Estou satisfeito

O resultado eleitoral de hoje satisfaz-me. Por um lado, o PSD não tem maioria absoluta e de fora fica o risco de levarmos as porradas que as anteriores três maiorias absolutas nos trouxeram. E por outro, o PS ficou abaixo da barreira psicológica dos 30%, o que é o melhor sinal que se pode dar a qualquer partido que entre pelo caminho do ilusionismo.

E agora vamos ao pote

O 31 da Armada sobreviverá como blogue do governo? A Câmara Corporativa dissolve-se?
Não perca as cenas dos próximos capítulos.

Engenheiro Procura Emprego

Engenheiro, com curso concluído a um domingo, recentemente desempregado, procura trabalho.

Se quer construir uma casa com extremo bom gosto, desenhada com linhas modernas, limpas e funcionais, grande equilíbrio na conjugação de elementos geométricos, experiência comprovada, contacte o nº……………

Que vergonha, socialistas!

Ao ouvir o boicote às perguntas dos jornalistas durante a conferência de imprensa, só me ocorre que há quem lide muito mal com a liberdade de imprensa. Tristes.

Alô Comissão Nacional de Eleições

O secretário-geral de um partido, no momento em que agradece aos seus camaradas o empenho na campanha eleitoral, destacar os presidentes da Câmara eleitos pelo partido, não dá direito à participaçãozinha ao Ministério Público?

Um aviso ao PSD

Mentir aos portugueses quanto ao estado do país e acreditar que a comunicação social é peneira suficiente para tapar o sol dá direito a menos de 30% de votos.

BE, o grande derrotado

Em devido tempo fui apontando aqui, no Aventar, aquilo que me pareciam ser grandes erros políticos por parte do BE.

Relembro três, que me parecem essenciais: a aliança ao PS debaixo do chapéu Manuel Alegre, uma moção de censura para retirar o tapete a uma iniciativa do PCP (em que o Bloco mostrou ter os mesmos defeitos dos outros partidos) e a recusa do encontro com a Troika (em que o BE se auto-excluíu de possíveis contributos políticos pós-eleitorais e, natural e generalizadamente, as pessoas não votam em quem não possa aportar soluções).

Por outro lado, o Bloco não renovou os seus maiores temas e causas (ou, pura e simplesmente, não os tem) e aparece como um partido “velho” e gasto, por oposição ao partido novo que já foi.

Nota: Este poste estava já publicado quando Francisco Louçã reconheceu a derrota do BE e assumiu responsabilidades. Não reconheceu erros, mas pelo menos, chamou os bois pelos nomes e usou a palavra derrota. Menos mal.

Socratistas irritados

Já começou o colapso de Sócrates, até mesmo dentro do PS. Parece que estas palavras de Almeida Santos estão a irritar os socratistas que ainda tinham ilusões.

É vê-los mudar de campo brevemente. Alguns deles, havemos de ouvir, até nunca gostaram de Sócrates e já tinham avisado…

Primeiras projecções dos resultados eleitorais

Eis as primeiras projecções das eleições legislativas 2011

PSD- 37 a 42%

PS- 26 a 30%

CDS- 11 a 14%

CDU-7 a 9%

BE-5 a 7%

O Aventar continuará a acompanhar todos os resultados e tendências.

Custou, mas foi

Primeiros resultados eleitorais

Para já ganha a abstenção.

Os políticos que ouvi comentar estes números falam apenas de eleitores fantasma. Daqui a pouco falarão do tempo. Perceber que as pessoas estão fartas desta classe política e desta forma de fazer política não lhes entra nas cabecinhas. Não aprendem, está visto.

Minhas senhoras e meus senhores:

A humanidade seria solidária, se…

solidariedade

 após  o terramoto, nasce a calma, como as legislativas de 2011 

A humanidade seria solidária, é dizer, sermos uns para outros, colaboradores em reciprocidade e simpatia, dar a mão sem reticências, devolver o beijo querido, tomar conta da parceira, não criticar o que não entendemos e outras qualidades quase rituais, como diz Durkheim em 1912, se, como Mauss criticou sistematicamente no seu jornal L´Humanité e nos seus textos políticos, recentemente aparecidos na PUF, 2002, não houver troca desigual entre países, grupos, castas, classes sociais, como demarcou Karl Marx e Friedrich Engels no seu texto de Paris de 1848: O manifesto comunista. Palavra que em francês é communitaire ou comunitária. Conceito que todos partilhamos para sermos solidários com os que amamos e com aqueles que nos tratam mal, conforme os nossos parâmetros.

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Afinal eram rebentos de soja…

…cultivados na Alemanha. Ninguém me tira da cabeça que os pepinos ibéricos foram vítimas do clássico racismo alemão, uma coisa quase genética. A E. coli e a probabilidade de se ter espalhado por falta de higiene nunca podia ter origem num país onde a arrogância não tem limites. Não, não precisam de um Hitler: quem tramou os países do Sul e agora aproveita para os chupar até ao tutano não tem emenda. Nem nas bactérias.

