André Ventura recebe os amigos de Putin

Em menos de 24 horas, André Ventura recebeu o emissário de Orbán, principal aliado europeu de Putin e força de bloqueio de sanções da UE ao Kremlin, e questionou os aliados de PCP, BE e PS, com Moscovo nas entrelinhas e acusações de hipocrisia. [Read more…]

Lista dos 14 oligarcas “misteriosamente” desaparecidos

Enforcamento, ataque cardíaco e quedas de muitos andares ou lanços de escadas, eis como se “suicidam” os oligarcas na Rússia contemporânea. Em princípio foram gajos da CIA. No Kremlin são todos bons rapazes. Goodfellas.

Adesão à UE: a mentira que estamos a vender à Ucrânia

Andamos a vender uma mentira aos ucranianos. A mentira de um sonho europeu que está a anos, décadas de distância, isto se algum dia a Ucrânia reunir as condições necessárias para conseguir a adesão. A menos que a União decida ignorar as regras, o que não é bem o seu estilo. Isto se não considerarmos os resgates da economia italiana, que não se chamam bem resgates. Resgates é para PIGS como Portugal ou Grécia. Para cães grandes do G8 usa-se um eufemismo qualquer que agora não me ocorre.

O processo de adesão, que é longo, tem várias etapas e exige uma série de garantias, não será acelerado, por dramática que seja a situação na Ucrânia. Não será nem pode ser. Porque é contrário às regras europeias, porque abre um precedente perigoso e porque a Ucrânia não está perto de cumprir os necessários requisitos. E ao contrário daquilo que alguns defendem, creio que não teria qualquer impacto prático na invasão em curso. Quanto muito aumentaria a probabilidade de alargar as fronteiras da invasão e transformá-la numa guerra a sério. E aí é que iríamos ver o que é inflação.

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Papa Francisco, agente do Kremlin

A direita não morre de amores por Francisco. Alguma odeia-o abertamente. E só não odeia mais, e mais vocalmente, porque a máscara cristã pode cair, o que é sempre chato.

As declarações feitas pelo papa ao Corriere della Sierra, sobre a invasão russa da Ucrânia, têm tudo para o transformar num perigoso neofascista a soldo de Putin, ou num comunista, que, segundo o Ministério da Verdade, é uma e a mesma coisa.

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Viktor Orbán, o Salazar de leste a precisar de cair da cadeira

Retirado do About Hungary, um site de propaganda do regime, onde o culto da personalidade de Orbán ultrapassa todos os limites do lambe-cuzismo, o ministro dos Negócios Estrangeiros, Péter Szijjártó:

At the same time, he continued, the security of Hungary and the Hungarian people is more important to us than anything else. “This is not our war, so we want to stay out of it and we will stay out of it” he wrote, adding that the government is not willing to risk the peace and security of the Hungarian people, “so we will not deliver weapons and we will not vote for energy sanctions” Minister Szijjártó said that on all these issues, the Hungarian people on Sunday expressed a clear opinion and made a clear decision.

No fundo estamos perante uma espécie de salazarismo igualmente servil, que ao invés de se dizer do lado dos Aliados enquanto colabora com os opressores do Eixo, se diz do lado das democracias liberais, apesar de não passar de um emissário de Putin no seio da UE e da NATO. Espero que, tal como Salazar, tenha em breve a oportunidade de declarar luto nacional pela morte de Putin. Podendo também cair de uma cadeira, não se perde nada.

PSD, PS e CDS na rota da espionagem russa

Depois do escândalo em Setúbal, que ocupou o espaço mediático e os feeds das redes sociais durante todo o dia de ontem, pouco se falou sobre as exactas mesmas suspeitas em torno das autarquias de Albufeira, Aveiro e Gondomar. O facto de serem governadas por PSD, PSD/CDS e PS, respectivamente, não terá sido motivo de interesse, como se verificou no caso de Setúbal. E isto diz-nos muito sobre a agenda que norteia este debate, que parece ter mais a ver com a necessidade de manter o cerco ao PCP do que com o apuramento daquilo que realmente se passou ou com o perigo que tal representa para os refugiados ucranianos. Business as usual.

