PSD: "Directas" ao assunto

Tal como há muito se tinha afirmado no Aventar, Aguiar Branco junta-se a Passos Coelho na corrida à liderança do PSD. E não foi por acaso que há duas semanas se sublinhou, igualmente no Aventar, a tentativa de “onda” para um avanço de Rangel. É só lerem o arquivo e/ou andarem atentos ao blog.

Os três candidatos são muito diferentes. Embora todos partilhem algo em comum, assaz curioso, de semelhança com três diferentes figuras do CDS. Se Pedro Passos Coelho é uma espécie de Manuel Monteiro para melhor e Aguiar Branco um Lobo Xavier mais expedito, já Paulo Rangel parece querer ser o Paulo Portas do PSD. E é aqui que, salvo seja, a porca torce o rabo.

Ao contrário de outros, eu não vou relembrar o que disse Rangel durante e após as Europeias sobre uma putativa candidatura sua à liderança. Não. Prefiro um outro registo. A campanha de Rangel nas eleições Europeias foi, reconhecidamente, boa. Mas quando comparada com o cinzentismo da actual liderança. Paulo Rangel foi uma espécie de Paulo Portas pela sua irreverência e inteligência. Animou as hostes, partiu para a luta meio sozinho (quem ainda recorda os primeiros tempos de Portas no PP?) e arrastou o laranjal com muito populismo, soundbites e teve o seu momento Soares/Marinha Grande na história da papa maizena. [Read more…]

émile durkheim

Émile Durkheim durante a sua época criativa da Ciência da Sociologia

O texto que passo a comentar, refere a obra de Émile Durkheim de 1912: Les structures élémentaires da vie religieuse, Félix Alkan, Paris. Texto editado pela Press Universitaires de France. O livro é um debate entre, Durkheim e Max Müller sobre o animismo e as formas de religiosidade, para se centrar nas formas da vida religiosa da etnia Arunta – também denominada Aranda – de Austrália. No entanto, Durkheim ultrapassa o  tema Central e como as crianças são ensinadas a saber domesticar a natureza, a dominar e a reproduzir. Apesar de ser um cientista muito conhecido, penso que a sua biografia e ideias chaves dêem ser brevemente relembradas: Émile Durkheim (Épinal, 15 de abril de 1858Paris, 15 de novembro de 1917) é considerado um dos pais da sociologia moderna. [Read more…]

Golo Mariano – F.C. Porto #14:

No ano da visita Papal a Portugal, o F.C.P. qualifica-se para a final da Taça da Liga com um golo Mariano. É bem.

http://rd3.videos.sapo.pt/play?file=http://rd3.videos.sapo.pt/I0GppdYDzSI27izyIYud/mov/1

Os dias do fim – 10 de Fevereiro de 1910


Terminado o Carnaval, é tempo de regressar à normalidade. «Findou o período de loucura e de disfarce, anualmente permitido, para que se julgue haver juizo e verdade durante o resto do ano», diz o correspondente de Lisboa do «Jornal de Notícias».
Em Braga, foram grandiosos os festejos carnavalescos promovidos pelo Clube dos Invencíveis. No Porto, foi a enterrar o alquilador José Galiza.
O noticiário internacional está marcado pelas grandes cheias de Paris – as águas chegaram a atingir 6 metros de altura. Há milhares de mortos. Neste momento, felizmente, as águas do Sena já começaram a descer. No Brasil, o navio «Minas Gerais» vai à Virgínia buscar os restos mortais do seu embaixador em Washington Joaquim Nabuco. Como principal momento da sua carreira, a luta contra a escravatura. Ainda no Brasil, morreu o poeta Luis Delfim dos Santos.
O photógrafo H. Loureiro – Nellas anuncia «Photographias Galantes» de nús a 500 réis a dúzia.
Faltam 238 dias para a instauração da República.

“Onde está o Paulinho?”

