Ainda não é desta que Pedro Mota Soares vai plantar macieiras

V

Fotografia: Manuel Almeida/Lusa

Pedro Mota Soares nasceu em 1974. Dedica-se à actividade política desde os 25 anos, da qual se desvinculou no passado mês de Julho. Não sei se praticou a advocacia, sua área de formação, mas suponho que não o terá feito, excepto até aos 25 anos e no período de 2002-2005, durante o qual exerceu a função de Secretário-Geral do CDS-PP.

Durante a sua carreira política, foram várias as áreas da governação nas quais esteve envolvido, enquanto deputado e ministro, mas não consta que tenha estado ligado à área da tecnologia e das telecomunicações. Contudo, foi o escolhido para liderar a Associação dos Operadores de Comunicações Electrónicas (Apritel), que inclui todos os players (acho que é este o termo) do sector, como a MEO, a NOS e a Vodafone. [Read more…]

Grupo de cordas (*)

ABBA Greatest Hits – Perpetuum Jazzile, A Capella.

(*) vocais

“Corpos esmagados e ossos partidos”

Joana, nome fictício de uma amiga de longa data, tem o vigor dos perseverantes e investiu-o no que culminou numa carreira de sucesso. Enquanto mulher plena de força, canalizou as suas energias na preparação de um futuro onde a estabilidade financeira fosse garantida, numa espécie de pré-requisito para constituir família. Afinal, quem pensaria que a fertilidade dos 20 anos alguma vez murcharia? A Joana, não, certamente. Ano após ano, a opção da natalidade foi medida à luz da bitola do seu entendimento sobre o que era o sucesso na vida.

Imagem: Banksy

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Hospital Garcia de Orta, um retrato da maioria PS-PSD-CDS

São muitos anos de esvaziamento de serviços públicos, entre falta de planeamento e submissão à troika, favores a amigos privados e ataques ao Estado por parte de quem tem governado, críticas à gestão pública e ofertas de dinheiro a bancos privados, sempre com os mesmos a pagar.

A situação no Hospital Garcia de Orta não é única, é só mais um retrato de um Portugal engravatado, muito contentinho com a situação de bom aluno de Bruxelas mas que, em chegando a casa, se dedica à violência doméstica. Relembre-se que o problema do referido hospital se refere à urgência pediátrica e está a dois passos de Lisboa. Imagine-se o resto do país, ou seja, a paisagem.

Escolas de Primeira e de Segunda

Um texto do Paulo Prudêncio.

Falta de professores ou a vida dos milionários

Esta chamada está na primeira página do Expresso de hoje e é suficiente para se perceber que deixar os mercados à solta serve para encarecer bens de primeira necessidade como a habitação, que a única política educativa do país consiste em poupar dinheiro à custa dos alunos e que os professores contratados vivem, na verdade, com salários tão miseráveis que não podem pagar alojamentos a preços ditados pelos mercados à solta (aproveitamos para lembrar que os professores não recebem subsídios de deslocação ou de alojamento, ao contrário dos deputados, por exemplo).

Com uma Assembleia da República submetida ao Partido alegadamente Socialista, estas situações irão continuar, porque o PSD, o CDS, o FMI e o que resta da União Europeia não querem saber. Os partidos de esquerda pouco fizeram durante quatro anos e estão dispensados por António Costa. De resto, a maioria dos cidadãos portugueses também não quer saber. Por outro lado, os sindicatos não se sentem lá muito bem.

Pedro Passos Coelho, o Dr. Frankenstein de André Ventura

Quando se questionarem sobre quem foi o Dr. Frankenstein de André Ventura, façam um pequeno exercício mental e recuem até à campanha para as Autárquicas de 2017.

Vão ver os elogios que Passos Coelho e respectivos generais lhe fizeram. Os mesmos generais que agora se posicionam para depor Rui Rio e tomar o PSD de assalto.

