mãe da Grã-Bretanha, foi um exemplo de vida cuja história me agrada ler; pregou um grande susto ao Fascismo na Segunda Grande Guerra, ameaçando o ditador nazi que havia de sofrer as penas do inferno, antes de este se matar em desespero, esse ditador que costumava dizer que Lady Elizabeth Bowes (Londres, [Read more…]

as minhas memórias-11-o meu fuzilamento e pena de morte para mubarak

Víctor Jara, com as mãos partidas pela tortura, morra canta à liberdade

O povo derruba um ditador, frase da primeira página do Diário de Notícias de hoje, Sábado 12 de Fevereiro de 2011. O ditador de mais de trinta anos do povo do Egipto, Hosni Mubarak, renunciou ontem ao seu cargo, que não era mandato, era flagelação dos pobres cidadãos do país das pirâmides, a quem congratulo e digo, como membro de Amnistia Internacional, que ao longo de todos estes anos salvámos muitos cidadãos da morte ou do apedrejamento.

Felizmente, os ditadores acabam sempre assim: escondidos, sem dinheiro – no caso específico, este detinha entre 50 a 70 bilhões de dólares. Todos os bancos, [Read more…]

EUA, uma máquina de morte mais produtiva do que o Irão


Larry Wooten, negro, sem família, foi assassinado ontem pelo Estado do Texas pelo homicídio de dois octogenários, que matou para roubar 600 dólares. Sem advogado e sem que houvesse nada que o ligasse ao crime até ao momento, recusou o acordo de prisão perpétua porque lhe esconderam provas de ADN que só apareceram nas vésperas do julgamento. A morte durou 9 minutos.
É o 17.º assassinado em 2010.
E sejamos claros: morreu por ser pobre e morreu por ser preto.
E a Cância, desta vez não se importa? Não, claro que não. Porque é preto, não é mulher e não é iraniano.

Teresa Lewis é a 5ª executada nos últimos 14 dias nos Estados Unidos

Calendário das execuções nos EUA até ao fim do ano

Teresa Lewis foi executada ontem na Virginia. Com um QI baixíssimo, muito próximo do retardamento intelectual, dependente de drogas, viu os dois homens que a seu mando mataram o marido serem punidos com prisão perpétua, apesar de ter sido ela a conduzir a Polícia aos autores materiais do crime. Ficou provado que estava drogada na altura do crime e que não foi ela que o planeou.
Para Teresa Lewis, a primeira mulher a ser condenada naquele Estado desde 1912 e a quinta vítima da pena de morte nos Estados Unidos nos últimos 14 dias, não houve manifestações nem hipócritas vozes de protesto, que deviam corar de vergonha de cada vez que abrissem a boca para falar de Sakineh (cale-se de vez, pode ser?)
Entretanto, nos Estados Unidos, estão marcadas mais 10 execuções até ao dia 7 de Dezembro. A partir daí as execuções são interrompidas. Para as férias de Natal.

Holly Wood vai ser executado amanhã

 A sala de execução do Alabama
 

O norte-americano Holly Wood  vai ser executado amanhã, 9 de Setembro,  no Alabama, acusado de ter assassinado a antiga namorada.

Cidadão negro de 50 anos, apresenta uma idade mental de 8 anos, equivalente a uma criança da 3.ª classe. O seu QI é de 59, sendo que o Estado do Alabama estabelece que o detentor de um QI abaixo de 70 tem funções intelectuais muito limitadas. Ou seja, é o seu caso. De resto, passou toda a sua escolaridade em turmas de Ensino Especial.

Na altura do julgamento, em 1994, foi defendido por um advogado oficioso que tinha 4 meses de experiência e que, como é óbvio, nunca tinha trabalhado num caso de pena de morte. A lei do Alabama, saliente-se, obriga a que um possível condenado à morte seja defendido por um advogado com 5 anos de experiência.

A um júri constituído por 12 cidadãos, dez brancos e dois negros, bastou uma hora para condenar Holly Wood à morte. Os dez jurados brancos votaram a favor, os dois jurados negros votaram contra.  Durante a selecção do júri, vários negros foram convenientemente afastados.

Para Holly Wood, não houve manifestações nem histriónicas vozes de protesto, a não ser do embaixador da União Europeia em Washington, João Vaz de Almeida.

