Mafalda faz 45 anos. Temos saudades dela

Mafalda, a personagem de banda desenhada que o argentino Quino começou por desenhar para um anúncio a electrodomésticos, transformou-se numa das mais divertidas comentadoras políticas da actualidade mundial nos anos 1960 e 70. Hoje, celebra 45 anos.

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Desde 1973 que Quino não desenha, nem dá vida a Mafalda. É extraordinário que ainda hoje continue a acumular admiradores de várias gerações e que, em grande parte, continue a ter uma profunda actualidade.

Concebida com traços simples, cabelo negro farto e muito opinativa, além de não gostar de sopa, Mafalda surgiu pela primeira vez a 29 de Setembro de 1964 nas páginas do semanário argentino Primera Plana. Quino, então com 32 anos, nem imaginava o sucesso daquelas tiras humorísticas, que se prolongaram por nove anos em tiras originais. E por muitos mais em jornais e livros.

O que teria Mafalda para dizer nos dias de hoje…

Os Fins e os Meios Democráticos

Os meus companheiros João J. Cardoso e Adão Cruz não deverão ler este poste, se lhes passar pela cabeça a mais pequena sombra de que eu estou a fazer comparações ou a nivelar pelos exemplos que vou dar, o que pensam sobre a governação dos povos. Se assim for não escrevi este poste!

No Chile de Pinochet foi ensaiada uma das políticas económicas mais eficazes que se conhecem. O liberalismo de Friedman e seus “muchachos”. Consiste em aplicar à economia as equações matemáticas e os princípios de mercado como se não houvesse pessoas atingidas por essas políticas.

Há alguem disposto a receber menos que o salário mínimo? há? Então baixa-se o salário mínimo até ao ponto em que nenhum desgraçado esteja disposto a sair de casa para viver na miséria, trabalhando. A fábrica não tem o nível de encomendas para manter o nível de trabalho? Não? então o trabalhador vai para casa sem trabalho e sem remuneração. São retirados dos mercados os produtos essenciais e o preço sobe a níveis incomportáveis? É a lei da oferta e da procura!

O mercado rege-se por si mesmo, a sua “mão invisivel” trata da justiça nos mercados.

Mas as pessoas estão a morrer à fome, numa primeira fase, revoltam-se e vêm para a rua a seguir ? Manda-se a polícia manter “a turba ululante” e matar os seus líderes!

E, no entanto, esta política defendida por quem manda neste mundo, tendo milhões de seguidores, só pode executar-se com e em ditadura!

Mas o Chile cresceu e desenvolveu-se como nunca na sua história, tem hoje uma economia forte, das mais fortes da América do Sul, mas tem tambem milhares de vítimas.

Dizer que a Venezuela vive melhor com alguem que manda calar a comunicação social, que nacionaliza tudo e todos, que se refugia nos braços de países terroristas como o Irão não, muito obrigado!

Nas Honduras não é um crimezinho sem importância que está em causa, é saber se foi ou não cumprida a Constituição. Porque se não foi cumprida a Constituição então, os militares só cumpriram o seu dever. Não vale a pena falar aqui noutros exemplos, pretensamente à esquerda, onde o Estado de Direito foi espezinhado e de que resultaram milhões de vítimas!

Este tipo de aventuras pagam-se muito caro, especialmente em países como as Honduras!

Eu acredito na Democracia, no Estado de Direito, no sistema social de mercado!

Bloco de Esquerda: Uma vitória amarga

O Bloco de Esquerda conseguiu no Domingo uma grande vitória e pode ser considerado, justamente, um dos grandes vencedores da noite. Duplicou o número de deputados, aumentou em centenas de milhares o número de votos e ultrapassou o Partido Comunista.
No entanto, acaba por ser uma vitória amarga. Porque os objectivos não foram cumpridos na totalidade – ficou abaixo dos 10% que tanto ambicionava; foi ultrapassado pelo CDS como terceira força política; e, mais importante do que tudo, a sua influência na governação vai ser muito relativa. Os seus deputados e os do PS, juntos, não alcançam a maioria absoluta. Passa a ser o CDS a ter o poder de condicionar o Governo. Claro que PS + BE + CDU, juntos, aprovam as leis. Mas os dois Partidos de esquerda, sendo coerentes, não poderão validar a maior parte das propostas de José Sócrates.
Por fim, não gostei do discurso de Francisco Louçã na noite de Domingo. Não deu os Parabéns ao PS pela vitória, proclamou de forma delirante a derrota da Direita (será que o CDS é de Esquerda) e pautou o seu discurso pela agressividade. Gostei da referência à derrota de Maria de Lurdes Rodrigues, isso gostei, mas isso já são coisas minhas.

Freeport 1 – Submarinos 1

 
No Domingo, o PS ganhou as eleições com maioria relativa e passou a depender do CDS de Paulo Portas para a aprovação das suas políticas.
Dois dias depois, o Ministério Público faz buscas em escritórios de advogados que participaram na compra dos submarinos. Uma compra que foi feita, relembre-se, quando Paulo Portas era Ministro da Defesa do Governo de Durão Barroso.
Desses escritórios de advogados, faz parte a «Vieira de Almeida & Associados» que, relembre-se, já foi visitado pelo Ministério Público no âmbito do Freeport. Já estão habituados, os senhores advogados.
Temos aqui um empate. José Sócrates anda a ser investigado por causa do Freeport e Paulo Portas anda a ser investigado por causa dos submarinos. Quando os esqueletos saem dos armários e se mostram ao mundo, as coisas tornam-se muito mais engraçadas. Ou será que o processo dos submarinos servirá de moeda de troca para o apoio do CDS ao PS? Ou ficas caladinho e nos apoias, ou então… Será que é Cândida de Almeida que está a dirigir as operações?
Vocês acreditam em coincidências? Eu não…

cavacoBET

É provável que Sócrates já conheça o conteúdo da mensagem do Presidente, mas todos sabemos que nas cavacoBET’s não podem apostar membros do governo. Sim. Do telejornal da RTP também não!
Estão então abertas as apostas para hoje:
– A declaração é sobre os Açores;
– A declaração é de solidariedade com os resultados de Ferreira Leite;
– A declaração é para informar o país que aceitou o convite da ONU para alto comissário da Democracia nas Honduras e Venezuela – (com autorização para acumular a venda de Magalhães);
– A declaração de hoje é para informar o país que tem menos dinheiro em PPR’s que o Louça;
– A declaração de hoje é para nos dar uma boa notícia: vai demitir-se e partir para boliqueime!

