Porto: E quando volta o presidente?

Foto Fernando Veludo / Lusa

Quando foi criada a lei de limitação de mandatos para os Presidentes de Câmara fiquei dividido. Por um lado compreendia a necessidade mas, pelo outro lado, temi pelos últimos mandatos e o efeito “ser não o sendo“. Este efeito pode ter múltiplas consequências. Uma delas é um certo desprendimento às responsabilidades para as quais se foi eleito, utilizando uma linguagem cuidada. Na minha terra, o Porto, existe uma expressão que define este estado de alma noutro género linguístico: o “que se foda“.

Uns dias antes de regressar ao Porto tinha lido um pequeno texto do Professor Rui Albuquerque na sua página de facebook sobre os sem abrigo na cidade. Citando:

“Porto, Rua do Campo Alegre, princípio de manhã de uma quinta-feira chuvosa. Quem desce, à direita, debaixo das arcadas de um prédio de habitação, oito miseráveis dormiam no chão, muitos, ou todos, provavelmente ainda a ressacar. Urina, lixo, detritos por todos os lados. Trezentos metros mais abaixo, à esquerda, no Fluvial, encostadas ao muro de uma escarpa relvada que ladeia prédios de habitação, mais de dez barracas onde habitam outros miseráveis e toxicodependentes. Em volta, urina, detritos, lixo. Meia hora mais tarde, chegado à Praça da Batalha, ladeio o Teatro Nacional de S. João. Nos nichos do prédio habitam agora inúmeros miseráveis, alguns, provavelmente todos, toxicodependentes. Montam tendas nas reentrâncias do edifício, onde outrora se viam portas da fachada lateral. No passeio, urina, detritos, lixo abundante”. Rui  Albuquerque, Novembro de 2022.

[Read more…]

Da série: diz o roto ao nu

Sticker de @filhobastardo

Foi notícia:

Rui Moreira critica excesso de opinião de Marcelo

O Rui Moreira que:

1 – Rui Moreira acusa PSP de “tentativa de cosmética”;

2 – Rui Moreira perplexo com custos da JMJ. Portugal “vive de festas e eventos”, quando “aqui e ali está a cair aos pedaços”;

3 – Rui Moreira: “Marginalizar o Chega é excelente para Ventura, mas objetivamente mau para o sistema político”;

4 – Rui Moreira admite restrições ao automóvel no Porto já fora do seu mandato;

5 – “É preciso ter uma lata descarada para dizer que a descriminalização do consumo de droga é um sucesso”, diz Rui Moreira;

6 – Rui Moreira questiona capacidade do IPMA para prever fenómenos torrenciais;

7 – Rui Moreira agradece apoio da China no início da pandemia;

8 – Rui Moreira recusa que Pedro Nuno Santos seja “único responsável” pela situação na TAP e fala em “vícios instalados”;

9 – Rui Moreira sobre estacionamento em segunda fila: “É absolutamente intolerável”;

Carta aberta ao Moreira

Um grupo de profissionais da Saúde e das Ciências Sociais e Humanas redigiu uma carta ao presidente da Câmara Municipal do Porto, o monarca Rui Moreira.

O conteúdo da carta pode ser lido AQUI.

Stencil e fotografia de: FILHO BASTARDO

Indigentes mentais

Fotografia: Leonel de Castro/Global Images

Com o frio que se faz sentir já há vários dias, a maioria dos municípios, sobretudo os do Norte do país, decidiram activar o plano de contingência.

A excepção? O Porto dos marialvas do Porto, o Nosso Movimento. Estes monárquico-liberais de cabelo à foda-se, de cuzinho “alapado” nas suas casas da Foz, sempre tão lestos a cumprir as ordens quando é necessário entrar Pasteleira adentro para criminalizar a pobreza ou a sugerir o retrocesso na lei da descriminalização do consumo de droga, escondem-se quando os portuenses realmente precisam de amparo, especialmente se esses portuenses não pertencerem aos saraus nobres como pertencem os caga-tacos imperiais que mandam no Porto.

As temperaturas têm chegado aos zero graus. Repito: zero graus.

Ao senhor presidente da Câmara Municipal do Porto, o famigerado Selminho, deixo a nota: o Porto não é só prémios para inglês ver. Pode ficar muito bonito no seu mural esse ar de british da Foz armado ao pingarelho, mas fica-lhe muito feia essa indiferença por quem sofre (que só destapa o véu que mostra a vossa indigência mental).