 É porque são a favor. E é por isso que ele vai ser executado amanhã.

A pena de morte nos Estados Unidos e a hipocrisia da Manifestação contra a Lapidação


Holly Wood, negro, com uma idade mental de 8 anos, defendido por advogado oficioso com 4 meses de experiência, vai ser executado na próxima quinta-feira, 2 de Setembro, no Alabama, em resultado de um julgamento de homicídio que durou uma hora.

Cal Brown, doente bipolar, vai ser executado por homicídio no dia 10 de Setembro em Washigton ao fim de 15 anos sem execuções no Estado, em resultado de um julgamento constituído por um júri do qual foram convenientemente eliminados todos os jurados que se manifestaram contra a pena de morte.

Kevin Keith, negro, vai ser executado no dia 15 de Setembro no Ohio. Não foi identificado pelas principais testemunhas do alegado crime de homicídio, tinha um alibi consistente e não se verificou no local qualquer correspondência a nível de sangue e impressões digitais. Foi defendido por um advogado que não estava certificado para julgamentos de pena capital e julgado por um juri constituído por jurados que receberam ameaças por telefone, que discutiram o caso fora do Tribunal e que foram conduzidos ao Banco durante a deliberação.

Gregory Wilson vai ser executado no dia 16 de Setembro no Kentucky. Negro, não teve advogado de defesa durante a parte final do julgamento, sendo que na parte inicial teve de recorrer a um advogado voluntário. O outro réu que foi julgado com ele mantinha um caso amoroso com um juiz e acusou-o para ser punido com prisão perpétua. Neste momento, não se sabe se a última dose da injecção letal será eficaz, visto que o seu prazo de validade está a terminar.

No dia 23 de Setembro, Teresa Lewis vai ser executada na Virginia. Com um QI baixíssimo, muito próximo do retardamento intelectual, dependente de drogas, viu os dois homens que a seu mando mataram o marido serem punidos com prisão perpétua, apesar de ter sido ela a conduzir a Polícia aos autores materiais do crime. Ficou provado que estava drogada na altura do crime e que não foi ela que o planeou.

No dia 6 de Outubro, Michael Benge vai ser executado no Ohio. Para além da acusação de homicídio, foi-lhe acrescentada uma outra que permitiu a condenação à morte, o roubo do cartão Multibanco da vítima. Durante o julgamento, os jurados receberam instruções ilegais que os impediram de ouvir a defesa do réu, a principal testemunha negociou com o Ministério Público. Registaram-se 16 erros nos procedimentos em Tribunal.

Gayland Bradford, negro, vai ser executado no Texas no dia 14 de Outubro por homicídio de um guarda durante um assalto. Foi acusado através de uma chamada telefónica para um programa de televisão. 3 testemunhas disseram que não fora ele o autor do homicídio, a arma do crime tinha impressões digitais que não eram as suas. Em julgamento, foi defendido por um advogado oficioso sem qualquer experiência. Retardado intelectualmente, tem um QI de 68. [Read more…]

Pena de morte por enforcamento e injecção letal pode ser – por lapidação é que não!


Há neste momento 19 americanos com execução marcada para o que falta de 2010, fora todos os outros que se mantêm há anos no corredor da morte. Nos Estados Unidos, a injecção letal é o método mais comum, mas a electrocussão, a câmaras de gás, o enforcamento e o fuzilamento também são permitidos.
A morte por lapidação é abjecta… como são todas as outras formas de matar. Um Estado não tem o direito de tirar a vida, seja a quem for. A manifestação de hoje é muito, mas muito redutora.

Clube dos Sobreviventes

Nathson Fields (Foto de Sofía Moro – El Pais). 18 anos na prisão, 11 no corredor de Illinois.

Na edição de hoje do diário espanhol “El País” publica-se uma reportagem com alguns dos membros do “Clube de Sobreviventes”. Têm em comum dois factos assombrosos: estiveram no “corredor da morte”, a longa antecâmara para a execução pela qual devem passar todos os condenados à pena capital. E estavam, todos eles, inocentes. Quando conseguiram provar a sua inocência levavam, na maioria dos casos, décadas na prisão. [Read more…]

Os EUA estão a pensar em abolir a Pena de Morte?