Montenegro, um estado de graça maior do que o de Santana Lopes, de Ana Sá Lopes

OK. Já agora, como é que ficou aquela história do “agora facto é igual a fato (de roupa)”? Alguém sabe? É para um amigo.

Dez dias

Bernardo Sassetti e Mário Laginha ao vivo no Encontro “1001 Culturas”

Sempre.

 

Homens e mulheres de verdade!

É o tema do II Congresso dos Jovens da Família do Coração Imaculado de Maria.  Aguardo as conclusões para ficar a saber se sou homem, se sou mulher e se sou de verdade.

Quem nos dera isto em Portugal

Ora imaginem isto em Portugal: um ministro da Economia que se disponibiliza para, durante uma hora, responder seriamente, num formato de webinar, a todas as perguntas que cidadãos lhe queiram colocar. Sem mídia, sem politiquice, falando abertamente e informando com conteúdo sólido e sem slogans políticos. E que termina o encontro com um amigável “voltarei de bom grado”.  E que, por acaso neste webinar foi tratado por você, mas noutros foi tratado por tu, sem que isso lhe tenha causado qualquer mossa.

Foi o que aconteceu mais uma vez na série de webinars “Europe Calling”, sob o tema: “Como pode a transformação na Europa ser bem sucedida?- Um diálogo de cidadãos europeus” com Robert Habeck, Vice-Chanceler e Ministro Federal da Economia e da Acção Climática da Alemanha, no qual participaram mais de 7.000 pessoas

E assim fica bem patente a diferença entre o que acontece em Portugal, onde a sociedade civil organizada é sistematicamente menosprezada pelos governantes, e a seriedade com que é encarada noutros países.

E isto é um indicador de muita, muita coisa.

Esperemos que o programa do XXIV Governo Constitucional seja chumbado

… noch nicht das Ende erreicht.
Hans-Georg Gadamer

***

Exactamente.

Esperemos que o programa do XXIV Governo Constitucional (pdf) seja chumbado.

Porquê?

Comecemos por dois motivos.

O primeiro é este:

O segundo é este:

Aparentemente, são o mesmo motivo.

Efectivamente, são motivos diferentes.

Há mais, de outra índole.

Por exemplo, [Read more…]

Marcelo condecora Spínola

Às escondidas. Aguarda-se o anúncio de um feriado nacional dedicado ao terrorismo fascista.

“não discutimos a família e a sua moral”

Para ouvir com bolas de naftalina nos ouvidos.

Pedro Passos Coelho mudou.


Em 2010, Pedro Passos Coelho publicou um livro intitulado “Mudar”. Nessa altura muitos acreditaram e apoiaram de forma inequívoca a sua candidatura a líder do PSD e, mais tarde, a Primeiro Ministro de Portugal. Eu fui um deles.

Nesses anos, a blogosfera era muito forte e era normal que os lideres políticos dos principais partidos reunissem com diferentes bloggers para explicar as suas ideias e, simultaneamente, ouvir a dos blogues. Tornaram-se comuns os “jantares com bloggers” e foi dessa forma que conheci Pedro Passos Coelho. Não concordava com tudo – as nossas diferenças na questão, entre outras, da Regionalização eram profundas. A sintonia existia, sobretudo, na sua visão liberal nos costumes e em parte da sua visão liberal para a economia. O resto é história.

Ontem, surpreendentemente, pelo menos para mim, ouvi incrédulo parte da sua intervenção na apresentação de um livro. Um livro com um enorme cheiro a mofo. Não escondo que a sua última intervenção no Algarve já me tinha deixado desconfortável mas, inocência minha, pensei que era uma “coisa” combinada com Montenegro para piscar o olho ao eleitorado do Chega que, como se viu, era forte no Algarve. Afinal, não. O seu discurso ontem confirmou que este Pedro Passos Coelho já não é o mesmo que escreveu “Mudar”. Mudou. E com essa mudança afasta todos aqueles que, como eu, são de uma direita que é liberal nos costumes. Aliás, ainda não ouvi a IL pronunciar-se sobre o que aconteceu ontem na apresentação do livro “Identidade e Família”. E a minha pergunta não é inocente: a IL representa uma direita mais liberal que a minha mas que nos costumes é idêntica. E essa direita não se revê, minimamente, naquilo que aconteceu ontem. E a IL já deu a entender que apoiaria uma candidatura de Pedro Passos Coelho a PR. E muitos dos mais importantes lideres da IL foram “passistas”. 

