Carta da Associação Ateísta Portuguesa

Exmo. Senhor

D. Jorge Ortiga

Presidente da Conferência Episcopal Portuguesa (CEP)

cep.sgeral@ecclesia.pt

Quinta do Cabeço, Porta D
1885-076 MOSCAVIDE

Excelência:

A Associação Ateísta Portuguesa (AAP) assiste na comunicação social à pressão que os bispos portugueses exercem sobre o Governo para que seja concedida tolerância de ponto nos dias previstos da visita de Bento XVI a Portugal, no próximo mês de Maio. [Read more…]

Passos Coelho na SIC – Tributo Social

Uma ideia muito interessante esta que foi apresentada por Passos Coelho na primeira entrevista televisa depois de eleito. Basicamente, quem recebe apoios sociais deve ter alguma forma para recompensar a sociedade que os apoia . Há imensos trabalhos que podem ser feitos e necessitam de ser feitos, por exemplo, ao nível da concelhia ou da Junta de freguesia.

Para além do trabalho efectuado, tira as pessoas dos bancos dos jardins e dos cafés, mantem a auto-estima, dá uma noção de utilidade que é muito importante para o bem estar psicológico  das pessoas.

As boas ideias são quase sempre simples, é preciso é não as matar no ovo!

22h59

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A decisão estava tomada. Iria aceitar o convite do Ricardo para colaborar no Aventar.

Novo nestas andanças da blogosfera, com uma vontade imensa de escrever e de mostrar que até o fazia razoavelmente, abracei o projecto. Iria escrever sobre a actualidade, iria escrever alguns contos, e colocar algumas das minhas fotografias.

O meu primeiro artigo apareceu neste dia, 12 de Abril, a esta mesma hora, 22h59, um ano atrás. Foi o princípio de uma nova vida.

Em pouco tempo, verifiquei que o grupo que se estava a formar, se bem que composto por pessoas oriundas dos mais diferentes quadrantes, se mostrava coeso e amigo.

Os leitores do Aventar iam aumentando gradualmente, e o blogue começava a ser um fenómeno a nível nacional.

Dezembro foi, para mim, o expoente máximo deste trajecto, ao fazermos um almoço do grupo, onde realmente se verificou que para além de tudo éramos um grupo de amigos, que antes de o serem já o eram.

Ainda estamos a crescer, e as dificuldades do crescimento vão-se manifestando, ora com «crashs» súbitos e públicos, ora com outros «crashs». Mas, as dificuldades podem ser o incentivo para sermos cada vez melhores e mais exigentes. Há que melhorar o que já é bom. Há que retirar os escolhos do caminho que se quer plano e suave. Há que melhorar a qualidade. Há, por fim, que mostrar continuadamente, o grupo coeso e amigo que queremos continuar a ser.

Mais uma vez, obrigado Ricardo, pela prenda que me deste ao convidar-me para fazer parte do Aventar.

Congresso da FENPROF: unidade e unicidade

Nos últimos dias a tradicional romaria da comunicação social em torno do Congresso do PSD levou-os a procurar um caso: há muitas listas e isso é a prova de que não há unidade em torno do líder.
Parece-me um absurdo que se fale no assunto, como se fosse negativo haver um grupo de pessoas (creio que 25) que se decidem juntar para concorrer a algo. Então isso não é Democracia? Parece-me que sim.


Pois bem, nos dias 23 e 24 de Abril a FENPROF vai realizar mais um Congresso, desta vez o décimo.
E, se todos se recordam, há 3 anos houve duas listas.
Agora, ao que sei, há uma!
Eu, que nunca fui muito fã das unidades faz de conta, deixo apenas a minha tristeza pelo processo.
Voltarei!

Imagens de Abril: Revolução Portuguesa

A extrema-direita é muito gay

A acusação de que Eugène Terre’Blanche, o líder da extrema-direita sul-africana, terá sido assassinado por ter tentado violar dois jovens trabalhadores negros não espanta muito. Lembremo-nos do que há pouco tempo se revelou na Aústria, e vai-se constatando que os piores homófobos são por regra homossexuais pouco assumidos.

Mais difícil será acreditar que um racista branco queria manter relações sexuais com dois negros, mesmo dando um desconto a que estaria a tentar sodomizar uma raça para ele inferior. Mas das públicas virtudes fartos estamos de conhecer os vícios privados. E Eugène foi encontrado com as calças arreadas. Pelos vistos não estava a fazer xixi.