Só para ajudar

Nestlé compra leite à família Mugabe. Claro, claro! Já toda a gente sabe que é apenas para ajudar os probrezinhos. Até vou já comprar um chocolate para ajudar.

Rescaldo Eleitoral

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Pois é… Portugal foi a votos no passado domingo.

Parece que foi, de certa forma, tempo perdido.

Apesar da contestação, José Sócrates vai manter-se como primeiro-ministro durante os próximos quatro anos.

Mais importante de que isso é perguntar qual a razão ou razões do fracasso da campanha do PSD.

Quanto a mim, penso que a única culpada é a própria presidente do partido, Dra. Manuela Ferreira Leite.

Vamos ver o que vão as Eleições Autárquicas do próximo dia 11 de Outubro.

Se calhar é melhor que os candidatos às presidências da câmaras e juntas de freguesia não contem com a sua presença nas respectivas campanhas. Caso contrário correm o risco de perder os respectivos combates eleitorais.

Parabéns ao CDS/PP pelo aumento de votos… Este foi uma das surpersas da noite.

POEMAS ESTORICÔNTICOS

Les Angles

Deslizar na brancura da neve de Les Angles
é quase um sonho
um sonho cego
mudo
paralítico
sem a cor das pinceladas do céu franjado
de arco-íris
cavalgando os altos cirros velozes e frios
incapaz de desfibrar o complexo estroma
que nos enlaça
e entrelaça
num abraço de fogo e água
amor e raiva e mágoa
voando sobre o abismo serôdio de um beijo alheio
ridículo-lascivo
criptogâmico-adolescente
que torna fria a madrugada e sem sol o acordar.
Alguma coisa eu perdi lá no céu
aqui na terra ou no mar
para não ser capaz de sonhar
com olhos
palavras
e pernas para andar.
Deslizar na brancura da neve de Les Angles
é um sonho morto…
doem muito os sonhos mortos!
Talvez em Villefranche de Conflent
nas margens de La Têt
em Villefranche de Conflent
encontrei-me com Chagall
eu mal o conhecia
ele de mim nem sabia.
Enquanto o Nuno corria atrás do petit train jaune
eu corria atrás do sonho (sonho do Sonho?)
mas Chagall nada me dizia.
Mal o conhecia
gostava dele
da frescura
da audácia
da sua enganosa realidade
mas naquele dia!
Amores flutuando nos ares
silhuetas bizarras
criações poéticas
não me tocavam
soavam a falso.
Apenas uma frase me deixou pensativo
o nosso universo interior é a realidade
talvez mais real que o mundo visível
mais real do que as pedras
do que o frio e a pele arrepiada.
Sempre pensei que a infância marcara a minha vida
(onde vai a infância se bem corresse!).
Nunca dela pensara fugir
ao contrário de Chagall.
Alguma coisa eu perdi lá no céu
aqui na terra ou no mar
alguma coisa eu perdi
que falta ao sonho p’ra sonhar.

                    (adão cruz)

(adão cruz)

Cartazes das Autárquicas (Castro Verde)

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PS, Castro Verde.

A máquina do tempo: a televisão do futuro

Numa intervenção no Festival Internacional de Televisão realizado este mês em Edimburgo, Vint Cerf, com 64 anos, um dos cientistas que há trinta anos criaram a Internet e actual vice-presidente da Google, além de presidente da organização que administra a rede, assegurou que a televisão se aproxima de um momento crítico semelhante ao que a indústria discográfica enfrentou com a chegada do sistema áudio digital MP3. Anunciou que está a trabalhar, com outros especialistas, num sistema para a utilização da rede nas comunicações espaciais. Em determinado ponto da sua intervenção, disse Cerf: «85% de todo o material de vídeo que vemos foi pré-gravado, pelo que cada um pode preparar o próprio sistema para fazer oportunamente as descargas que entenda» (…)«Vamos continuar a necessitar da televisão para certas coisas, tais como para as notícias, para os acontecimentos desportivos e para as emergências, mas cada vez será mais como um iPod, no qual se pode descarregar o conteúdo para o ver mais tarde». Dirigindo-se aos executivos da indústria da televisão, Cerf, incentivou-os a que deixassem de ver a Internet como uma ameaça à sobrevivência do meio, devendo encará-la como uma janela de oportunidade: «No Japão já é normal descarregar o conteúdo de uma hora de vídeo em apenas dezasseis segundos». E concluiu afirmando »Quero mais Internet, quero que cada um dos 6000 milhões de habitantes do planeta possa ligar-se à Rede, pois considero que podem contribuir com saberes que a todos beneficiariam.

Portanto, do ponto de vista tecnológico, a televisão tal como hoje a conhecemos, tem os dias contados. Para além da televisão digital, que já é uma realidade, projectam-se inovações que transformarão radicalmente a «caixa que mudou o mundo» que, logo para começar, deixou de ser uma caixa. Anunciam-se novidades tais como o aumento do visionamento da televisão através da Internet e do telemóvel e o desenvolvimento de uma nova tecnologia, a 4K, que permite ver filmes com uma definição de oito megapixéis (em vez dos dois que os actuais televisores de alta definição proporcionam). Além de muitas outras novidades que, surgindo em catadupa, irão tornando obsoletos equipamentos acabados de comprar iremos, por exemplo, ter ecrãs de visão dupla, verso e reverso.…