Hoje, vou votar na CDU

No 5 Dias, explico as minhas razões.

A rosa que te dei

Passando sobre a clara ilegalidade cometida pela totalidade dos dirigentes partidários à boca das urnas – tentaram dirigir o voto pelas entrelinhas -, as dez rosas enviadas pela Ryanair à TAP, mostram bem o estado a que chegámos. A TAP não e propriamente uma empresa de baixos salários e de atrasos nos pagamentos. Quando a sua congénere alemã, a Lufthansa, beneficia da colaboração de todos os empregados que lutam pela  solvência da empresa e garantia dos postos de trabalho, o que se tem passado em Lisboa é simplesmente patético. Dentro de pouco tempo, nem a TAP, Portugal Telecom ou outras empresas “de bandeira” sobreviverão a tanta parvoíce, má gestão e falta de visão. Triste sina.

Estas frases dizem tudo:

“Enviámos aos dirigentes do SNPVAC 10 rosas em representação dos seus 10 dias de greve e do apreço que sentimos por eles aumentarem o nosso negócio(…) colocámos estes dinossauros do SNPVAC no topo da nossa lista de envio de cartões de Natal pelos seus contínuos esforços em encorajar os passageiros da TAP a mudar para o serviço sem greve e de tarifas baixas da Ryanair”.

Leis laborais, economia e desenvolvimento

Em post anterior, o António Fernando Nabais critica Angela Merkl, pela sua defesa da alteração das Leis laborais em Portugal. Vou passar à frente da discussão sobre quem trabalha mais horas, não preciso de explicar que um trabalhador pode passar 10 horas no seu posto de trabalho e produzir menos do que outro, fazendo exactamente o mesmo, que trabalhe apenas 7 ou 8, na mesma empresa, dispondo das mesmas condições, isto para não aparecerem nos comentários com a ladainha do costume, que a culpa é dos empresários, mal preparados, alguns até estão, reconheço sem qualquer problema, infelizmente é raro ver um sindicalista e mesmo  os simpatizantes dos partidos de esquerda, admitirem que também existem trabalhadores melhores que outros e mais motivados, conseguindo por isso apresentar um nível de desempenho superior. E devem em minha opinião ser também melhor remunerados, pelo que ao slogan “para trabalho igual, salário igual”, falta acrescentar, desde que o resultado seja também ele igual. E permitir o despedimento individual, sim, as Leis necessitam de ser reformuladas, será legítimo que um trabalhador possa deixar a partir de determinada altura, de produzir, apenas porque lhe apetece? É que já vi e conheço, se pensarmos um pouco, todos conhecemos, casos de pessoas que estão há 20 anos ou mais numa empresa, e apenas porque não foram promovidas, deixaram de produzir, procurando obter uma rescisão por mútuo acordo, com indemnização e de preferência direito a subsídio de desemprego. [Read more…]

Outra música do dia

Duas músicas do dia:

Barroso veio votar de jacto alugado?

As eleições “mais importantes” desde o 25 de Abril

Título do DN

O DN mas também o jornal “i” referem que Durão Barroso, no local do voto, a Escola Marquês de Pombal em Lisboa, terá  afirmado que se tratam das eleições “mais importantes” desde o 25 de Abril.

Se Barroso o diz, é porque é certo. Teve um percurso politicamente sábio desde o 25 de Abril. De feroz militante do MRPP transferiu-se para o PSD, pela mão do fidelíssimo amigo Santana. Frequentou, com altas classificações, a escola governamental cavaquista e mais tarde, em 2004, secundou o rosa António Guterres na fuga de primeiros-ministros para o estrangeiro.

Pelo facto de ter sido revelado que Barroso e comissários gastam fortunas à CE em jactos privados e outras mordomias, assaltou-me uma curiosidade: Barroso terá vindo votar de jacto alugado? Como ninguém me esclarece,  eu próprio deduzo uma resposta: “Para um Zé Manel que viajava entre a Cova da Piedade e Lisboa de ‘autocarro’ e ‘cacilheiro’, é bem possível que agora não dispense o jacto particular”.

Seja jacto privado ou de carreira, quem paga sei eu: os contribuintes europeus, pois claro. É engenhoso o Barroso.

O voto das abelhas

Na freguesia de Cabril, concelho de Castro Daire, a manhã foi também marcada pelo boicote às legislativas. À entrada da sala de voto foram colocados cartazes onde se pode ler “EN225” e “não ao voto” e o acesso à mesa de voto foi tapada, tendo sido colocadas abelhas no interior das instalações.

Há um Portugal assim; precisa do dia das eleições para dizer: estou aqui, não tenho estrada, não tenho médico, protesto todo o ano e ninguém repara, estou muito longe, os jornalistas só por aqui passam em busca do pitoresco, mas existo, também sou Portugal.