Médicos querem salários por objectivos

Há um grupo de médicos do SNS que está a preparar um documento para propor à Ministra da Saúde, serem pagos segundo os objectivos acordados com o ministério. Face à hemorragia de médicos do SNS para os privados, só há uma maneira de segurar os técnicos mais competentes. Pagar-lhes segundo o mérito e a produtividade!

São os próprios médicos que se sentem incomodados com o facto de toda a gente ser paga segundo a antiguidade, como se todos fossem iguais, quando todos reconhecem que não são. Os mais impacientes já sairam para os privados, mas quem gosta do SNS considera que há lugar ao mérito e à produtividade. É a única forma de manter o SNS.

Objectivos que levem em conta a quantidade mas também a qualidade e as exigências técnicas requeridas! A não ser assim, a privada vai ganhar terreno, vai ser mais competitiva, vai ter os melhores, ter melhores resultados, crescer…

Eu sou pelo Serviço Nacional de Saúde, saúdo com alegria esta iniciativa!

"Los papas e el sexo"

“Los Papas e el sexo”

Eric Fratini, nascido no Peru em 1963, é um dos maiores investigadores e conhecedores dos meandros da Igreja Católica. Escreveu cerca de vinte livros, publicados em quinze países, uma boa parte deles à volta do Vaticano e da Igreja. Professor universitário, professor em academias policiais, conferencista, escritor, ensaísta, novelista, analista político, guionista de televisão para as principais cadeias de televisão, correspondente no Médio Oriente.

Estou a ler o seu penúltimo livro “O Labirinto de Água”, que trata da descoberta do Evangelho de Judas Escariote, e de todos os crimes que a Igreja Católica fez por intermédio do cardeal Lienart, Secretário de Estado do Vaticano, e do seu grupo secreto “Octogunus”, constituído por oito padres espiões e assassinos, para impedir que a verdade que se esconde nesse pergaminho conheça a luz do dia. Este livro foi best seller em Espanha no ano passado e foi editado agora em Portugal. [Read more…]

Mundial de Futebol – Invictus ?

Invictus, o filme que há bem pouco tempo pudemos ver , está a ser ultrapassado pela realidade. Muda do râguebi para o futebol, dos “springbocks” para os “bafana-bafana” mas o essencial está lá inteirinho! A reconciliação de todo um país !

O Presidente Zuma, ao contrário de Mandela , não vai conseguir ganhar e levantar a Taça do Mundial, mas vai ter que mostrar ao mundo que o país “arco íris” não é racista, não é violento. Em jogo está o efeito devastador que um conflito de natureza racial pode ter num país caracterizado por enormes desigualdades sociais, uma taxa de desemprego de 24% e onde se regista uma média de 50 homicídios por dia!

Com o assassínio recente do líder da estrema direita  Terre Blanche, velhos ódios renascem e com o aproximar do Mundial de Futebol o medo pode afastar milhares de visitantes e pôr em causa o próprio campeonato. Políticos de todos os quadrantes tentam dar uma imagem de serenidade e de paz, mas o barril de pólvora pode rebentar de um momento para o outro.

Invictus ? Mandela ? Os milagres não se repetem!

Pedido de desculpas ao Montepio Geral

A propósito do meu texto ‘Assaltantes a Bancos – Prefere internos ou externos?’ de 6 de Abril, recebi um e-mail do Montepio Geral / Carlos Ribeiro. Refere que cometi um grave erro, porque ‘a Associação Mutualista do Montepio Comercial e Industrial nada tem a haver com o Montepio Geral, porque este, há anos, comprou apenas àquela associação a componente bancária e não a mutualista’.

Do erro, que de resto também foi induzido pelo que li na imprensa, peço públicas desculpas ao Montepio Geral, a todos os seus órgãos dirigentes e trabalhadores.

Acrescento, todavia, que a substância do texto permanece válida, uma vez que as fraudes internas são muito mais pesadas para as instituições financeiras e erário público do que os assaltos a balcões. Felizmente o Montepio Geral, o meu Banco, não está incluído nisto.

querido filho

mãe que pensa sobre a vida do filho

Para a minha filha Camila, uma fantasia escrita em tempos de crescimento escrita em inversão de género….

