País do Futebol

A Cidade do Futebol já não me surpreende.

Futebol e Austeridade

“Vários clubes aumentaram os gastos no mercado de transferências.

Em tempo de crise, o futebol continua sem apertar o cinto.”

Que comentários há a fazer?

Anda o ZÉ-Povinho a apertar o cinto e a lutar pela sobrevivência… Podemos engolir isto facilmente?

E não se faz nada…

Isto agora é que vai ser uma tourada

Um dos meus amigos no tempo de liceu era toureiro amador. Ensinou-me a gostar dos toiros. Curiosamente, quando comecei a namorar com a minha mulher, influenciado pela família, aprendi a gostar do toureio a cavalo. Sempre que posso vou ver uma tourada. Por conveniência vou ao Campo Pequeno [Lisboa]. Não tanto quanto desejaria. (…)

Foi militante da JSD e continua ligado aos ideais do partido tal como foi concebido por Francisco Sá Carneiro. (…)

A crise está a afectar uma pequena parte da população portuguesa muito rica que investiu mal e que agora está a sofrer pesadas menos valias. É consequência de ser empresário. E está a afectar também uma parte significativa da população que está a cair no desemprego. Esses sofrem mais. Quem tem a sorte de manter o emprego tem já a gasolina mais barata e a possibilidade de se ver reduzida a mensalidade do empréstimo à habitação.

Alberto da Ponte, novo homem forte da RTP, em entrevista a O Mirante

Maravilha!

É fabuloso ver os jovens a expressarem-se desta forma, simplesmente lindo, reparem no respeito pelo outro. Não imagino quantos génios sairão desta escola tão fabulosa. Temos de proteger e estimular estes jovens. </sarcasmo>

Em Portugal os políticos não são corruptos

nem a Cândida Almeida incompetente. É tudo debaixo de água.

Olha quem fala

Feliz lembradura do Luís Branco no facebook.

Alberto da Ponte vai presidir à administração da RTP

Este país é um colosso,

está tudo grosso, está tudo grosso.

Fazes falta, Ivone Silva.

uma patinha aqui, uma patinha ali…

Vou emigrar :(

Chorei. Tenho chorado muito.

A situação de desemprego é a mais delicada em termos pessoais, porque é uma espécie de buraco negro da esperança que transporta para o campo da impotência a mais fortes das personalidades.

Se há quem pense que escrevo muito, sou ainda pior a botar faladura.

Quase nunca sinto a ausência de palavras, mas a presença junto da fila do Centro de Emprego de Gaia tirou-me algo que tinha como certo – é mesmo possível ficar sem palavras.

O que se diz quando alguém te diz que vai emigrar porque não aguenta mais isto?

Apetece-me GRITAR a todos os desempregados, estou aqui, quero ajudar, digam-me como!

Sigo para a Escola, olha à minha volta e vejo menos gente. Vejo os amigos de sempre, mas falta aquela gente nova, que trazia os corpos de verão, os sorrisos mais felizes do mundo, aqueles que transportavam a alegria de ter TRABALHO. Era só isso: tinham trabalho! A sua dignidade existia porque teriam dinheiro para dar de comer aos filhos.

Sento-me para a reunião. Temos mais 51 alunos na escola!

Temos menos 31 professores!

Ora nem mais! É o milagre da multiplicação dos pães: temos mais alunos e menos professores!

Para si, caro leitor, é mesmo assim: na minha escola há menos professores para mais alunos, isto é, e trocando por miúdos, há menos professores para os seus filhos: o seu filho, este ano, vai ter menos apoio na escola.

Vamos ter uma PIOR escola pública!

Cartilha “normalizada” do Estado Novo?

O texto do historiador Fernando Rosas, hoje no Público.

Não era minha intenção intervir na polémica que neste jornal tem oposto os historiadores Rui Ramos (RR) e Manuel Loff (ML), a propósito dos conteúdos sobre a História do século XX da de que o primeiro é, respectivamente, autor e co-autor. E não o faria, se o inacreditável artigo de Filomena Mónica (FM) publicado nestas colunas (1/8) a tal me não tivesse obrigado.

Permitam-me que comece por situar a questão, tal como a vejo: é ou não científica e civicamente relevante discutir criticamente os pontos de vista que enformam a versão da História política do século XX subscrita por RR? Eu acho que sim. Porque é um texto bem escrito, porque teve ampla divulgação e, sobretudo, porque é matéria que se prende umbilicalmente com a forma como pretendemos legitimar o presente e fazer o futuro. No meu entender, foi precisamente isso que, à sua maneira e no seu estilo assertivo, mas onde não vislumbro nada de insultuoso ou pessoalmente difamatório para o criticado, julgo que Manuel Loff pretendeu fazer. [Read more…]

A 25ª Hora

THE 25TH HOUR DVD ANTHONY QUINN VIRNA LISI MICHAEL REDGRAVE HENRI VERNEUIL R2 25Vinte anos depois da sua morte, reencontro A 25ª Hora (1949), a mais conhecida obra de C. Virgil Gheorghiu (1916-1992) e provavelmente indisponível nas livrarias…

O jornal The New York Times escreveu:  “who denounced Nazism and Communism in a best-selling novel, “The 25th Hour”.

