TRIBUNAIS? JUSTIÇA? O QUE É ISSO?

Ratzinger

POEMAS DO LUSCO-FUSCO

Passei a vida a correr
tropeçando nas sombras
arrumei ao canto da luz mil horas vazias
a curricular futuros
para ser gente na praça dos homens.
Pisei os passos pequeninos
nos avessos da verdade
e palmilhei léguas
a tossir poeira.
Peregrino de ilusões
fui renascendo de amor
nos infinitos da fantasia
que os outros mataram.

                            (adão cruz)

(adão cruz)

QUADRA DO DIA

Jardim e outros que tais
Lá da opus e quejandos
Aprenderam bem de mais
Que costumes não são brandos.

ISTO DÁ-ME QUE PENSAR

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JOVEM RETIRADA AOS PAIS, POR… QUERER VELEJAR SOZINHA

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Até daqui a dois anos, Laura, se tudo correr bem, poderão dizer os pais, que vêm a sua família destruída pela justiça do seu país.

Há crueldade neste caso? Da parte de quem?

E se a menina decidir ir de qualquer maneira, sem apoio seja de quem for? De quem é a responsabilidade?

Estado demasiado proteccionista, ou Estado como deve ser?

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Desde os seis anos que a pequena veleja.

Tem quase quatorze. Uma vida inteira no mar.

Há três anos, com onze de idade, Laura já passara todo o verão a velejar sozinha.

Agora queria ser a pessoa mais jovem de sempre a dar uma volta solitária ao mundo.

Os pais, da menina holandesa, cientes das capacidades da sua filha, apoiam-na e pediram uma licença especial à escola, para que pudesse faltar durante dois anos.

As entidades holandesas, meteram-se no assunto e não só impedem a jovem de realizar o seu sonho, como retiraram a seus pais a sua tutela.

O caso está em tribunal para que cesse a autoridade dos pais sobre a menor, conforme pedido do Conselho Holandês para a Protecção da Criança.

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Decididamente, isto dá-me que pensar.

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CHEGOU O PROGRAMA A4

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SUCINTO E OBJECTIVO
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A classificação não é minha, é da sra dra Manuela Ferreira Leite.
O programa não é remédio para os males do nosso País.
A palavra de ordem é suspender e reavaliar.

Não é possível fazer tudo ao mesmo tempo.

Os cinco eixos principais do programa  são, a economia, a solidariedade, a saúde, a justiça e a segurança.

CAV e auto-estradas, suspensas e reavaliadas.
Novo aeroporto será feito aos soluços.

Avaliação dos professores será imediatamente suspensa.
Aumento do emprego e redução do número de deputados para 180.
Fomentar o investimento privado, nacional e estrangeiro, e eliminar os constrangimentos que se põem às empresas.
Afinal há programa, apesar do que se tem ouvido por aí.
O programa está apresentado, havendo agora trinta dias para que os votantes o estudem e reajam em conformidade.
Os outros partidos, como é evidente, vão achar mal, demagógico e populista.
A última palavra é a do povo, no dia 27 de Setembro.

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Quem dá esmola a um rico empresta a Manuela Ferreira Leite

Da blogosfera…

“O Aprendiz de Jurista

28 Agosto, 2009 às 2:47 am

«O mesmo se pode dizer das proclamações de combate à corrupção – o melhor seria anunciar, desde já, o dr. Preto para ministro da Justiça para dar melhor credibilidade à coisa.»

Meu caro CAA não lhes dê ideias…”.

Da blogosfera…

O Aprendiz de Jurista

28 Agosto, 2009 às 2:47 am

«O mesmo se pode dizer das proclamações de combate à corrupção – o melhor seria anunciar, desde já, o dr. Preto para ministro da Justiça para dar melhor credibilidade à coisa.»

Meu caro CAA não lhes dê ideias…

Colocações de professores ja sairam

Ver aqui.
(Aqui o vosso amigo ficou em Valbom, a 5 minutos de casa. Ao fim de 16 anos, já merecia, eh, eh).

Não podem entrar todos, mas sair já podiam?

Desde que o homem é homem e a mulher é mulher que se nasce num lugar e se morre noutro. Foge-se da miséria e da desgraça. Procuram-se vidas melhores. Muito antes de haver fronteiras, países, Estados, governos, leis. As migrações não são um fenómeno novo, nem velho. Fazem parte da condição humana: a da luta pela sobrevivência. As fronteiras vieram depois. Combater a imigração é como combater a chuva ou o sol. Sempre existiram, sempre existirão. E, talvez seja necessário dize-lo, ainda bem.

Daniel Oliveira escreve tudo o que eu gostaria de escrever sobre migrações. Leiam, sff.