http://www.youtube.com/watch?v=3SGU6VZk3kY

Anuncia-se a televisão holográfica e em 3-D. A holografia, que se prevê há muito tempo, é a técnica que permite criar imagens tridimensionais em movimento, com a utilização de raios laser. Desde 1947 que se investiga esta tecnologia. Um professor da Universidade do Texas é da opinião que dentro de 10 anos teremos os primeiros televisores holográficos. Nunca irá parar este tsunami de inovações tecnológicas que, já num futuro próximo, transformarão a televisão num «iPod» gigante. Quem quiser (e souber) poderá construir a sua própria grelha de programas, seleccionando-os no vasto leque de oferta que o cabo já oferece. Quem souber, insisto, poderá (pode já hoje) ver televisão de grande qualidade, incluindo serviços de notícias.
*
Mas pondo de parte todas estas inovações que assim, ou de outra maneira, irão ocorrer, há um aspecto que me interessa mais do que as inovações tecnológicas, as que se vão dar no imediato e aquelas com que a nossa imaginação não consegue sequer sonhar. De algum modo, pela positiva e pela negativa, os três excelentes jornalistas que vimos no vídeo com que iniciei este post, abordaram a questão que me parece central – a dos conteúdos que os novos meios irão servir. Mário Crespo pôs o dedo na ferida ao assinalar a degradação dos conteúdos que a diversidade de canais generalistas trouxe consigo, a «era da tabloidização» a que deu lugar. Judite de Sousa preferiu desculpabilizar essa descontrolada produção de incultura – com o equivalente à celebre frase de Pessoa – primeiro estranha-se, depois entranha-se. (no fundo, Pessoa e Judite falam de lixo – da Coca-Cola o grande poeta e dos programas televisivos campeões de audiências a jornalista). Porque não se trata de emoções aquilo por que grande parte do público anseia. Trata-se de fuga ao quotidiano descolorido ou mesmo negro que a maioria das pessoas vive. Porque não me diga a Judite que as telenovelas, por exemplo, reflectem a realidade. E não se trata de hipocrisia, como ela diz.
Eu conto a minha experiência: vinha no carro para casa e estava sintonizado na TSF para ouvir uma comunicação ao País que o presidente Sampaio ia fazer quando, como quem anuncia um acontecimento de grande importância, o programa que estava a ser transmitido, foi interrompido e o locutor anunciou que o Marco tinha dado um murro na não sei quantas. E aconselhava a ligarmos para a TVI. Quando cheguei a casa, foi a primeira coisa que fiz e passados momentos lá passaram a gravação do murro ou do pontapé. Nunca tinha visto o «Big Brother» e, atónito, lá assisti durante uns minutos àquele espectáculo deprimente de seres humanos a comportarem-se ao nível mais rasteiro que se pode imaginar. Será a isto que Judite de Sousa chama «emoções»?
Mário Zambujal faz uma referência importante ao carácter educativo que a televisão (pelo menos o serviço público) nunca devia perder de vista e Crespo, lucidamente, afirma que a RTP «terá de mudar de formato, pois no actual formato híbrido não tem futuro». É uma realidade, querendo proporcionar ao grande público as tais «emoções» de que fala a Judite de Sousa (e que mais não são do que concessões à estupidez), mas não o fazendo da forma totalmente despudorada com que a TVI actua, perde nas audiências e trai absurdamente o seu dever para com os contribuintes – o de ser um serviço público de televisão – educando, esclarecendo, informando, divertindo. Servindo.

CDS: Pobre país, o nosso

Paulo Portas e o CDS foram os maiores vencedores destas Eleições Legislativas. Porque conseguiram tudo o que ambicionavam e ainda mais. Porque se tornaram a terceira força política do país. E porque passaram a condicionar decisivamente a governação do país para os próximos anos. E até já se fala em coligações.
Melhor, realmente, era impossível!
Posto isto, o que me apetece dizer, face a estes resultados, é a frase que está no título: «Pobre país, o nosso». O que dizer de um país que dá tamanha votação a um Partido cuja maior bandeira é o fim do Rendimento Mínimo?
Quando a pobreza e o desemprego atingem em Portugal valores inimagináveis; quando se enterram milhões e milhões nos Bancos, instituições que em 2008 só pagaram 9% de IRC; quando se sabe que o Rendimento Mínimo representa 3 euros (só 3 euros!) por português, vem um Partido e elege este apoio social como o que de mais importante e negativo existe no país. E como prémio, recebe o 3.º lugar, 10% de votação e a possibilidade de condicionar o nosso destino nos próximos anos.
O que dizer de um país destes?

Por falar em Bananas: O major é o maior

É o que diz quem recebe um convite grátis para o concerto do Tony!

A Democracia tem regras mesmo na república das bananas

João Rodrigues, no “i” fala na asfixia democrática que existe hoje nas Honduras. Suspensão das liberdades democráticas, recolher obrigatório, assassinatos políticos e desaparecidos, a mesma política que tem por trás os grandes interesses oligarquicos que se sentem ameaçados. A história da América latina é a história dos golpes de Estado contra governos democráticos e reformistas- da Guatemala de Arbnz na década de cincoenta ao Chile de Allende na década de setenta, passando pelas recentes tentativas falhadas de afastamento de Chavez e Morales na Venezuela.

Teria sido a vontade do presidente deposto de realizar um referendo não vinculativo, para a convocação de uma assembleia constituinte, que reveja uma constituição feita à medida dos interesses de uma pequena elite, num país onde 2/3 da população vive abaixo dos níveis de pobreza.

Esta explicação é tão boa como outras que já vimos escritas, estamos todos de acordo com os considerandos e com a descrição de um país miserável “a chiquita banana” ou a “república das bananas” com as Honduras em mente quando se inventaram aqueles termos.

O que ninguem explica é o que terá levado o Presidente a propor um referendo quando a constituição tem os seus próprios termos de revisão, dando assim um pretexto aos que estão sempre prontos a matar a Democracia.

Fazer juras de amor à Democracia e à Constituição não leva a lado nenhum se não formos os primeiros a cumprir com as regras democráticas.

E o que sempre perguntei e ainda ninguem respondeu é: cumpriram?

PS: interpretar a minha perplexidade como apoio aos golpistas tambem não é democrático.

Cartazes das Autárquicas (Tino de Rans, Valongo)


via Cartazes, de Facto

Tino de Rans (candidato independente), Valongo.

A tristeza de não saber ganhar

Certa(o)s Coisas são o exemplo típico dos socialistas que não sabem ganhar. Achincalham, humilham, rebaixam no momento da vitória. É desta massa que esta gente é feita. E nem sequer têm coragem de permitir comentários

Manifesto pelo fim da Divisão na Carreira Docente

Car@ leitor@,
o povo Português votou e deixou uma mensagem muito claro: a divisão na carreira docente tem que terminar.

Nos Programas que cada um dos partidos apresentou às eleições podemos ler:

BE: “O Bloco de Esquerda compromete-se na defesa:da estabilidade profissional e contra a precarização; do fim da fractura entre professores de primeira e de segunda;”

CDS-PP: “O CDS entende que se deve caminhar para uma carreira docente em que se considere o trabalho desenvolvido ao longo de toda a carreira, que se desenvolva em estrutura única, mas que permita, por opção do professor, um percurso diferenciado em função de responsabilidades de direcção e de natureza administrativa, tendo em conta a necessária formação especializada para o exercício das mesmas.”

CDU: “Presente na luta pela defesa da dignificação da carreira docente, o PCP defende a revogação do Estatuto da Carreira Docente, tendo como prioridades: a revisão da estrutura da carreira docente eliminando a sua divisão em categorias.”