Quanto ao tema, a ideia de “família tradicional” que sempre nos venderam é uma “fake news” como a história facilmente ensina. Como diz o outro: “estudassem”… 

Quereis esclarecimentos adicionais? Há *contatos…

Tu dì al professore che li raccoglierò per lui
Tano Cariddi

***

Efectivamente, *contatos.

Continuação de uma óptima semana.

***

 

Passos Coelho, o falso Dom Quixote

 

Dom Quixote combatia moinhos de vento, pensando que eram gigantes. Passos Coelho diz às pessoas que está a combater gigantes, mesmo sabendo que são moinhos de vento. Dom Quixote teria um défice cognitivo, Passos é astuto até à perfídia.
Passos Coelho quer, sobretudo, pastorear eleitorado, mantendo o gado junto, porque pode vir a precisar dele daqui a poucos anos, quando voltar à política donde finge que saiu.
Para manter junto o eleitorado que se dividiu entre AD, IL e Chega, parece acreditar que terá de ser extremista. Assim, à boa maneira do simplismo maccarthista ou do salazarismo básico, aponta o papão comunista, esquerdista ou esquerdalho, falando em “sovietização do ensino” e fazendo de conta que a Escola é uma fábrica ideológica habitada por profissionais ideologicamente uniformes e igualmente destituídos de qualquer ética. Esta espécie de argumentação faz parte da vulgata direitralha.
Passos não é burro, mas acredita profundamente na burrice de quem o ouve. É um Ventura barítono, um virtuoso da mentira.

Zaporijjia e a segurança das Centrais Nucleares

No plano inicial do 11 de Setembro constavam 10 alvos, um desses alvos era a central nuclear de Inidian Point que fica a 60 km de Nova Iorque. Segundo a informação recolhida, a central nuclear foi retirada da lista de alvos porque foi considerado que as consequências poderiam ser muito mais nefastas do que o pretendido.

Até 2001, as estruturas das centrais foram projetadas para resistir ao embate de um pequeno avião de turismo, da categoria de um pequeno Cessna. Na altura julgou-se que o pior cenário poderia ter origem num erro de um piloto de um avião desta categoria que voa a mais baixas altitudes e que eventualmente se aproximasse demasiado de uma central. 85% das centrais nucleares existentes foram projetadas para este cenário. Depois do 11 de setembro de 2001, esse paradigma mudou. Um avião de linha poderia servir de projétil contra uma central. Realizaram-se simulações para tentar avaliar a capacidade das centrais existentes para resistir a um embate de um avião de linha, mas na esmagadora maioria dos casos os resultados não foram divulgados e muitos mostraram que em determinadas condições os danos causados nas centrais nucleares poderiam causar um acidente muito grave. Poucas foram as centrais que reforçaram as estruturas. Por exemplo, os reatores de Zaporijjia estão parcialmente protegidos por uma estrutura envolvente ao edifício de cada reator quase da altura da cúpula. Esta estrutura pode ser muito eficiente para um embate de um avião de linha ou um projetil de artilharia, mas pode ser facilmente contornada por um míssil com boa precisão.

No entanto, para que um acidente grave possa ocorrer não é necessário atingir o edifício do reator. [Read more…]

ISDS, terrorismo económico de fato e gravata

Fala-se pouco sobre isto. Tirando a Ana Moreno, que passa a vida a alertar-nos para os perigos do terrorismo económico de fato e gravata. O futuro de democracia está nas mãos deles. À beira deles, os novos fascistas são crianças a brincar no recreio. Com esta gente, todo o cuidado é pouco.

