Segundo Eugénio Rosa, António Borges mentiu quando afirmou que as despesas com pessoal na Administração Pública representam 80% das despesas totais.
Expor ao vento. Arejar. Segurar pelas ventas. Farejar, pressentir, suspeitar. Chegar.
Segundo Eugénio Rosa, António Borges mentiu quando afirmou que as despesas com pessoal na Administração Pública representam 80% das despesas totais.
É fácil encontrar nas notícias os vários sinais da crise que o cidadão comum, eterno sísifo, suporta todos os dias. Hoje, apetece-me realçar este título: Segurança Social tem 154 técnicos para 37 mil casos de regulação parental. A leitura da notícia torna evidente a falta de recursos humanos num campo em que as resoluções tardias afectam a vida de milhares de crianças.
Entre actuais governantes, respectivos conselheiros e opinantes da mesma cor, fazem-se sempre umas contas muito simples e descontraídas: Portugal tem funcionários públicos a mais. Sem se perder tempo com estudos ou com planeamento, faz-se de conta que o conjunto de ordenados de profissionais qualificados é o mesmo que despesa e, levianamente, atira-se com a necessidade de despedir ou, no máximo, com a alegada benesse de baixar salários para evitar despedimentos.
Enquanto o país prossegue o seu naufrágio, comandado por roedores, é vê-los fugir em todas as direcções: Coelho vai em frente; Portas sai porta fora.
Polícias, bombeiros, professores, funcionários da administração central – cerca de dois mil funcionários públicos manifestam-se neste momento no centro de Madrid, contra os recortes anunciados pelo governo e a supressão do subsídio de Natal.
Depois das imagens das cargas policiais de há dias, parece que há agora elementos da UIP (Unidad de Intervención Policial) a juntar-se aos manifestantes e a cantar “lo llaman democracia y no lo es”.
Como de costume, por cá ainda não se sabe nada.
A história da democracia portuguesa é feita, entre várias hecatombes, da destruição do tecido produtivo em nome da obsessão de se ser considerado bom aluno, de desperdício de dinheiros europeus e da apropriação do Estado por dois ou três partidos para benefício dos filiados e amigos.
Os anos de Sócrates conseguiram aprofundar todos esses males, graças à total ausência de vergonha de um conjunto de figuras sinistras que empobreceu o país em todos os aspectos, nomeadamente através da multiplicação de Parcerias Público-Privadas, numa perspectiva de protecção contínua aos privados, esses amigos que estão sempre do lado certo do cartão partidário. Este é o país em que a culpa não morre solteira, é certo: entrega-se à prostituição.
O bando socrático explorou e aprofundou a má fama e a má imprensa dos funcionários públicos. Para pagar os calotes que criou em consequência de ter metido a mão na caixa registadora, culpou, exactamente, os funcionários públicos, ou seja, aqueles que eram obrigados a pôr dinheiro na caixa.
Inventaram, então, a generalização da improdutividade e publicaram, com a ajuda de meretrizes com cartão de jornalista, a ideia do parasitismo e dos salários excessivos. Depois, foi congelar as progressões na carreira, cortar nos salários, aumentar os impostos, para não falar no resto do assalto fiscal, ainda que disfarçado de taxas moderadoras, por exemplo.
Entre Passos Coelho e Sócrates existe uma única e verdadeira diferença: o primeiro não está em Paris. De resto, o actual primeiro-ministro respira de alívio porque o anterior abriu à catanada o caminho para a liquidação do Estado.
Por estes dias, os funcionários públicos experimentarão, pela primeira vez em vários anos, o retrocesso de não receber o erradamente chamado subsídio de férias. Trata-se de mais um roubo que não esquecerei, como não me esquecerei de nunca mais votar em gente que já deu provas suficientes de um latrocínio essencial.
Até posso aceitar que se defenda a privatização dos infantários da Segurança Social. Não concordo, mas posso aceitar.
Até poderia admitir que as novas entidades gestoras prefiram ter a sua equipa educativa em vez de uma equipa herdada da Segurança Social. Não concordo, mas poderia admitir.
