Marcelo, o coerente

Se há personagem lusa que sempre mostrou ao que vinha, essa pessoa foi Marcelo.

Diz o candidato-que-faz-de-conta-que-está-morto: “Privilegiar a Escola Pública é um erro.”

Acrescenta ainda a suprema inteligência do candidato-que-faz-de-conta-que-está-morto que a FENPROF manda no MEC.

Diz que a Liberdade de Escolha é fundamental e subscreveu a aposta de Nuno Crato no ensino Privado.

Agora quer ser Presidente da República. martelo

Ora, não podia ser mais coerente. Há quem o acuse de ser incoerente. Eu discordo. Este senhor é a coerência em pessoa, com direito a foto e tudo, no dicionário ilustrado, algures ali pela letra c.

Ele defende que o dinheiro do povo seja colocado nas escolas privadas. Eu defendo que o dinheiro seja usado para valorizar a Escola Pública.

Ele defende que a Escola Pública, estando maior, está pior. Eu escrevo que a Escola Pública, atendendo à forma como o PSD a tratou, até está muito bem.

Coerências à parte, quando eu for candidato a Presidente irei continuar a defender a Escola Pública. Ele, sendo um não-candidato, mantém a coerência e defende quem o financia.

Por isso, caro leitor, já sabe: se defende o desinvestimento na Escola Pública, seja coerente, vote Marcelo

Passos em debate… Com Passos

Não há nada como a memória. (por Vargas)

Taxa de desemprego em JUN 2011 foi 12.1%

desemprego 2011

A imagem supra mostra duas coisas. À esquerda pode-se ler o tweet do Secretário de Estado dos Assuntos Europeus, onde este reclama com o Wall Street Journal quanto aos números do desemprego. À direita está a nudez dos factos, copiados directamente das estatísticas oficiais publicadas pelo INE.

Em primeiro lugar, há a questão do Sec. Estado estar objectivamente a mijar fora do penico, já que, como se constata, a sequência de tweets nada ter a ver com assuntos europeus. Mais um caso em que a boiada usa o assento no estado para promover propaganda partidária.

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Ofensa? Mas é preciso mandar-lhe o vídeo “2010-2011: Pedro Passos Coelho em campanha”?

Estado da Nação: Acusado pelo PS de mentir, Passos lamenta recurso à ofensa. E foram só os primeiros 6 meses.

Quão fáceis somos de enganar?

http://www.dailymotion.com/video/x2plmnv_asdf_auto?start=5

Num país onde a maioria dos responsáveis políticos ilude e mente aos seus concidadãos, descobrir que existe mais uma senhora versada nas artes do oculto – seja lá o que isso for – não me choca nem surpreende, até porque o que não falta por aí são embustes com búzios e cartas e “professores” com nome de guerreiros africanos e hábitos ocidentais. Tal como tantos dos nossos políticos, vender ilusões e fabricar realidades absurdas é coisa que lhes assiste e que, infelizmente, vem também a ser legal.

O que me choca é que esta senhora, de seu nome Maria Helena, tenha tempo de antena na SIC para – espero que estejam bem sentados – usar a sua varinha de condão. De resto uma estreia total na televisão: até ali, Maria Helena só tinha autorização para usar os seus poderes mágicos em Hogwarts mas dizem as teorias da conspiração que o professor Dumbledore poderá ter metido uma cunha ao Balsemão no último encontro Bilderberg.

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A metáfora abjecta

Para construir uma mentira à volta do que foi a sua governação,  o PSD inventou a metáfora do xarope – deve ter dado conhecimento ao CDS por SMS, a forma oficial para a coligação comunicar.

“O objectivo que temos é o de vencer a doença, não é o de perguntar se as pessoas durante esse processo têm febre ou têm dor ou se gostam do sabor do xarope ou se o medicamento que tomam lhes faz um bocado mal ao estômago ou qualquer outra coisa, quer dizer, se os efeitos secundários de todo o processo por que se passa valem ou não valem a cura” [Passos Coelho]

A acção é concertada, isto é, não se trata de mais um improviso de PPC. A ministra das finanças já usou os mesmos termos e a caixa de ressonância Observador e respectivos blogs que fazem pandā vão justificando a sua razão de ser papagueando a propaganda.

