Nogueira seca

Podia ter-se juntado à floresta, fazendo-a crescer, mas optou por ficar em isolamento no descampado.

Acordou agora, depois de um longo Inverno de quatro anos. No entanto, depois da eflorescência do passado sábado, quem vai mesmo prestar atenção a 18 brotos de greve aqui e ali?

Operações stop aos autocarros que transportam professores para a grande manifestação

Imagem retirada do Instagram.

Há relatos de professores multados por trazerem mochilas ao colo ou por estarem a comer dentro do autocarro. Há autocarros que pararam em mais do que uma operação stop.

Eu, que tantas vezes andei de autocarro, nunca vi uma única operação stop a autocarros que saíssem de Lisboa para o Porto, nem do Porto para Lisboa. Já vale de tudo para tentar melindrar quem, há anos, luta por melhores condições e reivindica a justiça para a sua profissão. Quando, em Brasília, se fala do alinhamento dos militares com os vândalos, não se espera que em Portugal a GNR e a PSP se aliem também aos vândalos para tentar destruir a democracia: neste caso, os vândalos são o Governo português, a direita à direita do PS e a extrema-direita.

Os Governos do PS sempre tão lestos na tentativa de criminalizar as greves e os grevistas, têm o desplante de se dizerem de esquerda, terem socialista no nome, enganando incautos, terem liberalizado a economia portuguesa e privatizado anéis e dedos, desde 2019 que querem macronizar a política portuguesa; e ainda se ofendem muito quando alguém de esquerda lhes diz, com propriedade, que de esquerda é que o PS não é. São iguais aos liberais e dão combustível aos proto-fascistas.

Votaram nisto? Agora aguentem, lidem com isso e tentem não se deixar enganar da próxima vez. A única esquerda está à esquerda do PS (mesmo que neste caso, os sindicatos afectos ao PCP mostrem conhecer o dono e entrem na estratégia de tentar sectarizar uma luta de todos os profissionais da educação, dando combustível a este des-governo que dá combustível à extrema-direita).

Vocês são todos muito inteligentes.

Fenprof de regresso

Após as autárquicas, o sindicalismo reaparece

Greve dos professores do dia 21 de Junho

E a ala socialista da Fenprof lá teve de amochar…

Mário Nogueira está vivo?

É que o estardalhaço desapareceu. Deve ser a Educação em Portugal que de repente passou a ser excelente. Ou isso ou a Fenprof vendeu-se politicamente.

FNE: Negociar concursos às escondidas não é sério

O Ministério da Educação e os representantes dos Professores têm vindo a discutir as alterações à forma como se realizam os concursos de professores. Usando uma linguagem simplista, diria que esta em cima da mesa o “modelo de selecção de recursos humanos do maior empregador nacional, com mais de cem mil funcionários”.

Não vou, pelo menos neste texto, discutir as diferentes propostas. Procuro, antes, equacionar o comportamento político de cada um dos agentes no terreno. Os professores, até pela sua dimensão, têm um conjunto muito amplo de organizações sindicais, algumas das quais pouco mais representam do que os próprios dirigentes. Há sindicatos que abusivamente fazem uso desse nome, porque em boa verdade são outra coisa qualquer.

Sublinho, ainda, a campanha da direita que nos últimos tempos têm perguntado pelo Mário Nogueira e a sua (que é a minha!) FENPROF. Curiosamente, essa direita usa agora o argumento oposto ao que usavam antes – com os PAFientos no poder, a crítica era que a FENPROF escolhia a rua pela rua. Agora, criticam a ausência da FENPROF dessa mesma rua.

Mas, porque não se pergunta onde andam os outros? Porque ninguém pergunta onde andam os dirigentes maioritariamente social democratas da FNE? Porque não ocupam eles a rua que, supostamente, a FENPROF deixou vazia?

E, permitam-me que assinale uma diferença que mostra como a FENPROF é completamente diferente, para melhor (sublinho eu, naturalmente parcial na análise e na escrita) quando se compara com outros. [Read more…]

A Fenprof não aderiu?

A Função Pública hoje está a fazer greve

O Professor hoje e os desafios de amanhã (iii)

No encontro de Professores organizado pela FENPROF estiveram também David Rodrigues e Licínio Lima.

David Rodrigues reflectiu sobre o  Desafio da Inclusão.