O que para mim é completamente intolerável é que tudo se faça em cima do joelho e que este processo vá prejudicar, acima de tudo, as nossas crianças. Não admito nem aceito que, a menos de 80 dias do início do novo ano lectivo, ainda nem sequer tenha aberto o concurso de privatização e se vá mudar tudo – entidade gestora, direcção, funcionários – em cima da hora.
Qual é a entidade? Qual vai ser a sua estrutura orgânica? Qual será o Projecto Educativo? Como vai funcionar?
É escandaloso que se faça tudo desta forma. Ao ponto de se admitir contratar pessoal exterior em regime de outsourcing se a transferência não estiver concluída, como se sabe que não vai estar, a 1 de Setembro.
Para lutar contra tudo isto, está criada uma Página no Facebook para lutar contra o despedimento colectivo de mais de mil educadores e auxiliares especializados em 25 infantários da Segurança Social em todo o país.
São eles o [Read more…]
A privatização dos infantários da Segurança Social que está em curso – serão quase 25 em todo o país – configura um processo de despedimento colectivo encapotado dos mais de mil funcionários que trabalham nessas instituições e que já receberam ordens da tutela para se apresentarem nos respectivos Centros Distritais no dia 1 de Setembro.
Como é óbvio, se a Segurança Social deixa de ter infantários, extingue-se o posto de trabalho das educadoras de infância e demais pessoal especializado que até agora trabalhava nesses infantários. É por isso que ninguém explicou até ao momento o que vão fazer a todas essas pessoas com vínculo à Segurança Social, algumas delas em idade demasiado jovem para a aposentação. A integração na lista dos disponíveis, está bom de ver, será apenas o primeiro passo.
A imoralidade extrema de todo este processo de privatização dos infantários da Segurança Social não se fica por aqui. Estamos em meados de Junho e ainda nada saiu em Diário da República sobre o respectivo concurso. [Read more…]
Existe uma direita, por vezes acompanhada de certa esquerda envergonhada, que gosta de encher a boca com os funcionários públicos e apelidá-los a todos de “meliantes”. Um discurso gasto e repetitivo que esconde uma outra realidade.
Nunca fui funcionário público, como nunca fui funcionário por conta de outrem. Já perdi a conta aos anos que levo a trabalhar e sempre lidei com uns e outros. No funcionalismo público encontrei dos melhores e no sector privado idem. Não sei se foi por acaso ou mera sorte mas nunca notei que no sector público existissem mais incompetentes que no privado. Da minha experiência direi que é “ela por ela”, ou seja, o número de incompetentes com que me cruzei no público, uma minoria, é idêntica à mesma minoria que encontrei no privado.
Nos últimos anos, por força da minha profissão, tenho lidado com diferentes sectores do serviço público. Não preciso de fazer um grande esforço de memória para afirmar que em mais de 70% dos casos encontrei funcionários públicos competentes e dedicados. A exemplo do que vi e vejo no sector privado. Bons profissionais e maus profissionais encontro em todo lado. Por isso mesmo, esta conversa negativa recorrente contra o funcionalismo público já cheira mal. [Read more…]
Esperar que este governo, tal como não fazia o anterior, apresente estudos para sustentar as decisões que toma seria ingenuidade. Tudo aqui é apenas ideológico. A direita limita-se ao reflexo pavloniano de atacar a Função Pública e de retirar direitos aos trabalhadores, preocupando-se, exclusivamente, com um défice transformado em bezerro de ouro. [Read more…]
Como é ilustrado pela imagem, o CM anuncia que militares reservistas – ao fim e ao cabo, os reformados ou pensionistas das Forças Armadas – vão receber subsídios de férias. O DN confirma, adiantando que o Ministério da Defesa (MD) “justifica a atribuição dos subsídios respeitantes a férias vencidas a mais de 500 militares que passaram à reserva fora da efectividade de serviço, até final de 2011”.
A justificação e a decisão do Ministério da Defesa merecem-me, à partida, as seguintes observações:
Cavaco Silva publicou, hoje, um texto no seu facebook, com esta ideia originalíssima: os funcionários públicos devem fazer mais e melhor com menos, “para manter viva a esperança no futuro”.