Ex-deputado eleito pelo movimento de Rui Moreira condenado por racismo

Em 2018, David Ribeiro, na época deputado municipal eleito pelo Porto, o Nosso Movimento, do presidente da Câmara Municipal do Porto, Rui Moreira, escreveu na sua página pessoal no Facebook que um grupo de “20 a 30 romenos” (de etnia cigana) eram “um autêntico martírio” para alguns comerciantes e residentes, sem apresentar qualquer prova da sua afirmação, naquilo que se mostrou como uma gratuita manifestação de xenofobia.

A publicação, intitulada “Ciganos Romenos no Porto”, apresentava-nos um rol de preconceitos racistas e xenófobos contra a comunidade romena no Porto, rematando com a sugestão, às autoridades, que estas pessoas fossem, de alguma forma, postas (ainda mais) à margem da sociedade, sem haver provas materiais que as pusessem em situação de potencial criminalidade.

Depois de em Junho deste ano a Comissão Permanente da Comissão para a Igualdade e Contra a Discriminação Racial (CICDR) ter condenado o antigo deputado municipal a uma (irrisória) coima de €428,90, a mesma vem, agora, reiterar a decisão, obrigando David Ribeiro a cumprir com a condenação. Diga-se, de passagem, que David Ribeiro não recorreu da decisão… mas o movimento de Rui Moreira recorreu, perdendo agora o recurso.

O caso veio a público em 2018, depois de David Ribeiro ter publicado o texto na sua página de Facebook e de, dias mais tarde, o Bloco de Esquerda do Porto ter levado o assunto à Assembleia Municipal. Foi Tatiana Moutinho, que esteve integrada nas listas do Bloco de Esquerda à autarquia portuense e Piménio Ferreira, um cidadão do Porto, quem apresentou queixa à CICDR, juntamente com a SOS Racismo; agora, quatro anos depois, saem vitoriosos do caso, tendo o agora ex-deputado municipal neo-liberal de cumprir com o estipulado.

O movimento “independente” conta com o apoio do CDS-PP, do IL e do PPM.

David Ribeiro, antigo deputado municipal portuense eleito pelo movimento de apoio a Rui Moreira, foi condenado por xenofobia

No creo en nazisinhos, pero que los hay, hay!

Não foi para isto que se fez o 25 de Abril

Rui Rio, a genealogia da moral pública

Selminh… O simplório

Fotografia: Lucília Monteiro

Rui Moreira, presidente da Câmara Municipal do Porto, disse em tribunal que, no caso Selminho, foi “incauto”.

Para os mais distraídos:

in·cau·to
(latim incautus, -a, -um)
adjectivo
1. Que não tem cautela ou prudência. = DESPREVENIDO, IMPRUDENTE ≠ CAUTO, CAUTELOSO
2. Que é inocente e sem malícia. = CRENTE, INGÉNUO

Eu também sou “incauto” quando fico com a última fatia de bolo do prato. Nunca me aconteceu ser incauto para beneficiar a minha família em negócios imobiliários enquanto presidente de um município.

Cada um com a ingenuidade que lhe é característica…

Somos o que não esquecemos

Palácio de Cristal – Espólio de Domingos Alvão (Casa Alvão)

 

Um muito respeitável ancião ensinou-me, há anos, que as cidades centenárias resistem a bastante mais ataques e ofensas do que o nosso arrebatado amor juvenil crê possível. Fiz-lhe caso, então, mas sem abrir mão de algum cepticismo. É nessa advertência que penso, agora que acabo de ler que foi aprovada ontem, na reunião do executivo da Câmara Municipal do Porto (CMP), a alteração do nome do Pavilhão Rosa Mota. Com os votos da maioria liderada por Rui Moreira, e os votos contra do PS, PSD e CDU, foi decidido que, ao nome que homenageia a grande maratonista, se juntará a publicidade a uma cerveja, passando assim o Pavilhão a chamar-se «Rosa Mota – Super Bock Arena», pelo menos durante os próximos 20 anos.

Sem poder escamotear a contradição evidente que resulta de associar um equipamento desportivo a uma bebida alcoólica, o presidente Rui Moreira garantiu que a questão foi “debatida com Rosa Mota variadíssimas vezes, até se chegar a uma situação confortável”. [Read more…]

Barracos de Luxo

porto_gentrificacao
Gentrificação no Porto?
Barracos por 175.000 euros?
Claro que não! Claro que não!