Eis, portanto, a mensagem infantilizada que o governo pretende usar para comunicar com os portugueses até às eleições. É uma metáfora abjecta, baseada em mentiras repetidamente desmontadas,  que procura mover a discussão do plano sério, onde seria impossível esconder os danos causados ao país, para o imaginário da fantasia e da realidade alternativa.

É uma forma de fazer política que dá asco e que procura tratar os portugueses como crianças. Cabe a estes fazer-lhes o que se fazia às crianças que se portam mal: um par de estalos e orelhas de burro.

Nota: Em vez de seguir esta estratégia comunicacional para contra-argumentar (o tal remédio que mata), acabando por a validar ao jogar no campo do inimigo, devia a oposição mostrar que os portugueses não são crianças. Afinal de contas, ninguém gosta de ser rebaixado e o argumento virar-se-ia contra os próprios, tornando-se inútil a propaganda associada. Mas isto digo eu, que não sou pago para ser cabecinha pensadora.

A mentira deliberada de Paula Teixeira da Cruz

Paula

Foto@José Sena Goulão/LUSA

Depois do sucesso mediático que foi a palhaçada do caso Citius, Paula Teixeira da Cruz está de volta com novo episódio de incompetência, fraude e desculpas esfarrapadas. Desta vez, o jornal Expresso revela que a ministra foi apanhada a manipular dados sobre a pedofilia para justificar a criação da polémica lista de abusadores. Teixeira da Cruz alegou que a taxa de reincidência entre pedófilos rondava os 80%. Contudo, os números dos serviços prisionais apontam para uma taxa bastante menor, na ordem dos 18%. Não restam dúvidas: a ministra mentiu. Deliberadamente.

A mentira deliberada é uma marca registada deste governo. Passos mentiu para ser eleito, Portas mentiu para reforçar o seu poder, Paula Teixeira da Cruz mentiu para forçar a criação de uma lista que, mais do que os hipotéticos efeitos práticos, serviu para desviar atenções e manipular os sentimentos exacerbados que caracterizam a discussão em torno deste problema. Reformulando a célebre frase de Pedro Passos Coelho, como é possível manter um governo em que vários ministros, incluindo ele próprio, mentem?

Duarte Marques, um anti-sistema de contos para crianças

Pedro e Duarte

Em mais um artigo anti-tudo o que mexe à esquerda do bloco central, Duarte Marques afirma hoje que a não ascensão, em Portugal, de partidos anti-sistema se deve ao facto de serem os partidos da coligação, PSD e CDS-PP, os partidos anti-sistema em Portugal.

Ora bem, não sei se isto se integra nas palestras de propaganda barata que profere perante o seu leal exército repleto de abanadores de bandeiras e trepadores sociais, e aí tínhamos esta idiotice chapada explicada, ou se o deputado “velho dos tempos da união Nacional” caiu e bateu com a cabeça, tendo ficado cerebralmente afectado.

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“PSD diz que Tsipras mente”

Não sei se Tsipras mente. Mas sei que o PSD mentiu – disso não existem dúvidas.

A propósito de contos de crianças – ele fez as contas

Passos diz que não será preciso cortar salários nem fazer despedimentos: O presidente do PSD, Pedro Passos Coelho, afirmou, este sábado, que fez as contas e está em condições de garantir que não será preciso cortar salários nem fazer despedimentos para consolidar as finanças públicas portuguesas.” Foi apenas há 4 anos.

Bate leve levemente, como quem troça de mim

Será droga? Será esquizofrenia? Esquizofrenia não é certamente, e a droga não bate assim

Maria “vai com as outras” Passos Coelho

Passos expresso(fotografia@Expresso)

Falando perante um auditório maioritariamente composto por potenciais boys e assessores lambe-botas, Pedro Passos Coelho não perdeu a oportunidade de polir os neurónios dos seus soldadinhos de chumbo reunidos em congresso. Entre outros malabarismos vocabulares a que nos vem habituando, das mentiras calculadas que usou em campanha para iludir os portugueses ao ridículo que foram as suas inúmeras gaffes relativamente ao caso Tecnoforma, o primeiro-ministro disse este fim-de-semana aos seus mais destacados abanadores de bandeiras que “Nós (eles) não vivemos em fantasias”. Ninguém diria, pelo menos a julgar pelo vídeo recentemente tornado público pelo PSD, repleto de fantasias e mentiras, ou se tivermos em conta a fantochada que nos tentam vender relativamente ao falso milagre da queda do desemprego, principalmente agora que o Banco de Portugal, liderado pelo insuspeito (pelo menos na São Caetano) Carlos Costa, nos revelou que os números do governo foram falseados pelo estratagema dos estágios profissionais convertidos em empregos para efeitos estatísticos. Penso que estamos esclarecidos quanto às fantasias e quanto ao quão básico é este primeiro-ministro e os insectos parasitas que rondam as suas fezes.