Vão ler o contorcionismo daqueles que agora o renegam, quando há dois anos o defendiam com unhas e dentes e lhe elogiavam a coragem de ser xenófobo. [Read more…]

O dragão mostra as garras

Aconteceu nos últimos dias um ping-pong diplomático-comercial entre a Apple e a China devido a uma app que tem sido usada pelos manifestantes de Hong Kong para identificarem a localização dos bloqueios policiais, assim os evitando. Primeiro, a Apple removeu a app HKmap.live da sua app store, voltou a permitir a sua disponibilização depois dos protestos por parte dos seus utilizadores. Passado um dia, voltou a interditá-la novamente na sequência de fortes pressões vindas do governo chinês.

A este episódio seguiu-se outro em que um jogador teve represálias por parte de uma empresa americana por este ter proferido uma declaração de apoio aos manifestantes pró-democracia de Hong Kong. Chung Ng Wai, jogador profissional de Hearthstone que ganhou uma competição organizada pela empresa americana Blizzard, declarou na respectiva conferência de imprensa “liberdade [para] Hong Kong, [a] revolução do nosso tempo”.

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Largo di Torre Argentina, Roma, 11/10/2019

Foto: Francisco Miguel Valada (11 de Outubro de 2019, cf. 24 de Julho de 2017)

O silêncio ou a normalização não são opções

No debate político, formal ou informal, há, por vezes, uma certa mentalidade infantil que consiste em não nomear os monstros pensando que isso fará com que não existam.

Na Assembleia da República, já existiam partidos que, de modo mal disfarçado, trabalhavam para a extinção progressiva de um Estado Social e solidário, governando de modo a que as instituições públicas falhassem, beneficiando amigos privados.

Com a entrada do Chega e da Iniciativa Liberal no Parlamento, essa vergonha terminou: para ambos os partidos, é necessário acelerar a destruição da esfera estatal e transformar a sociedade numa selva em que só pode sobreviver o mais forte ou o mais rico. Hoje, Bárbara Reis explica, de modo simples, que André Ventura é de extrema-direita, mesmo que tente disfarçar.

Como é evidente, estes partidos têm o mesmo direito que os outros, legitimados pelo voto. É igualmente evidente que não faz sentido fingir que não existem, não se pode ignorá-los, porque não é isso que os combate.

A solução não está no silêncio. O facto de terem sido eleitos não pode livrar ninguém de ser criticado. Acrescente-se que a existência destes radicais anti-Estado não desculpa o que PS, PSD e CDS têm estado a fazer, especialmente nos últimos quinze anos. No fundo, a diferença está no ritmo.

A verdade sobre os salários e a carreira dos professores

O Paulo Guinote explica. Só não sabe quem não quiser saber: O salário dos professores: fact-checking

Chega: a encenação anti-sistema do partido de André Ventura

Conhecemos André Ventura dos tempos em que foi o candidato apoiado por Pedro Passos Coelho à CM de Loures. Um candidato que, já em 2017, não escondida algum populismo e xenofobia, que hoje encontramos na narrativa do Chega. O discurso de André Ventura foi de tal forma polémico, que o CDS-PP se afastou e retirou o apoio ao candidato do PSD. E é bom recordar que falamos do CDS-PP, que conta nas suas fileiras e órgãos nacionais com elementos da TEM, uma tendência interna muito próxima do pensamento salazarista, liderada por Abel Matos Santos, candidato à liderança do partido. [Read more…]

Pelos animais, ração!

(houve até quem falasse de foguetes, deus nos livre)
Carla Romualdo

Who do you think it’s for? For the animals.
William Henry Duffy & Ian Robert Astbury

LE PROFESSEUR. Vous devenez un véritable animal, Marina.
MARINA. Non : je suis un animal.
— Amélie Nothomb, “Les Combustibles

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Fonte: http://bit.ly/333I4tm, foto de 6/4/2019 (graças à EPHEMERA: http://bit.ly/2oSqVUq)

Efectivamente, o esquecimento do <r> inicial de ‘ração’ é uma das hipóteses mais plausíveis para aquele cartaz. Sim, aquele da direita. Convém recordar o que foi recentemente dito pelo porta-voz do PAN sobre a revisão do Acordo Ortográfico de 1990:

Faz sentido, a ortografia não deve ser legislada por decreto.