O humor é, por natureza, irreverente. E se há coisa em que, enquanto povo, somos bons é na irreverência. E até temos humor digno desse nome. Hoje chegou-me aos ouvidos uma dessas anedotas de construção fácil, imediata e actual. Reza assim:

O primeiro-ministro vai a uma escola contactar com alunos e depois de uma primeira exposição sobre os planos do governo para a educação, dispõe-se a responder a algumas perguntas.
Paulinho, o sabidola da turma, levanta o braço e é o primeiro a colocar perguntas:
“Senhor primeiro-ministro, queria que me explicasse o centro comercial de Alcochete, o caso da TVI e as escutas.”

Quando o primeiro-ministro vai responder às questões, toca a campainha para o intervalo. “Bom, é tempo de intervalo. Quando voltarem conversamos”.
No regresso, Zezinho é o primeiro a colocar questões:
“Senhor primeiro-ministro, queria que me explicasse o centro comercial de Alcochete, o caso da TVI e as escutas, porque é que tocou 30 minutos mais cedo para o intervalo e onde está o Paulinho?”

Esta história é uma ficção, as personagens e factos aqui relatados não existem. Qualquer semelhança com a realidade é pura coincidência. Nenhum animal foi magoado na criação e divulgação desta história.

Por que razão há tantos candidatos ao PSD?


Porque, cheirando a morte, já todos parecem interessados. Não há fome que não dê em fartura e, agora, os coelhos não param de sair da toca.

A verdade de manhã já é treta à tarde

Estava eu convencido que a manifestação de amanhã tinha tido um forte impulso da candidatura de PP Coelho, mas um impulso cá dos meus levou-me a escrever “uma facção do PSD, esperançada em até Março conquistar o partido, e depois as eleições“.

Avisado impulso.

Daniel Oliveira acaba de revelar que afinal se trata da candidatura de Rangel, o Paulo.

Se não fossem os impulsos, e estes grandes analistas que qual farol nos guiam na tempestade medonha da nossa cegueira  política, e tinha escrito um disparate. Ainda bem que não disse que aquilo era tudo malta do Cavaco, como li algures, já não me recordo bem aonde, e também não tem importância.

"Socretinismo"

 A frase de A. Pinto Pais “o socretinismo comanda, qual doença contagiosa, uma enorme rede de interesses, que se estende até serventuários de meia tigela” merece o destaque de um título, tão incisiva e oportuna ela é.

Não tenho tido, por várias razões, qualquer vontade de escrever. Ou então são tantos os assuntos que me enojam que prefiro não lhes mexer, para não aguentar o mau cheiro. Mas esta frase de A. Pinto Pais espevitou-me. Socretinismo!

 Mas mesmo espevitado não consigo dizer duas. É uma inépcia total. Gostaria por exemplo de saber porque razão não mais se viu ou ouviu qualquer notícia acerca do último escândalo sucateiro onde havia suspeitas de estar enfiada uma vereadora da Câmara do Porto, professora de Ética. Nickles! Será difícil imaginar que poderes abafadores estarão por detrás deste silêncio? Socretinismo! [Read more…]

A liberdade de manifestação explicada aos mais novos

Contra a vontade dos pais, dos colegas e da própria direcção da Escola Secundária de Penacova, os três alunos que, no ano lectivo anterior, foram condenados pelo tribunal a prestarem 20 horas de «serviço de interesse público» naquele estabelecimento de ensino por terem organizado uma manifestação contra o Estatuto do Aluno, começaram esta segunda–feira a cumprir “pena”.

Por decisão da direcção da escola, nomeadamente da directora, Ana Clara, os três jovens – um deles já aluno do Ensino Superior neste momento – terão de deslocar-se àquele estabelecimento de ensino todas as segundas-feiras (…) ficando responsáveis pela elaboração do primeiro regulamento das eleições para a Associação de Estudantes, documento que não existia na escola até então.