 

Licínio Lima, por sua vez, apresentou uma comunicação sobre o Desafio da Democratização da Escola.

O Professor hoje e os desafios de amanhã (ii)

A segunda parte da intervenção de António Sampaio da Nóvoa, no seminário organizado pela FENPROF, em Coimbra, por ocasião do Dia Mundial dos Professores.

Directores de escolas de Coimbra em defesa da Escola Pública

Isto é muito simples: os defensores de privilégios à custa de dinheiros públicos estão necessariamente contra a escola pública e a favor do incumprimento da Lei. A hipocrisia grassa.

Ontem, graças a uma iniciativa da FENPROF, houve uma conferência de imprensa em Coimbra, com a participação, entre outros, de três directores de escolas públicas, homens conhecedores do terreno, que explicam tudo de modo claro e sucinto, desmontando, inclusivamente, a alegada superioridade do ensino privado.

No primeiro vídeo, ouvem-se as palavras do meu amigo Augusto Nogueira, Director da Escola Secundária D. Dinis; depois, Paulo Costa, Director do Agrupamento de Escolas Rainha Santa Isabel; finalmente, o Manuel Rocha, Director do Conservatório de Música de Coimbra.

Isto é muito simples: basta ouvir quem sabe. Os vídeos estão a seguir ao corte. [Read more…]

Professores: aí está a segunda proposta do ME

Relativamente aos concursos.

Sindicalismo laranja

Lugar comum nº 1, repetido vezes sem conta: Mário Nogueira é comunista.

Lugar comum nº 2, repetido tantas vezes como o lugar comum nº1: Mário Nogueira é líder da FENPROF há milhares de anos.

Lugar comum nº3, repetido mais vezes do que os lugares comuns anteriores: os Professores são todos comunistas.

Com base neste conjunto de lugares comuns o Miguel Noronha, do Blasfémias dá voz ao papagaio António Barreto. Um texto sem conteúdo a que importa acrescentar algumas pistas para que o Miguel possa ter mais dois lugares comuns na sua cabeça:

a) Quem está há mais tempo na liderança? Mário Nogueira na FENPROF ou João Dias da Silva na FNE?

b) João Dias da Silva é militante de que partido? Boa parte dos dirigentes da FNE são dirigentes de que partido?

Conclusão: porque é que os blasfémias não escrevem sobre os laranjas o que escrevem sobre os comunistas?

Assim, estou convicto de que o Miguel Noronha poderá reflectir sobre uma área que domina – a Educação – com mais conhecimento. Poderá, por exemplo, relembrar o que escreveu quando Nuno Crato obrigou os meninos deficientes (alguns dos quais nem uma letra conseguem ler) a fazer o exame do 4º ano. Sim, foi algo que aconteceu a meio do ano. E, se a sua linha é o famoso mérito, poderá até procurar o que escreveu quando Nuno Crato acabou com o prémio para os melhores alunos do secundário, decisão que foi concretizada no ano seguinte ao que permitiu os alunos ter esse direito. Isto é, não foi no meio do jogo – foi depois do jogo ter acabado.

Mas, tenho um palpite – Miguel Noronha, como João Dias da Silva e a FNE estiveram distraídos enquanto Nuno Crato foi Ministro.

A incompetência de Nuno Crato e a inutilidade da FNE

Nuno Crato sempre foi um incompetente. Os argumentos que utiliza para se defender da decisão do Tribunal Constitucional só ampliam essa incompetência. Que não, que o TC não se pronunciou sobre a Prova, só disse que tinha de ser a Assembleia da República a decidir e não o Governo.
É que, caso não tenha reparado, o Governo era suportado por uma maioria no Parlamento, daí que fosse fácil a sua aprovação. Não quis, fazendo gala de um estilo de governação tipo «quero, posso e mando» e deu-se mal. Azar, a maioria no Parlamento foi-se, a prova morreu.
Quanto a João Dias da Silva, não se percebe muito bem o que continua a fazer no cargo. Ou melhor, percebe-se. Conheci-o em 1993 como Presidente do Conselho Directivo da Escola Secundária de Rio Tinto. Foi há 22 anos e já nessa altura não dava aulas. Sabe bem, o poder, nem que seja um poder sindical que nos permite estar décadas sem exercer a nossa profissão. Sim, a FNE é hoje uma coisa completamente inútil, embora seja muito útil a alguns dos seus dirigentes.
Nada que, de resto, seja desconhecido do seu congénere Mário Nogueira. Mas esse, ao menos, no intervalo dos Memorandos de Entendimento que vai assinando com os Ministros, sempre defende um poucochinho mais os professores.

