Nuno Melo mentiu ou é só mais um incompetente a gastar o nosso dinheiro em Bruxelas?

Das duas uma: ou Nuno Melo é um aldrabão, ou então é um incompetente que não está a fazer nada em Bruxelas, que não seja gastar o nosso dinheiro. A votação em causa é anterior à invasão e nada tem a ver com a guerra desencadeada por Putin. Estará Melo a aproveitar-se do sofrimento dos ucranianos para obter ganhas para o CDS? Se não é, parece.

A direita, em particular a liberal e a radical, onde se insere Nuno Melo, tem estado mais focada em atacar o PCP do que em discutir o que se passa na Ucrânia. Mas desengane-se quem pensa que isto tem a ver com a posição do PCP ou que vai parar por aí. A seguir, como se vê neste caso, será o BE. Seguir-se-á o Livre e, finalmente, o PS. Todos serão culpados pela invasão da Ucrânia, a guerra chegará ao fim e os financiadores da direita reunir-se-ão novamente com os oligarcas, num abraço emotivo com mãos invisíveis e bolsos cheios.

Conversas vadias 29

Os acepipes servidos nesta vigésima nona edição das Conversas Vadias estiveram a cargo dos chefs José Mário Teixeira, Francisco Miguel Valada, Carlos Araújo Alves, António Fernando Nabais, António de Almeida e Orlando Sousa. Começámos por servir um apalpão de Filomena Cautela sobre traseiro de acompanhante, acrescentámos parabéns à selecção nacional de futsal e campeã do mundo. A partir daí, foram saindo da cozinha referências à azia benfiquista, aos Pandora Papers, a Manuel Pinho, aos Panamá Papers, à Evergrande, à extinção ou reconfiguração do CDS, à muita ou nula importância do Estado, ao ordenado mínimo, a federador Portas, à ideia de alargar a escolaridade obrigatória para esconder a pobreza, à falta de professores. No final, regou-se tudo com sugestões – ele foi música, ele foi séries de televisão, ele foi Pessoa e/ou Vicente Guedes, ele foi cinema, ele foi aprender a viver sem redes sociais, um festim!

Conversas Vadias
Conversas Vadias
Conversas vadias 29







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Notas sobre as Presidenciais 3: hecatombe à esquerda?

À medida que os resultados iam saindo, a narrativa da hecatombe à esquerda foi sendo construída, por painéis essencialmente feitos de fazedores do opinião alinhados à direita, que toda a gente sabe que a comunicação social é controlada pela esquerda.

Mas será que foi mesmo assim?

Comecemos pelos resultados PCP, responsáveis pelo primeiro momento de vergonha alheia da noite eleitoral, com assinatura de Rui Rio, que fez questão de dar grande ênfase, no seu discurso, ao facto de João Ferreira ter ficado atrás André Ventura, apesar de tal se dever, essencialmente, a votos do PSD.

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Debates Presidenciais 2021: Marcelo toma um chá com Marisa, Ventura arrasta Ferreira para o lamaçal

Dois debates, de escassos 30 minutos.

No primeiro, onde reinou a educação e a cordialidade, Marcelo foi um elegante cavalheiro. Elogiou a adversária, tendo mesmo ido buscar a questão da luta pelo estatuto do cuidador informal – Marcelo, o hábil analista, fez, como se esperava, um bom trabalho de casa – elogiou o Bloco e até pediu ao moderador para deixar Marisa Matias concluir, quando Carlos Daniel queria passar a palavra ao presidente em funções. Gostava, sinceramente, de ver um Marcelo que não fosse a jogo com a eleição ganha. Assim é só chato. E, no meio do aborrecimento, onde ambos estiveram bem, parece-me, Marisa soube mostrar as garras, mas a teia de Marcelo ocupava já todo o estúdio.

No segundo, a antítese. À primeira pergunta, dirigida a João Ferreira por uma moderadora incapaz de segurar um André Ventura full-Trump mode, o líder do Chega demorou poucos segundos para começar a interromper ininterruptamente o adversário, com piadolas, risos histéricos e chavões. A escola CMTV de discussão futebolística hardcore. Foi um debate penoso. Ventura falava na sua vez e na vez de Ferreira, repetia a táctica Venezuela-URSS-Coreia do Norte (alguém o avise do bromance entre o seu ayatollah Trump e o seu amor norte-coreano, Kim) à exaustão, e tanto se esforçou que lá conseguiu, mais para o final, arrastar João Ferreira para o seu território: a lama. E conseguiu o que quis: caos e histeria. E a moderadora terminou o debate como começou: ausente. Um péssimo debate, excelente para perceber o manipulador populista que André Ventura é.