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Apetece-me recordar

passos-2011

Artigo publicado durante a campanha eleitoral das legislativas de 2011

Isto é só para recordar a condição de flagrante mentira como arma política por parte deste governo. Não é novidade nenhuma? Pois não. Mas é verdade. E, é bom não esquecer, é sobre este prisma que tudo o que este governo diz deve ser lido.

O capitão Grancho

não foi o último a sair do educanic

Mentir é feio

Lula da Silva costuma dizer que governar bem é fazer o óbvio e o processo de colocação de professores é um daqueles que é tão simples que não é fácil entender de onde vem tanta confusão.

Como já antes escrevi, enquanto o concurso é nacional, corre tudo bem. Quando o Governo resolve introduzir outras variáveis no concurso, então está o caldo entornado.

A explicação é simples: para os concursos dos professores dos quadros, nas escolas “normais” o MEC faz uma lista (de graduação) em que entram apenas dois factores – nota de curso e o tempo de serviço. Simples e eficaz. Completamente aceite por toda a classe como o mecanismo mais eficaz de criar uma lista ordenada.

Quando chega à fase de escolher os professores contratados, Passos Coelho resolve inventar e introduz outras variáveis, nomeadamente nas candidaturas às escolas TEIP (“mais complicadas”) e às escolas com Autonomia (uma coisa que não existe).

E a prova de que o erro está no concurso “especial” resulta deste facto – o concurso dos professores dos quadros não deu erro e o concurso que colocou docentes a contrato nas escolas “normais” está fechado também sem erros.

Só há erros onde Passos Coelho resolveu inventar.

Perante o erro, há duas semanas atrás no Parlamento, um personagem de quem me recuso a dizer o nome, pediu desculpas e acrescentou duas afirmações mais: vamos corrigir o erro e nenhum professor será prejudicado.

Pois, está visto como são sentidas e honestas as palavras dos homens de confiança de Passos Coelho.

E, se me permitem, esta reflexão vai direitinha para Pedro Passos Coelho uma vez que não há Ministro da Educação:

– a Joana é uma mulher com 30 anos. Tem um filho com 5 e vive em Espinho. Foi colocada na Amadora. Tirou o filho do Jardim de Infância aqui no Norte e rumou a sul, montou uma casa nova e começou a dar aulas na sua nova escola. O filhote teve que se adaptar a uma nova realidade. Hoje, a mãe do Pedro, a Joana, foi chamada à Direção: és o elo mais fraco. Estás despedida.

Sabe, senhor Primeiro Ministro, o que eu estimo é o que lhe desejo. Espero que os seus filhos ou os seus netos possam sentir o mesmo que está a sentir o Pedro. E, já agora, aos seus desejo o mesmo que o senhor desejou à Joana.

Educação em estado de Citius

A justiça entrou no PC e não saiu?

Não há crise, suspende-se.

No caso dos Profs, saiu quem não devia?

Não há crise, anule-se!

As 4 mentiras de “pormenor” de Passos Coelho

Mente

(foto: Viriato à Pedrada/Sem Rodeios)

No programa Eixo do Mal desta semana, Daniel Oliveira chamou a atenção para as 4 mentiras de pormenor a que Passos Coelho recorreu no Parlamento numa tentativa inglória de salvar o que restava da sua falsa imagem de candura. A saber:

  1. Passos Coelho optou por não receber a subvenção vitalícia: ou se recebe esta ou se recebe o subsídio de reintegração e como Passos requereu o subsídio de integração, não poderia sequer requerer a subvenção vitalícia que, em todo o caso, só pode ser requerida a partir dos 55 anos;
  2. Passos Coelho escolheu não receber o acrescento salarial de 10% decorrente da condição de deputado em exclusividade: não podia recebê-lo uma vez que recebia 15% decorrente de se encontrar na qualidade de vice-presidente da bancada parlamentar do PSD;
  3. Passos Coelho foi ilibado pela PGR: não foi ilibado de coisa nenhuma pois como o crime prescreveu, a PGR não tem competência para o julgar logo não tem competência para o ilibar;
  4. Passos Coelho começou a trabalhar na Tecnoforma em 2001: no seu livro Mudar, o ainda primeiro-ministro afirma que optou por fazer o curso de economia enquanto trabalhava na Tecnoforma, curso esse que terminou em 2001 e começou, na melhor das hipóteses, em 1997, isto considerando que não terá chumbado qualquer ano e que o curso teve uma duração de 5 anos.

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Histórias para embalar ovelhas

(Passos Coelho efectivamente avisou ao que vinha senhor deputado. O vídeo do Ricardo Santos Pinto é a prova viva disso mesmo…)

Duarte Marques, qual cruzado passista, continua a usar do seu espaço gentilmente cedido pelo Expresso para simpáticas lições de propaganda social-democrata, conhecimentos quiçá adquiridos na universidade de Verão lá da jota, ora louvando Passos Coelho, ora veiculando falsidades, o que no fundo também se enquadra no acto de louvar o primeiro-ministro, esse exímio contador de mentiras.

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Quem não quer ser coiote, que não lhe vista a pele

lobovelha

PSD: «Não é bonito chamarem-nos mentirosos»
José Matos Correia, vice-presidente do PSD, critica o partido de Seguro, por só abanar a cabeça a
dizer não.
O CDS alinha pelo mesmo tom. O porta-voz do partido de Paulo Portas, Filipe Lobo d’Ávila, pede ao PS e aos partidos da oposição para virem a jogo.Os dois partidos da maioria não gostaram de ser atacados de eleitoralismo nem de que o Governo tem uma agenda escondida para mais cortes.
Matos Correia, vice de Passos Coelho, diz que essa crítica não é bonita nem é verdadeira.
Em política não pode valer tudo, dizem os partidos da maioria PSD-CDS.

Nem ao se defenderem deixam de mentir. Não é “verdadeira“? Deixem-me rir. E depois de terem passando uns anos com o tema pinócrates vêm agora queixarem-se mesmo de quê?

Pois é, em política não pode valer tudo. Especialmente, mentir aos portugueses, seus mentirosos!

Quando a direita era oposição

passos twit

Houve um tempo em que o PSD, pela voz do seu líder e actual primeiro-ministro, afirmava convictamente que a austeridade não era o caminho e que para seguir esse caminho não podiam contar com o seu partido. Um tempo em que Passos acusava o executivo de Sócrates de “desleixo, falta de rigor, incompetência e desnorte”.

Houve um tempo em que o transparente Miguel Relvas lamentava que o sacrifício fosse sempre do mesmo lado. Que era preciso pedir mais sacrifícios ao Estado.

Houve um tempo em que Pires de Lima afirmava que eleições antecipadas seriam provavelmente a única saída para um “ambiente político completamente apodrecido”.

Houve um tempo em que o irrevogável Paulo Portas tentava dar lições de lealdade institucional ao então primeiro-ministro, que acusava de “falta de maturidade”. Com Portas, tal situação nunca aconteceria porque, como o próprio explicou à TSF, nunca confundiu “divergências políticas com o incumprimento do que acho que são obrigações institucionais”.

Foram tempos interessantes aqueles em que a direita era oposição. Tempos em que a Comissão Europeia e o BCE saudavam as medidas de austeridade apresentadas pelo executivo socialista perante o aplauso da imprensa alemã. Tempos em que a direita tentava (e acabou por conseguir) comprar o eleitorado com simpáticas mentiras, caídas por terra assim que a JSD graúda tomou conta do aparelho de Estado e fez exactamente o contrário daquilo que prometeu. E se puxarmos esses tempos um pouco mais atrás, ainda conseguirmos encontrar o Moedas da Goldman a afirmar, sem reservas, que só nos restava o “caminho da reestruturação da dívida”.

Alguém sabe onde se meteu esta direita?

Eu dou-vos uma pista: está algures a injectar mais 510 milhões de euros num banco corrupto falido.