Transcrevo algumas frases da edição que tenho da Difel, traduzida por Vitorino Nemésio e cujo prefácio é dedicado a Aldous Huxley!:

– Não haverá homem livre à superfície do Globo – disse Traian.

– Definharemos então, sem culpa, nas prisões? -perguntou o delegado.

(…)

Mas não aceito que outros, a não ser eu, me indiquem a maneira como devo viver – e que julgam melhor – e me obriguem a conformar-me com ela. A minha vida é minha. A minha vida não pertence nem ao kolkhose, nem à comunidade, nem ao comissário político. Portanto, tenho o direito de a viver do modo que eu próprio houver escolhido. (…) E recuso-me a viver esta vida à moda soviética. Aqui está porque me mato.

Nora pôs-se a chorar. Traian continuava a atar a corda. Nora segurava com firmeza a outra ponta. (…) A melhor ocasião para nos evadirmos há-se ser quando as sentinelas russas renderem as americanas. (…)

Às seis horas da tarde mandaram sair Traian e Nora da sua cela e meteram-nos num camião americano com outros detidos.

(…)

Em 1967 foi adaptado ao cinema por Carlo Ponti  e com a participação de Anthony Quinn e Serge Reggiani (no papel de Traian).

O cardeal que discutia com Deus

Morreu, no passado dia 31, o cardeal Carlo Maria Martini (1927-2012), arcebispo de Milão.Transcrevo um excerto do texto de António Marujo, publicado hoje no Pùblico:

Depois de discutir muitas coisas com Deus e com a própria Igreja, onde chegou a cardeal. Por exemplo, sobre alguns impasses do catolicismo: “Como bispo, perguntei frequentemente a Deus: porque não nos dás ideias melhores, porque não nos fazes mais fortes no amor, mais corajosos ao lidar com as questões actuais?” Que questões são essas? Problemas de ética e moral (divorciados, homossexualidade, preservativo e contracepção) ou de disciplina eclesiástica (ordenação de homens casados,celibato, ordenação de mulheres) mereciam do cardeal observações divergentes da doutrina — ou do tom — oficial da Igreja. Na última entrevista concedida por Martini (…) o cardeal dizia: “A Igreja está cansada. A nossa cultura envelheceu, as nossas igrejas são grandes e estão vazias e o aparelho burocrático alarga-se. Os nossos ritos religiosos e as vestes que usamos são pomposos.” Mais à frente, concretizava: “A Igreja deve admitir os seus erros e encetar uma reforma radical, começando pelo Papa e pelos bispos“. (…)

Dizia ainda que “A Igreja está atrasada 200 anos. Teremos nós medo? Medo em vez de coragem? A fé, a confiança, a coragem são os fundamentos da Igreja.” (…)  “Só o amor pode vencer a fadiga. (…) Na Igreja de hoje, vejo tantas cinzas que escondem as brasas que me sinto muitas vezes preso de um sentimento de impotência.

(…) a sua voz era respeitadíssima.

(…) Entre as dezenas de livros que publicou (…) destaca-se Em que Crê Quem Não Crê, um debate com o escritor e filósofo Umberto Eco.

Sobre a morte: “Talvez ao morrer alguém segure a minha mão. Desejo nesse momento poder rezar. Durante toda uma vida reflecti sobre Deus e sobre o além; neste momento não sei nada; a não ser que eu próprio na morte também me sinto acolhido. Isto é também a minha esperança.”

Hitler não vai à Festa do Avante

weblog.com.pt, enterramento e ressurreição em forma de arquivo

Cópia dos blogs weblog.com.pt em
http://weblog.aventar.eu/

O serviço weblog.com.pt fechou no passado dia 22 de Junho de 2012. O aviso aos donos dos blogs alojados nesta plataforma foi feito via mail com poucos dias de antecedência. Esta acção teve várias consequências que não tardaram a fazer-se sentir:

Muitas pessoas, quer por não terem actualizado os seus endereços electrónicos nas respectivas contas, quer por não terem tido tempo suficiente para resgatar os seus conteúdos, viram-se privadas dos seus próprios blogs. Além disto, os arquivos, que em alguns casos remontam a 2001, ficaram inacessíveis. Um dos predicados da própria Web foi posto em causa, perderam-se as ligações, perdeu-se o conhecimento acumulado, em incontáveis horas de trabalho de muitos bloguers dedicados.

Quando soubemos que ia acontecer, tentámos fazer uma cópia dos blogs alojados na plataforma. Recorremos às listas disponíveis na própria weblog.com.pt e tentámos fazer cópias integrais dos blogs alojados. Este trabalho foi iniciado dois dias antes da plataforma cessar o seu serviço, sem grande esperança, sequer, de conseguirmos obter todos os blogs das listas.