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A minha social-democracia é melhor do que a tua

Vejo por aí muita indignação com a afirmação de Marisa Matias, que se autoproclamou social-democrata. Vinda dos lados do PSD é irónico, visto tratar-se de um partido que, de social-democrata, tem apenas o nome. Poderá até tê-lo sido até ao início da década de 80, mas fechou a social-democracia numa gaveta, há muitos anos, e nunca mais de lá a tirou.

Vamos a factos: o PSD é um partido de direita conservadora, cada vez mais liberal no que toca a políticas económicas, característica que se começa a evidenciar com Durão Barroso e que atinge o ponto alto com Passos Coelho. Já a social-democracia, ideologia progressista que se situa no centro-esquerda do espectro, é filha do socialismo e neta do marxismo. [Read more…]

Alcouce, sim, mas com cedilha, claro

I’m a scientist. I never apologize for the truth.
Sheldon

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Depois de uma introdução com terramotos para encher chouriços, Cristina Ferreira disse a Marisa Matias que não se conseguia fixar o nome da localidade onde a entrevistada cresceu.  Note-se que Ferreira não disse “é um nome difícil de eu memorizar/é um nome difícil para mim de memorizar/é um nome que eu não consigo memorizar”. Não. Ferreira disse: “é um nome difícil de memorizar” — ou seja, para ela, para mim, para si, caro leitor do Aventar. E Ferreira terá alguma razão, pelo menos, no que diz respeito à equipa daquele programa, a julgar pela memória grafémica do autor daquele Alcouçe, que não terá lido com cuidado qualquer biografia da entrevistada e, pior, não aprendeu a regra cacecicocu [kasɛsikɔku]. Isto é inadmissível, num programa em que o salário da apresentadora parece ser o assunto mais candente. em vez de se discutir o salário (ou a péssima remuneração) e o curriculum (ou a licenciatura na University of Westfield Online) do redactor dos rodapés e dos oráculos.

Quanto ao sítio do costume,

tudo bem.

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Obrigada Marisa!

Tanto pelo conteúdo – que quem acompanha as corajosas posições de Ana Gomes só pode subscrever -, como pela elevação de espírito além fronteiras partidárias. Bela lição!

Os motivos dos fatos

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Amadeo de Souza-Cardoso, Caricatura de Emmérico Nunes (1909)(http://bit.ly/1sHl6FW)

Chacun, là-haut, sait mieux que le matador ce qu’il conviendrait de faire en bas. En outre, comme chez tous les publics, la critique prouve l’intelligence et l’enthousiasme se verse au compte de la crédulité, de la naïveté, de la bêtise.

— Jean Cocteau, “La corrida du 1er mai

Lembra-me um sonho lindo, quase acabado
Lembra-me um céu aberto, outro fechado
Estala-me a veia em sangue, estrangulada
Estoira no peito um grito, à desfilada

Fausto Bordalo Dias

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Os leitores do Aventar conhecerão certamente a seguinte afirmação de Santana Lopes:

Agora ‘facto’ é igual a fato (de roupa).

Não será, contudo, todavia ou até mesmo porventura, o caso do jornalista que entrevistou o autor desta afirmação, ainda por cima, produzida em artigo escrito para o jornal em que a entrevista foi publicada. Efectivamente, uma vez que na entrevista nenhures se vislumbra qualquer referência à afirmação de Santana Lopes, o autor terá perdido, [Read more…]

Carta de Bruxelas

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Marisa Matias*

Escrevo de Bruxelas, onde hoje ocorreram atentados terroristas hediondos. Perdoem-me a crueza das palavras, mas escrevo de Bruxelas como tenho escrito de tantos lugares onde todos os dias morrem pessoas vítimas do terrorismo. Sim, todos os dias morrem pessoas vítimas de terrorismo. E, sim, tenho estado e tenho escrito de muitos desses sítios.

Ainda no Domingo estava em Piréus, na Grécia, onde continuavam a chegar refugiados que fugiam do terrorismo e da guerra. Nesse Domingo morreram quatro crianças. Ainda há duas semanas outro destes hediondos atentados aconteceu em Bagdad, ninguém deu por isso.
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Carta do Canadá: Ofensa e hipocrisia

