A caminho da República: Nos 119 anos do 31 de Janeiro

A caminho da República – Nos 119 anos do 31 de Janeiro . Os Videos do Aventar http://d1.scribdassets.com/ScribdViewer.swf
«Power-point» preparado para a abertura das comemorações do Centenário da República numa escola básica do Grande Porto. O documento aparece desformatado e os filmes que surgem no interior não arrancam neste formato. Por isso, a visualização não é a melhor e por isso peço desculpa. Seja como for, o «power-point» original está ao dispor dos leitores que o desejarem e em especial dos professores de História. Basta que nos peçam.

Monólogo de uma guarda de retretes

Não há tarde em que eu esteja a ler a Maria, ou a regar as begónias que a minha falecida comadre me deixou, que não venha uma madame de casaco de peles e carregada de pulseiras com pingentes pedir para ir à borla.

Que se esqueceram da carteira, que só têm cartão de crédito – e eu respondo logo: “Olhe que aqui não há visas, minha senhora!” -, que vem já aí o marido e que ele paga… É sempre a mesma coisa!

A mim não me engana nenhuma! Essas lambisgóias andam mais tesas que um carapau e o que querem é comer-me por lorpa. [Read more…]

Do Que Disse Pouco Interessa

O SENHOR ALEGRE BOTOU FALADURA
.

Já com as Presidenciais à vista, Alegre veio ao Porto discursar.
Diz não querer ser candidato em nome de nenhum partido, mas sem ele, PS, não irá longe. O BE, que o condiciona à esquerda, não chega para o levar para uma campanha ganhadora. O sr Alegre nunca poderá vir a ser um candidato para os Portugueses, embora o possa ser para alguns poucos.
O MIC, não chega para suprir a falta de uma candidatura apoiada pelo centro, que é essencial a um candidato, para vencer.

Medicamentos inovadores – um problema económico?

Há uma guerra na Saúde. Por um lado os médicos que vêm a sua capacidade de prescrição reduzida por o Infarmed (entidade que no Ministério da Saúde aprova os medicamentos) demorar cerca de um ano a dar novas autorizações a medicamentos que são utilizados correntemente noutros países. Por outro lado o poder político que vê a factura do medicamento crescer desmesuradamente.

Claro que há muito medicamento novo que não é inovador, muitas vezes são combinações de principios activos já utilizados, e que são comercialmente reciclados .

Uma das formas mais interessantes para ajudar a resolver esta aparente contradição é levar a indústria farmacêutica a suportar parte dos custos, pois é parte interessada em demonstrar a capacidade do seu medicamento.

Outra forma, é as autoridades da Saúde perceberem que a despesa em medicamentos pode e deve ser vista como um investimento, se olhado na óptica do doente – a maioria destes medicamentos estão na área da oncologia – pelos sofrimentos que evitam, pelos tratamentos caros e menos eficazes que substituem, pelas camas ocupadas, pelos médicos e outro pessoal utilizados e que podem ser reduzidos com a introdução de medicamentos, realmente eficazes.

A introdução no mercado de um medicamento realmente inovador exige um enorme investimento por parte da indústria que tem, naturalmente, que reaver o dinheiro para poder continuar a investigação, mas não podemos matar a “galinha dos ovos de ouro”.

Há que encontra formas de prescrição, como a unidose, para evitar o desperdício de muitos milhões que são habituamente deitados para o lixo.

Nenhum de nós precisa de sair de casa para perceber isso!

Quem quer um cemitério nuclear ?

O governo central Espanhol com um problema nas mãos – que tem resolvido enviando os resíduos para França – propôs aos munícipios a instalação de um  cemitério de resíduos a troco de investimentos que criem postos de trabalho e riqueza.

Yerba uma aldeia de 567 habitantes está a lutar para conseguir essa instalação. Já têm uma central nuclear em laboração a 12 kms (Zorita) e os defensores do cemitério acreditam que não houve qualquer mudança, quer na saúde dos habitantes quer na capacidade de vender os seus produtos hortícolas.

Para os convencer, o munícipio levou alguns dos habitantes a França visitar  os depósitos nucleares, é só jardins, diz um dos visitantes e dá trabalho a muita gente, o que é contrariado por outros que estão contra a ideia. Só há trabalho enquanto durar a construção depois fica tudo na mesma pasmaceira.

O que é curioso é que aqui como no resto, são os mais fracos e menos utilizadores dos serviços prestados pela indústria que sofrem as consequências. Não são as grandes cidades e a grande indústria que ganham com a instalação da indústria nuclear? A indústria nuclear não é limpa?