Isto é, em última análise e vendo bem as coisas, aquele cartaz não faz sentido.

Por outro lado e por incrível que possa parecer, não se trata apenas nem da tristeza sentida por Cavaco Silva, perante a prestação de anteontem do PSD, nem do impacto dos recentes resultados internacionais do Glorioso no ânimo do presidente do Benfica. A crónica ausência do cê medial, naquelas palavras encontradas no sítio do costume, deixa-me profundamente triste e deverá deixar os respectivos responsáveis tristes e envergonhados.

Continuação de uma óptima semana.

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Canções Históricas

 

Te Deum, Marc-Antoine Charpentier. 1688

 

Até a malta do João Jardim quer ir para a cama com o PS

mais um potencial parceiro para a Geringonça

Tempo de romance

Abstenção

Seriedade política seria financiar os municípios em função do número de votantes em vez do número de eleitores…

Algumas notas sobre a Abstenção:

  •  Estas eleições marcaram a maior taxa de abstenção de sempre em Democracia em eleições legislativas, fixando-se nos 45.5% para os residentes em Portugal (votos no estrangeiro ainda não foram contados, mas irão certamente aumentar a taxa).
  • A abstenção em Legislativas tem vindo gradualmente a subir desde as eleições para a Constituinte em 75. Curiosamente, desde 75 até agora nunca votaram menos de 5 milhões de eleitores. O problema é que o número de recenseados aumentou exponencialmente de 6.220.784 em 1975 para 9.682.552 em 2015.

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Perdedores e predadores

Queria ser original (hello! hello!), mas houve alguém que… adiante: lede o perdedores e perdedores do J. Manuel Cordeiro.

Saudação nazi

André Ventura chegou ao Parlamento.

Depois de ter escrito «agora facto é igual a fato (de roupa)»,

(exactamente) «Santana Lopes admite abandonar presidência da Aliança». OK. Siga.

Resumo das declarações de Rui Rio

Estavas a dizer que viste a minha mulher a f*****, a f*****, a f******. Que exagero! Estava só a f*****!

A leviandade de Carlos Guimarães Pinto

Se o seu trabalho como deputado for tão rigoroso como a sua escrita sobre Educação, estamos conversados.

Boas notícias para a liberdade…

Enquanto eleitor em Lisboa, fico satisfeito por ter votado na IL. Principalmente por perceber a irritação em alguns talibãs do politicamente correcto, do PSD à extrema-esquerda…

Agora percebe-se melhor

Manuel Monteiro volta ao CDS-PP

Assunção Cristas

“O CDS é demasiado pequeno para mim. Vou voltar para casa.” #discursosimaginários

Luís Montenegro

“O PSD está pior, mas eu estou melhor.” #discursosimaginários

Maioria absoluta

A maioria absoluta que governa o país desde 2005 voltou a ganhar as eleições, com a diferença de que o CDS se tornou dispensável. Mais uma vitória para a aliança PS-PSD.

Perdedores e perdedores

O crescimento do PAN e a possibilidade de André Ventura chegar ao Parlamento não são boas notícias e, neste caso, somos nós os perdedores. O partido dos cães e dos gatinhos e a xenofobia do Chega são extremismos que bem dispensava. Atendendo à pouca campanha que o Chega fez e olhando para os valores que atingiu, conclui-se que há muito populismo à espera de ser potenciado.

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Resultados eleições legislativas 2019

Projecções da Católica para as eleições legislativas 2019:

 

 

Parlamento resultante da eleição de 2015: