Por que razão voto Marco Martins para a Câmara de Gondomar

Conheci o Marco Martins em 1993, era ele um adolescente de 14 anos no 9.º ano da Escola Secundária de Rio Tinto e eu um jovem estagiário de História. Não cheguei a ser professor da turma, embora lhe tivesse dado algumas aulas por via do «intercâmbio» de turmas que se ia fazendo entre os elementos do Grupo de Estágio.
Confesso que não me lembro dele nessa altura e que nem sequer sabia que o conhecia quando o contactei, como Presidente da Junta de Freguesia de Rio Tinto, para que resolvesse o problema do estacionamento selvagem em cima do passeio na minha rua, uma das mais movimentadas da freguesia. Porque quem devia resolver o problema, a Câmara, nunca respondeu aos meus pedidos, teve de ser a Junta a chegar-se à frente, com os seus parcos recursos, e a colocar meia dúzia de pilaretes na parte mais complicada da artéria em questão.
Devia ser encarado com naturalidade, o facto de um autarca resolver o problema legítimo de um munícipe. Mas como em Portugal não é natural, fiquei agradavelmente surpreendido. Da mesma forma que fiquei surpreendido quando vi o Presidente da Junta de Freguesia de Rio Tinto a entrar em casa do meu sogro, como Bombeiro Voluntário, para levá-lo de Urgência ao Hospital numa das suas habituais crises de DPOC.
Apesar disto tudo, à excepção dos cumprimentos de circunstância – na Junta, na rua ou no Ginásio – nunca falei com o Marco Martins. Nunca me dirigi pessoalmente a ele para lhe agradecer a forma como tem governado aquela que é uma das maiores Juntas de Freguesia do país. A forma como tem posto os interesses dos riotintenses em primeiro lugar. Eu que até sou um riotintense emprestado, que sempre votei no Porto e que só passei a fazê-lo em Rio Tinto porque fui obrigado.
E no entanto, não é por nada disto que voto em Marco Martins no próximo Domingo. Propositadamente, não digo que voto no PS. Porque na hora de pôr a cruzinha, vou tentar que o sapo não me seja muito indigesto. Votei PS uma vez na vida, na primeira de António Guterres, e jurei para nunca mais. [Read more…]

Escolher a democracia

e os direitos humanos em vez dos bancos. Sim, é uma escolha.

Contratados

Aqui têm uma excelente questão!

O Portal do Eleitor

e o serviço informativo via SMS para o 3838 nada informam sobre a secção de voto a que devemos dirigir-nos no Domingo. «O local específico da sua mesa de voto poderá ser consultado na Junta de Freguesia da sua área de residência.» Para quando o voto electrónico?

Diretion? Diretion? Oh dear!

diretion

Leitor atento teve a amabilidade de me enviar esta ligação, com uma reportagem sobre os One Direction, transmitida durante a edição de ontem do Jornal das 8 da TVI — por qualquer motivo que me escapa, a ligação da TVI não funciona por estas bandas.

A base IV do AO90, sem qualquer valor científico – escusado seria acrescentar: sem qualquer ligação à realidade; contudo, por via das dúvidas e por descargo de consciência, acrescente-se e saliente-se: sem qualquer ligação à realidade –, constitui, como se vê, um desnecessário factor de perturbação da consciência ortográfica dos falantes/leitores/escreventes. A supressão, em português europeu, de consoantes com importante valor grafémico fará com que se projecte noutras línguas a arbitrariedade do novo código: contudo, felizmente para elas e seus respectivos falantes, essas línguas não foram sujeitas a reformas ortográficas caóticas, garatujadas em cima do joelho.

Casos como o deste *diretion tenderão a aumentar. Aliás, trata-se de problema já anteriormente mencionado. Esperem para ver. Ou não, não esperem. Se quiserem ver o desastre a instalar-se, basta olharem para o lado, assobiarem para o ar e encolherem os ombros: a ordem é aleatória – para não dizer facultativa –  e até haverá quem olhe para o lado, assobie para o ar e encolha os ombros em simultâneo. Se não quiserem assistir ao caos instalado, têm bom remédio: não fiquem quietos.