PS: “Acompanhar e avaliar a aplicação do Estatuto da Carreira Docente.”

PSD: “Reveremos o Estatuto da Carreira Docente, nomeadamente no respeitante ao regime de progressão na carreira, corrigindo as injustiças do modelo vigente e abolindo a divisão, nos termos actuais, na carreira docente.”

Podemos facilmente perceber que 3241444 Portugueses, que constituem 57,28% dos votantes, escolheram o fim da divisão da carreira docente.

Assim, apelo a todos os docentes que se envolvam de modo a garantir que esta escolha dos Portugueses seja efectivada. Todos e todas podem e devem juntar-se a este movimento que deverá incluir todos os agentes, sejam eles sindicatos, movimentos, bloggers e todos os que pretenderem terminar com a mais aberrante medida da governação educativa de José Sócrates e Maria de Lurdes.

O nosso APELO tem que ser concretizado no programa do novo governo ou em última análise através de uma iniciativa parlamentar, que simbolicamente deverá ser a primeira dos partidos que se vierem a constituir como a oposição ao novo Governo.

ETICA E EDUCAÇÃO – 2ª PARTE (1)

ETICA E EDUCAÇÃO – 2ª PARTE (1)

Considerações sobre Ética e Educação social

Mais uma vez lembro que não sou especialista em Educação. Sou apenas um cidadão que se preocupa, receptivo a todo o tipo de crítica.

Falei atrás das minhas poucas esperanças e muitas angústias pois não acredito muito nas capacidades reflexivas dos povos. Que diferente seria a humanidade se os povos fossem ensinados a reflectir! Que diferente seria a História se os povos tivessem sabido reflectir! O conhecimento reflexivamente aplicado altera a vida no bom sentido, obrigando os indivíduos, as instituições e as organizações políticas, sociais e económicas a reformular os seus conceitos e valores. Isto é extremamente importante no actual processo de globalização.
Se alguma eficácia esperamos das nossas intervenções e das nossas vidas, ela começa a surgir na consciência da indispensabilidade de um movimento de abrangência nacional e internacional que defenda a dignidade das pessoas e a qualidade de vida a que têm direito. A ética da educação social começa, antes de mais nada, pela profunda reflexão sobre as condutas humanas, que leve à criação de um amplo processo educativo capaz de fornecer critérios seguros para a reconstrução do tecido de uma sociedade esfacelada pela miséria, pela violência, pelo belicismo imperialista, pela corrupção, pela injustiça, pela impunidade e pelo individualismo.
Ao invés do pensamento de alguns intérpretes da pós-modernidade, penso que o altruísmo está na base do comportamento social. Só há sociedade humana e solidária na medida em que cada indivíduo consagra uma parte do seu tempo e das suas energias em tarefas de interesse colectivo. Este altruísmo, um tanto biológico na origem, constitui uma predisposição para a construção das bases do altruísmo consciente, racional e moralmente indissociável da vida. As normas éticas são uma necessidade natural das sociedades humanas, embora não haja uma ética única, absoluta e universalmente válida, mas códigos éticos que mudam com os homens e as situações. Se não nos consciencializarmos de que a educação é um direito de todos e não um optativo bem de consumo, volto a dizer, é ridículo pensar-se em qualquer ética, até porque o campo da educação é hoje disputado por muitos e diferentes interesses e contraditórias racionalidades políticas e pedagógicas, decorrentes do profundo enraizamento de muitos dos responsáveis no sistema e com ele comprometidos. (Continua)

                          (manel cruz)

(manel cruz)

A Educação e o novo Governo (A arrogância, meus senhores, acabou: Habituem-se!)

Afastada que está Maria de Lurdes Rodrigues para um recanto da nossa história (repare-se que ainda não foi eleita deputada, já que concorre pelo círculo da Emigração), é hora de começar a pensar no próximo Ministro da Educação e nas decisões que terá de tomar relativamente ao modelo da Avaliação de Desempenho dos professores e ao Estatuto da Carreira Docente.
Dizem por aí que será Isabel Alçada a próxima Ministra da Educação. Ou seja, uma aventura! Seja quem for, no entanto, desta vez não será o «quero, posso e mando» que foi apanágio deste ministério nos últimos 4 anos. Terá de ser revisto o modelo de avaliação (o CDS defende um modelo semelhante ao que existe nas escolas particulares) e terá de ser revisto profundamente o Estatuto da Carreira Docente (o CDS defende o fim da exótica divisão da carreira entre professor e professor titular).
Estes dois pontos são fundamentais para os professores, que deles não abdicarão. E desta vez, não há cá «perdi os professores mas ganhei a opinião pública». Desta vez, não há estado de graça que lhes valha. Não dou uns meses até que o actual modelo de avaliação esteja suspenso. Se o projecto for apresentado, quem será capaz de votar contra?
Querem falar connosco, falam baixinho. Isto agora pia fino. A arrogância, meus senhores, acabou: Habituem-se!
O que será que vai decidir Paulo Portas?

As autárquicas – O Beato

Aqui no Beato existe o Convento do Beato onde se fazem aquelas reuniões de gente que pensa de maneira igual mas que não são um partido. Este convento foi recuperado pela empresa – Nacional das massas e das bolachas – e tem dentro de si uma cripta de uma antiga Igreja, que desabou com o terramoto de 1755, e onde estão sepultados os membros da Família Menezes, uma das mais ricas e poderosas e onde serviu como criado o Luis de Camões.

Há um belo livro do Prof Hermano Saraiva ” A vida ignorada de Luis de Camões” em que esta cripta é central para apoiar a teoria desenvolvida por aquele académico, de que a lírica de Camões (há quem a considere mais importante que os Lusíadas) não é mais que a descrição da sua vida.

Nessa cripta lá está o túmulo do Marquez, e da Marqueza mãe, Violante de seu nome, muito mais nova que o Marquez e que teria sido amante de Camões. Descansa tambem naquele lugar o jovem Marquez Francisco de Menezes um dos jovens nobres que morreu no deserto de África ao lado de D. Sebastião.

Quem lá não se encontra é a filha mais nova Joana, que teria sido varrida da vida activa pela família depois de se ter envolvido com o poeta, o que determinou o desterro deste para o longínquo Macau.

À volta desta fábrica existe um os últimos bairros operários de famílias que durante gerações ali moraram e trabalharam, chamado Madre de Deus, onde mora o Presidente Eanes .Esta cripta foi transformada para dar lugar à primeira fábrica de panificação do país por alvará de D. Maria l.

