Nunca nos afastamos o suficiente.

[Alex Gozblau]

O dia inicial faccioso e distorcido

Chegados ao 25 de Abril, o segundo da era da Geringonça, damos por nós confrontados com a habitual literatura ficcional-conspirativa, que tende em dar o ar da sua graça por esta altura. O texto de João Marques de Almeida (JMA), publicado no insuspeito Observador, esse hino à imprensa independente, é um belo exemplar do género.

Diz-nos este académico e antigo assessor de um dos exemplos maiores de ética e sentido de estado que foi Durão Barroso, hoje no topo da hierarquia desse farol da liberdade moderna que é o Goldman Sachs, que a luta pela liberdade, protagonizada – não só, que fique claro – pelas forças de esquerda contra o salazarismo não passa de um mito. “Absolutamente falso”. A sua luta, segundo JMA, não era mais do que uma fachada para “impor uma ditadura aos portugueses. Seguramente, mais violenta do que a do Estado Novo”. O resto é mais ou menos o mesmo que os JMA’s desta vida normalmente escrevem nestas ocasiões. Tudo no mesmo saco, a adoração religiosa de Estaline como dogma e as cegueiras ideológicas do PCP com Coreias do Norte e afins como prova científica de que tudo o que mexe à esquerda tem como missão abolir a democracia e todas as formas de liberdade, especialmente a económica, que um tipo de esquerda que se preze tem que ter prioridades.

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PSD Lisboa em estado de sítio

O desastre autárquico que se anuncia para os lados da São Caetano à Lapa tem expressão maior no caos que se instalou na corrida à capital. Depois de várias tentativas falhadas para enfrentar um presidente que tantos à direita consideram frágil, algo que ainda assim se revelou insuficiente para que personalidades como Santana Lopes ou José Eduardo Moniz aceitassem o convite do líder a prazo do PSD, o débil plano C que Passos, a esforço, conseguiu engendrar está a criar cisões no seio do partido que já não podem ser ignoradas. [Read more…]

«Marine Le Pen vai ser uma grande governanta»?

Há uns anos, escrevi ‘governanta’, para lembrar que «a governanta governa uma casa, a governante governa um país». Lembrei-me disso, ao ler este títuloExactamente.

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Da veracidade dos fatos e dos contatos

Hippolyte: Cher Théramène, arrête

— Racine, Phèdre

Fico triste, chateado, zangado, aborrecido.

— Rodolfo Reis, 23/4/2017

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Au secours!

“Bonsoir, boa tarrde. Je suis um crapeau français, pardon, sapo frrrancês. Eu fugirr e emigrrar para o Porrrtugal du Geringonce. Ici em France, la gauche, pardon, esquerrrrda, ir engulirr muitos crapeaus, sapos, dans la deuxiéme, segunda volte das eleccions. Sauvez moi! Bonsoir, merci et à tout à l’heure”.

Primárias

Macron

Um liberal tardio, desde 2015,  pelo que se diz, que andou pela ala direita do Partido Socialista Francês e que viu a oportunidade de se candidatar à presidência por si mesmo, fora do partido onde fez carreira.

Apoia o CETA e defende que este tratado entre o Canadá e a União Europeia não deve ser ratificado pelos parlamentos nacionais por minar a credibilidade da UE. É, também, um apoiante potencial do TTIP, o tratado congénere do CETA, mas entre a UE e os EUA. 

Define-se como como sendo uma alface política, dado que afirma não ser carne nem peixe quanto a diversos assuntos, tais como direita vs. esquerda ou pro-europa ou eurocéptico. Não destoa, sabendo-o um adepto da Terceira Via. 

É um homem do seu tempo. Defende o mercado livre e a redução do défice das finanças públicas, talvez por ter lido as costas do envelope do seu colega. Acha que reformas estruturais correspondem a redefinir o mercado de trabalho e defende que os impostos e os sistemas sociais, tais como o salário mínimo, precisam de se reconciliar. Segue a mesma linha de Merkel quanto a emigrantes e refugiados, veste o fato de ecologista e é favorável aos muçulmanos.

O político que parece moldado a partir de uma sondagem  de opinião poderá vir a ser o próximo presidente da França. Resta saber o que é que defenderá se a opinião pública mudar.

Fontes

A imagem é da emissão da SIC Notícias. A jornalista dissertava sobre a primeira volta das presenciais francesas, com base nas suas fontes – várias páginas do Twitter, o site do Público, o email, entre outras. Uma estação de televisão a fazer de RSS feed.

Entretanto, regista-se a má notícia sobre a vitória de Le Pen. Sim, será uma vitória mesmo que ela acabe derrotada. 