Post scriptum: Não conheço – nem tenho, lamento imenso, particular interesse em conhecer – os One Direction. Assim, deixo-vos na companhia de uma das minhas bandas favoritas e de uma canção que corre o risco, se as coisas tomarem o rumo que se prevê, de qualquer publicação portuguesa que adopte o AO90 lhe transformar o Having trouble with my direction /Upside-down, psychotic reaction num ínvio (sim, ínvio) Having trouble with my diretion/Upside-down, psychotic reation:

Mudar (o Novo Estado de Passos Coelho)

Em Gaia há muitas coisas que animam

O tempo é sempre bom conselheiro. E o fim da campanha mostra o desespero de quem vai perder.

canelas

Poderia recorrer à sondagem que dá a vitória ao Eduardo Vítor Rodrigues, mas não sou dos que confia muito neste tipo de instrumento de propaganda.

Mas há uma sondagem que é muito esclarecedora – a do desespero.

A imagem mostra um edifício que tem sido apontado há muitos anos como a futura sede da Junta de Freguesia. Foi há 4 anos uma das promessas eleitorais de quase todos os candidatos. Em 1460 dias nada aconteceu e a 5 dias das eleições eis que aparece um cartaz colocado pela junta de freguesia: “Aqui nasce obra”.

A Junta de Freguesia cá da terra liderada pela equipa da coligação Gaia na Frente, de Carlos Abreu Amorim teve, também esta semana, a lata de colocar a primeira pedra de umas capelas mortuárias num terreno que é privado – há informações que nos serviços camarários não entrou qualquer projecto. Aliás, estas capelas mortuárias (não existentes) são a capa da revista da Junta também publicada durante a campanha.

Querem melhor sondagem do que este magnífico exemplo de desespero?

Mais coisas que animam

O Joaquim desistiu do governo. Ainda acredita nos Menezes das dívidas. Com o tempo passa-lhe.

Coisas que animam

A troika é inconstitucional. Já se desconfiava. O governo também.

Eu quero que façam filhos ao Henrique Raposo!

No dia 12 de Novembro de 2012, Henrique Raposo escreveu uma crónica que intitulou “Façam meninos e não ‘manifs’”. O facto de eu ter dois filhos e ter participado em algumas manifestações fez com que não me sentisse visado, o que não me impediu de dedicar algumas linhas ao cronista do Expresso:

Não queria terminar sem deixar uma palavra de apreço a Henrique Raposo, que propõe que o povo substitua as manifestações pela procriação, de modo a reanimar a natalidade, para concomitante sossego da via pública. Espantar-me-ia que um homem tão liberal, tão defensor da livre iniciativa, surgisse a mandar o povo foder; penso que será apenas um reaccionário a mandar foder o povo. Para não repetir, pela terceira vez um palavrão, limito-me a desejar que Henrique Raposo vá fazer meninos a si mesmo.

Mesmo um reaccionário de entendimento tão duro como é o caso do canino comentador está em condições de perceber que o acto de conceber crianças e o de se manifestar nas ruas não são incompatíveis e não seria inédito, até, que ocorressem em simultâneo, porque a via púbica pode, também, ser percorrida na via pública.

Recentemente, Raposo revelou alguma falta de imaginação, como se pode notar pelo título da sua última crónica: “Não façam ‘manifs’, façam filhos”. Não será de espantar que, em próximas crónicas, passe a aconselhar que se façam bebés, catraios, ganapos, gaiatos, garotos, cachopos ou miúdos, mantendo incólume a abreviatura ‘manif’.

Confirma-se, entretanto, que o rapaz Raposo é duro de entendimento ou irremediavelmente cabotino, porque mostra não perceber ou finge não entender as verdadeiras razões que levam ao despedimento de professores, recorrendo à desculpa da diminuição do número de alunos, quando bastaria pensar um bocadinho para perceber que “uma prospectiva de diminuição de 3% de alunos até 2018 não justifica um ritmo de redução de quase 10% de professores por ano.”

O sonho da direita necrófaga de que fazem parte chacais e outros cronistas é, já se sabe, a visão de um povo acomodado que aceite pagar, calado, os calotes alheios, mesmo que isso custe a Educação ou a Saúde de muitos. Quando alguém protesta, inventam corporativismos e outras aleivosias.