Rui Moreira

rui_moreira_cm_porto

Miguel Teixeira

Faço uma avaliação positiva do mandato de Rui Moreira à frente da Câmara Municipal do Porto e, provavelmente, votaria nele se fosse eleitor naquele concelho. Dito isto, acho que ao “descartar” o apoio do PS , que participou lealmente na governação do município, ajudando Moreira a consolidar o poder e a criar uma imagem positiva do executivo nos últimos 4 anos, o atual Presidente da Câmara do Porto não esteve bem.
As palavras da Secretária Nacional do PS, ao referir “que se Rui Moreira vencer, será uma vitória do PS”, são quanto a mim, um argumento mesquinho usado por Moreira para rejeitar o apoio do PS. É óbvio que se um qualquer partido político, que não é um partido qualquer, sendo o partido que governa o país, abdica de apresentar candidato e decide apoiar uma candidatura independente, por reconhecer que essa candidatura é importante para a cidade, essa é uma atitude que revela humildade. [Read more…]

A Escola do Sócrates

Carlos Silva

2016-07-28_12h31_32

Aprendi, já há algum tempo, que na política há os sérios e os que precisam do marketing.

[Read more…]

Quer explorar uma piscina olímpica, e equipamentos anexos, pela módica quantia de 2300 euros mensais? Vá ao Porto.

piscina_porto_campanhaAntónio Alves

Num negócio muito pouco transparente, a Câmara do Porto cedeu os direitos de superfície sobre a Piscina de Campanhã, a título gratuito pelo período de 25 anos, ao FC Porto. Essa é condição essencial, a cedência dos direitos de superfície, para que o FC Porto pudesse ter aberto no passado dia 16 de Dezembro um concurso público urgente para a realização de obras de recuperação da infra-estrutura assumindo-se este clube desportivo como dono da obra. É também condição essencial para que o FC Porto possa candidatar-se a fundos do QREN para financiar os custos das citadas obras. [Read more…]

Privatização, à socapa, de equipamentos e funções públicas

PISCINA_DE_CAMPANHA_Porto

António Alves

Soubemos ontem, através de notícia no Site da Câmara Municipal do Porto [1], que esta pretende entregar ao FC Porto, pelo prazo de 25 anos, a gestão da Piscina Municipal de Campanhã num acto que consubstancia uma concessão directa destas instalações públicas a uma entidade privada. Não ponho obviamente em causa a capacidade do FC Porto para recuperar e gerir o equipamento. Tem-na para dar e vender. Mas o FC Porto é uma entidade privada que colocará legitimamente os seus interesses próprios sempre à frente dos interesses da cidade e dos munícipes.

A piscina de Campanhã, embora tenha problemas estruturais que devem ser resolvidos, continua perfeitamente funcional. Prova disso é que o FC Porto a utiliza regularmente para treinar os seus atletas. [Read more…]

As minhas reais preocupações sobre o fato

017AFR14D09J2303

© Alain Rossignol / Jorge Cunha (http://bit.ly/1Denk24)

That no good. Ugh.

Allen Ginsberg, America

***

Segundo Elisabete Jacinto, o “problema reside no fato de desconhecermos onde está esse limite“. Por seu turno, Ricardo Leal dos Santos considerou importante “o fato de tudo ter corrido sem qualquer tipo de percalço“. Efectivamente, já em Novembro de 2014, de acordo com a mesma fonte, o piloto Nico Hulkenberg revelara estar “muito contente pelo fato do calendário da Fórmula 1“. Há poucas horas, surgiu “o fato de na véspera“. Através deste pequeno périplo, isolámos um exemplo muito concreto de geração de estrangulamentos e de constrangimentos. Estrangulamentos e constrangimentos? Exactamente.

Igualmente respeitador daquele princípio extremamente conhecido (“Agora ‘facto’ é igual a fato (de roupa)”), Rui Caldeira, director do Observatório Oceânico da Madeiraescreve o seguinte:

Estes acontecimentos serviram também para despertar as minhas reais preocupações sobre o fato de que na condição de ilha no meio do Atlântico estarmos [sic] desprovidos de um sistema de monitorização permanente do oceano circundante.