Fazem parte do Beato , os bairros de Chelas, fundamental para o fogo de artifício, o bairro do Armador, fundamental para as imagens na televisão tipo farwest, a muito antiga e conhecida Picheleira, que é onde eu moro quando se trata de pagar impostos, e as Olaias que consta no meu cartão de visitas.

Nunca houve tantas obras como há um mês para cá. Arranjo de jardins, de ruas, lavagem e rega de árvores. E já apareceram uns tipos no Twister a mandarem uns Olás a querem parecer muito familiares, tu cá tu lá, mas isso acho que é devido à popularidade do Aventar…

O actual presidente é o Hugo Chambre, é do PS e tem 32 anos e está a candidatar-se novamente.

O REGRESSO DE MANUELA MOURA GUEDES?

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ONGOING COMPRA PARTE DA MÉDIA CAPITAL
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Trinta e cinco por cento da Média Capital vão passar a ser pertença da Ongoing.
TVI é pertença da Média Capital.
O marido da sra manda na Ongoing.
A sra foi afastada da TVI no início de Setembro, segundo as más línguas, por causa da pressão do sr Sócrates.
A sra regressa ao jornal de sexta-feira brevemente.
Vamos voltar a ter um programa anti José Sousa?
Bastou o desaparecimento da maioria absoluta do PS para se efectivar a compra.
Que jeitaço fez ao sr Pinto de Sousa este afastamento temporário. Será para pagar alguma coisita depois? Este afastamentozinho terá custos? MMG voltará a ser a mesma?
Esperam-se novos desenvolvimentos.

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O SR PRESIDENTE FALA AMANHÃ

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PRESIDENTE CAVACO SILVA VAI FALAR-NOS
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E vai dizer-nos o quê? Vem falar das escutas?
Sejam elas pretensas ou efectivas, pelo que se sabe, o sr Presidente está um pouco mal nas fotografias deste caso.
Se calhar, nada tem para nos dizer, e assim, pode acabar por atirar declarações sobre o assunto para depois das eleições autárquicas, e depois para mais tarde, e depois para antes do Natal e depois….
De qualquer forma, as explicações que há quem diga, o sr Presidente nos deve, já perderam a actualidade, pois que esvaziaram o balão. As legislativas já foram, o PS já foi ajudado e o PSD prejudicado, dizem os entendidos, e agora já não interessa muito.
De qualquer forma, a montanha que, dizem, é enorme, tem um ratico para parir.

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Manuela Moura Guedes regressa à TVI via OnGoing

Então é assim: no dia seguinte às Eleições Legislativas, e venham agora dizer que é coincidência, a OnGoing, de José Eduardo Moniz, compra ao Grupo Prisa, de Espanha, uma parte significativa da Media Capital, a proprietária da TVI.
Não tarda nada, estará José Eduardo Moniz de novo a mandar na TVI. E Manuela Moura Guedes de novo no ecrã a martirizar o minoritário primeiro-ministro por causa do Freeport.
Há coisas fantásticas, não há?

Cavaco vai falar ao país amanhã

Finamente, parece que Cavaco vai falar ao país acerca do caso das escutas.
Lembro-me daquela vez em que, a meio das férias, também decidiu falar ao país. Será que vai demitir o Governo? Será que tem cancro? O que será que vai dizer? Afonal, tratava-se do transcendente caso das escutas dos Açores.
Em relação à declaração de amanhã, já conhecemos o tema. Mas o que será que vai dizer Cavaco? Peço desde já sugestões aos nossos leitores. Mas cá para mim, há várias hipóteses:
– Vai dizer que desconfia há algum tempo da existência de escutas e que encarregou o seu «staff» de saber mais sobre o assunto. Infelizmente, nunca pensou que chegasse à imprensa e por isso demitiu Fernando Lima.
– Vai dizer que nunca desconfiou de escutas e que tudo, mesmo o mail, é pura invenção da imprensa. Afinal, nunca demitiu Fernando Lima.
– Vai dizer que fez tudo para beneficiar o PSD, porque é o seu Partido. Por isso, renuncia ao cargo.
– Vai dizer que fez tudo para beneficiar o PS, porque, vencendo o PS, torna-se mais fácil a sua reeleição. Por isso, renuncia ao cargo.
– Vai dar os parabéns a José Sócrates pela vitória de ontem.
– Vai dar os parabéns a Paulo Portas pela vitória de ontem.
– Vai escarnecer de José Sócrates por não ter alcançado a maioria absoluta.
– Vai pedir a demissão de Manuela Ferreira Leite.
– Vai anunciar que convidará Manuela Ferreira Leite e Paulo Portas para formarem Governo.
– Vai suicidar-se em directo, ou, em alternativa, cortará a mão com que escreve, a direita.

UM COMENTÁRIO A TÍTULO DE POST ("PROVOCAÇÃO HONDURENHA)"

Desculpem meus amigos.
Sei tanto como vocês, se descermos ao pormenor. No entanto, tudo isto tresanda ao tradicional golpe fascista mais que redundante na America Latina, terra de senhores e de escravos. Sempre que haja situações, por mais democráticas que possam ser (Allende, Zelaya, Chavez, Morales, Ortega) em que se defendem democraticamente os escravos contra a prepotência dos senhores, tem de haver golpe (sempre que possível), a arma da burguesia dominadora, exploradora, desumana e terrificamente cruel e assassina.
É incrível, como seres pensantes que todos somos no Aventar, acreditemos na “democracia” de um golpe sujo e torpe como esta pinochetada, feito por gajos figadais inimigos de tudo o que é verdadeiramente democrático, carregados de ódio de classe, facínoras de alto cadastro, no intuito de preservar a pureza da “sua” Constituição. Quantas vezes foi a nossa Constituição grosseiramente violada ao virar da esquina, sempre no sentido de diminuir o seu potencial democrático, sem que nenhum reaccionário se lamentasse, antes pelo contrário, regozijando-se!
O que se passou nas Honduras, segundo li, foi uma espécie da fábula do lobo e do cordeiro. O que era preciso era um pretexto. Neste caso um reterendo, inválido para as Honduras e Venezuela mas válido para a Colômbia. Ainda que seja estranho em adultos bem formados, por vezes deixamo-nos enganar como crianças. Ou será que, no fundo, cada um de nós tem a “sua” democracia circunstancial?
Parece que a consulta popular seria feita no mesmo dia em que se deu o golpe de Estado e estava a cargo do Instituto Nacional de Estatística (INE). Não tinha caráter vinculativo, era opcional e colocava aos cidadãos hondurenhos a seguinte questão: “Concorda com a instalação de uma quarta urna nas eleições gerais para decidir sobre a convocação de uma Assembleia Nacional Constituinte?”[1] O Director do INE, Sergio Sánchez, assegurou que o Instituto estava facultado para fazer a consulta e que ela cai dentro das suas atribuições[28], embora tenha sido intimado pelo Tribunal Supremo Eleitoral (TSE) a explicar a tese da “quarta urna”. Apenas o TSE podia realizar este tipo de consulta.[29][30] O resultado positivo desta consulta daria origem a um projecto de lei a ser apresentado ao Congresso Nacional para a convocação da quarta urna.
Tudo se desenrolaria sem qualquer atropelo à ordem democrática. Pessoalmente não acredito que pudesse ser de outra forma.
Acham que havia razões, fosse qual fosse o país, para prender o supremo magistrado da nação, democraticamente eleito, por um tal crime?
O GOLPE DEU-SE, CAROS AMIGOS, POR MEDO DA DEMOCRACIA E NÃO PORQUE A DEMOCRACIA ESTIVESSE EM PERIGO.
Ou seremos tolos e ingénuos?