Enquanto houver um Portugal assim haverá boicotes em dia de ir a votos. Votam contra o silêncio. Desta vez com o zumbir das abelhas.

Fala agora, Angela!

A Alemanha, que já arrastou o mundo para duas guerras, parece não conseguir desistir de um projecto hegemónico e racista, usando uma posição de força na União Europeia. Nos anos 80, com a prestimosa colaboração dos políticos portugueses, preocupados com a imagem do “bom aluno”, e em parceria com a França, esse país que sempre quis ser a Alemanha, os alemães contribuíram para matar o tecido produtivo português.

A sinistra Merkel, de modo coerente, vomitou umas críticas sobre a excessiva generosidade das leis laborais portuguesas. Se Portugal tivesse dirigentes políticos à altura, tais palavras deveriam ter merecido uma resposta firme, mas Cavaco, tão prolixo no Facebook, e Sócrates, esse animal tão feroz, emudeceram. Poder-se-ia pensar que era pura e simples cobardia, mas é mais do que isso: o arco do poder agradece qualquer contributo que permita retirar direitos laborais.

Para azar de toda esta gente, aparece agora um estudo em que se conclui que os europeus do Sul trabalham mais do que os alemães. Que dirá agora, a fuhrer?

#ILoveSocrates

Foto- Jornal de Negocios 24/03/2011

 #ILoveSocrates 

“Ter Com Quem Nos Mata Lealdade”… O Sócrates FOI O ÚNICO LEAL A PORTUGAL!

Obrigada, Sócrates!

PS.: É triste ter assistido ao Bloco de Esquerda a desenrolar a passadeira vermelha para assistirmos à nossa – Nós!, Povo Português – degolação, Y à do seu eleitorado, em particular, que cego não travou o doentio capricho de um “Líder” que troca a Acção pelo esvaziamento das palavras. Mas talvez o seu eleitorado esteva apenas, tal como o seu “Líder” viciado em Palavras. Palavras vazias, sem referente, de tão esvaziadas de referente que o foram nestas últimas semanas é natural que o Uso delas se transforme num caquéctico jogo de abstracção, em que apenas a alucinação dos seus jogadores seja capaz de os fazer andar na rua sem ser com os olhos baixos, Ah! tão baixos que eles deviam andar, baixos, tão baixos quanto a perfídia com que desenrolaram a passadeira vermelha para a degolação que já se adivinha. Nem uma palavra escreveram face a tanta abjecta visão-programática. Nem uma usaram. Nem uma tiveram coragem de dizer Não! Basta! Y alucinados desenrolaram a passadeira vermelha. Felizes. Oh! Felizes com as suas redacções! Quando lhes crescerá a vergonha sobre estes tristes dias de suas tristíssimas figuras. Amanhã celebrarão. Amanhã amargarão. Amanhã é um dia de glória. Y a glória como o escreveu Mishima é amarga. Amanhã Sócrates não terá glória. Amanhã Sócrates terá HONRA, coisa que, por certo, desconhecem, senão a suas vozes não se teriam silenciado.

Uma vez mais: Obrigada Candidato José Sócrates. Obrigada Sócrates. Obrigada PS. Y Coragem Portugueses. Quem Vota Hoje No PS DEFENDE PORTUGAL. Nós não desistimos de nós. Nós Vamos LUTAR Y DAR LUTA. Obrigada Sócrates por esta “alma”: a Luta.

Cavaco: o discurso da contradição em dia de reflexão

O Presidente da República foi muito pouco interventivo na campanha eleitoral. E, para deixar uma mensagem deveras contraditória em dia de reflexão, melhor seria que mantivesse o silêncio.

Nem é preciso alongar-nos muito. Basta reproduzir os títulos das notícias da comunicação presidencial em dois jornais:

No ‘Público’

“PRÓXIMO GOVERNO NÃO FICA LIMITADO PELO ACORDO COM A TROIKA, DIZ CAVACO”

No Jornal “i”

“CAVACO CONDENA A ABSTENÇÃO E DIZ QUE PRÓXIMO GOVERNO TEM DE CUMPRIR COMPROMISSOS INTERNACIONAIS”

Ainda li e reli os textos integrais das duas notícias, mas é mesmo assim. Não há erro jornalístico. O presidente Cavaco refere ao País o objecto  das responsabilidades da acção do governo que se segue, através de afirmações desconexas. O acordo da troika não limita a acção do próximo governo?  Não é, de facto, esse acordo o pesadíssimo ‘caderno do encargos’  dos compromissos internacionais a cumprir?

À excepção do resultado da selecção nacional, vencedora da Noruega por 1-0, a vida dos portugueses, nem em dia de reflexão eleitoral, correu de feição. Houve bastonada no Rossio (Lisboa) e, no final, fomos presenteados com um atabalhoado e contraditório discurso  do Prof. Cavaco Silva.

São efeitos da estratégia do mar profundo em que submergimos. Nem os famigerados submarinos  nos valem. É O NOSSO FA(R)DO!