(…)

«No fundo, eles acabaram por não infringir nenhuma regra», adiantou Ana Clara, recordando que os três alunos, hoje todos com mais de 18 anos, não chegaram a fechar o portão da escola a cadeado. Para além disso, como contava a associação de pais na altura em que soube da necessidade de cumprimento de «serviço de interesse público», tratou-se de uma acção «que teve o apoio unânime dos estudantes, com a recusa colectiva de ir às aulas, nessa manhã». [Read more…]

Noticias boas para nós

Grécia salva da falência, não há riscos na zona euro

Peritos franceses da escola de Paris de Ciências Politicas, OFCE, como Francesco Saraceno afirmam que hoje não há risco algum de banca rota na” zona euro” , o que é uma boa noticia para os portugueses também .
O que é preciso é retirar as lições do caso grego, e isso significa que a Europa precisa de um governo económico forte .
A Grécia cuja situação vai ser desbloqueada graças à Alemanha estava em dificuldades por causa de comportamentos irresponsáveis que chegaram a levar a falsificar contas públicas, que com a crise se agravaram muito mais ,quando se viu a braços com ataques especulativos muito fortes. [Read more…]

Serviço Público

Para quem quer aprender umas coisitas de blogs e redes sociais, aqui fica um local de peregrinação obrigatória:

Fractura

Paulo Rangel, futuro primeiro-ministro de Portugal

Paulo Rangel deu hoje o sinal de partida que o levará a ocupar, em breve, o cargo de primeiro-ministro de Portugal. É auspicioso o seu futuro, a julgar pelas qualidades que já demonstrou em tão pouco tempo.
Aliás, sem querer abusar dos meus dotes adivinhatórios, presumo que Paulo Rangel, depois de alguns anos em S. Bento, será o candidato da Direita às Presidenciais de 2026. Então com 58 anos e muito fortalecido por anos e anos de Papa Mayzena, será a imagem de uma pessoa sério e com carisma. Galhofando, não querendo acreditar no que aconteceu 16 anos antes, será lembrado por ter sucedido em 2010 a alguém que enganou tudo e todos durante anos antes de cair na desgraça, prestar contas à Justiça e passar a ter de usar uma fatiota às riscas.

O provincianismo de Sócrates e Cª

„Quem falhar a primeira casa de botão atrapalha-se com o resto do abotoamento”

Johann Wolfgang von Goethe

Num seu artigo recente que recebi através da net, o Sr. José António Saraiva traz uma tese bastante plausivel que, em princípio, aceito.

De facto essa tendência de deslumbramento de pessoas nascidas na província – eu próprio nasci na provincia! – existe, mas tudo é uma questão de carácter das pessoas em questão. Assim, a grande maioria das pessoas nascidas na provincia, depois de passarem pela normal fase de deslumbramento, evoluem para pessoas úteis para a sociedade não sendo raros os casos de grandes sucessos realizados – se não tiverem problemas de carácter, claro.

Agora vamos ao essencial, precisamente ao paralogismo em que – uma vez mais – caiu o Sr. José António Saraiva. Ele, ao escrever “O PROCESSO chamado ‘Face Oculta’ tem as suas raízes longínquas num fenómeno que podemos designar por ‘deslumbramento’”, erra.

Em realidade as causas são bem diversas. Ora vejamos: para os tais “deslumbrados” poderem ascender “a cargos políticos de relevo” é indispensável uma coisa: poder, precisamente poder solidário, pelos menos incialmente. E este poder solidário só o podem adquirir pela mão de um sóciosistema que pelo seu comportamento linear se encontra em vias de declínio e vulnerável a pseudo-soluções.

De facto, quando então com a crescente perda do Norte se perde a habilidade de manter o necessário equilíbrio entre o ideológico e o pragmático, entre o espírito e a matéria, muitos lideres políticos mas também económicos – Globalização! – sentem-se inclinados em buscar soluções aparentemente prometedoras do tipo “mais terra-a-terra”. Muitas vezes quando essas soluções “terra-a-terra” e, sobretudo, os seus executores ganham vida própria começando a andar soltos, é tarde demais. E quando estas forças avançam, sozinhas e sem controlo eficaz, com determinados estrategemas (tácticas) e ultrapassando as elites, que em vez de determinar a indispensável ESTRATÉGIA se encontram a marcar passo sem ideia como hão-de saír do atoleiro, então um sóciosistema qualquer chega à situação na qual a UE, Portugal e o resto do mundo actualmente se encontram.