PACC morreu

A PACC ou PAC ou simplesmente prova dos professores está morta. o Tribunal Constitucional acaba de declarar a sua inconstitucionalidade, fazendo mesmo referência à norma presente no Estatuto. Ou seja, não estão em casa procedimentos ou opções pela forma A ou B. É a própria PROVA. Eis o texto do Constitucional.

Pelo exposto, decide-se:

a) Julgar inconstitucionais, por violação do artigo 165.º, n.º 1, alínea b), da Constituição com referência ao direito de acesso à função pública previsto no artigo 47.º, n.º 2, do mesmo normativo, (i) a norma do artigo 2.º do Estatuto da Carreira Docente, aprovado pelo Decreto-Lei n.º 139-A/90, de 28 de abril, com a redação dada pelo Decreto-Lei n.º 146/2013, de 22 de outubro, na parte em que exige como condição necessária da qualificação como pessoal docente a aprovação em prova de avaliação de conhecimentos e capacidades; (ii) a norma do artigo 22.º, n.º 1, alínea f), do mesmo Estatuto, na redação dada pelo citado Decreto-Lei n.º 146/2013, que estabelece como requisito de admissão dos candidatos a qualquer concurso de seleção e recrutamento de pessoal para exercício de funções docentes por ele disciplinadas, e que ainda não integrem a carreira docente aí regulada, a aprovação na mesma prova; e (iii) consequencialmente, as normas do Decreto Regulamentar n.º 3/2008, de 21 de janeiro, na redação dada pelo Decreto Regulamentar n.º 7/2013, de 23 de outubro; e, por isso,”

Dito isto, creio que estão de Parabéns TODOS os Professores que nunca desistiram de lutar.

Estão de parabéns os partidos que a seu devido tempo se juntaram à luta contra esta “coisa”.

E, claro, a FENPROF pela forma como SEMPRE se manteve firme contra a PACC.

Parece-me que será de bom tom lembrar Nuno Crato que, de mão dada com a FNE, sempre defenderam a prova. Hoje deve ser um dia triste para ambos.

FNE e FENPROF

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Portugal tem um carácter profundamente bolorento e, o ódio do senso comum aos sindicatos, é uma das marcas desse material genético, que o ditador nos deixou. Qualquer conversa de café, rapidamente nos leva ao facto dos sindicatos serem sempre do contra, de nunca estarem de acordo com nada, de só pensarem nos seus sócios. E, nem é preciso, pensar no BES ou no BPN para explicar a diferença de carácter entre um Manuel Carvalho da Silva, um verdadeiro líder e qualquer dos ladrões Banqueiros que nos roubou. Mas, a culpa continua a ser dos sindicatos.

Poderia até fazer uma pergunta – qual foi o direito dos trabalhadores que foi conseguido sem a luta dos trabalhadores? Horário de trabalho? Férias?Etc…

Será que parte desta marca impressiva resulta do papel que os sindicatos da UGT têm tido, sempre disponíveis para dar a mão ao poder? [Read more…]

FNE volta a tentar

Nuno Crato perdeu a cara com esta trapalhada do acordo com a FNE. E ao contrário do que a FNE esperava, os professores continuam muito mobilizados, o que tem uma explicação simples – os professores estão contra a prova, pela prova e não por ser um instrumento para aplicar aos professores mais novos ou aos mais velhos. É evidente um mobilização muito forte nas escolas e a derrota da prova de Nuno Crato era uma situação muito provável. Quer porque os tribunais irão dar razão à FENPROF, quer porque os professores irão faltar no dia 18.

O lema geral, por todo o lado é: não vigiamos, não corrigimos.

E Nuno Crato sabia isto.

Oficialmente, a FNE diz que em vez de ter 100 mortos, só terá 50 e por isso salva 50 vidas. É um argumento pouco consistente, porque tem dois problemas: retira o argumento fundamental contra a prova propriamente dita e deixa de fora os docentes mais frágeis.