A ARTE

A ARTE (7)

A descodificação de uma obra de Arte, ainda que parcial, pode ser um fenómeno redutor que empobrece a obra. Pode mesmo anular a sua própria hermenêutica, isto é, a força indutora das capacidades interpretativas. Qualquer explicação verbal terá de ser extremamente cautelosa pois pode substituir-se à obra, paralisar a sua essência ou cegar o espectador. Este deve enriquecer e iluminar a sua vida através do saber ver, do saber ouvir e sentir, e não se limitar à análise dos processos formais, simples elementos da construção desse mesmo sentir. O espectador deve deixar-se levar pelo que ecoa dentro dele, sem pretender colar-se ao que deve ser, ou àquilo que nos disseram que é ou que lá existe. A obra pode ser o que somos e muito pouco do que lá está. É por isso que não aceito de bom grado que se disseque uma obra de Arte em termos interpretativos, por vezes vincadamente objectivos, como fazem alguns críticos, historiadores e cicerones de museu. Que o façam em termos técnicos, históricos, museológicos vá que não vá, mas em termos sentimentais, em termos interpretativos, tantas vezes sob a forma de gastos e banais artificialismos de catálogo, massificando as formas de ver e de interpretar, em vez de tentarem estimular a individualização das formas de sentir, custa-me a aceitar. Ninguém vê com os nossos olhos, ninguém sente com o nosso íntimo, ninguém pensa com o nosso pensamento. (Continua).

                        (adão cruz)

(adão cruz)

CARTA ABERTA A BARACK OBAMA

CARTA ABERTA A BARACK OBAMA (7)
Ao sentir-me arrepiado, penso que uma boa parte dos povos do mundo e mesmo do povo americano e israelita, provavelmente se sentirá tão arrepiada como eu. Metade do mundo não é nem burra nem atrasada mental. Os criminosos sabem disso, mas têm nas mãos as armas que lhes permitem chafurdar em sangue e rir-se dos que se arrepiam, ainda que o façam do intocável alto da sua brutalidade, tão grande como a sua pequenez. Homens destes respiram fumo de pólvora, alimentam-se de sangue, corre-lhes petróleo nas veias e as circunvoluções cerebrais são armazéns de dólares. Longe de mim pensar que o Senhor poderia vir, um dia, a ser um desses!
Onde pára a comunidade internacional, aquela que se reclama de humana, equilibrada e defensora dos direitos humanos e do Direito internacional? Onde param os mandantes dos outros países que se dizem melhores? Onde se encontram esses melhores que nem coragem têm para ladrar quando a caravana passa? Ao tornarem clara a sua falta de coragem e dignidade para se imporem como contra-poder de humanidade e justiça, transformam-se em miseráveis cúmplices deste martírio universal.
Já repararam quantos milhares de bandeiras americanas e israelitas foram queimadas por esse mundo fora? Para qualquer ser humano deste planeta era motivo para parar e pensar. Para qualquer político humano, honesto e medianamente inteligente era razão para parar e pensar. Para qualquer cidadão americano que se considere pertencer a esta frágil espécie que, ao contrário dos outros animais, caminha na vertical, era motivo para parar e pensar. Para qualquer América que tivesse o mínimo de inteligência e respeito por si própria, era razão para parar e pensar. A esta América e a Israel, seu tentáculo direito, nenhuma razão os faz parar para pensar. Não tenho dúvidas de que há-de chegar o dia em que terão de pensar para parar. Mas nessa altura já não existem bandeiras para queimar.
Amigo Obama, não deixe que a lágrima de alegria que nos aflorou aos olhos no dia da sua eleição, se transforme em lágrima de sangue.
Um grande abraço amigo Obama. (Conclusão).

                         (adão cruz)

(adão cruz)

POEMAS DO LUSCO-FUSCO

Não sei o que nasce e renasce em mim.
Sei que na ilha deserta onde há muito naufraguei
por teimar na rota certa
não entra sol que acenda as ruas do meu intento.
Sei apenas que sendo meu barco de sonho e loucura
teu rosto reaparece
e diz-me
que a vida sabe a fel
e não vale a gota de mel
que deixas na minha boca.

                           (adão cruz)

(adão cruz)

QUADRA DO DIA

Dizem que está do seu lado
Até a justiça divina!
Lá no céu ó S. João
Olha bem quem é que assina!

Santarém, Capital do Gótico (VI)

(primeira parte e expicação do «bodo aos pobres» aqui)