REUTERS/Rafael Marchante

REUTERS/Rafael Marchante

Encontro na blogosfera e nos jornais online referência ao cartaz da autoria do Bloco de Esquerda para festejar o ter sido aprovada a lei que autoriza casais do mesmo sexo a adoptar crianças. Vejo que Pedro Mota Soares, do CDS, ministro da Segurança Social no anterior governo, considera o cartaz “ofensa gratuita à sensibilidade de muitos portugueses”.  Registo, com apreço e respeito, que Marisa Matias, ligada ao Bloco de Esquerda, considera esse mesmo cartaz “um erro”. Antes de prosseguir clarifico já a minha posição: é, de facto, um erro e um acto de estupidez que vai funcionar como um tiro no próprio pé desse movimento político. Nem mais errado nem mais estúpido do que as piadolas, às vezes ordinárias, que certos humoristas de serviço ao regime, assim como uns apresentadores sem tino, fazem à volta da Igreja Católica e seus valores. O amor do público por esses (erradamente) tidos por humoristas não tem aumentado, pelo contrário. A mim só me apetece perguntar aos piadistas e ao BE: porque se metem só com a Igreja Católica? Não há mais religiões praticadas em Portugal? Será porque quem se mete com as outras religiões leva, e o Charlie Hebdo que o diga? Como reagiriam se as pessoas fizessem chacota dos familiares directos dos chefes do BE? É que se não perceberam ainda o tipo de relação que os cristãos têm com as figuras sagradas, então não sabem em que mundo andam nem em que país vivem. Portanto, eu acho lamentável esse cartaz e concordo com a Marisa Matias (que alem de ser decente, é uma mulher inteligente e vê longe). Não me regozijo com esta mancada do BE, até tenho pena que um movimento em que há gente nova com tanto valor tenha caído nesta tentação estúpida e inútil. [Read more…]

O triunfo das Mulheres do Bloco

Mulheres

Num país de valores antiquados e conservadores, a cena política é ainda dominada por homens. É certo que já tivemos Maria de Lurdes Pintasilgo a chefiar o governo durante escassos meses, Assunção Esteves a presidir à Assembleia da República e umas quantas ministras e secretárias de Estado, sempre em acentuada minoria face aos seus pares do sexo oposto, mas a verdade é que a política portuguesa ainda é um couto masculino e nada parece indicar mudanças no curto prazo.

Depois temos o Bloco de Esquerda. Coube a Catarina Martins a difícil sucessão do carismático Francisco Louçã, num dueto inesperado e temporário com João Semedo, mas, depois de uma campanha eleitoral extremamente bem-sucedida para as Legislativas, foi sob sua liderança que o Bloco conseguiu o seu melhor resultado eleitoral de sempre e, mais simbólico ainda, foi com Catarina Martins que os muros à esquerda caíram e possibilitaram o histórico acordo de governo que permitiu derrubar a coligação PàF. [Read more…]

Chuva de rãs

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Entre campanhas vazias, ganhou a do genuíno, o Tino de Rãs. Mas Maria de Belém não é a única a engolir sapos. Edgar Silva também tem a sua dose, à conta de Marisa Matias.

António Costa pode sorrir com este este resultado, mesmo que o seu candidato tenha ficado pelo caminho. A facção dissidente no PS perde força e Costa fica com créditos de apoios prometidos para cobrar a Marcelo.

Parabéns a Marcelo pelo resultado conseguido com anos de preparação. Não foi a minha escolha, mas agora é esperar que exerça o cargo com equilíbrio.

Sampaio pode agradecer à Marisa

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Se por acaso Sampaio da Nóvoa passar à segunda volta das presidenciais bem pode agradecer à Marisa o trabalho que ele deveria ter feito e não fez. E esse trabalho era eliminar Maria de Belém na primeira volta. Sampaio foi incapaz de se destacar de Belém por mérito próprio. Em vez de trabalharem na sua estratégia de campanha, os seus apoiantes (não sei se com mandato seu ou não) andaram a mandar recadinhos para dentro do Bloco para a Marisa desistir… Ironicamente, foi a própria Marisa que fez o trabalho que nem Sampaio nem os seus apoiantes foram capazes de fazer. A Marisa matou a candidatura de Maria de Belém.

Sampaio fez uma campanha fraquinha e sofrível. Foi o mesmo Sampaio (na altura António Nóvoa e ainda sem ambições) que descobri num Prós e Contras de 12/12/2011 sobre o ensino superior com a presença do Ministro Nuno Crato, em que foi insípido, inodoro e incolor sobre o tema, exceto quando se gabou exaustivamente sobre o processo de fusão de universidades em que participou (isso foi positivo obviamente) para gáudio do Ministro. Dito isto, obviamente que votarei Sampaio se este passar à segunda volta sem engolir sapos nem rãs (com tino e sem tino), porque tenho a certeza que será fiel aos valores que tem defendido na campanha, embora eu suspeite que ele será um presidente muito fraquinho. Parece-me claro que a Marisa é de longe a candidata de esquerda mais forte e se isto fosse como nos filmes a Marisa mandava agora um sprint até ao segundo lugar e lixava o Nóvoa (bem merecia). Por mim, vou acreditar em filmes até domingo à noite e vou votar com um gosto bestial na Marisa.