Em primeiro lugar, seria importante que alguém, na Casa Civil, explicasse a Cavaco que só se pode ter esperança no futuro, embora – confesso – ainda me martirize a sonhar com um passado diferente daquele que tive, como, por exemplo, quando o actual Presidente foi Primeiro-Ministro e revelou a ausência de visão que viria confirmar até hoje.
Os funcionários públicos têm muito má fama, sendo, muitas vezes, considerados uma gente improdutiva muito bem paga, preocupada em cumprir horário, à espera do conforto injustamente seguro que chega sempre no fim do mês. Se Cavaco comungar desta visão, saberá, no fundo, que a recomendação para que os membros de uma tal tribo trabalhem mais e melhor, ainda por cima ganhando menos, só poderá cair em saco roto.
No entanto, mesmo que seja um exercício ocioso, podemos imaginar que existem, entre os funcionários públicos, alguns trabalhadores dedicados, sérios, preocupados, também, com o bem da nação. Não será difícil acreditar que essas raridades possam ser pessoas informadas e que, apesar da dedicação honesta com que trabalham, se sintam desmotivadas, ao sentirem-se roubadas por vagas de políticos desonestos, incompetentes ou ignorantes, e ao verificarem que são obrigados a viver com menos, devido àquilo que outros gastaram e continuam a gastar. Por muito que não queiram, insensivelmente, há muitas probabilidades de que se a revolta se instale ou de que o rendimento seja afectado pelo desencanto.
Não vejo, portanto, como poderá um mau funcionário trabalhar mais ou como poderá trabalhar ainda mais um funcionário competente. Da mais alta figura da nação esperar-se-ia que fosse um Presidente da República, ou seja, um defensor dos cidadãos, mas Cavaco só quer ser Presidente. A República não faz parte das suas preocupações: sendo ele tão pouco, não se espera que faça mais e melhor.
Neste texto, o Paulo Guinote comenta uma notícia saída no Correio da Manhã de ontem, em que Manuel Pereira, presidente da Associação Nacional de Dirigentes Escolares, e Albino Almeida, presidente da Confederação Nacional de Associações de Pais, defendem que o Segundo Ciclo deva ser fundido com o Primeiro, de modo a evitar, entre outros problemas, o trauma das crianças de passam da monodocência para a pluridocência, trauma esse que é, apenas, mais um mito urbano.
A verdade é que estes e outros senhores querem, apenas, ajudar a encontrar mais uma maneira de diminuir a massa salarial, o que, em si, não seria negativo se não fosse feito à custa do desenvolvimento do país. No fundo, fazem parte da Escola Pires de Lima.
Sobre este assunto, já escrevi isto. Para pensar mais um pouco sobre este tema, está aqui uma proposta interessante.
António Pires de Lima é um dos muitos iluminados que conhece todas as soluções para resolver os problemas do país. Como lídimo membro de toda a pandilha vagamente neoliberal que vê nos métodos de gestão empresarial uma religião universal, defende que o problema está sempre no Estado e, mais concretamente, nos funcionários públicos.
Segundo as suas doutas palavras, tudo se resolverá se, dentro de três anos, houver menos 50 000 a 100 000 funcionários públicos, entre outros cortes.
Nestas cabecinhas contabilistóides, está constantemente presente o único verso que restou do poeta grego Pitermo: “Nada interessa, a não ser o dinheiro.”
Não há vida para além do défice e as pessoas são peões que podem sacrificados. Não interessa debater como deve ser o Estado e interessa menos ainda saber quantos funcionários públicos são, efectivamente, necessários para que o país funcione. No campo da Educação, por exemplo, está-se a cometer um verdadeiro desperdício de recursos humanos e a comprometer a qualidade do Ensino para os próximos anos, afastando das escolas muitos professores cujo contributo é absolutamente necessário. Para a mente brilhante que comanda a Unicer, professores e médicos são apenas despesa.
Entretanto, Pires de Lima não tem uma palavra para o modo como os partidos do arco do poder têm gerido os orçamentos de Estado em benefício de empresas e de bancos administradas por correligionários, amigos e compadres.