OS SÉCULOS DE OURO

Depois de definitivamente integrada em Portugal, Santarém continuou a ser alvo de grandes privilégios e atenções. Foi escolhida diversas vezes para morada da família real; aqui decorreram muitas das cortes que nessa época se realizaram; foi terra preferida de nobres, poetas e trovadores, e por isso mesmo importante foco cultural. A «princesa das nossas vilas», expressão que acompanhava os actos públicos, era também designada como a «mui nobre e sempre leal vila de Santarém» (e invicta quase sempre, já agora). No fundo, para os primeiros reis, Santarém era muito mais do que uma vila. Até no brasão essa realidade era evidente. Mesmo que a promoção administrativa tenha chegado apenas no século XIX, Santarém foi cidade muito antes de o ser.
«Na Idade Média, o critério que distinguia as cidades das vilas não era demográfico, socioeconómico, cultural nem urbanístico. Mas histórico-eclesiástico ou político. As povoações-sede de bispado eram incondicionalmente cidades. Mesmo minúsculas, como a Guarda ou destituídas de muros como Viseu. Bragança é um exemplo de promoção por razões políticas – o único exemplo medieval. D. Afonso V, com efeito, deu-lhe o título e a carta para agradar ao duque. Santarém, rival de Évora e até, veladamente, de Lisboa, com corregedor privativo às vezes, residência régia amiúde, sede frequente de altos órgãos da monarquia, titular de assento no primeiro banco das cortes, nunca deixou de ser vila. Costumamos dizer que só lhe faltou para cidade sé e bispo titular.» (Armindo de Sousa)
Os cristãos, depois de tomarem Santarém – já poderemos chamar-lhes portugueses – aproveitaram grande parte das estruturas urbanísticas muçulmanas e visigóticas. Por esse tempo, já a herança romana fora deixada para trás em definitivo.
Mas houve algumas adaptações aos novos tempos que se viviam. A defesa militar foi uma preocupação constante, daí a entrega dessas funções às ordens militares: aos Templários, mesmo depois de saírem para Tomar, aos Hospitalários e aos da ordem de S. João do Pereiro.
Quanto à relação com os vencidos, a maior parte dos pró-islâmicos foi embora, mas alguns ficaram. Isolados em locais próprios da cidade, mais tarde vedados por muros próprios e completamente segregados, surgiram assim as mourarias de Santarém. O mesmo se dirá em relação à judiaria.