Por outro lado, a FNE, numa aposta claramente partidária, opta pelo PSD, deixando de fora os outros sindicatos. A FNE estava desde a semana passada envolvida num processo de luta com outros sindicatos e, sem dar cavaco às tropas, avançou sozinha. Nem um telefonema, nem um simples sms. Os Dirigentes da FNE, tiveram, por isso, um comportamento deplorável e, quanto a isso, não há cosmética que resista.

 

A prova não se vai realizar no dia 18

Outra vez a prova. Não é nem o Alfa, nem o Crato do nosso sistema educativo, mas é algo que está a mexer com a dignidade profissional, quer dos candidatos ao desemprego, quer dos professores dos quadros que olham para esta medida como uma enorme falta de respeito para com os professores, muitos dos quais com anos e anos de serviço.

Há muitas dúvidas sobre o enquadramento legal que a sustenta e por isso faz todo o sentido a dimensão jurídica que os sindicatos  decidiram desenvolver. Provavelmente, o recurso aos tribunais e as providências já aceites, irão impedir a realização da prova no dia 18. A não ser que hoje aconteça uma surpresa.

Parece-me também que a luta não se fará, no dia 18, através da falta dos avaliados. Esses, na minha opinião, têm mesmo que ir realizar a prova porque não acredito em lutas globais. Quem, no dia 18 (ou num outro qualquer dia), tem que se chegar à frente são os docentes dos quadros.

Obviamente, a GREVE anunciada pela FENPROF pode também ser um instrumento eficaz de combate a mais esta imbecilidade, mas a questão é mais complicada que isso. É que vigiar este tipo de acontecimento não faz parte do conteúdo funcional da profissão (artigo 35º). E, isto, é mais um exemplo da forma incompetente como estas coisas (não) são preparadas pelo Governo.

Pelo sim, pelo não, talvez seja bom estar atento, porque a humilhação não pode fazer parte do nosso dicionário profissional!

No entanto, a minha aposta é esta: dia 18 ninguém vai realizar a prova!

Muito baralhado com a prova

Anda tudo um bocadinho baralhado com isto das Provas para acesso à Profissão docente.

Para início de papo, é Nuno Crato o baralhado mor. Ele é o responsável pelo Ensino Superior e, por isso, é a ele que compete zelar pela qualidade da formação inicial de professores. O que faz então o senhor Ministro em relação aos cursos e, supostamente, à sua má qualidade?

Nada! Tudo continua na mesma e bora lá fazer uma prova a professores com mais de dez anos de experiência. Todos entendem que alguém que queira resolver o problema da poluição no Douro, deve começar o seu trabalho na Foz do Porto, certo?

Depois, anda baralhada a luta: a FENPROF em setembro chamou à atenção para a questão  e até realizou iniciativas em que os contratados deram a conhecer a sua formação e a sua experiência. Na altura, os do costume, deviam ainda estar a apanhar sol na Caparica. Aliás, para quem esteve atento, este foi um dos pontos que esteve em cima da mesa na Greve que se realizou a 8 de novembro – tenho toda a certeza do mundo que TODOS os contratados que estão contra a Prova fizeram Greve no dia 8 (ironia!). [Read more…]

Está na hora!

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Anda!

Mexe-te!

A Ponte espera por ti!

Atravessar a ponte

Pode chover, mas quero acreditar que o S. Pedro vai estar do lado certo da história.ponte_infante

Pode acontecer também, que algum medricas como eu, tenha medo das alturas.

Pode também haver uma ou outra pessoa que concorde com o roubo que o governo está a fazer a quem trabalha e até a quem já deixou de trabalhar.

Pode até existir uma ou outra pessoa que não consiga observar grande eficácia neste tipo de lutas.

Pode tudo!

Mas, amanhã de tarde, como por vezes acontece nas nossas vidas, há dois lados. O lado de lá e o lado de cá. A pé, pela Ponte do Infante vamos procurar unir dois lados com uma Marcha de energia positiva que aponta caminhos diferentes – não estamos, claro, todos a dizer as mesmas coisas. Para alguns a solução está num pinheiro, para outros teria que ser a floresta toda.