Além das “preocupações sobre o fato”, poderíamos perguntar o porquê de ‘trajeto’, ‘boias’, ‘direção’ e até ‘efetuamos’, quando ‘Dezembro’, ‘afectam’ e ‘detectados‘ abriam boas (para não dizer óptimas) perspectivas.

oom

Admito que o «’orgulhosamente’ sós», escrito por Caldeira, isolando o orgulhosamente e deixando o sós à solta, me levou às aspas do Tarski. Não, não são do Tarski do Searle: são do Alfred.

Contudo, como o problema que hoje apreciamos “reside no fato“, terminemos com chave de ouro e debrucemo-nos sobre o assunto.

Contas à moda do Porto

A câmara paga, o presidente cala, La Féria assobia para o ar.

Feira do Livro do Porto: o regresso

feira_livro_2014

Organizada pela Câmara Municipal do Porto. O programa de actividades é variado.

Em ruínas

Na antiga fábrica de sabão em Lordelo do Ouro, que voltou a ser notícia esta semana, o meu avô esteve por duas vezes à beira da morte. Trabalhou lá muitos anos e sofreu um acidente que lhe provocou queimaduras graves. Do acidente mais grave na história da fábrica salvou-se por sorte, porque trabalhava por turnos e aquele não era o seu. Nesse dia, fomos (a minha mãe e eu) encontrá-lo a ajudar na limpeza dos destroços. Estava ferido, tinha sido atingido na cabeça por uma telha que voou com a explosão, e essa telha foi providencial, porque impediu que ele entrasse na fábrica para socorrer os colegas por quem já ninguém poderia fazer nada.

Não me lembro desse dia em que fomos à fábrica, a minha mãe conta-me a história com detalhes, mas nenhum me ilumina a memória, continuo a escutá-la como se tudo se tivesse passado com outra criança que não a que eu fui. As memórias que tenho da fábrica são posteriores, quando ainda estava em funcionamento mas o meu avô já não estava lá, mas ainda a via da janela do seu quarto. Eu era adolescente e ia vê-lo depois da escola, e ele estava à janela, sempre à janela, e acenava-me quando me via, e eu sabia que ele estava a olhar para a fábrica, que não conseguia deixar de olhá-la sempre. Dos últimos anos, quando a fábrica já estava fechada, pouco recordo, porque desde que o meu avô morreu eu não voltei a querer passear por aquelas ruas de Lordelo do Ouro, e quando passo é de carro e sem vontade de olhar para lado nenhum. [Read more…]

Nem tudo o Rio levou

Os funcionários da Câmara Municipal do Porto, na rua das Flores, limparam os riscos mas preservaram o graffiti de Hazul. Fotografia de Egídio Santos

Os funcionários da Câmara Municipal do Porto, na rua das Flores, limparam os riscos mas preservaram o graffiti de Hazul. Fotografia de Egídio Santos

Nuno Cardoso: Sei o que fizeste na década passada

sem nome
Porto, 31 de Dezembro de 1999. Milhares de pessoas, reunidas na avenida dos Aliados para o habitual espectáculo pirotécnico que marca a passagem de ano, começam a contagem decrescente. 10 – 9 – 8 – 7 – 6 – 5 – 4 – 3 – 2 – 1- Zero!
Nada. As pessoas olham para os relógios, olham umas para as outras e questionam-se. 1, 2, 3 minutos e nada. Silêncio total, a avenida completamente apagada. Minutos depois, começa a debandada. Naquele ano, não houve fogo no Porto.
A explicação oficial veio mais tarde. Uma avaria no sistema, mais concretamente no botão que accionaria o início do espectáculo, impedira a explosão do fogo-de-artifício. Num «golpe de asa», o Presidente da Câmara, Nuno Cardoso, vem a terreiro anunciar uma grande festarola para o Dia dos Reis, tradição que caira em desuso e que ele agora prometia ressuscitar.
Este episódio caricato é uma espécie de símbolo da passagem de Nuno Cardoso pela Presidência da Câmara Municipal do Porto. Numa frase, a incompetência e a falta de tacto – político e de qualquer tipo, aliadas a um populismo que teve o seu expoente máximo numa descarada colagem aos clubes da cidade e em particular ao FC Porto. Uma colagem que Pinto da Costa agradeceu, guardando Nuno Cardoso ciosamente no seu bolso e retirando-o de lá sempre que foi necessário.
Contextualizando: [Read more…]

Passe a palavra? Partilhe?