A Reconquista Cristã

O ano de 1093 pode ser considerado decisivo para a história de Santarém. A 30 de Setembro, o rei de Leão Afonso VI conquista todas as terras até à foz do Tejo e forma um condado, com capital em Santarém, cujo primeiro responsável vai ser Soeiro Mendes. «Era MCXXI secundo cal. Maii sabatho hora nona Rex donnus Aldephonsus cepit civitatem Santarém».
Data sensivelmente desta altura o primeiro foral de Sancta Herena, de 13 de Novembro de 1095, uma prova da grande importância que Santarém já adquirira. A despeito de alguns autores defenderem que foi o conde D. Henrique a atribuir o foral, não há dúvidas de que foi Afonso VI de Leão o seu autor. O objectivo era encorajar os cavaleiros da cidade a defenderem-na vigorosamente, visto que a sua localização, próxima de Lisboa, era propícia a um ataque dos almorávidas.
Um documento fundamental e que, mesmo no futuro, iria servir de modelo e de fio condutor para outros documentos do género, até porque foi um dos primeiros em todo o território nacional. Da mesma época, só S. João da Pesqueira (1055-1065) e Coimbra (1095). Mais de sessenta anos depois, em 1159, o articulado desse foral ainda serviu para ser aplicado ao território de Ceras (Tomar), dado aos Templários por D. Afonso Henriques.
Sob a tutela de Leão, Santarém passa a ser comandado, a nível militar, por D. Raimundo, e por Soeiro Mendes da Maia a nível administrativo, como alcaide. No entanto, a cidade não deixava de ser «uma ilha leonesa num autêntico mar islâmico até à linha do Mondego» (Jorge Custódio). Ou seja, se alguns territórios tinham já sido conquistados aos mouros, a maior parte continuava na sua posse.
Assim, em 25 ou 26 de Maio de 1111, Santarém voltaria a cair em poder dos muçulmanos sem que o conde D. Henrique pudesse fazer algo para o evitar. Consciente da importância estratégica da cidade, Sir Ben Abu Bakr adverte o seu califa Yusuf de que o destino de terras como Lisboa ou Sintra está completamente dependente do sucesso que se conseguir na manutenção de Santarém.
Andava bem avisado, o preocupado governante. Na manhã de 15 de Março de 1147, D. Afonso Henriques conquistou definitivamente a cidade e Mem Ramires hasteou no castelo o pendão de Santiago. Para o êxito da iniciativa contribuiu a comunidade moçárabe da cidade, que em muito apoiou a invasão e que, após a conquista, ocupou cargos importantes no campo das letras e da administração local.
Como não tinha forças suficientes para atacar Santarém, D. Afonso Henriques decidiu surpreender os ocupantes, atacando-os pelo lado nascente, de forma a que as suas forças não fossem detectadas.
Nos dias anteriores, o já referido Mem Ramires fora enviado para estudar as condições de defesa do castelo e a melhor forma de o atacar. Poucos sabiam dos preparativos, a não ser Lourenço Viegas, Pero Pais, Gonçalo de Sousa, D. Teotónio e alguns outros.
As tropas portuguesas saíram de Coimbra a 10 de Março de 1147, acompanhado por 250 homens de armas e por um número indeterminado de cavaleiros. No dia 13 estavam na serra de Albardos e no dia seguinte no alto de Pernes. À noite, desencadeou-se o ataque. «Concertadas todas as cousas necessárias para o assalto, e tomada a conclusão no modo dele, deixou el-rei a bagagem, e gente de serviço embrenhados na mata de Pernes.» (Crónica de Cister)
Mem Ramires atacou por Atamarma, D. Afonso Henriques pelo castelo principal. A vitória foi fulminante. Quando o sol nasceu, os cristãos já tinham conquistado Santarém.
A definitiva conquista da vila contribuiu decisivamente para a formação de Portugal, dada a sua importância estratégica e a forma como, assente lá no alto, dominava visualmente o vale do Tejo, servindo de sentinela à futura capital do reino.
«O cruzado franco Afonso Henriques conquistou a cidade inexpugnável. A tomada de Santarém de 15 de Março de 1147 (num assalto rápido, aproveitando por um lado a quebra das tréguas e por outro a surpresa da cilada táctica não prevista nos códigos habituais de guerra e que passou doravante a ser utilizada nas iniciativas guerreiras dos cristãos, acabando por se impor na estratégia medieval dos cavaleiros portucalenses), constituiu uma referência fundamental que distinguiu a actividade dos fundadores do Estado português antes e depois desse acontecimento. O seu significado reafirmou-se em sucessivos momentos da história de Portugal como acontecimento original e fundador da nova realidade política.» (Luís Mata)
Se até aí Santarém funcionara como cidade de fronteira, tanto para cristãos como para muçulmanos, a partir daí vai continuar a ser. Os limites do Condado Portucalense iam caminhando para sul e a linha do Tejo cada vez mais defendida.
Em Maio de 1179, D. Afonso Henriques concede foral a Santarém. Da leitura do mesmo se percebe a importância da cidade. Quanto ao texto, compreende-se bem a alteração de muito do que fora escrito no foral de 1095, até porque a realidade administrativa era totalmente diferente. O novo documento integrava as instituições concelhias entretanto criadas e em que desempenhava papel de destaque o grupo dos homens-bons da cidade. Estes tinham a seu cargo as principais funções governativas e administrativas e era a partir deles que se constituía o Senado.
Concedido ao mesmo tempo que às cidades de Lisboa e Évora, o foral de Santarém esteve na base daqueles e é c
on
siderado o mais minucioso foral português, com privilégios maiores e mais apropriados a zonas urbanizadas como já eram as cidades referidas. Para além da organização da vida económica, a administração da cidade era definida de forma mais clara do que acontecera até então. Um dos principais objectivos era a fixação populacional num sítio que estava a ser constantemente atacado pelo inimigo.
Em Julho de 1184, Yussuf-Abul-Iucube, emir marroquino, ataca o castelo, mas a defesa aguerrida do príncipe D. Sancho, futuro D. Sancho I, afasta o invasor. Há quem diga que foi ainda D. Afonso Henriques, que morreu em Dezembro do ano seguinte, a defender o castelo.
Quanto ao califa, viria a morrer na sequência desse ataque. O seu exército até era um dos maiores que algum dia se tinha formado na Península Ibérica. Mas, para além do reforço das muralhas na Alcáçova e na medina, a fortificação cristã começava logo em baixo, no arrabalde de Seiserigo. Aí se construíram várias fortificações em madeira e se estabeleceu um palanque que dava acesso à Alcáçova. Ou melhor, que cortava o acesso à Alcáçova.
A derrota mourisca ficou na história, pela dimensão de que se revestiu, e prolongou-se pelo tempo. Foi aqui que a recessão do Islão começou de forma definitiva.
O motivo daquele ataque prendeu-se com os fossados de D. Sancho sobre as terras da Andaluzia. Na Idade Média, os fossados tratavam-se de expedições militares cristãs nos territórios vizinhos, ocupados pelos mouros, para saber das novidades, apreender gado e destruir. Geralmente, eram feitas quando os campos agrícolas estavam na fase da ceifa e as searas quase maduras. O nome fossados vem do facto de os exércitos, que atacavam de surpresa, se entricheirarem em fossos, cavados para proteger aqueles que tratavam de se apossar de colheita alheia.

Andamos a pagar impostos para esta merda?

“A viagem sozinho a Fátima corria bem até que, de noite, ‘António’ decidiu parar só para tentar comer qualquer coisa. Voltou com um hamburguer ao carro e, sentado ao volante, mal se distraiu já tinha uma pistola e facas apontadas à cabeça. Acabou sequestrado hora e meia pelos quatro homens que, enquanto roubaram o que puderam do seu multibanco, ainda o espancaram e fecharam-no dentro da mala do carro. A Polícia Judiciária já apanhou três, mas uma juíza libertou-os. E continuam a viver do Rendimento Social de Inserção. De resto, há muito que conciliam os enormes rendimentos no mundo do crime com uma vida recheada de subsídios à custa do Estado – que vai pagando sempre, apesar dos longos registos criminais por roubo, furto e tráfico de droga. Um deles até já cumpriu duas penas de prisão por vários crimes violentos”.

Notícia do Correio da Manhã de hoje.