A escolha fácil entre Macron e Marine Le Putin

A vitória de Macron era expectável, mas não estávamos livres de uma desagradável surpresa. Felizmente, a extrema-direita fez aquilo que sabe fazer melhor: não passar. E não passou.

Se Macron seria o meu candidato, fosse eu francês? Seguramente que não.
Se eu votaria nele na segunda volta?
Sem pestanejar.
Quando as escolhas são todas más, opta-se sempre pelo mal menor. E Macron, na pior das hipóteses, era o mal menor. Infinitamente menor que a emissária de Putin no centro da Europa.

No Kremlin, as garrafas de champanhe voltaram para o frigorífico. Havia esperança, proporcional ao medo do lado de cá, mas Putin acabou por ser o grande derrotado da noite. Putin, Salvini, Orbán, Farage, Gauland, Wilders, Abascal, o coiso e todos os novos fascistas que sonham com uma Europa dividida, à mercê do Kremlin. Como diria o grande Diego Armando Maradona, “que la chupen y sigan chupando”.

P.S: Para aqueles que continuam a normalizar o CH, a começar pelo PSD de Rui Rio, notem que Ventura e Putin estiveram no mesmo coro de apoio a Le Pen. Porque, no fundo, jogam todos na mesma equipa, diga o CH o que disser no Parlamento. Querem sentir o pulso à extrema-direita portuguesa? Ide ler a carta de amor de Maria Vieira ao regime russo.

Guerra na Ucrânia, a sopa

Eu sei que anda tudo doido. Alguns acham que é o efeito das vacinas, dos tais chips do Bill. E de terem descoberto que a terra é plana. Até hoje. O dia em que o Kremlin conseguiu ultrapassar todos estes doidos de uma só vez:

https://observador.pt/2022/04/08/kremlin-acusa-ucrania-de-esconder-receita-de-sopa-de-beterraba-xenofobia-nazismo-e-extremismo/

Como chegamos até aqui

A Abecásia e a Ossétia do Sul foram ocupadas pela Federação Russa em 2008. A península da Crimeia em 2014. Desde então, nunca foi segredo para ninguém que os separatistas do Donbass eram apoiados financeira e militarmente pelo Kremlin, que garantiu a subsistência dessa agressão à soberania ucraniana, no plano militar e financeiro, ao longo de oito anos.

Paralelamente, a oligarquia russa continuava a expansão dos tentáculos de Moscovo pelo continente europeu, de Bruxelas às sedes das principais organizações internacionais, sob tutela directa de Vladimir Putin, movimentando milhões de rublos e negociando diariamente nas principais praças financeiras do Ocidente, de Frankfurt a Wall Street, com escala em Amsterdão, Zurique e na City de Londres, ou Londongrado, alcunha que nos diz tudo o que precisamos de saber sobre a colonização levada a cabo pelo Kremlin.

Quando não estavam a transformar o produto do saque ao povo russo em dividendos e propriedades de impensável luxo, a corte de oligarcas russos ocupava os tempos livres em actividades como a compra e gestão de alguns dos principais clubes de futebol da Europa, fazia férias em Puerto Banús, no Mónaco e na Costa Esmeralda, licitava obras de arte na Christie’s, comprava diamantes em Antuérpia e fazia shopping em Paris e Milão, o que ajuda a explicar o lobby que grandes estadistas como Mario Draghi tentaram inicialmente fazer, para que as insígnias italianas e francesas de luxo, bem como a indústria belga de pedras preciosas, fossem poupadas à lista de sanções. Acabar com a guerra sim senhor, mas deixem o lifestyle dos senhores oligarcas em paz.

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Eduard Khil, o cantor soviético do YouTube


É o novo êxito do YouTube: um vídeo musical de 1976, no qual o cantor romântico soviético Eduard Khil trauteia a melodia de uma canção à qual os censores do Kremlin não deixaram passar a letra por falar de um cowboy cuja namorada ficava em casa a tricotar meias.
Realmente, depois de ouvir a letra com atenção, não se percebe quais os motivos que levaram à censura. Quanto a Eduard Khil, parece que não sabe muito bem o que é a internet.