Para mim é simples: nasci depois do 25 de Abril e tenho consciências plena que o povo conseguiu construir um país melhor para mim e para os meus. Da luta, muitas vezes na rua, nasceu um país com um fantástico sistema nacional de saúde, com uma Escola Pública, cheia de defeitos, mas das mais eficazes da Europa, uma Segurança Social de todos e para todos.

A direita no poder e quem a apoia não suportam que os pobres possam ser gente. Não admitem que os pobres possam ser tratados nos mesmos hospitais, tenham acesso à mesma escola pública, tenham a mesma dignidade na reforma.

Não admitem que os pobres possam atravessar a ponte da ascensão social. E, caros amigos, é APENAS isto que está em cima da mesa: um ajuste com as conquistas dos meus pais!

Por eles, mas fundamentalmente pelos meus filhos, vou atravessar a ponte.

Tudo começa

com um bom Professor.

Crato: com ou sem polícia?

Vai ou não entregar a gravação audio da reunião com a FENPROF?

A Acta dos Professores (iii): os contratados

Quando escrevo contratados no título do post estou a pensar na questão do emprego e não na condição A ou B porque, em abono da verdade, o que fez mexer a classe foi o receio pelo emprego, foi o medo de ter ou não ter trabalho. E, por isso, qualquer análise, mais ou menos apaixonada deve ter como base esta questão – o emprego.

Pergunto: a acta assinada garante ou não o mesmo nível de emprego hoje existente na profissão?

Sim e talvez até aumente o número de contratados. Como?

Simples:

– a Direcção de Turma que o MEC tinha tirado da Componente Lectiva regressa à casa de partida (3 mil horários que continuam);

– há actividades até agora por regulamentar que passam directamente para a componente lectiva, o que significa mais horários;

– 6 mil docentes com a aposentação pedida não irão ter serviço a 1 de Setembro. São mais 3 mil horários;

– a componente lectiva fica como está, ou seja, não aumenta o nosso tempo de aulas. Falava-se em 3 horas a mais na componente lectiva. Se fossem 3h por cada um dos 100 mil professores no sistema…

– a redução por idade na componente lectiva não sofre qualquer alteração.

– a componente individual fica claramente definida, algo até agora mutável ao sabor de cada Director.

– um professor só será enviado para horário zero se não tiver mesmo qualquer hora na sua escola.

Podia ser mais e melhor?

Claro. Poderia até haver um ponto sobre o aquecimento global e a caça às baleias, mas num país ditatorialmente gerido pela TROIKA, num país onde mais ninguém se levanta para dizer não, o que se conseguiu é, pelo menos, positivo. E, em termos de emprego docente, é brutal!

E, mais uma vez, os Professores foram exemplares na forma como lutaram!

A Acta dos Professores (ii): balanço

A ata negocial entre a FENPROF e o MEC não pode ser vista como uma vitória ou como uma derrota dos Professores, sendo que, pelo que escrevi antes, poderemos dizer que ela responde, em larga medida, às nossas exigências: mobilidade, componente não lectiva e direcção de turma.

Mas, esta leitura simplista exige um comentário mais detalhado, talvez um pouco chinês para quem não é prof, mas às vezes até o Aventar tem que dar um pouquinho de atenção aos stores: [Read more…]

A Acta dos Professores (i)

No sábado escrevi sobre a Greve às avaliações:

E as exigências são simples:

– a mobilidade especial (requalificação ou despedimento) não pode ser regulamentada;

– o aumento do horário de trabalho, a acontecer, deverá ser exclusivamente na componente individual (“trabalho de casa”);

– a direcção de turma tem que continuar a ser considerado serviço lectivo.

Mário Nogueira, em nome da FENPROF, assinou uma acta que resulta do processo negocial com o MEC. Nessa acta:

– a mobilidade é atirada para 2015,

– o aumento do horário de trabalho é colocado apenas na componente não lectiva individual, isto é, conta apenas para o trabalho de casa dos professores,

– a direcção de turma continua a ser serviço lectivo.

Creio que não haverá muito mais para comentar?
Ou há?
Se conseguisse acertar assim nos números do euromilhões!

Ouvi dizer

Que a coisa continua amanhã porque não havia dinheiro para pizzas.

O MEC quer manter a Mobilidade Especial ou requalificação, mais conhecida por despedimento – parece que será só para entrar em 2015, mas é a maior das divergências neste momento.

