Nem nos seminários?

Investigadores da Universidade de Montreal tentaram fazer um estudo sobre a relação dos homens com a pornografia, mas chegaram à conclusão de que era impossível levar a cabo a primeira fase da investigação. Porquê? Simplesmente porque não conseguiram encontrar um único homem que nunca tivesse visto vídeos com conteúdos mais picantes

 

Acredite, vem no Expresso

Hominídeos somos, Homens nem tanto

Desde há vários anos que eu tenho vindo a expor a ideia de que há na natureza humana, no ser humano, uma espécie de interface, entre a força, digamos, antropocêntrica, a força que o prende e o arrasta para a sua condição meramente biológica, ainda que com direito a uma cúpula ou abóbada espiritual envolvente, uma espécie de pequeno céu, e a força que tende a projectá-lo para a sua dimensão universal, ou seja para um céu de infinito.

 

Sem qualquer tipo de presunção, reconheço todos os dias, na vivência do meu dia-a-dia, que os homens e mulheres, na sua grande maioria, nem sequer vislumbram a hipótese de que haja, para além da sua estreita, primária e escassa visão do mundo e das coisas, uma fronteira para além da qual há outro ser humano, o que pensa, o que sonha, o que procura e o que se aventura na arrojada projecção da mente pelos céus do infinito.

 

Vem isto a propósito, pelo facto de me encontrar no café, a ler “O Espectáculo da Vida” de Richard Dawkins, no meio de uma algazarra copofónica e futebolística, que não me desconcentrando, me dava o gozo espectacular, ainda que amargo, de medir a abissal distância que há entre os seres humanos. Alguém me disse um dia que a distância entre um primata superior e um ser humano primário era menor do que a distância entre um ser humano primário e um ser humano da estatura intelectual de muitos homens. Como tinha entre mãos este maravilhoso livro de Richard Dawkins, lembrei-me disso. Recomendo-o vivamente, a quem quer que sinta a necessidade de saber onde se encontra, o que o traz por cá, até onde chega a capacidade de procura da verdade, e a quem sinta essa necessidade como vital exercício de sobrevivência mental.

 

Uma família Portuguesa…

E não me estou a referir aos Penedos…

 

 

Despacho n.º 25916/2009

Nos termos e ao abrigo do n.º 1 do artigo 3.º do Decreto -Lei n.º 322/88,

de 23 de Setembro, nomeio o licenciado Artur Rodrigues Pereira dos

Penedos para exercer funções de assessor do meu Gabinete, em regime

de comissão de serviço.

Este despacho produz efeitos a 26 de Outubro de 2009.

12 de Novembro de 2009. — O Primeiro -Ministro,

Carvalho Pinto de Sousa

Pior, Era Impossível

.GRUPO MUITO DIFÍCIL

.

Como se sabe, eu não acredito neste treinador. Como se sabe eu não acredito nestas vedetas, orientados desta forma. Mas, este é o treinador que temos, e estas, são as vedetas com que jogamos.

O grupo que nos calhou, é mesmo muito difícill. A Costa do Marfim vai ser um osso duro de roer, se não mesmo indigesto, para não falar dos outros dois. Para não falar, que nem vale a pena, a Coreia do Norte é uma muito boa equipa, e o Brasil, é tão bom (lembram-se da goleada?)que até nos envia três jogadores para a nossa selecção. Lá, ninguém lhes ligava, eram considerados refugo. Cá são mais três das «nossas» vedetas.

Mas, deixemo-nos de dizer mal, Portugal está no Mundial da África do Sul, e temos todos de torcer pela nossa equipa.

 

Até os comemos…..

 

Viva Portugal!

.

Mudou alguma coisa? O quê?

   Lembro-me exactamente de onde e com quem estava, faz hoje vinte e nove anos, quando o pivot da tv anunciou a morte de Francisco Sá Carneiro.

   Não vou aqui especular – até porque não passaria disso mesmo – o que poderia – ou não – ter sido diferente na democracia portuguesa se tal não tivesse acontecido.