A Justiça nas mãos dos ricos

À justa, lá conseguiu a direita subir ao poder para revigorar as furadas receitas neoliberais que, por via dos serviçais mídia e de um dedo indicador apontado para o INTA (There is no Alternative), continua a propagar o afamado “trickle-down effect” – o mesmo que, comprovadamente, vem aumentando a concentração da riqueza e a desigualdade no mundo inteiro.

Aquilo que o PS (que finge ser de esquerda) já vinha praticando há 8 anos, que levou a aumentos de PIB e a maior pobreza, será agora aplicado a fundo e descaradamente. Lucros privados, custos públicos, privatizações, Portugal vendido ao desbarato, o mercado em roda livre. [Read more…]

O Secretário de Estado da Educação que nega Alterações Climáticas

Temos um Secretário de Estado da Educação com um discurso negacionista sobre as alterações climáticas. Na era da desinformação não poderia haver melhor escolha.

Numa altura em que já tinham sido publicados 5 relatórios do IPCC que compilavam dezenas de milhares de artigos que davam uma consistência muito sólida à origem do aquecimento global nas atividades humanas, o atual secretário de estado escolheu um artigo que questionava parcialmente os resultados do IPCC (um exercício normal em ciência, também se avança com os erros) para discorrer o seguinte:

  • o aquecimento global estagnou no início deste século e, tudo indica, assim permanecerá até cerca de 2030
  • o oceano Atlântico a (provável) principal explicação para o fenómeno (…) a acção humana não é o factor dominante nessa relação
  • Mas mais do que fácil, foi útil acreditar. Politicamente útil. Porque o que verdadeiramente interessa é o carácter político da alegada relação causal entre a acção humana e o clima. Essa não foi um acidente, foi deliberada. E não foi imposta pela ciência, foi mesmo uma opção ideológica. Para alimentar os activismos e moralizar debates. Para fixar o modo de vida ocidental como raiz da ameaça à sustentabilidade do planeta. Para impor como solução a ruptura com esse modo de vida. Para, no fundo, fazer do aquecimento global o alibi para legitimar a luta contra o capitalismo e a defesa do socialismo. Durante décadas, funcionou. Manifestos, protestos, agendas fracturantes. Houve de tudo. Agora, está na hora de virarmos a página.
  • Olhando para trás, é de certo modo chocante verificarmos que tanta gente tenha escolhido acreditar numa relação de causalidade tão fragilmente demonstrada em termos científicos. Sim, porque a questão-chave nunca foi reconhecer que há aquecimento global ou que a acção humana pode contribuir para o efeito estufa (isso está efectivamente demonstrado), mas sim o estabelecer de uma relação causa-efeito entre a acção humana e esses fenómenos climatéricos. Esse salto lógico, que nunca foi devidamente sustentado, foi rápida e acriticamente aceite.
  • O que está em causa é uma dupla lição. A de que o homem não controla tudo. E a desta importante derrota política. A de uma corrente ideológica que usou a ciência para esconder o seu radicalismo contra o capitalismo. Pela ciência se ergueu. Pela ciência caiu.

[Read more…]

Excedente Orçamental

Fui à Conservatória da Trofa, de manhã, para tratar de um documento para o meu filho.

Já lá não ia há algum tempo, e deparei-me com um serviço com evidentes sinais de degradação, falta de pessoal e equipamentos fora de serviço.

A máquina das senhas não funcionava.
O ecrã onde acompanhamos as senhas estava desligado.
Os poucos trabalhadores de serviço estavam com ar exausto.

Uma hora e meia após ter lá chegado, fomos informados que o documento em questão já não poderia ser tratado hoje.

Tinham ficado “sem sistema”.

Algumas das pessoas, fartas da espera, exaltaram-se.

Como se a culpa do mau funcionamento do famoso sistema fosse dos funcionários da Conservatória.