Macron

Será o próximo presidente de França. Boas notícias para o liberalismo, derrota em toda a linha para o estatismo de esquerda e direita…

«Acha que foi penalty de Schelotto sobre Grimaldo?»

jornal da resistência silenciosa é efectivamente assim: tem medo das perguntas complicadas. Exactamente: contra a contrafacção.

O Dr. Luis Montenegro vive num País de FANTASIA!

[Carlos Paz]

O maior PROBLEMA da nossa democracia é, sem qualquer dúvida, a completa falta de escrutínio sobre o PODER JUDICIAL, os seus erros, as suas omissões, a corrupção associada às suas decisões e, principalmente, o DESPOTISMO associado aos seus comportamentos.
Dito isto, o segundo maior problema é o CADA VEZ MAIOR AFASTAMENTO DAS PESSOAS em relação à política, às suas opções e, principalmente, aos seus atores.

Por outras palavras, os eleitores sentem-se afastados dos eleitos. E este afastamento é, infelizmente, real.

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A bem da economia

Os santos portugueses precisam sempre de milagres ocorridos pela entranja. Pelo que se vê, já somos auto-suficientes em azeite, tomate, frutas sortidas, vinho, legumes. Mas não em milagres. Esses, temos de importar.

Governos só atrapalham…

O verdadeiro milagre foi permitir às pessoas para decidirem livremente seu destino…

A incompetência há muito era conhecida…

Ficámos agora a saber que não passam de reles bando de ladrões…

O ressabiamento tem limites

O partido do “que se lixem as eleições” agora também defende que se lixe a vontade do eleitor. Se os deputados são os representantes dos eleitores, não faz sentido nenhum que uns deputados tenham mais força do que outros. É essa a natureza de um sistema representativo.

Há gente que vive mal com a democracia e Montenegro, com esta atitude, mostra bem ao que vem. Além de que mente:

“os eleitores escolhem deputados que têm tal poder que escolhem o governo que querem e o programa que querem” [Público, 20/04/2017]

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Prémio Cheio de Moral 2017

Vai este ano para a São Caeteno à Lapa, depois da inesquecível performance de Maria Luís Albuquerque, saudosa ministra das Finanças que tantos e tão bons swaps nos deu, para não falar na fantástica na curta-metragem Banif, uma saída limpa debaixo do tapete. Depois do grande sucesso da devolução da sobretaxa, que garantiu o galardão de 2015 ao PSD, Maria Luís regressa com esta memorável acusação e volta a fazer história na edição de 2017.

Sobre o denominador comum da fraude financeira em Portugal, já tive oportunidade de dar os meus cinco tostões. Sobre a seriedade com que o anterior governo lidou com a banca também. Mas se vamos falar de generosidade com a banca, e com os poderosos em geral, não tenhamos memória curta. 2013 não foi assim há tanto tempo.

Imagem via Expresso

Juros negativos?

Outra vez? Oh naaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaão!

Catástrofe no mercado laboral

bate novo recorde em Março. O drama.

Uma boa notícia é uma boa notícia

Patrões e trabalhadores do sector do calçado chegam a acordo histórico:

Afinal, o Diabo está nos relatórios da UTAO

Pelo menos neste.

Tirando a casca ao discurso do Governo

[Santana Castilho*]

1. Quando se inquirem os portugueses relativamente à confiança que depositam nos diferentes grupos profissionais, os professores figuram nos lugares cimeiros. Em sentido inverso funciona a confiança dos professores nos políticos que os tutelam. Ontem, isso mesmo ficou patente no seu protesto público. Tirando a casca ao discurso do Governo, resulta o vazio do que já devia ter sido feito.

Os normativos que regulam a carreira docente estão inertes em matéria de direitos. Urge regular as ilegalidades que foram acumuladas ao longo dos tempos e assegurar a contagem de todo o tempo de serviço prestado pelos docentes. Urge assumir que o congelamento da progressão na carreira cessa a partir do início do próximo ano. Urge deixar de classificar como trabalho não lectivo o trabalho que é efectivamnente lectivo e estripar do dia-a-dia da docência a inutilidade de milhentas tarefas burocráticas estúpidas, que apenas funcionam como elementos de subjugação a favor de chefias inaptas. Por outro lado, cerca de metade das situações de contratação precária por parte do Estado dizem respeito a docentes. Neste contexto, é imperioso que o Governo cumpra, sem truques, a Diretiva 1999/70 da Comissão Europeia. [Read more…]

Fake deputados

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Há uns anos, no tempo de Sócrates – era, portanto, o PSD oposição – tive uma série de audiências parlamentares devido a um problema numa empresa. Foi uma oportunidade para constatar a inutilidade dessas audiências, as quais tiveram como expoente máximo uma pergunta ao ministro da tutela por parte do Bloco de Esquerda. Era o máximo que poderia ser feito e apenas um dos partidos o fez. E quanto ao CDS e ao PS, estes nem se dignaram agendar uma reunião.