   Mas agora, quando todas as conversas terminam infalivelmente na inoperância da justiça portuguesa, ocorre-me que este caso é paradigmático  quanto à capacidade da mesma levar a bom porto os processos e investigações que envolvem figuras destacadas.

   Como morreu Sá Carneiro? Acidente ou atentado? E, na segunda hipótese, quem foram os mandantes? E o julgamento? Efectuou-se? Houve acusados? E condenações?

   Não sei se, como é voz corrente, as coisas pioraram desde então. Mas não tenho dúvidas de que não melhoraram. 

Assim deve ser fácil vender livros

Maurice Gee é, consta, um dos mais significativos escritores da Nova Zelândia. Tem publicadas diversas novelas e contos. Não conheço a obra de Gee, nem sequer “Going West”. Mas provavelmente vou conhecer.

 

E tudo por causa de um spot publicitário animado pela Andersen M Studio através da ‘stop motion’, um género de animação utilizado em filmes como A Fuga das Galinhas, A Noiva Cadáver, Wallace and Gromit, entre outros.

 

O mínimo que se pode dizer é que o spot (concebido pela BBDO) é genial.

 

 

FUTaventar: África Minha

Aí está o sorteio da Copa!

 

Brasil, Coreia do Norte e Costa do Marfim.

 

Aqui e de momento só me ocorrem os tracadilhos fáceis entre a nacionalidade do Liedson, as dificuldades do Luisão e a angústia nas marcações do Carvalho ao Drogba…

Mas, deixo isso para o Twitter.

Por agora um pedido aos senhores da Comunicação Social:

não me venham com as referências a 66, ao Brasil, a lesão do Pelé, os 3-5 contra os coreanos… Please… não há paciência, ok?

 

Nota de rodapé: os fãs da Democrática República da Coreia do Norte, tão presentes na Soeiro Pereira Gomes vão torcer pelo Lula ou por esse ENORME líder, o Pai KIM!

O sarilho afegão

 

Sob o resignado olhar de M. Zahir Xá, Karzai é empossado da presidência

 

Quando após a queda do regime talibã, Mohammed Zahir Xá convocou a Loya Jirga, parecia iminente a tentativa de regresso ao almejado, mas para sempre perdido status quo de 1973. Avessos a tudo aquilo que respeite a costumes e tradições de outrem, os norte-americanos opuseram-se terminantemente à devolução da chefia do Estado afegão ao espoliado monarca. Preferiram atribuir uma novel presidência a Karzai, um homem de confiança e que é susceptível de defender os pontos de vista das empresas energéticas que procuram estabelecer-se firmemente na Ásia Central.

 

Contrariando aquilo que já era consensual entre os chefes tribais, os EUA negaram a possibilidade da restauração de uma monarquia que antes de tudo o mais, garantiu quatro ininterruptas décadas de paz no Afeganistão e a tranquilidade do sistema tribal.

 

 

situação actual é catastrófica. Além do deteriorar das relações inter-tribais que encorajam a recruta de novos combatentes talibã, a fastidiosa guerra eleitoral que conduziu Obama à Casa Branca, enviou sinais contraditórios a todos aqueles que no terreno lutam pela hegemonia. Além de um Paquistão visivelmente assolado pela subversão e dissidência, os americanos pouco podem contar com os países vizinhos que a norte, ainda se encontram numa fase de consolidação da situação criada pelo desaparecimento da União Soviética. Sem a cooperação russa, chinesa ou indiana, os EUA dependem uma vez mais dos sempre secundarizados aliados que na Europa enfrentam uma opinião pública hostil, porque conhecedora da realidade no terreno. Obama pede auxílio para um regime que obedeceu desde a sua instauração, aos seus critérios de avaliação que antes de tudo, vão encontro dos interesses económicos dos EUA. Se no terreno parecem existir desinteligências com contingentes aliados – o exército britânico, por exemplo -, um obstáculo ainda maior é a opinião pública que na Europa não parece disposta a investir numa aventura de indefiníveis contornos.