À pergunta inicial, ficam outras: As milhares de leis que os nossos dedicados parlamentares e governantes aprovam todos os anos (é verdade, temos uma produção legislativa de fazer inveja aos escandinavos) resultam nisto? E ainda querem a nossa confiança?

Os partidos da ala esquerda ainda defendem que estes pobres desinseridos e que nunca tiveram uma real oportunidade na vida devem continuar a ser subsidiados?

O trabalho infantil do Miguel Abrantes

O funcionário governamental que se esconde sob o nome de guerra de Miguel Abrantes conseguiu, num simplex muito aflito onde tenta amortecer os textos do Paulo Guinote desmontando a recente manipulação estatística sobre sucesso escolar, escrever uma frase que subscrevo integralmente:

Manter os alunos na escola com aproveitamento em formações mais longas é muito mais útil e importante para eles e para a sociedade do que deixá-los sair precocemente para o mercado de trabalho.

Deve ter sido pela mesma causa que o Partido Socratista fez aprovar na AR o regime jurídico que regula o trabalho no domícilio que permite a menores de 16 anos executarem “trabalho doméstico“, desde que tenham completado a escolaridade obrigatória, o que na versão governamental está cada vez mais fácil, e é mesmo uma grande vitória da socióloga Rodrigues.

É que não estão bem no mercado de trabalho, estão em casa, embora talvez precisassem de uma formação mais longa. Não sei se entendem: cosem botas para a Zara, mas é em casa, não é no mercado. Não entenderam? Eu também não.

Visitas a escolas em Agosto

Que diabo levará a Ministra a trocar o sol e as praias pelas escolas? Nunca vi uma Ministra a visitar tantas escolas em Agosto… Será para não se encontrar com alunos ou com Professores?

ANO DE CRISE 2

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E VÃO MAIS 50 MIHÕES, SÓ PARA OS MAIORES
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Pensando bem, é uma verdadeira vergonha.
Não há dinheiro, não há emprego, a economia está de rastos, as empresas falem todos os dias, e gasta-se dinheiro desta maneira.
Estamos em ano de eleições e os partidos que nos querem governar, seja a nível nacional, seja a nível regional ou autárquico, precisarão de fazer as suas campanhas, de modo a convencer-nos das suas razões, mas será preciso gastar tanto?.
As pessoas que nos ficarão a governar, em todos os níveis, são tantas, mas tantas que mais parece que não sobra mais ninguém para ser governado. E vai ser preciso pagar a essa gente toda, durante quatro anos.
Dias atrás, escrevi aqui, sobre os gastos nas eleições Legislativas deste ano.
Já na altura, os valores anunciados pelos partidos, para os custos dessas eleições me deixaram arrepiado. Agora vimos a saber que nas eleições Autárquicas, os mesmos partidos se vão dar ao luxo de gastar, em conjunto, mais de sessenta e cinco milhões de euros. É uma perfeita e completa enormidade. Diria até, uma obscenidade.
Será que esta gentinha não vê que estamos em anos de crise e que o dinheiro faz muita falta para fazer subir a economia, para criação de empresas e emprego, para matar a fome aos mais carenciados e por aí fora numa quantidade enorme de situações necessitadas de auxilio?
E nós queremos votar em gente assim? Que não nos liga nenhuma? Que só olha para o umbigo próprio? Que só se importa com o tacho que irão conseguir apanhar?
Será que saberemos escolher bem, e separar o trigo do joio, na hora de votar? Saberemos ver quem se conteve nos gastos e quem não olhou a meios para obter os fins ansiados?
Falta pouco para saber.
Qualquer dia só haverá mandantes no meu País, e não tendo ninguém em quem mandar, vão viver em eterna campanha e pré-campanha e pós-campanha eleitoral, virados para dentro de si mesmos. Nessa altura, cada um se irá governando a si mesmo, e todos viveremos felizes e contentes.
Será que não estará na hora de se modificarem as regras, encolhendo prazos, encolhendo o número de pessoas a eleger, alterando as leis?

(In O Primeiro de Janeiro, 27-08-2009, pag. 2, Opinião)

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(In

Sporting…

chuveiro

A ARTE (6)

A ARTE (6)