Não sei se há funcionários públicos a mais ou a menos. Sei que é muito fácil arrotar umas postas de pescada do alto de um gabinete donde as pessoas parecem formigas e em que o país é, apenas, um tabuleiro do Monopólio. O problema, no entanto, não é esse: o problema é que estamos a ser governados por quem pensa como esta luminária.
Depois de coreografias baseadas na valsa e no tango, o PS, sempre pouco seguro, prossegue o caminho da abstenção, tal como fez ao longo dos últimos seis anos, quando se asbteve de escolher políticas a favor da Educação, da Saúde ou do Estado Social, preferindo ajudar bancos e garantir favores a construtores civis, a concessionários de auto-estradas ou a vendedores de equipamentos informáticos.
Diante de um assalto disfarçado de Orçamento de Estado, António José Seguro aceitou ficar à porta, mesmo fazendo de conta que não tem nada a ver com aquilo que Passos Coelho e Vítor Gaspar andam a fazer no interior da horta. Se lhe perguntarem alguma coisa, o pobre dirigente socialista deverá dizer qualquer coisa como “Eu não tenho culpa! Até lhes disse para deixarem lá algumas couves!”
Desculpem-me os funcionários públicos, mas quem não achou estranho, ou até aplaudiu, um aumento de 2,9 por cento em plena crise e num ano de eleições, algum dia teria de também pagar a factura. Ela chegou agora, com juros.
José Manuel Fernandes, Público, p. 38, 11-11-11
Se o problema está em não ter achado estranho ou em ter aplaudido, exijo não ter de pagar, pelo menos, metade da factura, porque não achei estranho que um governo em ano de eleições inventasse folgas para aumentos (como vai acontecer, o mais tardar, em 2014) e porque não me lembro de ter aplaudido uma única medida tomada pela clique socrática (como não aplaudirei, o mais tardar, até 2014, o que sair da toca governativa).
Aos congelamentos da carreira José Manuel Fernandes disse nada, como nada disse sobre o facto de a maioria dos aumentos da Função Pública, ao longo de anos, terem sido inferiores ao valor da inflação. Nada diz também sobre os cortes nos ordenados ocorridos já este ano. Claro que não se lembrou de falar nas despesas que muitos funcionários públicos têm para ir trabalhar, como se esqueceu de fazer referência a mais de trinta anos de governação incompetente e ruinosa.
É claro que não acho estranho que isto venha de José Manuel Fernandes e é claro que não consigo aplaudir, porque, sendo funcionário público, sou credor.
Que ninguém acuse Alberto João Jardim de incoerência: o Presidente da Região Autónoma da Madeira é, efectivamente, um garante das instituições. Em primeiro lugar, a instituição do lambebotismo, para cuja prática é necessário tempo livre. Depois, é importante garantir a improdutividade dos funcionários públicos, trabalhadores celebrizados por não fazerem nada: também, para isso, é necessário tempo livre. No fundo, tudo isto contribui para escorar o buraco da Madeira, o que é, afinal, uma medida de segurança.
Cavaco, durante os dez anos em que ocupou a cadeira de primeiro-ministro, vendeu a preços de saldo a agricultura e as pescas, enquanto se eximia de fiscalizar o destino dos dinheiros europeus e ao mesmo tempo que gastava dinheiro em inutilidades como o IP5, para poder inaugurar uma obra que se veio a confirmar incompleta. Mais uma vez, o desenvolvimento do país ficava hipotecado, em nome de pequenos nadas como o da necessidade provinciana de ser visto como o “bom aluno” da Europa, outra maneira de dizer que faríamos tudo o que mandassem franceses e alemães. [Read more…]
A História não permite, obviamente, adivinhar o futuro, mas, à custa de tantas repetições escusadas, já se percebeu que o Homem é um mau aluno da disciplina que Cícero considerou a mestra da vida.
O estudo referido pelo Diário de Notícias deve, portanto, ser lido, no mínimo, como um aviso, como mais um instrumento para compreender os dias em que vivemos. Os mesmos autores do estudo, escreveram acerca dos motins ocorridos este ano em Londres, analisados pela direita com um conveniente simplismo.