Se não é limpa é um crime o que o governo propõe, se é limpa instalem-na no centro de Madrid ou de Barcelona!

Faltam 434 dias para o fim do Mundo…

O caso desesperado dos clientes do BPP é um escândalo que, típico da nossa inveja, passa ao lado da esmagadora maioria dos portugueses. Aliás, o sentimento dominante é “eles são ricos, que se entendam”. Estamos a falar, na esmagadora maioria dos casos, das poupanças de uma vida de trabalho de gente séria e honesta. Sim, os ricos que o povão despreza, esses, trataram de vida a tempo e horas com o nosso dinheiro, safando-se, à tangente, de ficar sem o graveto que tinham no BPP através da intervenção do Estado – intervenção essa que serviu, apenas e só, para resolver o problema a meia dúzia de “amigos”. (Declaração de interesses: não conheço nenhum dos lesados nem fui/sou cliente desse banco. Felizmente!).

Outra matéria que o povão adora é as pensões dos políticos. Outra escandaleira das grandes mas tratada pela imprensa de forma grosseira. Não são os políticos, são meia dúzia de tratantes que, entre outras coisas, são ou foram políticos. Isto de generalizar dá audiências mas cria injustiças como a dos clientes do BPP.

Entretanto, hoje é 31 de Janeiro e começaram as comemorações do centenário da República. Se é verdade que os jornais falam do tema, não o é menos que o tratam aos olhos da intriga política actual: Os eventuais recados de Cavaco ao Governo, os estados de alma de Manuel Alegre.

Essa coisa chamada EUA

Essa coisa chamada EUA está minada de contradições desde a ponta dos cabelos às unhas dos pés. Apenas três, das mais recentes:

Li nas notícias:

“As autoridades suspeitaram de uma tentativa de tráfico de crianças e prenderam, no Haiti, dez cidadãos norte-americanos da Igreja Batista que se faziam acompanhar de 31 crianças, com idades entre os dois meses e 12 anos”.

 O que se espera? Todo o cozinheiro sabe que o bolo é o que for a massa.

 “O exército americano confirmou neste sábado ter suspendido os voos de retirada dos haitianos gravemente feridos durante o terramoto de 12 de Janeiro, enquanto aguarda uma decisão sobre quem se encarregará das despesas com o tratamento deles nos Estados Unidos”.

O que se esperava? Deve ter ficado mil vezes mais cara a ocupação militar do Haiti do que o tratamento dos feridos graves. Saiam do Haiti, deixem que Cuba, a Venezuela e outros países da América Latina tratem os feridos graves, que eles, apesar de pobres, de certeza não apresentarão as contas a ninguém.

“O ministro dos Negócios Estrangeiros chinês pediu hoje aos Estados Unidos que suspendam a venda de armas a Taiwan e classificou a intenção de Washington como uma “decisão errada”, noticiou hoje a imprensa local”.

O que se esperava? Porque é que os EUA não vendem uns mísseis aos separatistas do País Basco?

MUDAR – investimentos não estratégicos #4

(Continuando a análise ao livro “Mudar” de Pedro Passos Coelho)

Após termos tratado os investimentos estratégicos com primeira prioridade, temos:

Não são estratégicos os projectos de multiplicação de linhas ferroviárias de alta velocidade (Lisboa-Porto, Porto-Vigo, Évora-Faro,Huelva) nem a maioria das novas sub-concessões de autoestradas incluídas no Plano Rodoviário Nacional.

Atendendo às pequenas distâncias, às inúmeras paragens, a alternativa de velocidade elevada tem inúmeras vantagens em relação ao TGV, já que a velocidade elevada permite médias de 250 Kms/hora.

A diferença de custos é de um para três; a solução TGV impõe uma dependência tecnológica superior aos produtores europeus, enquanto a velocidade elevada já é nossa conhecida e permite o desenvolvimento de um cluster ferroviário; ao nível de projecto o TGV funciona no modelo chave- na -mão e funciona com elevados custos de exploração. Nestes termos o TGV deve ser convertido em velocidade elevada e serem reescalonados no tempo. [Read more…]

Apontamentos do campo (2)

(Murça (2))

31 de Janeiro (Centenário da República)

O levantamento militar de 31 de Janeiro de 1891, no Porto, foi a primeira tentativa de derrube do regime monárquico pela força. Desde 1880, quando das comemorações do tricentenário de Camões, que, em crescendo, o ideal republicano e a capacidade de organização dos seus militantes, inclusive no seio das Forças Armadas, fazia prever uma rebelião.