Eu limitei-me a perguntar se havia previsão para o problema estar solucionado.

Não havia.
Viemos embora.
Uma hora e meia perdida para nada.

O excedente orçamental também é isto.

A IL, o Chega e o CDS entram num bar…

…e só se vê um partido.

Os 49 anos do cinquentenário do 25 de Novembro

IL, Chega e CDS pedem inclusão do 25 de Novembro no programa dos 50 anos do 25 de Abril.

 

  1. Uma aliança de três partidos com representação na Assembleia da República quer que as comemorações do cinquentenário do 25 de Abril incluam um acontecimento que perfaz, no mesmo ano, 49 anos.
  2. Vejo, aqui, um sinal de inclusão, talvez porque a aliança em causa queira dar importância a todos os algarismos e não apenas a comemorações que terminem em 0 ou em 5. Então, o 9 e o 49 valem menos? Além disso, cinquentenário é quando um homem quiser.
  3. Por outro lado, esse mesmo desejo de inclusão fica por cumprir, quando a mesma aliança, decerto por lapso, se esquece do cinquentenário dos 49 anos do 11 de Março de 1975.
  4. Em termos pessoais, tenho a dizer que, se no cinquentenário de uma data histórica que se comemora este ano, tivermos de incluir a comemoração de um outro facto que ocorreu há 49 anos, exijo que o meu aniversário do ano que vem seja também comemorado este ano e espero que os meus amigos me ofereçam duas prendas no dia do meu aniversário deste ano, dia a que juntarei também o dia do meu aniversário de 2025. Se não fosse muito incómodo, e já agora, poderíamos juntar também o de 2026, que não há duas sem três.
  5. Tendo em conta a compreensível preocupação em celebrar datas o mais depressa possível, decerto a mesma aliança quererá lembrar os 48 anos do assassínio do padre Max e de Maria de Lurdes Correia, do atentado que vitimou Adriana Corço Callejas e Efrén Monteagudo Rodríguez ou ainda do ataque bombista que, falhando o alvo, matou Rosina Teixeira, esposa do sindicalista António Teixeira.
  6. O tempo é aquilo que quisermos fazer dele. As datas são como alguns cheiros, provocam sensações, fazem-nos viajar. Ora, para os partidos desta aliança, o 25 de Novembro de 1975 é o 24 de Abril de 1974 que se pôde arranjar.

Primeiro de Abril sempre

 

The Cult – Radio Session (1984-1986)

The Cult – Radio Session (1984-1986)

[Read more…]

A escolha pró-Kremlin de André Ventura

André Ventura escolheu António Tânger Corrêa para cabeça de lista do seu partido às Europeias de Junho.
Trata-se de um antigo diplomata, com um histórico que inclui o recebimento de “prendas” em funções – uma delas foi um veleiro, não estamos a falar de caixas de robalos – e a gestão irregular das finanças da Embaixada Portuguesa em Vilnius, que Ventura foi buscar ao “sistema” que diz combater.
Mas o mais interessante aqui não é mais esta prova provada da desonestidade da narrativa do partido de André Ventura. É o facto de Tânger Correia ter subscrito a teoria de que os responsáveis da invasão russa da Ucrânia são… os ucranianos.
Sendo conhecedor das posições de Tânger Correia sobre a invasão da Ucrânia, alinhadas com a narrativa do Kremlin, André Ventura não hesitou na sua escolha. Isto num quadro em que a situação actual na Ucrânia representa uma das principais ameaças existenciais à sobrevivência da UE.
A outra ameaça é o próprio grupo parlamentar de Ventura em Bruxelas, que congrega a ala dura dos eurocépticos, alinhados com o trumpismo isolacionista, que pretende deixar a Ucrânia à sua sorte e, por conseguinte, o Báltico e os Balcãs em pânico.
Estranhamente, a imprensa que Ventura acusa de perseguir o seu partido não o confronta com estes factos. Dá uma entrevista por dia e não há um jornalista que tenha a coragem de lhe perguntar se está alinhado com a sua família política europeia na cruzada pela destruição da União Europeia.
Uma vítima do sistema, coitado.