 

Obama mobiliza mais 30.000 efectivos e simultaneamente, marca a data de retirada. Política errática, ao sabor dos noticiários e do politicamente conveniente, consistiu este anúncio de fuga prevista,  num erro fatal e capaz de afastar ainda mais, qualquer tipo de vontade de auxílio substancial por parte dos aliados da NATO. 

 

Resta apenas saber, o que verdadeiramente decidirá a administração invisível e permanente que ao longo de sucessivos mandatos presidênciais, acaba por conformar a política do departamento de Estado.

 

 

 

O que é que separa o FMI do Governo ?

Entre as medidas propostas pelo FMI e o governo há uma realidade. Eleições antecipadas!

 

O que o FMI diz é que é preciso conter a despesa já em 2010 e aumentar os impostos. O governo aumenta o salário mínimo, propõe investimentos gigantes e jura que não aumenta os impostos.

 

As propostas do FMI :

Redução da massa salarial do sector público ( o governo em 2009 aumentou a massa salarial nuns  impossíveis 5% )

Diminuição das transferências sociais, ( o que o governo não pode fazer, sem um aumento de  pobreza que pode trazer conflitos sociais)

Redução da despesa fiscal

Aumento da taxa do IVA

Maior envolvimento nas parcerias público/privadas ( retirar espaço aos privados)

Reconsiderar o aumento do salário mínimo ( a promessa quinzenal de Sócrates)

 

Esta guerra tem como pano de fundo o próximo Orçamento. O governo assenta a sua estratégia no relançamento da economia com as célebres obras públicas, em que ninguem acredita, e principalmente, evita que as medidas de contenção comecem já em 2010. Ganhar tempo, empurrar para a frente, é a estratégia do governo, varrer para debaixo do tapete, é o que melhor serve ao governo à espera de um milagre, ou que a Espanha e a Alemanha, levantem vôo.

 

Há propostas intermédias como as do Prof José Reis da Faculdade de Economia de Coimbra, que passam por rever os contratos feitos pelo Estado com os privados (ai,ai José…) em áreas como a saúde e os transportes ou corrigir o papel do sistema financeiro como "absorsor" de riqueza social ( os célebres cinco milhões de Euros /dia ).

 

Enfim, tudo o que Sócrates nunca quiz fazer convencido que levava a bom porto, o país, juntando-se aos que sempre foram os "comedores de serviço"! O que temos pela frente, é preciso dizê-lo, é o resultado esperado da política do governo de Sócrates.

 

E já não há espaço para promessas demagógicas, nem autos de fé, as coisas são como são, o FMI está aí frio como sempre!

 

 

 

Obrigado Carlos Queirós

É hoje o sorteio da fase final do Campeonato do Mundo da África do Sul. Com quem vamos jogar? Não interessa.

Para já, devemos agradecer a Carlos Queirós. Porque vamos ao Mundial.

Sem a fantochada das bandeiras nas casas e nos carros.

Sem a palhaçada das Nossas Senhoras dos Caravaggios, das rezas e dos santinhos.

Sem precisar de atiçar contra um clube toda uma nação.

Sem precisar de hostilizar símbolos do nosso futebol.

Sem precisar de «inventar» outros jogadores para a mesma posição dos hostilizados.

Sem precisar de idolatrar quem sai e regressa quando lhe apetece.

Sem precisar de andar ao murro aos adversários.

Sem precisar da parolada do discurso e do fato de treino.

Estamos onde queremos sem ter precisado de nada disso. É por isso que hoje, dia do sorteio para a fase final, só me ocorre mesmo dizer «Obrigado Carlos Queirós».

 

O vendedor de promessas

Não há uma só vez que este homem não vá ao parlamento e não leve na manga uma promessa. Agora é o aumento do salário mínimo.