Era essa a “primeira casa de botão” que o Sr. José António Saraiva não acertou no seu artigo. Mas mesmo assim espero que o “Sol” continue a brilhar a bem da liberdade de imprensa. Isto será o caso, se finalmente as causas imateriais subjacentes aos actuais problemas forem identificadas e resolvidas correctamente. Caso contrário nos espera a imprensa “sincronizada”.

Rolf Dohmer

PS: o autor refere-se ao artigo “deslumbramento” no SOL que me dispenso aqui de apresentar

your first time

There is always a first time for all the events of life, my darling grand-daughter May Malen! This is our first time of being sick. Your parents have suffered a lot, I dare say so much! You are so little and have such a good humour, that we are not used to see you not wanting to eat, to cry all the time, day and night. So much crying, that your parents were desperate of listening to you and expecting to be morning to take to the hospital and see what was happening Dad had to work, Mum was all alone, so your Granny Gloria went with you and parents – your Dad was allow to accompany all of you until the moment of seeing you diagnosed and with less pain. You looked like this: [Read more…]

Da Emaudio à TVI


Os socialistas no poder são useiros e vezeiros na «arte» de controlar ou tentar controlar a Comunicação Social portuguesa. É curioso que, agora que se sabe os contornos exactos desse controle, seja precisamente Mário Soares a defender o primeiro-ministro, dizendo que, no seu tempo, nunca foi tão atacado como ele.
Mário Soares que esteja calado e que deixe de alardear aos quatro ventos a sua senilidade: ao lado da Emaudio, um grupo empresarial com «testas de ferro» no comando e um conjunto de negócios obscuros que envolveram grandes magnatas internacionais, o negócio da TVI é uma brincadeira de crianças. E nisto dos negócios esconsos, Sócrates nunca conseguiu chegar aos calcanhares de Soares.
Mais: nos tempos em que, como primeiro-ministro, Mário Soares telefonava para os Telejornais aos gritos sempre que qualquer notícia o incomodava, só havia dois canais de televisão do Estado, meia dúzia de rádios e jornais, não havia internet e podia-se facilmente comprar toda a tiragem de um livro incómodo para que ele não chegasse ao grande público.
Claro que Mário Soares não foi tão atacado como José Sócrates.

O que o povo exige

Em pleno Parlamento, Paulo Portas propôs aquilo que é há muito exigido pelos portugueses: os políticos devem ser os primeiros a tomar a iniciativa, dando o exemplo de morigeração de atitudes e abdicando de uma parte dos seus privilégios.

O presidente do CDS sugeriu o corte de salários do presidente da república, primeiro-ministro, ministros, secretário de Estado, deputados, autarcas, governos regionais e dirigentes de empresas intervencionadas.

No entanto, para que tal iniciativa seja credível, é necessário ir muito mais longe.

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Paulo Rangel ?

Eu juro que ontem à noite, quando coloquei aquela imagem do Kaos, estava longe de pensar em semelhante ultrapassagem de Rangel a Aguiar Branco pela direita e violando grosseiramente o código da estrada.

Mais iminências do trambolhão governamental

socorro

Socratistas vasculham em tudo o que é blogue uma indignaçãozita pelo viole do segredo de justiça, um vago isso não se faz. No Arrastão procuram mesmo debaixo da caixa de comentários. Em breve virá o enumerar dos blogues que ainda não se pronunciaram sobre as escutas, tomando o silêncio como tácito apoio ao governo.