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Zita recomenda…

Miséria do marketing é chegar ao ponto de pensar que a recomendação – com rosto! – da Zita Seabra faz alguém comprar um produto.

Giro 

Será desta que se tornará público quem é que paga o Observador?

Os professores foram em excursão a Lisboa

Em férias interrupção lectiva desde o dia 4 de Abril, 1500 professores fizeram uma pausa no seu merecido descanso para se manifestarem em Lisboa. Um teste, pelo que diz a Fenprof, para uma contestação que pode chegar à greve.
Na rádio, uma professora do ensino secundário dizia que foi a Lisboa porque está sobrecarregada. Que os professores trabalham demasiado.
Felizmente, pensei, teve os últimos 15 dias para retemperar forças. E se no próximo mês e meio, coisa fácil!, atingir de novo a exaustão, terá mais dois meses e meio para preparar as planificações do ano lectivo seguinte.
No meio das queixas da professora, só não percebi se o seu dia livre é à segunda ou à sexta-feira.

A actualização da foto (alternativa) de capa de Carlos Abreu Amorim

Um destes dias, um leitor alertou-me para uma actualização facebookiana peculiar. O deputado Carlos Abreu Amorim tinha uma nova foto de capa mas a dita não era propriamente nova. Ou tampouco uma foto. Era um print screen de uma peça da RTP sobre a emigração pós-troika, de Outubro de 2012, e o jovem na imagem, escolhido pelo social-democrata para forrar o topo do seu perfil no Facebook, tinha acabado de escrever uma carta ao então presidente Cavaco Silva. Uma carta onde afirmava sentir-se expulso do país. Um país governando por Pedro Passos Coelho, que Abreu Amorim apoiou incondicionalmente.  [Read more…]

Já nascem assim. É uma doença dos árabes, muçulmanos ou lá o que eles são

Nada a acrescentar.

Formação online e o mito dos especialistas instantâneos

Tenho uma revelação óbvia a fazer. Não são três meses que fazem um especialista em tecnologias da informação. E ainda tenho outra. Não são precisos seis mil euros para se aprender o mesmo que se ensina nesses três meses de formação.

Visite, por exemplo, as academias online Coursera e Udacity para ter acesso a boa formação online e a custo zero. Concretizando um pouco mais, aqui ficam algumas sugestões para quem quiser se iniciar nesta área:

Nota: os cursos do Coursera têm uma modalidade paga que dá direito a “certificado” (não tem validade legal). Quem não tiver interesse nisso pode escolher a modalidade gratuita ao fazer a inscrição no curso.

Sublinhe-se que existem dois pré-requisitos: persistência e dedicação. A informação está à mão de semear mas há que saber colhê-la e usá-la. Olhar para um plano curricular adequado proporciona orientação sobre os materiais a aprender.

Torremolinos, o lado negro da Força

Fabuloso, Nabais:

Tiago: Pá, se o governo se vê embebido dessa cena, quessafoda o colchão!

O drama, a tragédia e o horror. O geringonçismo a apoderar-se das mentes frágeis dos estudantes e a manipulá-las contra a propriedade privada. O colchão pela janela, a guerra civil, a Internacional a tocar ao fundo do corredor com cheiro a urina e o adolescente com vómito no canto da boca. Demais. O fim deve estar mesmo próximo. Pelo menos a julgar pela claustrofobia democrática anunciada pelos profetas do apocalipse. Obrigado, Nabais. Foi um belo momento e retratou na perfeição uma das mais anedóticas e alucinadas teorias da conspiração de que tenho memória.

In other news, shit that (apparently) really matter. Segundo Luciano Alvarez, jornalista do Público, Torremolinos, assim como outros destinos idênticos escolhidos para as viagens de finalistas, podem depender de quem ganha as eleições nas associações de estudantes dos liceus portugueses. As agências de viagens patrocinam coisas às listas concorrentes à AE, que podem ser um insuflável ou uma Barbie aspirante a dondoca de qual dos Big Brothers esteja a bater agora, e, e agora vem a parte engraçada, se aquela lista ganhar as eleições, a agência ganha a organização da viagem de finalistas. Free market rules! [Read more…]