Entretanto, todos os dias se confirma que os governantes europeus e mundiais não são mais do que títeres dos muitos interesses privados que mandam na política, tudo assente em máquinas publicitárias poderosíssimas que tentam convencer o povo iliterato de que os direitos dos trabalhadores são privilégios intoleráveis e que foi graças a esses ditos privilégios – e não à corrupção institucional – que há dificuldades financeiras. O sempre disponível e hilariante Ramiro Marques chega, neste texto, a contar – eventualmente mal – uma história de excesso de fotocópias numa escola, deixando escapar a ideia de que foram atitudes destas que levaram o país à bancarrota, esquecendo os gastos que, ao longo de vários anos, os professores têm tido, para que possam exercer a sua actividade.
O entremez em que o PS aceita participar, abstendo-se de votar contra o orçamento, tem em Miguel Relvas um compère à altura, anunciando a possibilidade de, afinal, cortar apenas um dos subsídios dos funcionários públicos. Como é evidente, trata-se da velha estratégia de anunciar o péssimo para que o mau pareça bom. Vindo de quem vem não me espanta e não me espantará que muitos continuem a deixar-se enganar, agradecendo a Passos Coelho o favor de cometer apenas uma inconstitucionalidade em vez de duas.
Já uma vez, a propósito dos professores, escrevi isto, que, com certeza, pode ser aplicado a muitas outras profissões, embora cada um se deva queixar do que conhece, que para falar sobre o que não se sabe já há muita gente entre os jornais e os blogues.
Um ministro é, tal como qualquer funcionário público, um servidor do Estado, mas a verdade é que o primeiro é filho e o segundo não chega a ser sequer enteado. Um professor obrigado a viver, mesmo que temporariamente, longe da sua residência, por razões profissionais, paga do seu bolso tudo, desde a gasolina até ao arrendamento de uma segunda casa. O ministro, que, mesmo não sendo milionário, ganha mais do que um professor, tem direito a um subsídio de 1400 euros, quantia superior ao ordenado de muitos professores e outros funcionários públicos.
É claro que tudo é feito dentro da legalidade, até porque os interessados dominam, também, o poder legislativo. Esta gente tão lesta a esmiuçar a fortuna que recebemos mensalmente é sempre lenta a desfazer-se de privilégios, usando a lei para cometer imoralidades e comer os tolos, ou seja, os cidadãos. É claro que irão dizer que a supressão de subsídios destes não teria efeito prático no combate ao défice, mas eu pensava – vejam lá – que cada tostão conta. Para além disso, há, ainda, outro problema: quantos casos semelhantes, entre ministérios, autarquias e regiões autónomas haverá que não conhecemos?
Não digo como, mas encontrei isto:
O Ministério das Finanças encomendou um estudo que esconde desde Maio porque desfaz a ideia que os funcionários públicos são bem pagos.
O estudo tem a data de Maio de 2006 e foi feito pela Capgemini, uma das cinco maiores empresas mundiais de consultoria, mas como vai contra a ideia dos funcionários públicos serem bem pagos em relação aos que trabalham no privado foi escondido pelo Governo.20 EXEMPLOS DO ESTUDO
– Director-geral: -77%
– Gestor de RH: -8% [Read more…]
É falso, ou se quiserem uma falácia de treta, que os funcionários públicos ganhem mais que quem trabalha no privado, conforme afirmou Passos Coelho, e os neocons por aí repetem, baseando-se num estudo do Banco de Portugal datado de 2001. Para comparar salários temos de comparar habilitações.
A maioria dos trabalhadores do sector privado (72,5%) tinha, em 2005, o ensino básico, e apenas 11% possuíam o ensino superior. Já a maioria dos funcionários da administração pública tinha mais habilitações que escolaridade básica. E 44% concluíram uma formação de nível superior.