Os materiais em si são inertes. Mas ganham vida ao mais pequeno movimento. A cor, a textura, as formas mais simples, os sinais, podem adquirir, ao mais pequeno domínio, uma expressividade independente. Toda a gente sabe que a criação não depende só dos materiais mas da forma como se usam, a qual decorre das capacidades artísticas do autor e da sua cultura e sensibilidade, bem como das circunstâncias e do estado psicológico da sociedade em que se insere.
A realidade exerce o seu fascínio e é, como vimos atrás, uma pedra fundamental na criação da obra de Arte. Presunçoso seria lançar sobre ela um anátema. Não se deve procurar excluí-la mas mantê-la dentro das suas proporções e do seu papel. Até porque a realidade nunca está na pintura, ela encontra-se sempre na mente do observador. Se fosse possível isolar numa obra de Arte apenas a realidade que os olhos mostram, ela seria muito pobre. A par da realidade, a pintura existe com as suas leis próprias. Uma superfície sobre a qual está disposta a matéria pictórica, composta de linhas e cores reunidas de determinada forma dentro de uma consistência visível, mas para além da qual há todo um mundo psicológico, todo um universo de emoções, sentimentos e harmonias, dos quais essas linhas e cores são o sinal perceptível. Mesmo nas expressões mais figurativas, o nosso pensamento deve ser capaz de transpor a vidraça do realismo que cobre o quadro, a fim de não nos impedir de penetrar na sua essência, se existir, claro! Não sou ingénuo ao ponto de considerar que tudo é Arte, como dizem alguns. Por estas e outras razões, considero salutar que, sempre que possível, a obra de Arte não tenha título. (Continua).

                   (adão cruz)

(adão cruz)

TODOS À PROCURA DO RASTO DAS PATACAS

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FREEPORT, AINDA E SEMPRE
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Com um bocadinho de jeito, lá se irá conseguir que nada aconteça antes do caso prescrever.
Agora, andam todos atrasados na conclusão do processo, por via da procura da meia dúzia de tostões que parece que desapareceram.
O que se diz por aí, é que havia dinheiro, depois deixou de haver porque alguém ficou com ele. Alguém ou “alguéns”, que nestas coisas nunca é um sozinho.
A investigação já dura há cinco anos e tem sete arguidos. Provavelmente não convirá a muita gentinha que o desfecho ocorra antes das eleições, e assim andam por aí às voltas, num jogo de “descubra onde está”. Quente, quente, mais quente, … frio, frio, muito frio… e assim se vão entretendo, em jogos palacianos.
O que convinha mesmo é que abrissem mais um ou dois inquéritos, e talvez acabe mesmo por prescrever.
Os contactos entre a polícia Portuguesa e a polícia Britânica são frequentes, mas inconclusivos, parece.
O rasto do dinheiro já está frio, e quando assim acontece, não há nada a fazer. Procura-se até debaixo das pedras da calçada, para justificar o salário e esperar que tudo acabe em bem.

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CARTA ABERTA A BARACK OBAMA (6)

CARTA ABERTA A BARACK OBAMA (6)

Segundo Fidel, “a poderosa extrema-direita odeia Obama por ser negro, por isso boicota tudo o que ele faz, mesmo que o presidente americano não pretenda mudar o sistema capitalista. Nasceu, se educou, fez política e teve êxito dentro do sistema capitalista imperial de Estados Unidos. Não desejava nem podia mudar o sistema. O curioso é que, apesar de tudo isso, a extrema-direita o odeia por ser afro-americano e combate o que ele faz para melhorar a imagem deteriorada desse país. Não tenho a menor dúvida de que a direita racista fará de tudo para desgastá-lo, obstaculizando seu programa para tirá-lo do jogo de um modo ou de outro, ao menor custo político possível. Tomara que eu esteja equivocado!”,

Onde está, afinal, o terrorismo? O de dentro e o de fora? O de fora e o de dentro? Irmãos gémeos sempre paridos do ventre da extrema-direita.

Na desesperada luta de resistência por qualquer meio e a qualquer preço, contra a ocupação, a usurpação, a humilhação, o massacre e o genocídio, ou na brutalidade de um poderoso exército e seus tentáculos altamente destruidores que tudo arrasam, incluindo escolas, ambulâncias e hospitais, despedaçando crianças, fria e calculadamente? São os próprios soldados israelitas a confirmá-lo. Como é possível que os filhos do holocausto, cujos pais foram cruelmente assassinados e barbaramente torturados pelos nazis, admitam um poder militar que em tudo se está a comportar como os torcionários das SS? Como é possível o povo americano e o povo israelita suportarem como seus comandantes, cruéis matadores de gente e carniceiros primários, obcecados por massacres, criminosos de guerra tão maus ou piores do que os dos campos de concentração? Afinal, onde está o TPI?

Caro Presidente Obama, não deixe de respeitar os que, por si e pelo mundo, verteram essa lágrima de alegria. (continua).

                       (adão cruz)

(adão cruz)

POEMAS DO LUSCO-FUSCO

Deixa-me sozinho no meu barco

à entrada do mar

na manhã fria do teu corpo…

o sol ainda pode chegar

e aquecer um verso para o teu poema.

                              (adão cruz)

(adão cruz)

QUADRA DO DIA

Todo o loureiro aprende

Exemplo que vem de cima

Ai meu rico S. João

Não sei como isto rima.

PARA QUE NÃO HAJA DÚVIDAS

Sou absolutamente independente e não pertenço a qualquer partido. Sou dependente, isso sim, da minha razão e do meu pensamento, duas coisinhas em que estou profundamente treinado e traquejado. E procurei sempre, em toda a minha vida, limpar bem os óculos. E mais, tenho um enorme respeito por quem sabe mais do que eu, e um grande prazer quando reconheço que tem algo para me ensinar.