A cedência do Governo e do rei perante o ultimato britânico de 1890 (a questão do Mapa Cor-de-Rosa, já aqui abordada) tinha deixado profundo um travo de humilhação, nomeadamente entre os militares. O directório do Partido Republicano Português, liderado nessa altura por Elias Garcia, mostrara-se favorável à preparação de um movimento insurreccional.

Porém, com alguma precipitação, sem deixar que os preparativos se consumassem, a classe de sargentos pressionou os responsáveis locais e a revolta eclodiu. Haviam chegado ao Porto ordens de transferência que afectavam alguns oficiais e, sobretudo sargentos, o que levou a um descontentamento quase generalizado. [Read more…]

Estórias de quixotescas correrias, ideais e conspirações à portuguesa


O que podem trazer a Portugal os ânimos exaltados e um caldeirão de conspiratas de café, arremetidas à D. Quixote, sortilégios e ideais messiânicos de salvação colectiva?

Embora o Aventar seja um blog plural – sem encapuzados, vendados, portadores de punhais ou de círios votivos -, o dia que hoje alguns comemoram deve ser respeitado e assim remeto para outras paragens, o relato dos acontecimentos que tiveram o seu epílogo às 11 da manhã – hora deste post -daquele já distante dia de 1891. É que tudo acabou em bem, como devia e exige a legalidade e o Estado de Direito!

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Independência do Chile e República em Portugal

Durante este ano de 2010, por acaso e coincidência, Chile e Portugal comemoram dois importantes aniversários: a liberdade do Reyno do Chile, não é gralha, é e forma da escrita do Século XIX, e a implantação da República em Portugal.

As duas Nações eram reinos, pertenciam a uma monarquia, com pouca simpatia e renitência. As duas nações queriam ver-se livres das monarquias que as dominavam. A do Chile, era avassaladora, com um Rei longe da Pátria como a denominavam os crioulos, é dizer, filhos de espanhóis nascidos no Chile, proprietários de fazendas e e possuidores de um título nobiliário, normalmente de Duque ou Conde. Em Portugal o leque era mais amplo: os Monarcas residiam dentro do Estado, eram os proprietários de terras e Paços e tinham uma cumprida genealogia de serem aristocratas desde a época do primeiro Rei Afonso Henriques, até o dia em que a Monarquia foi derrubada, em 5 de Outubro de 1910. [Read more…]

Coisas boas em Portugal

Um artigo sobre Portugal pelo Embaixador Britânico sobre o nosso país – vale a pena ler!
Dez coisas que melhoraram em Portugal nos últimos 15 anos
Alexander Ellis,
Embaixador Britânico

Chegou a época do espírito natalício. Então, deixemos de lado quaisquer miserabilismos e concentremo-nos nas coisas boas – não como escape mas como realidade. Vivi em Portugal há quinze anos. Agora,  de volta, quero sugerir dez coisas, entre muitas outras, que melhoraram em Portugal desde a minha primeira estadia. Não incluo aqui coisas que já eram, e ainda são,
fantásticas (desde a forma como acolhem os estrangeiros até à pastelaria).
Aqui ficam algumas sugestões de melhorias:

– Mortalidade nas estradas; as estatísticas não mentem – o número de pessoas que morre em acidentes rodoviários é muito menor, cerca de 2000 em 1993 e de 776 em 2008. A experiência de conduzir na marginal é agora de prazer, não de terror.  O tempo do Fiat Uno a 180km/h colado a nós nas auto-estradas está a
passar.

– O vinho; já era bom, mas agora a variedade e a inovação são notáveis, com muito mais oferta e experiências agradáveis. Também se pode dizer a mesma coisa sobre o azeite e outros produtos tradicionais.

– O mar; Lisboa, em 1994, era uma cidade virada de costas para o mar; poucos restaurantes ou bares com vista, e pouca gente no mar. Hoje, vemos esplanadas e surfistas em toda a parte. Muita gente a aproveitar melhor um dos recursos naturais mais importantes do país.

– A zona da Expo;  era horrível em 1994, cheia de poluição, com as antigas instalações petrolíferas. Agora é uma zona urbana belíssima, com museus e um Oceanário <http://www.oceanario.pt/>  entre os melhores que há no Mundo.