Optimismo revisto em baixa

Apesar do excedente orçamental que Montenegro vai herdar, o maior na história da democracia portuguesa, o discurso da máquina de propaganda da AD começou a mudar no dia a seguir as eleições. Já o cenário económico, nacional e internacional, continua o mesmo. Exactamente o mesmo.
Onde até dia 9 havia optimismo desmesurado, crescimento económico perto de 4% e soluções para os trabalhadores da Educação, da Saúde, da Justiça e da Administração Pública, em geral, a par de espaço para descidas significativas nos impostos, existe agora uma revisão em baixa das promessas eleitorais. Sem que nada, rigorosamente nada, tenha mudado.
Parece-me, por isso, uma questão de tempo até percebermos que pouco ou nada vai mudar. Talvez se satisfaçam as exigências dos polícias, mais para conter André Ventura do que para responder às necessidades dos agentes de autoridade, mas é possível que só a elite económica e os avençados do novo regime sintam os efeitos da almofada socialista. Resta-nos a ironia.

Sobre a expressão “as pessoas em casa”

Apesar de a Carla Romualdo, com o irritante brilhantismo do costume, já ter glosado esta expressão, numa rede social felizmente perto de mim, deixo aqui o meu contributo. Ou contribruto.

O mundo da comunicação social está pejado de gente que sabe tudo aquilo que sentimos e está a par de tudo o que desejamos, para além de saber muito bem, talvez melhor do que nós, o que é que sabemos.

É vulgar, portanto, ouvir frases como “As pessoas em casa não compreenderiam que…”. Ouvi-a recentemente na boca de um político que consegue ser a pior versão das más versões dos políticos que temos.

Pergunto-me sempre como é que esta gente sabe o que é as pessoas em casa compreenderiam ou não compreenderiam. Sonho com o dia em que um telespectador ligue para um programa em que o público participa para comunicar que está em casa e ninguém sabe o que é ele compreende ou deixa de compreender e que agradecia que deixassem de falar dele ou por ele.

Uma variante desta frase tem um alcance ainda maior, porque não se limita à casa. É uma frase que vai pelas ruas, pelas avenidas e colhe, qual touro holístico, qualquer cidadão esteja ele onde estiver.

Essa frase tanto é usada por políticos como por concorrentes do Big Brother e pode assumir inícios como “Os portugueses sabem que…” ou “Os portugueses sentem que…”. Não há relativização, não há excepções, os emissários de tais frases incluem nos seus enunciados todos os portugueses, como se os conhecessem de ginjeira, incluindo a residência com número da porta e código postal, o restaurante da diária costumeira e a série preferida.

É verdade que somos um país pequeno, mas  ainda deve haver um ou dois cidadãos de que nunca ouvimos falar e cuja opinião ou sentimentos não conhecemos. 

O “líder da oposição” e a Carochinha

A linguagem é feita de uma espécie de automatismos, expressões fixas que são repetidas até à vacuidade, mesmo que pareçam cheias de significado.

A expressão “líder da oposição” é uma delas. Trata-se de uma espécie de cargo para o qual não há uma eleição, apenas uma nomeação. Normalmente, essa nomeação é feita pela própria pessoa que ocupa o alegado cargo, a fazer lembrar um elogio em boca própria, que é, como se sabe, vitupério.

É certo que a nomeação para o cargo está associada ao facto de se ser o líder do segundo partido mais votado nas eleições. Mesmo assim, nunca se percebe muito bem como é que isso implica liderar a oposição, já que esta pode ser constituída por vários partidos de diferentes ideologias que nunca obedeceriam ao dito líder da oposição, que poderá, então, ser da oposição, mas não líder.