Rescaldo

Como sempre acontece nestas coisas da política, todos ganham. É sempre assim. Por isso mesmo, decidi assistir, sem som, ao espectáculo circense das televisões à volta das eleições legislativas. Um pouco à moda antiga, quando nas tascas se via um derby de futebol com o som desligado mas com a rádio aos berros para ser mais emotivo. Como não tenho rádio, assisti a tudo em silêncio. Curiosamente, não ouvindo nada do que os políticos têm para dizer (na realidade nunca dizem nada de novo), consegui “ver” mais do que o normal. Vi rostos fechados, olhares suspeitos e cautelosos, vi tiques e preocupações escondidas e vi pequenos indícios e sinais despercebidos que nunca teria reparado se o som estivesse ligado e estivesse distraído pelos normais gritos de vitória. E consegui ver algumas situações preocupantes. O que eu vi ontem, e em destaque, foi um José Sócrates bastante aborrecido (estava na cara) por “uma extraordinária vitória do PS”. Não era cansaço. Eu vi, era mesmo aborrecimento. O mesmo tipo de aborrecimento quando não se arruma logo o adversário numa partida de xadrez e apesar de ter o jogo ganho, ainda tem de se esperar novo movimento do adversário para definitivamente terminar o jogo. Neste enorme jogo de tabuleiro administrativo a que chama de política, as jogadas podem demorar bastante tempo a serem efectuadas e para quem está (mal) habituado a que tudo seja feito no instante, é um enorme aborrecimento ter de esperar.

Considerações e possíveis consequências.

O mais preocupante de tudo isto é mesmo aquela cara chateada com que Sócrates presenteou o País, apesar da tal “extraordinária vitória”. É um sinal óbvio de quem está a pensar que terá que passar por esta coisa chata das campanhas eleitorais para novas legislativas e provavelmente muito em breve. Mas também sinal da confiança numa nova maioria absoluta. Claramente, nasce aqui uma hegemonia do PS na política nacional. Se isso não era bem notório até hoje, por força do contrapeso PSD, é agora bem visível que se tornou em definitivo como o “partido português” por muitos e bons anos. Aliás, isso nota-se bem, por um lado, na aproximação fanática dos seus apoiantes ao partido e ao líder, como se nota, por outro, no aguerrido e ainda mais fanático ódio por parte dos opositores. Perante esta derrota (teve menos votos), o PS veio clamar uma “extraordinária vitória”. Perante esta derrota (menos pessoas estão de acordo com a forma de governar), o PS veio alertar que as políticas e a forma de fazer política será a mesma. Perante esta derrota (mais pessoas votaram noutros partidos), o PS veio lembrar que a governação futura depende da “oposição responsável”. Eu tiro as minhas ilações: contrariamente ao que se tem dito, o PS continua com as todas cartas e trunfos na mão, e ainda por cima, tem a chave da próxima (breve) maioria absoluta. “Não nos deixam governar” “O País precisa de estabilidade”. Não tenho dúvida nenhuma que estes serão os motes seguintes para pedir uma nova maioria absoluta e não é nada difícil de a conseguir. Notou-se que isso até seria possível já nestas eleições, houvesse um pouco mais de tempo de campanha. Alguns analistas e políticos apontam para que o governo não se aguente muito tempo e, digo eu, não se irá aguentar mesmo, pela simples razão que este cenário político não interessa a ninguém. Ninguém, leiam-se corporações e agentes económicos que querem continuar os seus negócios e não podem, nem gostam de negociar ou ficar à espera de decisões políticas ou ideológicas que podem importar às pessoas na generalidade, mas não importam rigorosamente nada a quem quer continuar a fazer obra e dinheiro… Como representante corporativo na política, ao PS é facílimo abrir um conflito político e “obrigar” os outros partidos a provocarem a queda do governo. Por alguma razão, as “tais” questões fracturantes foram completamente esquecidas da campanha. Serão as próximas armas de arremesso. Quanto mais não fosse, existe ainda o TGV para servir de alavanca e desestabilizar tudo sempre que for necessário. As medidas não-populares de aumentar impostos para combater (novamente) o défice, também estão neste lote. O argumento continuará a ser o mesmo. “Tudo isto é absolutamente necessário para a modernização do País e para o relançamento da Economia“. Já funcionou uma vez, porque não há-de funcionar novamente?. É apenas uma questão de escolher o melhor timing. A meu ver, José Sócrates e o PS têm todo o controlo político na mão e não fará qualquer aliança com mais nenhum partido. Principalmente porque não precisam, e mais importante que todos os argumentos, não querem. Já deu para perceber que “este” PS só funciona numa governação “orgulhosamente só”. E tem todos os factores a seu favor. Ninguém na oposição poderá ir contra as políticas do PS, porque serão sempre vistos (e apontados) como uma força desestabilizadora. Esta lógica já funcionou nesta campanha com o constante recurso ao “optimismo” em contraste à crítica do “rasgar, inverter e anular” do PSD. Existirá melhor argumento para usar nas futuras eleições? Terão os outros partidos algum argumento político novo contra o PS?