Portanto, “apenas pelo facto de a percentagem de trabalhadores com o ensino superior na AP ser muito superior ao privado, concluiu-se que o rendimento da função pública tem de ser 3,5 vezes superior ao do privado. Se utilizarmos o estudo do Banco de Portugal, a percentagem de trabalhadores com o ensino superior deveria ser cinco vezes superior ao privado”, diz Eugénio Rosa. E, acrescenta, “o próprio estudo do Banco de Portugal reconhece que se análise foi (sic) feita por categorias se conclui que se verifica uma penalização salarial dos trabalhadores da administração pública.” DN
E já agora, segundo o mesmo Eugénio Rosa “entre 2000 e 2011, o poder de compra das remunerações dos trabalhadores da Função Pública diminuiu entre -8 (trabalhadores com remunerações até 1500 €) e -15,5% (trabalhadores com remunerações superiores a 1500€), enquanto no sector privado, em idêntico período (2000-2011), o poder de compra das remunerações, de acordo com os dados oficiais, aumentou 8%.”
Seria bem mais honesto explicar porque se virou o saque aos salários em primeiro lugar para os funcionários públicos: “a função pública não é a base eleitoral deste governo“, conforme confessava um governante ao Expresso desta semana…
Deve estar a cair bordoada da grossa sobre os zecos (no acto de retenção do IRS para quem não se recorde designam-se por professores), tendo ontem o Diário de qualquer governo (não foi só o Saramago quando por lá passou, aquilo no DN não é estigma, é mesmo causa, um húmus onde todos os rotativos do poder plantam notícias) proclamado uns fantásticos números de atestados médicos.
Não tendo lido o jornal feito da mal arrancada árvore com que o imprimiram, crime para o qual não pago, nem ouvisto o posterior folhetim televisivo mas apenas a condensada versão online aproveito para recordar que atestado só é válido se confirmando na forma de Centro de Saúde ou Hospital.
Havendo processos de investigação sobre os médicos que atestam teriam de ser aos pares, ao que atestou, e ao que confirmou.
Força. Quando perceberem que essa duplicação idiota de gastos da anterior campanha para a domesticação do funcionário publico não serviu para nada vocês, os que vão comentar já a seguir repetindo que os zecos isto e aquilo, quando lá chegarem, talvez acordem.
Então vossas mercês pagais o atestado do médico via ADSE (não pagam nada, mas pensam que sim) e a confirmação noutro médico e os profes não deixam de estar doentes e as profes ainda por cima emprenham?
F. Câncio fez uma reportagem sobre funcionários públicos. É preciso passar a mãozinha pelo pelinho desses gajos, amansá-los, e a em tempos excelente repórter – agora mais vocacionada para o policiamento profissional – lá foi cumprir o frete governamental.
Curiosa a peneira que apenas procura funcionários de licenciado para cima. Incluindo uma professora, lá tinha de ser, de uma dessas excelentíssimas fábricas de fabricantes de analfabetos diplomados chamadas Escolas Superiores de Educação. Mas não chega, tinha de encontrar um anónimo (com a desculpa de uma lei da rolha que nunca impediu ninguém de enquanto cidadão constitucionalmente se expressar, excepto se tiver vergonha do que diz, ou a cobardia dos que lambem as botas ao chefe que é quem avalia – discriminadamente como mandam as regras do SIADAP):
Há uma contaminação de todo o universo por causa de classes com muita força e visibilidade, como os professores – certas corporações espelham essa imagem genérica do funcionário que recusa a avaliação, que quer regras especiais. Quando entrei, ainda havia o antigo sistema de avaliação e de quotas, o que percebia é que quem trabalhava muito e bem a partir de certa altura desmotivava porque sabia que ao fim do ano ia ter o mesmo.
Porque os professores estão para a FC como Cartago esteve para Catão. Não resistiu. Há traumas que devem ser irrecuperáveis.
Ou quem sabe, numa medida mais temerária, pôr os funcionários públicos a pagar para trabalhar. Há sempre maneira de acalmar os mercados…
A isto, como é óbvio, chama-se proteger o Estado social… (risos)
O líder do PSD, em declarações públicas, defendeu o pagamento do subsídio de férias aos funcionários públicos, em certificados de aforro. A SIC divulgou ontem uma sondagem, com maioria de opiniões desfavoráveis; hoje, as notícias da TVI24, em Economia, voltam à carga, argumentando tratar-se de uma medida recomendada por economistas, idêntica à dos anos 1980 de um governo do bloco central, chefiado por Mário Soares. Nessa altura, não foram apenas os funcionários públicos.