– A saúde; muitas das minhas colegas têm feito esta sugestão – a qualidade do tratamento é muito melhor hoje em dia, apesar das dificuldades financeiras, etc. A prova está no aumento da esperança de vida, de cerca de 74 em 1993 para 78 anos em 2008.

– Os parques naturais; viajei muito este ano do  Gerês <http://portal.icnb.pt/ICNPortal/vPT2007-AP-Geres?res=1280×1024>  a
Monserrate
<http://www.parquesdesintra.pt/index.aspx?p=parksIndex&MenuId=9&Menu0Id=9>
; tudo mais limpo, melhor sinalizado, mais agradável. O pequeno jardim está, de facto, mais bem cuidado.

– O cheiro. Sendo por natureza liberal nos costumes sociais, não fui grande fã da proibição de fumar – mas, confesso, a experiência de estar num bar ou num restaurante em Portugal é hoje mais agradável com a ausência de tabagismo. E a minha roupa cheira menos mal no dia seguinte.

– A inovação; talvez seja fruto da minha ignorância do país em 1994, mas fico de boca aberta quando visito algumas das empresas que estão a investir no Reino Unido <http://ukinportugal.fco.gov.uk/en/doing-business/>  ; altíssima tecnologia, quadros dinâmicos e – o mais importante de tudo – não
há medo.  Acreditam que estão entre os melhores do mundo, e vão ao meu país, entre outros, para prová-lo.

– O metro de Lisboa.  É limpo, rápido, acessível e tem estações bonitas.

– As cores; Portugal tem e sempre teve cores naturais bonitas. Mas a minha memória de 1994 era o aspecto visual bastante cinzento das cidades, desde a roupa até aos carros. Hoje há mais alegria – recordo um português que me disse, talvez com tristeza, que o país estava a tornar-se mais tropical.

Em termos de imagem, parece-me um elogio!

Esta é a minha lista. E a sua?
Alexander Ellis,


O Filme da Minha Vida

Ora vamos lá ver quais são os “Filme da Minha Vida” de cada um dos nossos leitores e dos restantes aventadores. A culpa é do Luís Moreira. Eu dou o tiro de partida:

Shine – Simplesmente Genial” é o filme da minha vida. Uma interpretação inolvidável de Geoffrey Rush roçando a perfeição e que lhe garantiu o Óscar para melhor actor em 1996.

Shine – Simplesmente Genial conta-nos a história de um pianista fora do comum com uma personalidade fora do mundo e dominado por um pai que queria ver o filho a realizar os seus sonhos frustrados, dominando-o de uma forma doentia – lembrando aqueles papás que inscrevem os meninos para estes realizarem as suas obsessões artísticas goradas. A personagem, interpretada por Geoffrey Rush, é simplesmente genial mas inadaptada ao real levando-o ao colapso e a um internamento num hospício.

A sensibilidade de David e a sua genialidade marcam este filme realizado por Scott Hicks em 1996, na Austrália e vencedor de inúmeros prémios, entre os quais se destacam um Óscar e respectivas sete nomeações.

Passados todos estes anos e com tantos filmes visionados, este Shine continua a estar no topo dos meus filmes e, por isso mesmo, continuar a considerá-lo como “O Filme da Minha Vida”.

(Outros: Ondas de Paixão de Lars Von Trier; O Fabuloso Destino de Amélie de Jean Pierre Jeunet; O Pianista de Roman Polanski; Os Padrinhos todos; Dune de David Lynch; Todos os da série Guerra das Estrelas; As Pontes de Madison County e As Cartas de Iwo Jima ambos de Clint Eastwood; The Doors de Oliver Stone; Control de Anton Corbijn; Lost In Translation e Virgin Suicides ambos de Sofia Coppola; entre tantos outros que neste momento não me lembro, sobretudo de ficção científica de que sou consumidor compulsivo).

A tragédia do Afeganistão

Por isso tenhamos sempre presente o que o Prof. Dietrich Dörner nos transmite no seu livro

“The Logic Of Failure: Recognizing And Avoiding Error In Complex Situations”, onde nos fala

de “todos os pequenos, cómodos e tão humanos erros de pensamento pelos quais, no melhor

dos casos, só paga um e, no pior, todo o globo”.

Abaixo uma referência a um exemplo típico de um daqueles “erros de pensamento” pelo qual

pagaram mais que uma pessoa – foram 13.000, só do lado inglês.

E quantos serão desta vez?

Rolf Dahmer

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