últimos socorros

O Grupo Parlamentar do PS requisita todos os seus directores de jornal para a Comissão de Ética. É para alguns a altura de pagar o preço por um cargo que de outra forma nunca teriam exibido.

coimbra, sempre coimbra

Sócrates, o próprio, abriu a boca em Cantanhede. Faz questão em continuar a associar os piores momentos da sua vida a Coimbra e região. Um simbolismo que não vou aqui desenvolver mas que é do caraças, ai isso é.

Bardamerda

“Mas uma alternativa ao «socialismo» errático e sem alma de Sócrates terá a esquerda democrática e participativa, e só ela, de encontrá-la, pois é esta que está em condições de manter e de ampliar – perdoem o cliché – a tradição da liberdade. A alternativa a uma governança arrogante e sem desígnio jamais sairá das petições online e do bruá tudo-em-um daqueles, gregos ou/e troianos, que, pelas culturas políticas das quais emergem, dessa liberdade apenas retêm uma perspectiva instrumental. Sendo dela até, chegada a altura, os piores inimigos”.

Existe uma certa esquerda, autoritária, nascida nas escolas dos kolkozes e sovkhozes desta e doutra vida, que se julga dona e senhora dos princípios mais elementares da Liberdade, uma estranha noção de Liberdade por exclusão de partes. A mesma esquerda que enaltece hoje Fidel e Chávez como ontem gritava a plenos pulmões por Estaline ou Lenine.

Existe uma certa direita, autoritária, nascida à imagem e semelhança dos irmãos defensores de Mussolini e que viveu de mão dada com o Estado Novo e que se julga, quiçá por bênção divina, dona e senhora da razão. A mesma direita que…ups, já não há exemplos na actualidade que se possam comparar com os tristes espécimes do passado.

Aquela esquerda e esta direita apenas diferem no rótulo, quanto ao mais são uma e a mesma coisa. É por isso que quando leio textos como aquele que linkei no início deste post fico espantado. Pelo absurdo, pela falta de vergonha na cara. Pelo resvalar para o insulto e é insultado que me sinto ao ler esse texto, de uma certa esquerda, a mesma que referi anteriormente, igualzinha àquela outro direita referida. Que me insulta quando generaliza. Que me insulta quando me confunde. Que me insulta quando me julga sem me conhecer. Que me insulta.

Ora, não sei ser de outra maneira. Quando insultado, respondo da mesma forma. Vão bardamerda mais as vossas teorias a preto e branco, mais os vossos tiques do “nós somos os bons, eles são os maus; nós somos os garantes da Liberdade, eles são os fascistas”.

O nazismo começou por muito menos…

Olga Roriz… boring!

Na última sexta-feira fui ao Teatro Nacional S. João ver o espectáculo de Olga Roriz chamado Electra baseado / inspirado no clássico com o mesmo nome.

É verdade que a história é trágica, que existe uma coreografia, que não é um espectáculo literal, que a dança contemporânea não é das artes mais simples de apreender, e que se contam pelos dedos de uma mão os espectáculos de género que eu já vi.

Isso contextualiza a minha opinião… mas não a muda.
De qualquer forma anima-me o facto de outras pessoas com quem falei terem a minha opinião… embora isso provavelmente só queira dizer que são tão básicos como eu.

Resumindo… pelo menos no próximo ano, da próxima vez que tiver um conflito de agenda entre um espectáculo da Olga Roriz ou uma reunião da Campo Aberto já sei o que vou escolher…

Sócrates é o líder da oposição a Sócrates

Sócrates desgasta mais a imagem e a credibilidade de Sócrates do que Manuela Ferreira Leite, Paulo Portas ou Francisco Louçã. Movimentando-se na cena política com a elegância de um elefante numa loja de porcelanas, confundindo público com privado, estado com foro pessoal, afirmação com provocação e arrogãncia, determinação com intolerância, Sócrates começa a ser questionado internamente pelos seus correlegionários. Imagino que o façam ainda em voz baixa e tom dúbio, tipo “não me comprometas” . No entanto, haverá quem comece a afiar as facas no Largo do Rato.