O horário de trabalho aumenta para 40h, mas as cinco a mais entrariam totalmente na componente não lectiva individual. Por outro lado o MEC mostrou abertura para regular o que é ou não componente lectiva.

Dito isto, será de realçar a ENORME GREVE que temos vindo a fazer – mais de duas semanas depois dos fim das aulas e as reuniões continuam a zero – e ter bem presente uma certeza: foi a GREVE que trouxe o MEC à negociação.

Da nossa parte, só podemos continuar a fazer uma coisa: GREVE TOTAL às reuniões de avaliação. A começar já esta terça-feira!

Mostruário dos tiques anti-professor (1)

Os malandros dos sindicatos

A época de caça ao professor abriu em 2005, com José Sócrates, e ainda não fechou. Os últimos dias, com reacções diversas de tantos ignorantes à contestação dos professores, teve o condão de acordar, dentro de mim, um estranho animal, cruzamento de semiólogo com observador de animais em estado selvagem. É como se Umberto Eco e David Attenborough tivessem casado e, tendo procriado, fosse eu o seu descendente.

A revolta dos professores surpreendeu um governo que acredita, à boa maneira salazarenta, que a maioria deve obedecer em silêncio à sua voz. Face ao atrevimento dos professores, os bandos de comentadores têm soltado a sua raiva.

Um dos animais que mais frequenta o habitat do comentário tudologista é o Raposo. O Raposo é uma subespécie do cronista domesticado, alimentado a grandes doses de preconceito contra tudo que seja público. Provavelmente, quando era cria, mostravam-lhe uma fotografia de um funcionário público e batiam-lhe logo a seguir, obrigando-o a regougar a revolta interior.

Para que não fique sozinho, Raposo recebeu a companhia de mais um triste exemplar de jotinha, esse estranho parasita que sobreviveu à custa da cola dos cartazes que andou a afixar em pequenino e que se alimentava das botas que conseguia lamber.

De que se lembraram estas duas magníficas criaturas? De tentar atingir os sindicatos, essa malandragem cujos membros não têm direito a protestar, porque são pessoas que não trabalham e porque alguns chegam mesmo a pertencer a partidos políticos, um crime hediondo, especialmente numa sociedade que não se quer democrática. [Read more…]

A última esperança

A luta que os Professores têm vindo a desenvolver no último mês tem sido exemplar em muitos aspectos, nomeadamente ao nível da mobilização da classe que atingiu, em GREVE, dimensões nunca antes atingidas.

Mas, se os professores estão a lutar de forma singular, os boys de serviço continuam a não entender o que está em cima da mesa e que Pacheco Pereira tão bem descreveu esta semana:

O que está em causa para o governo na greve dos professores   é mostrar ao conjunto dos funcionários públicos, e por extensão a todos os portugueses que ainda têm trabalho, que não vale a pena resistir às medidas de corte de salários, aumentos de horários e despedimentos colectivos sem direitos nem justificações, a aplicar ao sector. É um conflito de poder, que nada tem a ver com a preocupação pelos alunos ou as suas famílias.

No DN, Pedro Tadeu, coloca a questão no ponto certo

O direito à greve foi assim transformado numa inalienável hipocrisia constitucional: um grevista é sempre, a priori, acusado por esta gente de estar a fazer mal ao País. E em qualquer empresa privada quase ninguém faz greve pois arrisca, logo, o desemprego.

Este jogo que parece ter de um lado os Professores e do outro Nuno Crato é bem mais complexo do que a espuma dos dias parece mostrar e todos começam a ter essa percepção. Obviamente, todos (ou quase!) defendem o direito à GREVE, mas nunca aquela em concreto: ou porque é cedo e não é tarde, porque é nos comboios e deveria ser nos aviões, porque é com alunos e deveria ser com os doentes, ou o diabo a quatro[Read more…]

Especialistas e ignorantes

Se por eu mexer em moedas não faz de mim um economista, se por dar uns pontapés na bola não faz de mim um Mourinho e se por jogar o Singstar não faz de mim um cantor porque é que há gente que pensa saber falar de Educação só porque um dia passou pela Escola?

Mudem a k7

Mas alguém ainda acredita na cantiga dos professores manipulados pela Fenprof? 100 000 carneiros é um rebanho que não cabe em Portugal.