Passar a palavra? Partilhar? Com certeza, mas sem grande entusiasmo. Contudo, é importante dar-se a conhecer esta cacografia que actualmente se adopta em Portugal. Escreve-se *’direto’ e ‘Junho’ e tudo continua como dantes. Nem uma coisa, nem outra: a mistela do costume. Divulgado e partilhado está: siga.

Post scriptumNo JN já sou obrigado a escrever de acordo com o acordo ortográfico“. Rui Moreira foi obrigado a…?  A sério? Ah! Está bem. O Jornal de Notícias?

Projectando o presente, chegaremos a essa fase em que, teoricamente, passaríamos a financiar-nos no mercado, com uma dívida pública colossal, as famílias angustiadas, as empresas exangues e um país dividido. Não são boas as perspectivas.

(…)

Será o Governo, na sua actual configuração, capaz de conduzir o país nesta recta final até o pós-troika? Duvido.

Alberto Castro, Jornal de Notícias, 28 de Maio de 2013

Já mandaram um convite a Rui Rio…

…para um Worst Tour?

“Se quisermos ser empreendedores no Porto, tudo tem de passar pela Câmara. E qualquer documento traz uma nota de rodapé a dizer que não podemos dizer mal da Câmara.

Código da Estrada no Porto: os livros perdem prioridade

feiralivroportoEstá suspensa a realização da Feira do Livro do Porto, em 2013. A Câmara Municipal, ainda presidida por Rui Rio, tem dinheiro para “sustentar os 700 mil euros de prejuízo do Circuito da Boavista, houve dinheiro para sustentar a empresa de Filipe La Féria em igual montante durante a sua polémica passagem pelo Teatro Rivoli, num negócio que saiu caro à cidade, aos seus artistas e aos agentes culturais” (Porto24), mas não está disposta a investir no apoio a um evento profundamente enraizado na história da cidade.

Tal como na estrada, é tudo uma questão de prioridades: no Porto de Rui Rio, a cultura e produtos derivados, como os livros, têm de deixar passar os carros, especialmente se forem desportivos.

A imagem de cima mostra a Feira do Livro noutros tempos e foi encontrada em Do Porto e não só. A imagem que se segue corresponde ao projecto de Rui Rio para a Feira do Livro deste ano. [Read more…]

Revolução Branca: David contra Golias

movimento
Dá-me muito prazer que uma associação cívica como a «Revolução Branca» consiga fazer frente aos Partidos políticos, dando-lhes cabo dos planos e baralhando as contas que já estavam feitas. Não é para qualquer um!
Ainda assim, pergunto-me qual será o espírito da lei da limitação de mandatos. Não será o de impedir que um determinado autarca se eternize no poder num mesmo município, tecendo uma teia de compadrio e de corrupção que ao fim de vários mandatos se torna simplesmente inexpugnável?
Será que o mesmo autarca, passando para uma Câmara Municipal diferente, conseguirá transportar automaticamente essa mesma teia de interesses como se não tivesse mudado de poiso? Sinceramente, não me parece, mas confesso que não sei o que quis o Legislador com esta Lei.
E também acho que, no fim, os Partidos vão conseguir dar a volta e vão apresentar na mesma estes candidatos. Nem que seja com uma clarificadora lei que apareça nos próximos tempos na Assembleia da República. Já todos vimos que esta maioria é capaz disso e de muito mais. Mas aí é o povo que terá a última palavra…

Subscrevo!

feira do livro

O blogue “Clube de Leitores”, que obteve 37,19% dos votos no nosso concurso do ano passado, tendo vencido a sua categoria, referiu ontem o fim da Feira do Livro do Porto.

Dando conta duma notícia do JN, “De acordo com o que noticiou o diário, na origem do problema está a recusa da Câmara Municipal do Porto em renovar o protocolo de quatro anos que terminou o ano passado, através do qual a organização da feira recebia 75 mil euros, apoio logístico e isenções camarárias”.

Ficamos a saber que a CMP não tem 75 mil euros para subsidiar um dos maiores eventos culturais da cidade.

Questão de prioridades, dir-se-á, e as corridas da Boavista são melhor investimento… Já os imperadores romanos nos tinham ensinado o “panem et circenses” para manter o povo feliz e contente.