 

Quantas promessas ? Ninguem sabe porque tambem ninguem faz ideia nenhuma se são ou não cumpridas, por isso pode oferecer a Lua que todos olham para o dedo que a indica. O que sabemos é que o desemprego não deixa de crescer, que os subsídios da UE tiveram que ser devolvidos, que as contas públicas estão na pior situação de sempre.

 

Mas sempre que vai ao parlamento, inicia a sessão com uma promessa, coloca a Oposição na defensiva, desvia o alvo, a discussão passa a ser " és mentiroso", argumento utilizado a preceito por ambos os lados, mas a promessa faz notícia, segue caminho.

 

Sócrates é um caso do foro psíquico para estudar. À sua volta há o caos, gente a viver mal, a Justiça em tumulto por sua causa, as empresas a falir, e ele continua como se estivesse nos melhores do mundo!

 

Como está provado, mentiu no Parlamento acerca do negócio da TVI, ele é capaz de dizer tudo o que for necessário, "O que parece é" há que vender ilusões, promessas e "manhãs que cantam ".

 

Sócrates, o vendedor de promessas !

A máquina do tempo: vitória do Grande Irmão e triunfo dos porcos (da distopia ficcional ao lixo televisivo)

A expressão «Grande Irmão», «Big Brother», apareceu no romance distópico de George Orwell «1984». O palavrão «distópico», significa o inverso de «utópico» (peço desculpa a quem sabia).  Publicado em 1949, aludia ao perigo de um regime totalitário ao serviço de uma oligarquia assumir o controlo de uma vasta região do planeta. George Orwell foi o pseudónimo do escritor britânico Eric Arthur Blair (1903-1950). A inspiração, tê-la-á ido buscar às ditaduras que soçobraram com a II Guerra, a alemã e a italiana, e a outra que lhe sobreviveu – a estalinista. Orwell não era um homem de direita. Ligado ao POUM – Partido Obrero de Unificación Marxista, movimento trotskista – combateu em Espanha, em Huesca, na Frente de Aragão, contra as tropas fascistas de Franco e foi ferido. Baseado nessa experiência, escreveu «Homenagem à Catalunha» («Homage to Catalonia», 1938).

 

Além destes dois livros, Orwell escreveu outros, nomeadamente «Animal Farm» (1945), uma clara sátira ao estalinismo que na edição portuguesa recebeu o título de «O Triunfo dos Porcos». É deste livro a célebre frase «todos os animais são iguais; mas alguns são mais iguais do que outros».

 

 

 

 

«Nineteen Eighty-Four» relata a história de Wiston Smith, que, aliás, é o narrador, cidadão anónimo de um estado totalitário, onde se pratica a repressão a todos os níveis. Smith trabalha na propaganda do estado, na falsificação dos documentos históricos – incluindo os jornais – à medida das conveniências, a história é diariamente emendada – tudo o que no passado contraria o presente, é refeito. Pessoas que caem em desgraça são suprimidas da história, para os «heróis» da altura, criam-se currículos gloriosos, fotografias são manipuladas – só existe uma verdade, a verdade do «Grande Irmão».

 

Como os jornais e os livros só podem ser consultados na teletela (monitores de função dupla que mostram e captam imagens), os cidadãos sabem que a «verdade» é o que, no momento, a teletela lhes afirmar. Ao mesmo tempo, as teletelas que existem por todo o lado, no trabalho, nas ruas, nas casas, vigiam todos os gestos dos cidadãos.

 

O «Grande Irmão», rosto fictício do regime oligárquico, aparece frequentemente a dar as suas directivas: «guerra é paz», «ignorância é força», «liberdade é escravidão», são algumas dessas consignas. Ao denunciar o perigo dos totalitarismos, o livro é também uma história de amor. De luta do amor contra a tirania, no espírito de poemas que aqui já recordei – «Notícias do bloqueio», de Egito Gonçalves, e «A Invenção do amor», de Daniel Filipe.

 

Socialista democrático, Orwell esclareceu que o romance não foi, como se disse na Inglaterra daqueles anos do pós-guerra) concebido como um ataque ao socialismo ou ao Partido Trabalhista, mas sim como uma denúncia das perversões dos ideais colectivistas, das políticas de massas, como o fascismo e o estalinismo. Significativamente, o livro foi proibido na União Soviética e nos outros estados de Leste.