A contrastar com a hegemonia do PS, não será de ignorar a morte do PSD. Para todos aqueles que apelam constantemente ao fim da dualidade política e do “centrão”, este pode ser o pior cenário de todos. Um partido como o PSD, que em termos ideológicos já nada tem para oferecer num mundo dominado pelo corporativismo, morre lentamente. A liderança não existe. A continuidade é uma incógnita e só mesmo o futuro dirá se aparece um líder à altura para refazer todo o mal que tem sido feito. É ainda o reflexo de um “enorme” Cavaco que secou tudo à sua volta. Pode até ser o prenúncio do futuro do PS, mas neste momento é a realidade do PSD. O pior que podia ter acontecido ao PSD foi mesmo a re-eleição de Durão Barroso. Foi o adeus definitivo à política portuguesa e com ele um fechar de ciclo de líderes laranja que dificilmente aparecerá novamente. Aliás, a grande esperança (mais ou menos consensual) do PSD é Paulo Rangel. Está tudo dito. Com a saída pela porta pequena de Cavaco, já nem há notáveis visíveis, e o mais visível de todos, Alberto João, causa mais danos que outra coisa e as suas atitudes maníacas promovidas pelo irreal círculo fechado onde habita, falam por si só, e é obviamente uma carta fora do baralho. Não sei se a intenção de Cavaco (se é que a intenção foi dele) com esta questão das “escutas programadas” teve como propósito enfraquecer o PS ou o próprio PSD. Só o próprio Cavaco (se algum dia vier mesmo a  falar) pode esclarecer se queria minar a confiança pública no PS ou destruir o PSD para o aparecimento de um novo partido ajustado à realidade do século XXI, pois este PSD, como partido, definitivamente já não existe. A realidade é que Cavaco interveio e foi um acto de enorme e negativo significado para o partido laranja. Apenas o tempo lhe dará razão. Ou não. Neste momento, o PSD irá assistir novamente a uma tentativa de liderança que não reunirá, de certeza, consenso. O PSD é agora um animal ferido, raivoso com várias cabeças a atacarem-se mutuamente para controlarem o corpo esquelético dum outrora grande partido. Calha bem o próximo sufrágio, em que muitos, motivados pela antipatia ao PS virar-se-ão novamente para o PSD. A velha lógica do “centrão” ainda a funcionar. Mas conviria reflectir que uma eventual vitória (digo eu) será por demérito dos outros e não por méritos próprios, como aconteceu nas Europeias. No futuro imediato, o PSD irá definhar ainda mais, e por mais irónico que possa parecer irá depender do PS a sua continuidade como partido de equilíbrio do poder. Com esta forma de actuação do PS, o mais provável é que esmague ainda mais a já débil saúde do PSD.
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MAIS UMA VEZ, A VISITA DO PAPA

Li algures que a vinda de Bento 16 a Fátima é uma boa notícia para os católicos e para os portugueses em geral. E, pelos vistos, para a Presidência da Republica, a qual embandeirou em arco a ponto de provocar risinhos de “reprovação”cardinalícia. Uma espécie de riso maroto de namorada embevecida. Dados os caminhos que leva, qualquer dia temos a Presidência da República a ir em peso a Fátima a pé. A quinta aterragem de um papa nesta santa pista que é Portugal é razão mais que nacional, internacional e universal!
Bento 16 foi o responsável, ainda como prefeito da congregação para a doutrina da fé, pelo fenomenal comentário teológico-científico da terceira parte do “segredo de Fátima”, do qual se inferia, após profundo estudo genético-sequencial e de filosofia balística que uma “mão maternal”desviaria a trajectória da bala que poderia matar João Paulo II. Colocadas imensas hipóteses interpretativas, restaram duas como mais viáveis, em termos de alternativa, na cabeça da virgem: Por que não encravar a pistola? Por que não fazer desmaiar o assassino? Ficou sem se compreender como foi escolhida aquela cujo risco a correr era o maior: actuar no último segundo! Mas enfim! Com tantas coisas mirabolantes acerca de aparições e revelações particulares e secretas, só faltava mais esta. Haverá, porventura, quem se consiga manter sério, sem rir, perante tal “revelação”- provocação? Os próprios monsenhores, donos e banqueiros do Vaticano, embarcarão em tal patranha, ou trata-se de uma beata anedota correndo nas suas conversas de claustro? Não posso acreditar que acreditem. Era como se me obrigassem a virar o cérebro do avesso.
Não sei se hei-de rir se hei-de chorar. Por um lado, ridicularizar e satirizar a mente humana a este ponto não me dá vontade de rir. A mente, a seiva do órgão mais nobre do ser humano, não pode ser ridicularizada e espezinhada desta forma! Perdido o respeito pela mente e pela razão, está tudo perdido. Por outro lado, dá-me vontade de chorar o facto de eu poder estar incluído nos “portugueses em geral”. E é que não me safo de maneira nenhuma. Eu sou, com efeito, um português em geral, embora em nada me interesse a Igreja católica em si mesma nem todas as palhaçadas com que se paramenta. Arranjem-me, pelo menos, a designação de um português em particular, uma excepção, o que quiserem que me liberte da generalização, mas não me enfiem no mesmo saco, não me ofendam, por favor!.
Não tenho rigorosamente nada a ver com a igreja nem com qualquer das suas irracionais e anedóticas imposições, mas como cidadão, não posso ficar ao lado dos fenómenos que afectam, positiva ou negativamente, a sociedade e a humanidade. Desde há muitos anos que me arrepia o paganismo, mas o paganismo que se fabricou na monumental trapaça de Fátima, em plena era da ciência da evidência é um escândalo e uma ofensa. A colossal impostura que se ergueu no nosso país, deixa-me acabrunhado sob o peso de tais escombros. Respeito tanto os ignorantes como os sábios, tanto os crentes como os descrentes, os cultos e os incultos, mas não tenho o mínimo respeito nem contemplação pela ignorância, pela incultura e pelo paganismo. Não sinto qualquer respeito pelo trabalho de quem quer que seja que se dedique, de uma maneira ou de outra, a cultivar a ignorância, a escamotear a verdade e a anular a razão. O maior crime que se pode cometer contra o Homem não é matá-lo mas tapar-lhe os olhos. Ao matar o Homem não se mata a ideia. Ao tapar-lhe os olhos mata-se o Homem e a ideia.