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Primeiro roubam…

Governo de Atenas sob pressão para introduzir a semana de seis dias (em inglês). – Sem dúvida o nosso governo seguirá as passadas da Grécia, que tem tido tanto sucesso.

Recordando…

Em Abril de 2011, na campanha eleitoral:

enxamear a administração pública

“Não vamos para o Governo para enxamear a Administração Pública de quadros do PSD e não vamos meter nos gabinetes dos ministros e dos secretários de Estado um exército de gente que constitua administração paralela àquela que já existe no Estado”, Passos Coelho, citado pelo jornal i

Agora:

O fabuloso destino dos jovens assessores do Governo Passos

Era uma vez… o Homem – O Renascimento Italiano

A famosa série «Era uma vez… o Homem» aqui está, com um episódio que poderá servir de introdução a um novo tema, o Renascimento.

Da série Filmes para o 8.º ano de História
Tema 5 – Expansão e Mudança nos secs. XV a XVI.
Unidade 5.2. – Os novos valores europeus

A bicicleta como substituta do passe escolar e da Educação Física

Beatriz Pereira é professora na Universidade do Minho (podem ler um resumo do seu curriculum) e propõe que os municípios dêem uma bicicleta a cada estudante, em substituição do financiamento do passe escolar. Para além de defender que essa medida pouparia dinheiro às autarquias, acrescenta que serviria para levar as pessoas a fazerem mais exercício físico. [Read more…]

Finalmente, a questão do vinho do Porto

Já era tempo. Ver também este post.

Um grande texto do grande escritor Mário de Carvalho

Mário de Carvalho, o escritor português vivo que mais habita as minhas estantes, publicou no Facebook um texto sobre a memória e sua ausência. Ali mesmo alguns comentam que isto não era nada assim. A sério. Rui Ramos tem seguidores.

Denegação por Anáfora Merencória

“Eu nunca fui obrigado a fazer a saudação fascista aos «meus superiores». Eu nunca andei fardado com um uniforme verde e amarelo de S de Salazar à cintura. Eu nunca marchei, em ordem unida, aos sábados, com outros miúdos, no meio de cânticos e brados militares. Eu nunca vi os colegas mais velhos serem levados para a «mílícia», para fazerem manejo de arma com a Mauser. Eu nunca fui arregimentado, dias e dias, para gigantescos festivais de ginástica no Estádio do Jamor. Eu nunca assisti ao histerismo generalizado em torno do «Senhor Presidente do Conselho», nem ao servilismo sabujo para com o «venerando Chefe do Estado». Eu nunca fui sujeito ao culto do «Chefe», «chefe de turma», «chefe de quina», «chefe dos contínuos», «chefe da esquadra», «chefe do Estado». Eu nunca fui obrigado a ouvir discursos sobre «Deus, Pátria e Família». Eu nunca ouvi gritar: «quem manda? Salazar, Salazar, Salazar». [Read more…]

Antigamente, as pessoas eram menos súbitas

Quando andava a estudar na Universidade (Aveiro), tinha a mania de fotocopiar as páginas mais marcantes de livros que ia descobrindo na maravilhosa biblioteca da instituição e outras municipais…

Hoje encontrei uma cópias de textos avulso. Cópias com mais de 15 anos! Partilho esta jóia de Pedro Alvim, um texto publicado, por certo, no Diário de Lisboa em 11 de Outubro de 1988. Ainda vou confirmar ou talvez o leitor (diga-me se descobrir).

Antigamente, as pessoas eram mais demoradas. Diziam as palavras sílaba a sílaba, sorriam com vírgulas, mostravam nos dentes um ponto de interrogação à laia de uma flor. Quer isto dizer que não faziam uma pergunta exigindo de imediato uma resposta. Esperavam esbeltas no tempo, os olhos isentos de qualquer desafio …

Hoje, não. Hoje não nos sabemos demorar (…) nas margens desta ou daquela situação. 

Se alguém nos acena, quase que não lhe podemos acenar. Se alguém nos mostra um objecto que o deslumbrou, só do objecto conseguimos apreender unicamente o resquício. Se alguém se lamenta de um morto querido, nem o nome do morto nós ouvimos…

(…) perdemos a noção da existência de um tempo descontínuo, de encontros vagarosos, de festa, de entendimento. Vivemos um tempo em linha recta, súbito (…)

Estamos em fuga, ultrapassamos todos os possíveis encontros – e cada vez, embora de muitas coisas acompanhados, nos sentimos mais sós uns dos outros. Sem nos apercebermos, vamos tendo o deserto à nossa frente.

Antigamente, pois, as pessoas eram menos súbitas … e porque eram a noite e o dia, e tinham dentro de si uma longa tarde, lentas se davam, lentas sorriam, e lentas (uma a uma) entardeciam.

Deste texto, descobri um excerto num só blogue.

Pedro Alvim…