A verdadeira Troika da direita

O grupo de boys incompetentes que nos tem roubado nos últimos anos procura vender a ideia que a salvação está mesmo a chegar e que, ali ao virar da esquina, está a luz.Só não dizem que a luz ao fundo do túnel é ainda a luz da frente do comboio que nos vai trucidar

Podiam ser sinceros e apresentar a verdade toda. Confesso que, pessoalmente, teria o mesmo comportamento, mas pelo menos tinha a certeza que lutava contra alguém que tinha apenas ideias diferentes das minhas. Mas, não. Esta gente não se dá a esse respeito.

As verdadeiras intenções deles podem ser arrumadinhas em três pacotes: [Read more…]

À Beira do Abismo

Quando um egolátrico teve quase TUDO no bolso, menos os portugueses.

Bradley Manning: Percebo que tenho de pagar o preço

But it was all right, everything was all right, the struggle was finished. He had won the victory over himself. He loved Big Brother.

O presente envenenado

O apelo presidencial de um compromisso de salvação nacional, foi aceite pelo PS que já iniciou diligências com o PSD e o CDS. Esse apelo, ao contrário do que muitos poderão pensar, é um forte apoio ao Governo. É um modo de arrastar o PS para a lama, para o lodaçal criado por este Governo, que além de piorar o défice, conseguiu alastrar a pobreza, atrofiar a economia e esvaziar o sentido de vida de um povo. E só um PS sem carisma, titubeante e ideologicamente vazio, aliás à imagem e semelhança do seu líder, aceitaria semelhante engodo. Só um PS sem liderança ou carisma, amarrado a compromissos estranhos ao interesse nacional, sem qualquer independência ou ideologia. Para significar mudança, o PS teria de ser aquilo que não é. E este PS não é esse partido. Não é este PS, nem nenhum partido do chamado arco governativo – PS, PSD e CDS. Uma falência de independência que é a causa primeira da inoperância dos partidos políticos com responsabilidades governativas ao longo da democracia portuguesa, cuja factura andamos a pagar. E a razão primeira de aceitar negociar o inaceitável: pactuar na manutenção no poder de quem mentiu descaradamente para ganhar as eleições e assim tornou a mentir para se manter no poder; de quem não soube governar nem escutar; de quem não tem escrúpulos para conseguir mais poder ou nele se perpetuar. O apelo presidencial não é um apelo: é um presente envenenado, aceite pelo PS. Um presente e um futuro.

Mente, Coelho, mente

coelhoRepetir mentiras até convencer a opinião pública de que são verdades é uma técnica há muito enraizada nos perigosos inúteis que nos governam.

Com o objectivo de despedir muitos e tornar precários outros tantos, o governo tem explorado a ideia de que é necessário dispensar professores, porque há menos alunos. Aí está o Coelho a falar sobre a escola pública sobredimensionada, que há professores a mais para as crianças que temos.

É claro que a opinião pública anestesiada cai na esparrela e este é um tema recorrente, fácil de explorar num país com políticos que não informam e com cidadãos que não querem ser informados.

Um leitor menos crédulo, ainda assim, poderá perguntar: “Mas não é verdade que houve uma quebra da natalidade?” Claro que houve e a tendência será para continuar, graças, também, às políticas de empobrecimento em vigor. A questão é que não há nenhuma relação entre essa quebra e a necessidade de prescindir abruptamente de milhares de professores, por uma razão muito simples: a eventual diminuição do número de alunos, nos últimos dois anos, por exemplo, não justifica o despedimento maciço de professores no mesmo período. [Read more…]

Crato mentiu (III)

Qualquer menino do 5º ano que estude a água sabe o que acontece quando soluto e solvente tentam ser água e azeite. Sabiam muitos professores qual seria a relação entre Nuno Crato e a verdade. Mas, em relação a esta questão da mobilidade aplicada aos docentes, há algo que importa questionar:

– um Professor do quadro (efetivo) que fique sem horário está obrigado a concorrer para tentar apanhar um horário numa outra escola do seu concelho, isto, considerando o Porto e Lisboa como excepções.

– um Professor dos Quadros de Zona Pedagógica (também efetivo, mas numa área geográfica mais ampla) está obrigado a concorrer para qualquer escola do seu QZP e a, pelo menos, uma outra escola de um QZP que não o seu.