Mais valia ter continuado de luto

Maria de Belém Roseira rejeita uma campanha de “demagogias e populismos” mas responde à polémica das subvenções vitalícias convidando a eurodeputada Marisa Matias a comparar o seu salário com o dela.

«Piada com Sporting obriga Marisa Matias a retratar-se»

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Fonte: Jornal de Notícias (http://bit.ly/1RSJMFT)

 

At this point Hume really takes off. He says that we should examine the underlying principles of cause and effect, and he discovers two principles: the principle of causation and the principle of causality. The principle of causation says every event has a cause. The principle of causality says like causes have like effects. These, as he correctly sees, are not equivalent. For it might be the case that every event had a cause though there was no consistency in what sort of effects any particular cause might have, and no consistency in what sort of causes any effect might have.

— John Searle, Mind: A Brief Introduction, p. 196

though it makes the vnskilfull laugh, cannot but make the iudicious greeue
— Shakespeare, “Hamlet” (Quarto 2, 1604)

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Segundo alguma comunicação social, Marisa Matias ter-se-á retratado, depois de uma piada sobre o Sporting:

«Uma piada de Marisa Matias que envolveu o Sporting incendiou as redes sociais, obrigando a candidata às presidenciais com apoio do Bloco de Esquerda a retratar-se». (Sol)

A frase de Marisa Matias, em entrevista ao ‘Observador’, gerou alguma polémica nas redes sociais e levou a candidata presidencial a retratar-se no ‘Facebook’. (A Bola)

Efectivamente, Marisa Matias retratou-se depois da piada sobre o Sporting: a entrevista em que a piada foi registada ocorreu no dia 7 de Janeiro e o retrato foi tirado em 14 de Janeiro. Contudo, verifique-se, a causa da retratação não é a piada.

Embora por razões grafémicas, também não encarei «o pedido de desculpas de João Pedrosa […] como uma retratação». Em português europeu, um pedido de desculpas não corresponde a uma retratação. Uma selfie, sim.

Post scriptum: [Read more…]

«Marcelo Rebelo de Sousa mentiu»

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via The Telegraph (http://bit.ly/1n2nrIR)

É esta a acusação (entretanto divulgada pelo Público) que pode ser lida no Esquerda Net, relativamente à «questão da inconstitucionalidade do OE2012»:

No debate desta segunda-feira, na Sic Notícias, Marcelo Rebelo de Sousa mentiu quando confrontado por Marisa Matias, que recordou as declarações críticas do então comentador televisivo sobre o pedido de fiscalização sucessiva do OE2012 entregue pelo Bloco e alguns deputados do PS.

O OE2012?

Lembro-me muito bem do OE2012 e fico feliz por este tema entrar na pré-campanha para as eleições presidenciais. Efectivamente, o Orçamento do Estado para 2012 foi um autêntico precursor do permanente caos orçamental em que vivemos há praticamente um lustro, como se perceberá através de leitura atenta dos sucessores OE2013, OE2014 e OE2015. Quanto ao OE2016, aguardemos com serenidade.

Recordemos que o OE2012 foi um Orçamento do Estado com “caráter acomodatício” e com “carácter universal”, com “setor bancário” e com “sector dos transportes ferroviários”, com “excepto receita de privatizações”, com “exceto ações” e com “acções e outras participações”, com “activos financeiros” e com “ativos e passivos financeiros”, com “interacção dos seguintes factores” e com “interação dos seguintes fatores“, com “despesa efectiva” e com “despesa efetiva“, com “serviços colectivos” e com “serviços coletivos“, com “protecção do meio ambiente” e com “proteção do meio ambiente”, com “contratos efetivamente celebrados” e com “efectivamente paga”, com “duas ópticas” e com “numa ótica“.

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Pierre Boulez (1925-2016)

Presidência da República: debates

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Depois do 1° dia de debates ficou claro o que eu já pensava. Há dois candidatos a PR com conteúdo, propósito, coerência e que merecem atenção: Henrique Neto e Marisa Matias.