A iminência do trambolhão governamental

indefensável

No blogue do governo enumeram-se as malfeitorias do PSD com a comunicação social, um historial que ameaça chegar a datas anteriores à fundação do próprio PSD. O ataque por vezes é uma boa defesa, mas neste caso é a única defesa.

baralhado

Vital Moreira baralha-se e declara que as escutas a Paulo Penedos são ilegais, refere a imaginação fértil de um agente local do Ministério Público e jura que o governo nem sequer controla a RTP. Por muito menos chumbou muito aluno no tempo em que professava.

jugulado

Depois de um profundo silêncio jugular, FC atiça o PSD com a liberdade de expressão nos blogues (se bem sugerido o Grupo Parlamentar do PS ainda chama o Paulo Querido à Comissão de Ética e pior do que isso, ele vai), RCP lança um vago gemido (é possível que as ameaças de Cavaco tomar o poder o tenham recomposto e cantarole eu tenho dois tractores) e MJP descobre que o Sapo que é da PT ainda não apagou o blogue do Manifesto pela Liberdade. João Galamba canta vemos, ouvimos e lemos, não podemos ignorar. Vai chover, talvez um bocadinho menos que na Regra do Jogo, mas chove.

Jornalismo de buraco de fechadura? Excelente!

José António Saraiva diz e diz muito bem. «O grande jornalismo é aquele que vai aos bastidores, que vai atrás da cortina ou do buraco da fechadura. O trabalho jornalístico que verdadeiramente enobrece a imprensa é aquele que consegue desmontar e pôr a nu as coisas que o poder político, económico, judicial ou religioso pretendiam manter escondidas e camufladas e denunciar determinadas actuações ilegítimas do poder, e em que há notória cumplicidade do poder judicial» (via Desabrantizante)
E não venham os moralistas de pacotilha, que sopram para o lado que lhes convém, falar de privacidade e de intimidade. Quem está a cometer um crime não tem direito à privacidade.
Se os jornalistas espreitassem pelo buraco da fechadura para saber quem é a nova namorada de José Sócrates, os defensores do primeiro-ministro teriam toda a razão.
Agora, se os jornalistas espreitam pelo buraco da fechadura para saber se José Sócrates tentou dominar a comunicação social em vésperas de eleições, então não têm razão nenhuma. Porque para os criminosos não há direito à intimidade.

A Província Cisplatina (Memória descritiva)

A vermelho, o Brasil; a Sul, a Província Cisplatina, actual Uruguai.

A Colónia do Sacramento, de que já aqui falei há semanas atrás, fundada por Portugal em 1679 e perdida para a coroa espanhola em 1777, voltou à nossa posse em 1817, quando D. João VI incorporou toda a região do actual Uruguai no Brasil. A região anexada recebeu o nome de “Província Cisplatina”- prefixo cis – do mesmo lado – e platina de Rio da Prata: portanto, do mesmo lado do Rio da Prata (que o Brasil). Durante um século, Sacramento fora por diversas vezes ganha e perdida nas lutas com as tropas espanholas ou nas guerras diplomáticas, até que o Tratado de Santo Ildefonso, assinado em 1777, a fixou como possessão espanhola.

Como sabemos, em Novembro de 1807, D. João VI, ameaçado pela invasão napoleónica, transferiu a Corte para o Brasil. No Congresso de Viena, em 1815, o Brasil foi integrada como Reino, constituindo o Reino Unido de Portugal, Brasil e Algarve. Por outro lado, a ida da Corte para o Rio de Janeiro, levou o rei a preocupar-se com o engrandecimento daquela gigantesca possessão portuguesa.

Em 1815, a Casa de Bourbon fora banida do trono de Espanha pelas forças napoleónicas. D. João VI temeu que os espanhóis o imitassem, reproduzindo Espanha no novo Mundo, e na região circundante do rio da Prata nascesse um reino poderoso. Por isso, em 1816, a “Divisão dos Voluntários Reais”, sob o comando do general Carlos Frederico Lécor, invadiu região oriental, tomou Maldonado e ocupou Montevideu em 1817. Carlos Frederico Lécor, barão de Laguna (1764-1836) foi um militar e nobre português, mas que serviu o Brasil após a independência.