COITADOS DOS ESPANHÓIS

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TANTA GENTE A VIVER MAL
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Imaginem que em Espanha, há mais de 60% de assalariados a viver com menos de mil e cem euros por mês (13.200 euros anuais/12 meses – 15.400 euros/14 meses).
Coitadinhos, se calhar temos de os ajudar com alguma coisinha.
Os pobres têm um salário mínimo de 625 euros (7.500 euros anuais/12 meses – 8.750 euros/14 meses), uma vergonha nesta Europa a vinte e sete.
Espanha é um dos países com salários mais baixos.
Eu, se fosse a eles, revoltava-me. Não há direito.

Será que eles querem o ainda nosso Primeiro para os governar?
Por solidariedade para com eles, até nem me importava que ele fosse para lá. Assim como assim, seria mais um emigrante Português com sucesso no estrangeiro. E eles ficavam todos satisfeitos. Em pouco mais de cinco anos, o homem punha o País deles direitinho como um fuso.
Melhor, podemos exportá-lo? A preço de custo? Sem encargos aduaneiros ou outros? Até, sem IVA?
Podemos, por favor?

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Santarém, Capital do Gótico (V)

primeira parte e explicação do «bodo aos pobres» aqui)

As Invasões Bárbaras e a lenda de Santa Iria

No ano de 460, Scallabis é conquistada por Suenerico e passa a integrar o reino visigótico da Península Ibérica. Datam dessa época informações vagas e superficiais relativas a uma certa fidelidade que alguns, em Scallabis, tentaram manter em relação a Roma; e outros dados que nos dão conta de uma relativa independência que os poderes locais tentaram manter em relação aos bárbaros.
Santarém, nesta altura, seria constituída pela cidadela fortificada, pelo planalto, pelo bairro de Alfange e pelo de Seiserigo. A cidadela fortificada era o centro militar de Santarém, ponto de grande importância geo-estratégica em tempos que tinham voltado a ser conturbados e pouco pacíficos. O planalto era o centro urbano, com o antigo fórum, as praças e os novos templos cristãos. A zona ribeirinha, por seu lado, ganhava um novo impulso com a chegada de novos mercadores de origem síria-judaica.
Fora a partir do séc. III que o Império Romano começara a desmoronar-se, com a progressiva emancipação das suas províncias, que queriam a independência. Mas foi com as Invasões Bárbaras do séc. V que acabou definitivamente. Estas invasões tiveram várias causas: crescimento demográfico, busca de riquezas, modificações climáticas. No fundo, os Bárbaros viram-se obrigados a invadir Roma por uma questão de sobrevivência.
O êxito das Invasões Bárbaras alterou de forma significativa, pois, o mapa político da Europa do séc. V. Com os suevos e os visigodos, vão ser lançadas as bases de um mundo novo, o mundo medieval. Começa a desenhar-se uma nova organização social e política do território, e no domínio religioso, a ascensão do cristianismo como religião oficial, dominadora, monopolizadora das consciências.
A acção dos germânicos foi importantíssima para o futuro de Portugal. Pode dizer-se que começou aqui a nação portuguesa. Apesar de rudes e habituados à arte da guerra, depressa os suevos e os visigodos fizeram amizade entre a população local e rapidamente passaram a dedicar-se e a preocupar-se com o trabalho nos campos.
Importante o contributo suevo e visigótico, igualmente, a nível religioso, com a fundação das primitivas paróquias e o lançamento das bases da Igreja Católica medieval. Aliás, só depois da conversão dos suevos nos aparecem dados pormenorizados sobre a organização eclesiástica de Portugal.
E é aqui que podemos integrar a lenda de Santa Iria, que trouxe um importante contributo para a evangelização da Península Ibérica e que, através da evolução fonética, viria a dar o nome a Santarém. Uma lenda cujas informaçõres remontam à Idade Média e que está relacionada com a região onde o drama se desenvolveu e com o clima de cruzada que se viveu posteriormente.
Iria ou Irene era uma bela jovem, bonita virtuosa e rica, natural de Nabância, que alguns autores fizeram corresponder a Tomar durante muito tempo. Na realidade, ao contrário do que sempre se pensou desde o século XV, Nabância nunca existiu, pelo menos da forma que se pensava.
Iria morava com as tias maternas num convento de freiras junto ao rio Nabão. Numa ocasião festiva dedicada a S. Pedro, o filho do governador da cidade, Britaldo, apaixonou-se por ela e tudo fez para cativar o seu coração, mas Iria decidira dedicar a sua vida a Cristo.
Como não conseguiu os seus intentos, mandou matar a jovem rapariga. Assim aconteceu, no dia 20 de Outubro de 653, tendo sido o seu cadáver lançado ao rio Nabão, acabando por chegar a Santarém, onde foi construído um túmulo em sua homenagem. Foi canonizada pela Igreja Católica como Virgem Mártir. Por cima do pego em que deitaram o seu cadáver ao rio, guarda-se a sua imagem, num nicho da parede do convento do seu nome.
O corpo foi pelo rio Nabão fora, passou para o Tejo e acabou por chegar a Santarém. Apesar das tentativas, ninguém o conseguiu levar de novo para Tomar, nem mesmo o tio e orientador espiritual da futura santa, o abade Sélio.
Uma santa, Iria ou Irene, cuja devoção atravessou as civilizações hispano-romana e germânica. Os seus atributos são a palma do martírio na mão esquerda e o livro sagrado na direita.
A primeira prova documental da liturgia de Santa Iria em Santarém está presente no «Antifonário de Leão», obra de 1067 em que é referido o culto a «Sancta Erene virginis in Scallabi castro». Obviamente, o seu culto é muito anterior. A paróquia de Santa Iria já existia em 1162, sendo uma das três paróquias da cidade de Santarém. Quanto ao topónimo, Santa Iria ou Santa Erene derivou em Santa Herena e daí em Santarém.
O aumento da devoção e o cimentar da lenda está em grande parte relacionado com o conflito entre os Templários e o bispo de Lisboa. A mártir morreu em Tomar e, pelo rio, foi ter a Santarém. Como que a querer dizer que os Templários deviam estar sedeados nesta última cidade e não naquela.
De visita a Santarém, em 1324, a Rainha Santa Isabel, conseguiu descortinar, através de visões, o local exacto onde o corpo de Santa Iria teria vindo ter, desde o Nabão até ao Tejo, junto à cidade. Quando o rei D. Dinis, seu marido, soube do facto, decidiu assinalar o local da sepultura com um padrão. Em 1644, o Senado da Câmara colocou no topo uma escultura de pedra, em homenagem à santa. Devido à localização do padrão, no século XX foi instalado um hidrómetro que serve para assinalar os níveis das águas do rio.
A toponímia foi outro dos riquíssimos legados dos povos germânicos. Foram os suevos, e depois os visigodos, quem deixaram, muitos séculos antes, e mesmo com a intromissão sarracena, a certidão de baptismo de muitas das povoações portuguesas. Sobretudo no norte de Portugal, mas também no centro, como é o caso de Santarém. Excluídos os nomes geográficos, que tiveram a sua origem em montanhas, rios e vales, é no onomástico germânico que encontramos uma das mais ricas fontes sobre este período. A generalidade destes topónimos tem a sua origem em nomes de pessoas importantes daquele tempo. Muitos, não se sabe quem foram, talvez governantes locais ou alguém muito bem colocado na escala social.
A toponímia de origem germânica, para além do nome da cidade, do concelho e do distrito, está presente ainda em outros topónimos. É o caso de Seiserigo, nome que tem como origem um antroponímico e que é um bairro da Ribeira de Santarém. De origem germano-goda, terá sido fundada aqui uma basílica dedicada a Santa Iria em meados do século VII.