1. Gostei de ler a tua carta. Nem sempre me falas dessa maneira e achei-a pessoal e muito próxima de mim. Como quando eras bebé. Só que agora falas. Pensas e fazes. Falas. Com os teus gestos, os teus afazeres, a tua distância de mim. É aí onde leio o que desejas da vida. É tanto o que procuras, que até desejava dizer: pára! Deixa alguns dias para ti! Adivinho, no entanto, que estes são os teus dias, quando andas a correr de tarefa em tarefa, de trabalho em trabalho. Raramente vejo a tua querida pessoa. Raramente queres dar um beijo na minha cara já adulta. Raramente brincas comigo. Mas, às tantas, até te sentas no meu colo, como um pequeno que lhe tenham roubado o seu brinquedo. Adivinho. Adivinho e não pergunto. Passo a minha mão pelo teu cabelo, e dou doces beijinhos na tua fronte. Às vezes até pareces um pequeno abandonado. Parece-me ser real esse sentimento de te sentires abandonado. Porém, os beijos, a comida especial que mando preparar para ti, a palmadinha na mão quando me abraças forte. És um garanhão em pequeno, à procura da carícia da mulher. Eis que adivinho, quando estás sem ela, por me procurares a mim.

Eu fico feliz pelo teu carinho. Nem sempre, no entanto, porque às vezes, foges. Foges, como quando tinhas doze, treze anos. Numa idade que nem para mim olhavas. Eu sabia que amavas a tua mãe. Com esse respeito silencioso que eu via no teu olhar. Eu sabia, falavas aos teus amigos. Nem sempre bem de mim: uma mãe autoritária, que gostava de definir o que tu devias fazer. Mas, tinha que fazê-lo. Nem sempre andavas em lugares santos. Nunca te disse, mas eu sabia. Pedia ao meu Deus por ti. Porque esse ser tão doce e crescido, tinha que andar em boas mãos. Às vezes eram boas, outras vezes tive que afastar-te de muitas pessoas que andavam perto de ti. Que convidavas. Que invadias. Que festejavas. Aí ficava, às vezes, a ouvir por onde é que virias, pela porta ou pela janela, cedo ou tarde, só ou com mais alguém. Às vezes, tive que ser dura com pessoas que invadiam a tua intimidade. Não dizias. Não contavas. Mas, eu sabia. Tu, disfarçavas. Se soubesses! Até chorava. Especialmente quando desaparecias. Mas, orgulhosa, orgulhosa estava, pelo filho que tinha.

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Sons de Abril: Grupo Outubro – A luta vai ser dura companheiro


Diz a história que o «Grupo Outubro» foi um dos melhores grupos de música de intervenção no período que se seguiu ao 25 de Abril. Era formado por Carlos Alberto Moniz e a sua mulher, Maria do Amparo (na foto do filme com Lúcia Moniz ao colo), por Pedro Osório, Madalena Leal e Alfredo Vieira de Sousa. Lançaram dois discos, «A Cantar também a gente se entende» (1976) e «Cantigas de ao pé da porta» (1977).
É do primeiro álbum a canção que hoje vos trazemos, «A luta vai ser dura companheiro». No blogue «Cantigueiro», de Samuel, um comentador anónimo descreve assim o momento em que esta música foi cantada em 1976: «Então, aqui vai uma opinião insuspeita: o Grupo “Outubro” protagonizou o que de melhor se fez na música de intervenção em Portugal.
Só um Grande grupo conseguia (eu estava lá, eu vivi-o), pouco tempo depois do 25 de Novembro, levar um Pavilhão dos Desportos (hoje Pavilhão Carlos Lopes) apinhado de gente, às lágrimas, com uma canção cujo título não recordo (seria a luta vai ser dura companheiro?), mas que no refrão dizia “por cada voz calada, mil vozes vão romper, gritando a força deste povo, que não se vai render”.
E de repente, um pavilhão inteiro, de lágrima ao canto do olho, soltou-se num grito de determinação e força, tão longo e tão intenso que, 35 anos depois, ainda o consigo descrever ao pormenor.
Um abraço ao Samuel e à Maria do Amparo, porque a história, também é isto.»

Letra completa: [Read more…]

Privatizar, a arma financeira e política

Privatizar a eito é a palavra de ordem do momento, no PSD e no PS. Os socialistas invocam o objectivo do PEC de limitar o deficit em 3% do PIB em 2013. Os social-democratas, sob a capa liberal, propõem-se arrasar inteiramente o papel do Estado na economia – mesmo na economia de bens e serviços sociais básicos, como água, correios, saúde e ensino.

Ao contrário da propaganda em voga, a intervenção do Estado na economia nem sempre é maldição diabólica. O artigo de opinião O porquê das Privatizações ? , de Duarte Nuno Clímaco no DN é elucidativo. Eu, por outro lado, lembro as acções iniciadas por Bush e continuadas por Obama de investimento de avultadas somas de dinheiros públicos para salvar um sistema financeiro e parte do sistema económico (indústria automóvel) detido em exclusivo pelo sector privado. Onde andava a excelência absoluta do privado?