O Henrique Neto é um homem sério, que conhece a vida e as suas dificuldades, mas que nunca cedeu perante elas para seguir o seu caminho. É um exemplo de determinação, como empresário, como cidadão e como homem de família. As suas intervenções políticas são sempre muito ponderadas, refletidas, muito maduras, responsáveis e cheias de pontos de reflexão e caminhos de solução, sem querer nunca apontar caminhos únicos. Como homem da realidade, não poderia ser de outra forma sendo empresário, sabe que não existem caminhos únicos mas tão somente opções – as quais têm vantagens e inconvenientes -, e o que devemos fazer é ser capazes de escolher aquelas que resolvem problemas no curto prazo e abrem horizontes mais largos no médio e longo prazo.
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Será II

Não pode ser. Ela não tem idade.

O problema da esquerda

Eis que a Marisa Matias coloca o pontinho no i: são egos, senhores, são egos.  E tantas orelhas ficaram a arder.

sem surpresas (mas com um certo ar de alarme)

pela primeira vez desde que tenho consciência cívica e política (desde os meus 11\12 anos) decidi não assistir a uma noite eleitoral. deixei o professor marcelo a pregar aos incautos, o dr. karamba marques mendes a adivinhar o número exacto dos próximos cortes orçamentais, a Judite de Sousa (sem ou com Montenegro; com ou sem equívoco na pessoa) num saco do Pingo Doce e a televisão desligada de forma a poupar energia e pagar menos à China Three Gorges. encontrei-me com a minha princesinha AMF e fomos ao cinema ver Grace of Monaco de Olivier Dahan. apesar da história ser batida, o filme de Dahan acaba por ser bastante interesse e, no plano técnico, é simplesmente fantástico. desde os planos à direcção das cenas, passando pelo límpido som de voz nos diálogos entre personagens.

a campanha foi degredante. do surfer rosa (bem que queria ir ver os pixies para a semana ao primavera sound mas mas todo o argent é escasso nos dias que correm) nos currículos escolares aos vírus despesistas. de reminiscências do holocausto que não foi vivido em verso à governação socratina. Até o filósofo (cientista política, teorético político) teve que se meter na querela e vir a público lavar roupa suja. Sócrates himself, teve ali uns 7 orgasmos seguidos durante os 3 episódios em que pode comentar a campanha. discutiu-se tudo excepto política europeia. discutiu-se tudo excepto os problemas que neste momento precisam de ser resolvidos na europa bem como os que estão a rebentar. como a deflação. o partido socialista ainda tentou lançar a discussão sobre a mutualização da dívida na fórmula desusada de eurobonds mas… com tamanha babugem estavam à espera que a malta andasse informada e estivesse minimamente ciente dos projectos europeus defendidos pelos candidatos?

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Não discordo de Marisa Matias, mas acrescento…

Marisa Matias esteve em Peniche, onde afirmou perante empresários ligados à modalidade, que o ensino de surf deveria fazer parte do currículo escolar. Faz sentido em Peniche ou Ericeira, mas seria completamente desajustado noutras regiões do país. A escola deveria servir populações, preparar alunos para o mercado de trabalho que vão encontrar, na sua zona geográfica, pois em primeiro lugar é aí que as pessoas se procuram fixar. Para que tal aconteça, a escola teria que ser descentralizada. Autarquias, pais, professores, seguramente conhecem melhor as necessidades num pequeno Concelho, que um burocrata sentado à secretária no ministério ou Direcção Regional. Desde a definição dos currículos à formação do próprio corpo docente. Tenho é sérias dúvidas que a coordenadora do Bloco possa ser tão radical no que diz respeito à reforma do eduques…

Surf eleitoral

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Ontem a Marisa Matias esteve em Peniche e falou do surf, encarando-o como actividade económica e também sugerindo que entre nos programas escolares. Foi um fartote.

Tão unânime que, suspeito, vai já sair petição contra o windsurf, o montanhismo,  o ciclo-cross e o tiro com arco para saírem de imediato das actividades na natureza previstas nos programas do 3º ciclo do ensino básico, disciplina de Educação Física. Não faltava mais nada: ginástica, corridas e muito pontapé na bola é que são desígnio nacional.

Surf nem pensar.

Grande Marisa

A Marisa Matias retirou o seu nome de relatório sobre BCE, da sua autoria, depois de a canalha do PPE o ter adulterado.

Entretanto no Parlamento Europeu

Em discussão o primeiro relatório que critica o BCE e foi aprovado em Comissão. Relatora:

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Marisa Matias.

Hoje dá na net: Homenagem a Miguel Portas

Vídeo completo da homenagem a Miguel Portas.

No Jardim de Inverno do Teatro São Luiz, com música interpetada por Aldina Duarte, Tito Paris, Mísia, Zé Pedro, Khalil Ensemble e Xana. Intervenções de Marisa Matias, Ruben de Carvalho, António Costa, Rita Blanco, João Semedo, Francisco Louçã, Paulo Portas, André Portas e Frederico Portas.