 

Como é que um livro tão belo e de uma concepção tão elevada aparece ligado a um programa de televisão de nível tão rasteiro, a um reality show tão grosseiro como o «Big Brother»? O holandês John de Moll, pegando na expressão e na ideia básica de um olho omnipresente que tudo vigia e controla, concebeu o programa. Midas tudo o que tocava se convertia em ouro. O capitalismo, tudo o que toca, transforma-se em excremento. O negócio não respeita nada a não ser a percentagem de lucro que vai obter.

 

Já aqui tenho falado da profecia de Marlon Brando que, numa das suas últimas entrevistas, falando dos reality shows, dizia que não faltava muito para que as pessoas viessem defecar diante das câmaras para incrementar as audiências. E, já agora deitemos uma olhadela à «casa» do «Grande Fratello». Um concorrente ameaça cumprir a profecia de Marlon Brando, defecando à vista das câmaras, é eloquente quanto ao elevado nível cultural do programa. Reparem no vídeo sobre o «Grande Fratello» italiano:

 

 

 

 

«Mauro agride Verónica» (…) «Noite de violência no Grande Fratello. E, seguramente, uma expulsão em perspectiva» (…) «Esta noite na Casa verificaram-se episódios totalmente incorrectos e contrários às normas, não só do Grande Fratello, como também da convivência social». São notícias de jornais italianos da semana passada. Lembram-se da agressão do Marco à Sónia? Não que eu tenha a mania das teorias da conspiração, mas não é curioso que em Itália, anos depois se passe exactamente o mesmo que em Portugal? No «Gran Hermano», aqui ao lado, também houve bronca a semana passada. Vejamos o vídeo do «Gran Hermano» da Telecinco espanhola:

 

Dizem os jornais: «Expulsa outra concorrente do «Gran Hermano» após uma zaragata com uma companheira: Indhira não controlou os seus impulsos e agrediu e insultou Carol».(…)«Pela segunda vez esta edição, um concorrente de «Gran Hermano» foi expulso de modo disciplinar após forte zaragata com um dos seus companheiros. Neste caso, foi a malaguenha Indhira que não pôde controlar os seus impulsos durante uma discussão com Carol, acabou por a agredir e insultar».

 

Anuncia-se uma nova série do «Big Brother» em Portugal. O modelo parecia esgotado, mas os crânios da TVI vão tentar insuflar-lhe nova vida. Porque, mundo fora, a droga holandesa da Endemol, vai vingando. Para os que acham que somos particularmente estúpidos e se autoflagelam com acusações aos portugueses, deixo mais um exemplo. Espreitemos o «Big Brother brasile
ir
o. O nível cultural dos participantes não fica nada a dever ao dos programas europeus. 

 

E, já agora, recordemos este momento de ouro da televisão nacional – o pontapé de Marco a Sónia:

 

Há aqui um padrão que se repete. Será que, pessoas de nível cultural básico, tal como os ratos de laboratório, quando enjauladas começam a ter um comportamento agressivo? Ou será que faz parte do guião do programa apimentá-lo com estas cenas deploráveis que, nesse caso, seriam preparadas? Seja como for, no meio de tanta porcaria, esse pormenor desonesto seria irrelevante. A questão que levanto é: por que razão gostam as pessoas de ver estas coisas?

 

Em 1984, o mundo não estava dominado por uma oligarquia como a que George Orwell previa na sua distopia ficcional. Porém 25 anos depois de 1984, temos uma oligarquia que se permite difundir à escala global uma cultura de destruição da cultura, de abolição do respeito que as pessoas a si próprias devem. Porque, derrubadas essas defesas, as pessoas ficam à mercê das diferentes formas de marketing que constituem uma arma mais poderosa do que cem bombas nucleares.