Finalmente, este Raposinho é o pior tipo de malcriado, porque manda foder sem usar palavrões, ao mesmo tempo que insulta todos os concidadãos que são obrigados a não ter filhos, em consequência de roubos perpetrados pelos políticos que defende.

Como fica sempre bem imitar cronistas de jornais prestigiados, não quero que Henrique Raposo se foda, quero que lhe façam filhos.

Domingo, o Estado Vai a Enterrar

No próximo Domingo, há um País esmagado que vai votar e não tem alternativa senão votar. Vai votar contra o PSD-CDS? Claro que sim. Instintivamente, primariamente, vota-se primeiro no primeiro sócrates fajuto e fraudulento que nos apareça pela frente como em de 2009 para logo depois lamentar ter votado na bancarrota de 2011 só possível por um avolumar corrupto e brutal de dívida. Mas Domingo, esse País também votará, se for inteligente, contra a demagogia primária do PS, contra o eleitoralismo básico do PS, contra a lágrima fácil do Seguro e o condoimento impostor do PS, contra a recusa do diálogo do PS, contra a irresponsabilidade de apoucar Portugal e os esforços portugueses do PS, contra a omissão manhosa da história socialista em quinze anos de governações e respectiva devastação nacional, contra a cegueira aos sinais positivos de evolução da economia, contra a mensagem de desespero e inutilidade dos esforços e grandes privações dos portugueses.

Domingo votaremos em quem nos puxa para cima e nos eleva na Esperança, em quem inspira orgulho e enaltece o mérito de empresários locais, de quem não se limita a imputar ao Estado e ao Governo todo o ónus de carregar com as multidões às costas. Votaremos nos que garantem as estratégias de desenvolvimento que promovam a autonomia e a liberdade das pessoas. Afinal, o que impede PSD, CDS e PS de se entenderem contra a eventualidade de um segundo resgate? Nada. Só a baixeza do Regime e a caquexia dos Soares, dos Alegres e de toda a fauna negativista da Esquerda. O Centro e a centralidade decisórias são um nó cego. Temos de apostar é nos autarcas dinâmicos, capazes de pensar fora da caixa, que não se limitam a dizer, como Rui Moreira, «Isso é impossível! Aquilo tem inúmeros inconvenientes. Essa ideia ainda terá de ser pensada.», incapaz de ousar. [Read more…]

Quando um Padrão Estrebucha

PadrãoQuando um Padrão ou um Salgado estrebucham de desconforto ou dor de hastes, o Céu faz uma festa de arromba. Se Salgado e o seu moço de recados mediáticos andam infelizes e angustiados, fazem queixinhas, por guerras lá deles, sucessão e tal, organiza-se uma santa orgia celestial, mandam-se vir uns vapores e umas dançarinhas para se curtir à larga, e a malta transige nuns bolinhos de bacalhau e num sexo platónico básico.

Na Terra, quem é que quer saber se aos salgados, aos padrões e aos quejandos lhes dói o cu?! Que se fodam! No Céu é diferente. Os Anjos apanham uma valente bebedeira, tropeçam nas asas e despejam vómito pela sumptuosa escadaria da eternidade. Deus perdoa. Ri, cofia as barbas e dá finalmente uma relaxada, fuma um cubano e dá ordens para se colocar música sensual, gajas a dançar seminuas, pois celebra-se as dores de corno de um banqueiro, atiram-se foguetes pelos seu conflitos de poder, as suas guerras de merda. Tudo aquilo que a Banca sacana faz de mal ao cidadão indefeso, as penhoras injustas e filhas da puta ou os perdões de dívidas só a nababos ou os privilégios accionistas só para nababos-paxá como Machete, tudo o que a Banca sem escrúpulos congemina contra o cidadão inerme, genu manco tomado da manada para ser comido de mil e uma maneiras, faz com que no Céu toda aquela anjada e malta defuntada ande de monco caído, coitados.

Mas quando a mesa vira e os referidos Animais do Dinheiro andam às turras no seu infinito vazio, as melhores festas são dadas no Céu, onde estão todos mortos para isto e vivos para o que interessa. Alguém me apresente o angolano Álvaro Sobrinho e que venha a meus braços. Quem enerva o Salgado e o Padrão com tanta eficácia só pode ser meu amigo. E eu faço questão de lhe dar um beijo. É dia de luto no Inferno.