Assim, num primeiro momento, a alteração à dimensão dos QZP que o MEC ontem apresentou será aplicável apenas aos docentes dos QZP, não tendo qualquer relação com os professores que pertencem aos quadros das escolas / agrupamentos. Certo?

Ou será que o MEC vai também alterar a Lei dos Concursos obrigando um docente dos quadros de uma escola de Matosinhos a concorrer para Bragança ou para Viana? Não me parece que isto faça algum sentido.

Mas, há mais.

Vamos imaginar que o Professor 1 está na escola A e o Professor 2 na escola B. Um tem melhor graduação que 2.

Pode acontecer que na escola A,o melhor graduado não tem lugar, mas na escola B o professor 2 tem lugar.

Ora, o encaminhamento para a Mobilidade, de acordo com o que está legislado, terá que obedecer ao quadro TOTAL do MEC, não? Ou seja, no exemplo apresentado, o Professor 2 iria para mobilidade e o Professor 1 teria que passar para a escola onde tem horário. Isto significaria o CAOS nas escolas deste país porque o MEC teria que fazer uma lista completa de todos os docentes e teria que indicar para horário zero (=mobilidade?) os últimos dessa lista. Depois teria escolas com necessidade de professores, sem docentes e outras com docentes que não necessitam.

Eu sei que é confuso, mas vale a pena discutir antes que apaguem a luz!

Longe de mim defender Artur Baptista da Silva

…mas o que será mais grave? Aparecer na televisão, depois de enganar jornalistas, ou chegar a primeiro-ministro, depois de enganar um país?

Aritmética para mudar a história

“Porque apesar dos submarinos continuarem por ali, as barracas já não são nossas!”

O que vale é que Passos Coelho não tem netos

Alcunha do neto de Mario Monti no infantário é “spread”

O devir histórico (7)

Continuando.

Existe um perigoso sentimento que tem atravessado séculos da nossa história. Com maior acuidade e gravidade durante o Século XX até aos dias de hoje. De maior acuidade e gravidade, porque foi durante o Século XX, até aos dias de hoje, que se consolidaram as ideias e os conceitos de justiça, de cidadania e de dignidade da pessoa humana. Esse perigoso sentimento é o da impunidade. Mercê de razões conjuncturais díspares, a verdade é que desde o regicídio, passando pelos hediondos crimes de tortura e de sangue do Estado Novo, até às delapidações da riqueza nacional e do fomento do fatal endividamento que se sucederam em plena democracia, existiu um fio condutor: impunidade. Tal sentimento é dos mais desgastantes e corrosivos para a moral de um povo. Porquanto enraíza sentimentos contrários aos da ética e da responsabilidade. Ao ponto de se desvalorizar a seriedade e aplaudir-se a audácia. De se descredibilizar a inteligência e de se louvar a esperteza. Bom, não é ser-se sério e inteligente. Bom, é ser-se vencedor, não importa como. É ter sucesso. E, assim, a mentira entrou nas nossas vidas, nas nossas, casas, nos nossos projectos. A mentira para conquistar votos, para se chegar ao poder, para se conseguir o que se quer sem esforço ou mérito. E, assim, se afastou o mérito das nossas profissões, das nossas escolas e dos nossos desejos. O mérito não abre portas. A mentira, abre. Pelo menos o tempo suficiente para se alcançar outra porta. Porque este é o resultado natural de sucessivos episódios de se ver que quem roubou, mentiu ou matou ficou impune. Todos, eles, notórios casos de impunidade. Sim, notórios. Não é o roubo de esquina, a morte passional ou a pequena burla. É a impunidade dos crimes nas esferas das elites. Aquela que descredibiliza a Justiça, aos olhos do povo, porque firma duas Justiças: para pobres e para ricos. Algo que, só por si, é inadmissível. A que é, também, a pior impunidade de todas, porque inquina a hierarquia do exemplo, porque o exemplo que vem de cima, é o pior. E pior, ainda, quando contraditoriamente acompanhada de retórica evocativa de princípios éticos, de respeito, de direitos e de morais. Pior, porque o mau exemplo conspurca os valores apregoados. Pois que pior destino se pode dar a ideais e conceitos éticos, do que prostituí-los ao serviço dos seus antípodas?