Modesta proposta para melhorar a correcção dos exames nacionais

O Público de hoje destaca haver “cada vez mais alunos a contestar as notas dos exames nacionais e a ter razão“.

Problema clássico nas áreas mais “subjectivas” como Português ou História, que os ilustres do GAVE tentam resolver espartilhando os critérios e inventando grelhas que não fosse o assunto sério dariam vontade de rir, atinge também as ciências exactas, onde uma subida de vários valores só se explica por incompetência do corrector, ou sua má vontade.

É aqui que entra a minha propostas: acabem com essa vergonha que consiste em colocar professores do ensino privado a corrigir provas exames oficiais.

Comecem por comparar estatisticamente as provas corrigidas por estes, versus as corrigidas por funcionários públicos. Tenho uns palpites sobre os resultados, e explico-me.

Em 2007 fui chamado como professor corrector, o que não me sucedia há vários anos. Na véspera da primeira reunião para aferição de critérios dois colegas, experientes, avisaram-me para o problema dos “colegas” empregados de colégios que iria encontrar. Fiquei espantado, primeiro por tal ser possível, mas mesmo assim não estando muito bem a ver o problema.

Explicaram-me. E no dia seguinte confirmei. Nestas reuniões corrige-se um exame feito da colagem de vários, para em seguida se confrontarem os resultados. Sistemático: a senhora empregada de um Colégio conhecido na zona pela péssima qualidade do seu ensino, avaliava sempre por baixo. Digamos que no total de um exame isto podia atingir 2, 3 ou mesmo mais valores.

Sabendo que nunca estaria a corrigir exames de alunos da empresa para quem trabalha, era óbvia a intenção: baixar as notas da concorrência, pública ou privada. As leis do mercado no seu melhor. Capitalismo selvagem. Chamem-lhe o que quiserem. Nos últimos anos confrontei vários colegas correctores de exame com a dúvida: é sempre assim? continua a ser assim?

Todos sorriem e respondem: claro, estavas à espera de quê?

Eureka por Paulo Guinote

Mais uma vez, o Paulo, Brilhante a desmontar “A MENTIRA”.