Neste momento, o aparente cargo está a ser disputado por Pedro Nuno Santos e por André Ventura, enquanto Luís Montenegro está à janela, sabendo bem o que a Carochinha acabou viúva devido ao excesso de apetite do João Ratão.

A propósito, e em homenagem a um recente aniversariante, aqui fica um vídeo.

NHC no Troubadour

Todos os deputados eleitos

Onde? No sítio do costume (pdf).

48%

Dos 50 deputados do Chega, 23 têm problemas com a justiça. A lista negra, retirada do Reddit:

André Ventura.
Imagem retirada do site do Diário de Notícias.

 

“1. A informática: Cristina Rodrigues (eleita pelo Porto) Constituída arguida pelo MP em 2022, e sujeita a termo de identidade e residência por suspeitas de ter acedido indevidamente e eliminado milhares de emails do PAN quando se desvinculou do partido. Evita prestar declarações sobre o caso.

https://www.sabado.pt/portugal/detalhe/cristina-rodrigues-constituida-arguida-por-apagao-informatico

2. O omnipresente: Eduardo Teixeira (eleito por Viana do Castelo) Acusado por falsas presenças como deputado do PSD. Em causa, crimes de falsificação de docs ou falsidade informática. Conseguiu estar presente, em simultâneo, em reuniões em Viana do Castelo, e no Palácio de São Bento, em Lisboa.

https://observador.pt/2019/10/07/ministerio-publico-investiga-alegadas-falsas-presencas-de-deputado-do-psd-por-viana-do-castelo/

3. O penhorado: Filipe Melo (eleito por Braga) Condenado a pagar uma dívida de 15.000€ + juros à Assoc. que pagou consultas e tratamentos do seu filho. Não pagou, teve o salário penhorado. Mesmo antes deste caso, surgiu na lista pública de execuções por valores que ultrapassavam os 80.000€.

https://visao.pt/atualidade/politica/2023-06-23-salario-de-deputado-do-chega-penhorado-por-colegio-catolico-de-braga/

4. O “desconizado”: Pedro Frazão (eleito por Santarém) Condenado pelo Tribunal de Cascais a retratar-se das declarações falsas que proferiu sobre Francisco Louçã. Condenado a pagar 100€ por cada dia em atraso da rectificação. Recorreu para o Tribunal da Relação. Perdeu novamente.

https://sicnoticias.pt/pais/2023-01-27-Deputado-do-Chega-podera-ter-de-pagar-3.700-euros-ao-Estado-e-a-Francisco-Louca-39b9f4ac

5. O heterónimo: Ricardo Dias Pinto (eleito por Lisboa) Surge na lista pública de execuções com uma dívida de quase 15.000€. Ricardo Dias Pinto (ou Ricardo Regalla Dias, ou Ricardo Moreira Regalla Dias-Pinto) não tem, contudo, bens penhoráveis para cobrir esse valor.

https://poligrafo.sapo.pt/fact-check/chega-elegeu-deputado-com-divida-de-quase-15-mil-euros-na-lista-publica-de-execucoes

6. O virulento: Rui Paulo Sousa (eleito por Lisboa) Acusado pelo MP em 2022 pelo crime de desobediência (jantar comício com 170 pessoas em pleno estado de emergência COVID-19). Após mentir sobre autorização da DG Saúde, argumentou que não tinha consciência de que estava a violar as regras.

https://www.publico.pt/2022/02/05/politica/noticia/dois-deputados-chega-recemeleitos-acusados-mp-crime-desobediencia-1994413

7. O acólito: João Esteves da Silva Vice da distrital de Castelo Branco e conselheiro nacional, condenado em 2002 pelo Supremo Tribunal a 3 anos de prisão por um acumulado de pequenos furtos e burlas (roubava o conteúdo de caixas de esmolas, assaltou casas, veículos, lojas e restaurantes).

https://rcb-radiocovadabeira.pt/candidato-a-deputado-do-chega-pelo-distrito-tem-antecedentes-criminais/