Do PS ao PSD, ou se quisermos de todo o ‘centrão’, não existe uma clara definição de estratégia para o País. Na ignorância, nada melhor que usar estafadas receitas. Pergunto: há quantos anos se vêm fazendo privatizações em Portugal e onde se aplicaram os vultuosos fundos que o Estado encaixou? Que desenvolvimento foi conseguido? Querem ao menos avaliar o que se está a passar com a evolução económica de países com forte intervenção estatal, como o Brasil, Rússia, Índia e Rússia? Não, não lhes interessa. [Read more…]

Transparência e acesso à informação como suporte à inovação

O facto de vivermos cada vez mais num mundo “always on” e “always connected”, em que a possibilidade de gerar e aceder a grandes volumes de dados está cada vez mais facilitada, tem criado as condições propícias para o aparecimento de soluções inovadoras no campo da visualização de dados como se pode ver nos projectos da Stamen Design ou no catálogo que tem sido desenvolvido por Manuel Lima no site VisualComplexity.

Para além da tecnologia, também o esforço de divulgação e discussão de ideias que movimentos ligados ao “Open Access” e “Open Data” têm feito e que destacam a importância da mudança de paradigmas de divulgação de informação tendencialmente fechados, incompativeis e não automatizáveis têm sido importantes para demonstrar que este é um caminho possível mesmo considerando as sempre necessárias questões de privacidade.

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O PSD libertou o Miguel Frasquilho que havia em si

O novo PSD libertou o velho Miguel Frasquilho que tinha em si. O homem quer reduzir as despesas do estado. Todos queremos. Acabar com as consultadorias que alimentam os grandes escritórios de advogados, por exemplo,  e a contratualização externa que virou rotina onde bem podia contar com os  seus recursos. Terminar com os ajustes directos que aumentam custos e viciam o mercado. Rever a contratualização de escolas privadas para fazerem mais caro o que deveria fazer uma pública. Por aí fora.

Mas com o seu irrepreensível sotaque irlandês Miguel Frasquilho quer baixar é nos salários, começando a função pública por dar o exemplo. O facto de os salários médios (para não falar dos mínimos) serem dos mais baixos da Europa não interessa para nada. Depois do sonho irlandês, o exemplo da China ilumina esta mente generosa, disposta a prescindir de 3 e tal por cento do que vence como deputado mas que nada disse sobre as reformas antecipadas dos detentores de  cargos públicos. Ganhamos muito, proclama. Em relação a quem? Aos trabalhadores chineses, só pode. A seguir vai propor sindicatos únicos e controlados pelo estado, vale uma aposta?

Porque as promessas são para cumprir

Porque prometi à Mónica Andrezo Pinheiro – que não tenho qualquer dúvida que é “worldwide famous”, eu é que sou eminentemente paroquial – e porque segundo os novos ventos laranjas as promessas são para cumprir, aqui vai:

PSD @2010 Congresso # Final!

O discurso de encerramento do último congresso do PSD ficará, não tenho dúvidas, para a história do partido como o primeiro grande passo a caminho da mudança.

Para aqueles que se situam mais à esquerda foi um discurso fascista. Já a esquerda moderada considera-o muito liberal. O meu amigo Paulo não me telefonou. Sendo ele um homem da direita pura e dura tal silêncio significa que achou a coisa um pouco esquerdalha. Já alguns amigos do CDS mandaram umas mensagens cujo teor interpreto fruto da enorme nervoseira que se instalou no Caldas.

A verdade é uma: Pedro Passos Coelho fez o seu melhor discurso do último ano e fê-lo de uma forma tão natural e brilhante que poucas dúvidas restam: Portugal caminha para a mudança.

Congresso do PSD: o que fica?

Um discurso de encerramento quase arrebatador.

A tangibilidade de novos desígnios.

A novidade de um líder que é líder.

Continuo a pensar que vai valer a pena e que é desta.

Apontamentos do Douro (2)

(Margem direito do Douro, Régua)

PSD @2010 Congresso #23:

Agradecimentos:

Ao Ricardo Saraiva, ao Rodrigo Moita de Deus, ao João Vilalobos, ao FF, ao CAA, ao CSCarneiro, ao Carlos Osório, ao Ricardo Almeida, ao jornal 33 e à Marta que me fez uma promessa muito séria:

No próximo congresso do PS prometo um espaço Lounge para os bloggers, serviço de caipirinhas, doce húngaro do verdadeiro e demais bolinhos e salgados.

Já esfrego as mãos de contento e preparo a caneta para preencher a ficha.