 

Mussolini, Hitler, Estaline, Franco. Salazar, Pinochet, não compreenderam a natureza humana. Acreditando na sua decência, criaram, para destruir pelo terror uma decência que podia ter sido aniquilada de forma menos traumática. Para quê aqueles horríveis aparelhos repressivos com tão mau aspecto – cárceres, torturas, campos de concentração…

 

Para quê um regime fascista, se cada ser humano, devidamente estimulado, destrói voluntariamente as defesas imunitárias do decoro e do auto-respeito? Se por dinheiro, tudo se faz? Para quê tropas na rua, polícias espiando, se a maioria das pessoas está disposta a destruir os princípios básicos da cidadania e a descer ao grau mais básico da escala comportamental. A troco de uns euros ou de uns dólares, séculos de civilização desaparecem. Sem violência visível, sem gastar dinheiro num aparelho policial e repressivo, o Grande Irmão triunfou.

 

É também o triunfo dos porcos.

 

Socialmente explosivo

Como vai ser quando as ajudas excepcionais forem retiradas?

 

Ou o país vai aguentar este nível de subsídios por mais quanto tempo ?

 

É certo que o nosso crescimento não é nenhum. O nosso crescimento potencial ( o que seria possível se todas os factores existentes estivessem em pleno) não ultrapassa os 1%. Ora, é dos livros, que só acima dos 2% a economia começa a criar emprego. Isto não acontecerá antes de dois ou três anos, poderá haver alguma retoma mas nada de significativo. Então se o déficite, já é o que é, como vamos sair desta? 

 

A despesa só diminuirá mexendo em quem já vive com muitas dificuldades, a receita só com aumento de impostos, o que é um garrote para a economia, mesmo os investimentos a serem agora lançados só ajudam daqui a um ou dois anos. Como se sai daqui?

 

Não se sai! Sócrates não fez nada para resolver a profunda crise em que Portugal está mergulhado há vários anos e que não tem nada a ver com  a crise internacional. É uma crise nossa, muito nossa e não desaparece por virtudes mágicas. Nada se fez nos últimos dez anos para renovar o tecido empresarial, orientá-lo para os bens transaccionáveis e exportáveis.

 

O país está no caminho do empobrecimento, o caminho é muito estreito e Sócrates, com a sua fixação nos grandes negócios e nas grandes empresas que operam unicamente no mercado interno, corre o risco de produzir tumultos sociais se aligeirar os subsídios de apoio social!

 

Mas vai pagá-los como ? 

 

Sou um democrata

Sou um democrata. Daqueles a sério. Defendo eleições, sou a favor de manifestações e protestos, desde que não violentas, sou totalmente a favor da liberdade de expressão, mesmo daqueles que a utilizam para defender a sua proibição. 

 

Por ser um democrata, resisti a eliminar muitos dos comentários publicados por algumas personagens neste blogue. A tentação foi grande, reconheço, mas a liberdade de expressão ganhou o braço de ferro. No entanto, tudo o que é demais é moléstia, já dizia a minha avó.

 

Antes do nascimento do Aventar já os conhecia, os trolls. São seres necessitados de atenção e reconhecimento que povoam as áreas de comentários de jornais, sites de informação e, sobretudo, os blogues. Com destaque para os colectivos e generalistas. É uma festa. Utilizam de tudo. Desde argumentos abaixo do pensamento de cágado até palavreado agressivo, dando azo a algumas frustrações recalcadas, gritam, insultam e fazem uso do calão por tudo e por nada. Mais por nada que por tudo. Se lhes derem espaço vão cada vez mais longe, assumindo uma postura histriónica.

 

Enfim, os trolls e congéneres podem até animar um blogue mas só até certo ponto. Como tudo o que é demais é moléstia, quando ultrapassam os limites do mais do que o suportável, é preferível passarmos sem eles.

Quando o telemóvel se troca

José Sócrates trocou de telemóvel no mesmo dia em que Armando Vara e outros arguidos do processo Face Oculta fizeram o mesmo, diz o semanário Sol.