8. O sueco: Vítor Ramalho, empresário agrícola, candidato (Póvoa de São Miguel, Moura) Detido por homicídio qualificado. Acusado pelo MP de tentar matar a tiro um casal de imigrantes, tendo-lhe sido apreendidas 13 armas. Relatório da PJ aponta para 9 crimes de homicídio na forma tentada.

https://rr.sapo.pt/noticia/politica/2021/10/19/renunciou-ao-mandato-eleito-do-chega-suspeito-de-disparos-contra-familia-sueca/257470/

9. O Tupac: Fábio Lemos, militante Actualmente detido a aguardar julgamento por agredir imigrante, já fora indiciado por outra agressão a um outro casal em 2023. Preso em 2021 no âmbito de uma guerra de gangs com “evidentes traços de ódio racial”. Suspeito de homicídio qualificado.

https://www.iscte-iul.pt/assets/files/2024/02/26/1708946789019_109773152.pdf

10. O mãos-de-fada: Pedro Alves, líder do Chega-Aveiro Condenado, em 2020, por violência doméstica, a um ano e seis meses de pena suspensa, a pagar 600 euros de indemnização, e a frequentar um programa especial para condenados por violência doméstica.

https://sicnoticias.pt/programas/jornais-10—15—20/jornal-da-noite-10/2024-02-26-10-minutos-lider-do-Chega-Aveiro-condenado-por-violencia-domestica-PS-e-AD-admitem-pacto-na-Justica-dc3574af

11. O saudável: Eduardo Cassiano Nogueira Pinto Miranda, n.º 3 da lista pelo círculo de Vila Real Condenado em 2019 (2 anos) do crime de burla ao Serviço Nacional de Saúde num esquema de falsificação de receitas comparticipadas que segundo o MP lesou o SNS em mais de 300 mil euros.

https://www.dn.pt/lusa/perfil-dois-rostos-de-um-burla-ao-servico-nacional-de-saude-10955382.html/

12. O segurança: Hélio Filipe, segurança de André Ventura, delegado eleito por Lisboa Acusado pelo MP (Julho de 2021) de 16 crimes, entre os quais ofensas à integridade física qualificada, sequestro, extorsão, falsificação de documentos e roubo. Aguarda em liberdade a marcação do julgamento.

https://www.iscte-iul.pt/assets/files/2024/02/26/1708946789019_109773152.pdf

13. e 14. Os jornalistas freelancers: Luc Mombito (dirigente nacional do Chega) e Nuno Pontes (dirigente, autarca e assessor do Chega) Acusação pelos crimes de ameaça agravada (ao jornalista Pedro Coelho), atentado à liberdade de imprensa e posse de arma proibida (no caso de Nuno Pontes).

https://expresso.pt/sociedade/2023-06-06-Chega-PJ-faz-buscas-as-casas-de-Luc-Mombito-e-Nuno-Pontes-que-foi-detido-por-posse-de-arma-ilegal-c06c75a4

15. O municipal: José Manuel Pombinho Barreira Soares, deputado eleito por Lisboa Acusado de agressão na forma tentada, de um deputado municipal do PSD (Rui Rei), durante a Assembleia Municipal de Vila Franca de Xira

https://www.publico.pt/2022/07/27/politica/noticia/tentativas-agressao-chega-psd-vila-franca-xira-obriga-intervencao-psp-2015196

16. O escolhas-múltiplas: António Pinto Pereira, deputado eleito por Coimbra Alvo de acção disciplinar em 2018 por ter manipulado testes de escolha múltipla. Alunos confirmam, e o Instituto Superior de Ciências Sociais e Políticas (ISCSP) da Universidade de Lisboa não desmente.

https://www.sabado.pt/portugal/detalhe/a-nova-estrela-do-chega-suspeito-de-alterar-notas

17. O árbitro: Pedro Pinto, deputado eleito por Faro Acusado de insultar e agredir árbitros/adversários durante um torneio de futebol Sub-13 no Crato. O deputado terá ainda impedido situações de ataque da equipa adversária. Acusado igualmente de ameaçar assessor do PS nos corredores da AR.