Tudo isto cheira a campanha de preparação da opinião pública para a medida em causa. A intenção é atingir apenas os funcionários públicos, o que, em si mesmo, já é injusto?
Pedro Passos Coelho começa mal. O não pagamento, em dinheiro, do subsídio de férias é penosa prenda, anunciada aos trabalhadores portugueses no 1.º de Maio deste ano. A somar, de resto, ao desancar sobre os desempregados por José Sócrates, na presença avalizadora do líder laranja.
O ideal seria não haver trabalhadores, pensam eles.
Desde os tempos do Estado Novo, que a Função Pública é prejudicada.
Veja-se esta “Licença Anual para Uso de Acendedores e Isqueiro”, que diz:
“Se o deliquente for funcionário do Estado, civil ou militar, ou dos corpos administrativos, a multa será elevada ao dobro e o facto comunicado à entidade que sobre ele tiver competência disciplinar“
Chega de estigmatização! Venham mais greves!
Adenda: nas greves, entre os números dos sindicatos e os do Governo há sempre diferenças abissais. Querem melhor prova de que a matemática é um dos pontos fracos do nosso ensino?
Era um modesto hotel de uma cidade de província. Um desses estabelecimentos semifamiliares, em que o dono parece ter conseguido desenvolver o dom da ubiquidade, não só para controlar os empregados e guardar a sua propriedade, mas também para observar com deleite a nossa cara de susto quando nos surpreendia em cada esquina. Era um […]
OK. Já agora, como é que ficou aquela história do “agora facto é igual a fato (de roupa)”? Alguém sabe? É para um amigo.
É o tema do II Congresso dos Jovens da Família do Coração Imaculado de Maria. Aguardo as conclusões para ficar a saber se sou homem, se sou mulher e se sou de verdade.
Às escondidas. Aguarda-se o anúncio de um feriado nacional dedicado ao terrorismo fascista.
Para ouvir com bolas de naftalina nos ouvidos.
Greve geral nas redacções – página do Sindicato dos Jornalistas.
que pode acompanhar neste link. As primeiras notas, inevitavelmente, dizem respeito ao crescimento da extrema-direita.
Mesmo que não se confirme, o facto de André Ventura apresentar o nome de Miguel Relvas como aliado diz-nos tudo sobre a farsa anti-sistema que o seu partido tenta vender.
de José Pacheco Pereira, regressemos a A São solidária e a função diacrítica de há uns tempos.
Ainda sou do tempo em que o preço do azeite subiu porque mau tempo, más colheitas, imposto é roubo e socialismo. Afinal, era só o mercado a funcionar.
Depois do debate Mariana Mortágua/André Ventura vários comentadores em várias TVs comentaram o dito, atribuindo notas. Sebastião Bugalho, depois de dizer que MM mentiu, diz que ela ganhou o debate. Desde que começou a escrever no Expresso, Sebastião Bugalho marcelizou-se.
Vivi tempo suficiente para ouvir o Ventura dizer que a IL é o partido dos grandes grupos económicos – o que também não é mentira – quando é financiado pelos Champalimaud e pelos Mello.
Depois de o PSD ter anunciado que Luís Montenegro não irá comparecer nos debates frente a PCP e Livre, surge a notícia de que o Sporting CP, SL Benfica e o FC Porto não irão comparecer nos jogos frente a Casa Pia, Rio Ave e Portimonense.
Todos lemos e ouvimos. Todos? A excepção é um canal de televisão cujo estatuto editorial pode ser lido aqui.
A Coreia do Norte tão longe e aqui tão perto…….
Ah! A culpa é da CS de Lisboa! Sim, porque nós somos dragões!
Hoje, isto. Há uns tempos, foi aquilo. E ninguém se queixa. É porque gostam.
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