O blogue adianta ainda, segundo Miguel Freitas, da APEL, “A avançar a feira iria realizar-se em Junho, mas para isso, segundo cartas enviadas pela APEL aos associados, terão de ser os editores a assumir a verba que a Câmara de Rui Rio deixou de atribuir”. E o secretário-geral da associação de livreiros não acredita que os sócios estejam dispostos a suportar gastos adicionais “num período de crise em que vivemos“. Junte-se o facto de  “os resultados comerciais no Porto não serem relevantes para a maioria das editoras“.

Perante esta situação, também eu subscrevo a frase lapidar do blogue: “Não há muitas palavras para estes acontecimentos para além de uma enorme vergonha e uma série de insultos que me queimam cada vez a língua”.

Se votar Pizarro, Porto dá um prémio aos Governos PS


Em entrevista ao JN, o candidato do PS à Câmara Municipal do Porto, Manuel Pizarro, vem dizer que dar a vitória a Luiz Filipe Menezes nas próximas Eleições Autárquicas significa dar um prémio ao Governo do PSD.
Curiosa a forma como Manuel Pizarro faz a associaçãop descabida entre duas eleições completamente diferentes. Mas seguindo o seu raciocínio, então dar a vitória ao PS significa dar um prémio aos Governos de José Sócrates que dirigiram o país entre 2005 e 2011. Com uma piquena diferença, coisa de somenos: ao contrário do seu adversário, Manuel Pizarro participou desses Governos e, como Secretário de Estado da Saúde, foi um dos coveiros do Sistema Nacional de Saúde.
Durante a entrevista, o candidato do PS tem a distinta lata de apelar a uma convergência à Esquerda. Como se alguém com o seu currículo pudesse alguma vez na vida fazer a ponte entre o PS e os Partidos realmente de Esquerda.
Apesar de tudo, mais vale seguir o conselho de Pizarro. E não dar prémios a quem tem governado o país…

PSD/Porto, aproveitem esta deixa

Esta foto demonstra bem como os/alguns responsáveis da CMP pensam que se reabilita uma cidade.
Primeiro manda-se abaixo (como no Aleixo) e expulsam-se as pessoas (como no Mercado do Bom Sucesso), depois arranja-se uma PPP (como no Palácio de Cristal) para construir de novo.

Podem argumentar o que quiserem mas para mim a fontinha resume-se a isto:
1. O estado central e municipal demitiu-se das suas funções ao deixar uma escola abandonada durante 5 anos.
2. Um conjunto de pessoas resolveu utilizar esse espaço público abandonado para criar um projecto social.
3. A CMP achou que o melhor era tirá-los de lá e deixar tudo outra vez abandonado.

Depois ainda vem com tangas de que querem recuperar a cidade…

Como diz o Pedro Figueiredo “No fundo, temos sido em geral demasiado complacentes e tolerantes para com a CMP. É caso para dizer: CMP Filhos-da-Puta, Rui Rio Fascista / Não perdem por nova okupação! …”

PS: Este é o momento ideal para um certo PSD (vereadores, deputados municipais, …) que não se revê nestas posturas pidescas de Rui Rio se demarcar e começar a mostrar porque razão hão-de ter o voto dos portuenses nas próximas eleições.

Em luta pela Escola da Fontinha


A zona da Escola da Fontinha, situada paredes-meias com a rua de Santa Catarina, parecia estar a viver um Golpe de Estado. Eram 5 ou carrinhas do Corpo de Intervenção e dezenas de Polícias armados até aos dentes.
Os activistas da Fontinha, como se pode ver pelo pequeno filme que fiz, eram extremamente perigosos…

Oposição Medíocre na Câmara Municipal do Porto

O DR RUI RIO É QUE SABE

.
O dr Rio explicou-se e disse das suas razões e das da Câmara Municipal do Porto para vetar o nome do falecido Nobel Saramago para uma rua da cidade.
Após essa explicação ficamos a saber uma de duas coisas:
1 – A oposição, na Câmara, não conhece as leis da cidade nem as regras pelas quais ela se rege
2 – A oposição, na Câmara, conhece as leis da cidade e também as regras pelas quais ela se rege
Dessa forma, e no primeiro caso, pergunta-se o que é que andam a fazer por cá.
No segundo caso ficamos a saber o que por cá andam a fazer. Unicamente a usar de falsidades para colocar a opinião pública contra o executivo da edilidade, sem cuidar de fazer saber a verdade.
De uma forma ou de outra, é triste que fiquemos a saber que a oposição na Câmara Municipal do Porto, tem um nível tão baixo.

.