PSD: Mais uma derrota

Nas últimas 5 Eleições Legislativas, o PSD só ganhou uma, e mesmo assim à tangente e com um PS esfrangalhado. Desde 1995, já teve como líderes Fernando Nogueira, Marcelo Rebelo de Sousa, Durão Barroso, Santana Lopes, Marques Mendes, Luis Filipe Meneses e Manuela Ferreira Leite. Nenhum se impôs. O verdadeiro deserto provocado por Cavaco Silva, que durante 10 anos secou tudo à sua volta, é o responsável pelo actual estado daquele que já foi o maior Partido português.
Manuela Ferreira Leite é a última vítima. Neste caso concreto, foi também vítima dela própria. Desde o primeiro dia, não parou de falar da Verdade e da sua Política de Verdade. Como se fosse a única pessoa séria no país. E quem conhece o seu percurso político sabe que ela só é séria quando não se ri. Começou na constituição das listas e foi por aí fora.
A derrota de ontem foi ainda maior do que a de 2005. É certo que teve mais votos e elegeu mais deputados. Mas manteve-se nos 29%. E em 2005, como se lembram, o PSD vinha de um Governo caótico e Santana Lopes estava completamente desacreditado como primeiro-ministro. Com um PSD minimamente competente, o PSD tinha vencido estas eleições.
Neste momento, os barões já estão a movimentar-se para fazer o funeral de Manuela Ferreira Leite depois das Autárquicas. Resta agora saber quem será o próximo líder.
Candidatos? Tentar não custa: Pedro Passos Coelho, Rui Rio, Paulo Rangel, Santana Lopes, Luís Filipe Menses, Marques Mendes, Marcelo Rebelo de Sousa ou Marco António, sendo que este apela ao fim do cavaquismo. Quanto ao ferreiraleitismo, uma «reprise» do cavaquismo, parece que nunca existiu.
Um daqueles nomes será certamente o próximo Presidente do PSD. Um Presidente que tanto pode arder na Oposição durante 4 anos como, mais provável, pode ser chamado a governar já nos próximos dois anos.

PARA DAR CONHECIMENTO

Religião: Ateístas condenam «politização» da visita papal por parte de Cavaco Silva
28 de Setembro de 2009, 07:30

Lisboa, 28 Set (Lusa) – A Associação Ateísta Portuguesa (AAP) considerou que o anúncio da visita do Papa a Portugal feito pela Presidência da República antes das eleições legislativas constituiu “uma politização inadmissível daquilo que é apenas matéria de crença pessoal”.

Em comunicado, a AAP sublinha que o anúncio feito por Cavaco Silva ocorreu “contra a vontade da própria Conferência Episcopal”, com quem terá concordado fazê-lo em conjunto e após as eleições legislativas.

“A visita de um papa católico é assunto da Igreja católica e não matéria do Estado português”, assinala a AAP. “Num Estado laico o Papa é apenas um líder religioso. Que o cidadão Cavaco Silva se regozije é um direito; que o chefe de Estado de um país laico exulte com a visita do seu líder espiritual é uma interferência nefasta da política na religião, e vice-versa.”

viva a suíça !

Roman Polanski and Sharon Tatea suíça em um belo país. o próprio nome «s-u-í-ç-a» é belo. a suíça é o mais limpo país do mundo. a suíça tem bancos. a suíça tem os bancos mais limpos do mundo. a suíça tem neve. a neve na suíça é branca. os suíços são poliglotas. enquanto as salas e os países têm cantos, a bela suíça tem cantões. a suíça é íntegra. a suíça é neutral. durante a segunda grande guerra, a suíça nunca albergou espiões nazis. a suíça nunca toma partido. a suíça tem emigração portuguesa que trata de limpar o país. se os portugueses de portugal cospem no chão, os portugueses da suíça limpam os escarradores dourados dos suíços. a suíça já bateu o pé à grande frança num europeu de futebol. a suíça não tem mar. a suíça é um in-shore. eu nunca gostei da suíça porque não tenho bom gosto. quem tem bom gosto não pode deixar de gostar da suíça. a suíça tem queijos. a suíça tem chocolates. a suíça só faz bem ao mundo e se por acaso faz mal é só ao colesterol. os suíços são os melhores europeus de que há memória. tudo isto já sabíamos. apenas não sabíamos que os suíços têm um sistema judicial que funciona e que está atento a toda e qualquer injustiça universal. qual baltazar garzón qual quê  ? a suíça acabou finalmente de prender o grande pedófilo franco-polaco roman polanski. três décadas depois de abusar da norte-americana samantha geimer e de ter fugido dos estados unidos da américa, a suíça apanhou-o. foi simples. o isco foi a pretensa homenagem ao abjecto realizador no festival de cinema de zurique. ora o ingénuo homem lá aterrou na suíça e deitaram-lhe as mãos. agora querem extraditá-lo para que a justiça se faça. a velha europa está escandalizada. também a polónia, a pátria de joão paulo II. três décadas passadas samantha geimer já perdoou ao senhor e gostaria de viver em paz. a suíça não. justiça é justiça. a suíça não perdoa a um realizador demente que expõe todas as suas perversões pessoais em «repulsa», «faca na água», «a semente do diabo» (uuiiii!!!) ou «o inquilino» – onde o referido esquizofrénico se veste de mulher e pinta os lábios (de mulher!!!!). a suíça diz e muito bem: a arte não é desculpa para perversidades ! a suíça não se impressiona com «pianistas» ! viva a suíça !

ass: anarquista duval

Eleições Autárquicas no Aventar

autarquicas
Despachadas que estão as Eleições Legislativas, o Aventar vira-se a partir de amanhã para as Eleições Autárquicas. Vão ser dias intensos e o ritmo de postagem febril. Se não vierem ao blogue duas vezes por dia, caríssimos leitores, estão tramados. Só estou a avisar!
A partir de amanhã, teremos notícias de todos os cantos do país. De Bragança a Faro. Para isso, contamos convosco. Queremos saber o que se passa na vossa terra e quais são as expectativas para o sufrágio do dia 11 de Outubro. A nível do vosso distrito, do vosso concelho e até mesmo da vossa freguesia. Enviem que nós, como sempre, publicaremos.
E tal como ontem todos ganharam, no dia 11 todos os que participarem poderão também dizer que ganharam. Em termos de blogues, não há dúvidas de que o Aventar foi o grande vencedor da noite. Que assim seja também nos próximos 15 dias.
Na barra lateral do blogue, já está o «link» para as Autárquicas. Se clicarem, poderão ler desde já tudo o que fomos escrevendo nos últimos meses osbre as próximas eleições. Aproveitem, que eleições, agora, só… em 2010?