https://expresso.pt/politica/partidos/2023-06-26-Pai-isto-e-uma-vergonha-deputado-do-Chega-agrediu-arbitro-de-18-anos-em-jogo-de-futebol-be58a563

18. O coronel: Luís M. P. Lopes (“Simpson”), militante Detido em 2021 pela PJ por tráfico de armas de guerra, na posse de dezenas de armas proibidas de diversos calibres e géneros (pistolas, revólveres, carabinas, caçadeiras, facas e soqueiras), além de detonadores e milhares de munições.

https://ominho.pt/detidos-por-trafico-de-armas-em-braga-pagam-200-mil-euros-para-sair-em-liberdade/

19. A sucateira: Milena Alexandra Boto e Castro, vereadora eleita na Câmara Municipal de Benavente Condenada pelo crime de receptação num processo em que o tribunal deu como provado que comprou sucata roubada a um grupo criminoso liderado por um militar da GNR de Samora Correia

https://observador.pt/especiais/vereadora-do-chega-em-benavente-foi-condenada-por-comprar-sucata-roubada-a-grupo-criminoso-liderado-por-militar-da-gnr/

20. A espírita: Maria Manuela Pereira Tender, deputada eleita por Vila Real Ex-deputada do PSD, acusada de falsear presenças na AR na polémica das “presenças-fantasma” de 2018. Afirmou estar simultaneamente em reuniões da CM de Chaves e em reuniões plenárias da Assembleia da República.

https://pt.wikipedia.org/wiki/Manuela_Tender

21. O talhante: António Laranjo (“Toni”), número 3 da lista em Viana do Castelo Empresário de “negócios da noite” na praia da Amorosa, ligados à exploração sexual de jovens sul americanas. Irmão detido em rede organizada de tráfico de brasileiras para prostituição em Portugal → Luxemburgo.

https://www.cmjornal.pt/politica/detalhe/numero-tres-da-lista-de-candidatos-pelo-chega-de-viana-do-castelo-e-empresario-da-noite

22. O traficante: Sérgio Júnior (“Sérgio Chorão”), deputado municipal em Braga Detido em Outubro de 2023 pela PSP por tráfico de droga e posse ilegal de armas. Na operação da PSP foram apreendidas várias armas, 38.105 € em numerário, inúmeros comprimidos e substâncias dopantes

https://www.jn.pt/4169326603/deputado-municipal-do-chega-detido-diz-tratar-se-tudo-de-grande-equivoco/

23. O táxi: Mário Monteiro, líder do Chega em Ovar Denunciado por entregas de dinheiro ao presidente da CM Ovar em troca da adjudicação de uma obra. Dirigente assume ter sido correio de suborno, entregando vários envelopes com dinheiro, num total de 120 mil euros.

https://www.rtp.pt/noticias/politica/polemica-em-ovar-dirigente-do-chega-diz-ter-sido-correio-de-suborno_v1551312”

São 23 deputados em 50, 48%. É obra. Andamos a sustentar quem não quer fazer nada.

Macbeth

Na ressaca do Macbeth de anteontem, com Ralph Fiennes e Rebecca Scroggs (que substituiu Indira Varma), com Simon Godwin ao leme, eis um Macbeth mais antigo (1979), com Ian McKellen e Judi Dench, sob a batuta de Trevor Dunn.

[Read more…]

Os donos da democracia

A Democracia é o que nós dissermos que é. 

Os resultados são o que nós quisermos que sejam. 

Fascistas são os que nós dissermos que são.

Progresso é o que nós quisermos que seja.

 

Só os nossos podem ter opinião. 

Só os nossos podem ter liberdade. 

Só as nossas lutas são justas. 

Só nós sabemos o que é melhor para vocês. 

Greve dos jornalistas

Greve geral nas redacções – página do Sindicato dos Jornalistas.