Formiguinha Política

Goste-se ou não, isto não é para todos: desde o início oficial da campanha, Marco António Costa passou por cerca de 30 concelhos dos distritos da Guarda, Braga, Castelo Branco, Lisboa, Santarém, Viseu, Porto, Viana do Castelo e Leiria.

Há Quem Adore

O discurso de Mujica na Onu

Completo. Ler ou ver aqui.

Diálogo de Woody Allen com os seus dois clientes portugueses a propósito de um filme sobre um sítio

(com palavras roubadas à obra do próprio Woody e, para nossa desgraça, às declarações do político português)

ou LUSITANA LOUCURA ou O ARTISTA E OS BIMBOS

“Nunca!” – gritou Luís Filipe Meneses, ao saber que Paulo Portas queria encomendar a Woody Allenn um filme sobre Lisboa. “Isso é uma manifestação intolerável de centralismo! O filme deve ser sobre o Porto e, digo mais, sobre o Douro, Braga e Guimarães e talvez outras cidades médias do Norte.”

Visto isto, o candidato à Câmara do Porto avisou o mundo sobre a sua intenção de se dirigir a Nova Iorque e tentar dissuadir o cineasta de aceitar a oferta do vice-primeiro português aprovando, em seu lugar, a sua. Informado, Woody Allenn lembrou que “a vocação de um político de carreira é fazer de cada solução um problema” e, ao saber quem o procuraria, resolveu esconder-se desabafando: “a única coisa que lamento na vida é não ser outra pessoa”.

Localizado pelo telefone e ouvindo os planos do portuense, desencadeou uma crise de hipocondria e, rindo histericamente, lá foi respondendo “se quiseres fazer Deus rir, conta-lhe os teus planos” e, desligando o telefone, sentenciou: “mas que mundo este. Poderia ser maravilhoso se não fossem certas pessoas”. Mas Allenn subestimou o empenho dos dois candidatos a mecenas. Assim, foi surpreendido por ambos – sim, por ambos – à saída de um dos seus concertos noturnos de clarinete, num bar da sua cidade.

Esbugalhando os olhos, descobriu ali que “a vida divide-se entre o horrível e o miserável!”. Mas não podia fugir. Ouviu, pois, em estado pré-cataléptico, os dois visitantes, que se atropelavam nos seus lamentáveis argumentos. Com a ajuda de músicos amigos, lá conseguiu ir-se afastando, murmurando garantias de que ia pensar no assunto.

Chegado à segurança morna do lar, encostou a cabeça no regaço da companheira e, entre nervosos soluços, lá foi explicando: “apesar de tudo, há coisas piores que a morte. Se alguma vez passaste a noite com dois políticos de direita portugueses (vendedores de seguros, no original), então sabes do que estou a falar (…) quero voltar para o útero; qualquer útero (…) porque não fala Deus comigo? Se, ao menos, ele tossisse!”.

woodyallen

Somos Todos Burros, Meo?

salve-meo

 Eu ainda sou do tempo da PT-monopólio, do tempo em que aquela empresa (pública então) não fornecia factura sobre o dinheiro que lhe apetecia cobrar, do tempo em que se esperava dois anos pelo acesso a uma linha telefónica, do tempo em que se pagava uma chamada regional ao telefonar-se para a rua ao lado só porque aquela era noutra freguesia, noutro indicativo telefónico. Eu ainda sou do tempo em que a PT queria, podia e mandava, incontestada.

O tempo passou e as coisas mudaram. Não tanto como se desejava. O caso – esquizofrénico? – é mais ou menos este:
– de entre “um milhão de clientes” do serviço MEO surge um cliente que pretende abdicar dos serviços da Portugal Telecom. Pretende abdicar porque é livre de o pretender e, nada devendo a ninguém, é livre de o pretender. O cliente pretende abdicar do serviço MEO e contacta a linha telefónica de atendimento a clientes. Chama a pagar, claro, pelo ainda-cliente. O cliente telefona e quase se lhe esgota o saldo, de um telemóvel ainda-TMN.
De um moderno call center, os tais que produzem dezenas-centenas de postos de trabalho para jovens [Read more…]