Gravura de Debret mostrando o embarque, na Praia Grande, das tropas portuguesas que participaram no cerco a Montevideu, em 1816. [Read more…]

ERC inquire Sócrates !

Estamos numa sala com pouca luz que entra pela freta de uma janela por onde espreita, de vez em quando, um gajo corpulento. A mesa, comprida, afasta de tal forma inquirido e inquiridor, que dir-se-ía não quererem olhar-se nos olhos . As vozes, amortecidas pelos generosos tapetes  que há muito não são limpos, ecoam de forma fantasmagórica. Um jornal, com um telefone dependurado na primeira página pousa, envergonhado, em frente do inquiridor.

Inquirido : A ERC a que o sr prof preside por minha vontade já chamou o director dessa sargeta ?

Inquiridor : Sr. Primeiro ministro, saiba V.Exª que estamos só à espera de saber o que pensa V. Exª para o trucidarmos aqui nesta mesma sala!

Inquirido : O que eu penso e que corresponde rigorosamente à verdade, é que nunca ouvi falar de tal coisa!

Inquiridor : Mas concerteza, nem isso está em causa, o que gostaríamos de saber é se há algum problema com sócios, bem, há accionistas que não são…

Inquirido : …mas , há accionistas… o que quer dizer com isso?

Inquiridor : o problema sr. primeiro ministro é que há accionistas que não são portugueses…

Inquirido : (pausa) respiração ofegante…então é por isso que essa m…saiu aí e não saiu nos outros?

Inquiridor : nem durmo, os outros não se atrevem, mas este…

Inquirido: já chamou o Vara? Nada de telefones. Ele arranja solução, agora que está lá para Oeiras…o sobrinho do de Oeiras ainda é taxista na Suiça? Afinal neste mundo global não se sabe quem são os accionistas. E aqueles gajos do banco que lhes enfiaram o barrete? esses gajos são capazes de ter ideias…

Inquiridor : está V. a ver como tenho passado mal os últ….

Inquirido : ó, homem, cale-se! deixe-me pensar, ninguem resolve nada, é preciso ligarem uns para os outros quando estão com a massa na mão e é só dar um pulinho ali a Espanha?…

Inquiridor : mas…

Inquirido : Faça como o nosso PGR e o PTJ, bem fizeram, mande queimar tudo…

Azedo “regulador” já não vai a tempo, como mandar queimar tudo? como? Grossas gotas de suor escorrem-lhe cara abaixo…António! grita, António, é continuo e motorista que se apressa. Chame a Serrano, qual ? a Fernanda? Azedo lança-lhe um olhar de “animal feroz”, mas a nossa está de férias sr. Presidente, murmura António, então, e o outro vogal da administração, tambem não está? António, baixa a voz, o sr vogal desde ontem que está a escrever e muito zangado… já lhe despejei quatro cestos de papel com rascunhos…até trago aqui um para o sr. Presidente ver…

Azedo, desdobra o papel que tem como título : (Eventual) Apoio à manifestação a favor da liberdade de imprensa!

nÃO sEJAS dURO dE oUVIDO 2010 #11 Fev.

Foi nos Arcade Fire que conheci Owen Pallett mas foi como Final Fantasy que tive o grato prazer de o ver/ouvir ao vivo na Zambujeira. Um dos grandes regressos de 2010 com o seu novo trabalho Heartland by Owen Pallett. A não perder!

Ainda novos lançamentos de 2010 a não perder: Los Campesinos (Romance is Boring). Em grande, uma vez mais, as fantásticas First Aid Kit (The Big Black and The Blue), que foram uma das grandes revelações do ano passado e que se preparam para ficar na história como um dos melhores trabalhos do ano que agora começa. Aqui, no Aventar, sempre com as melhores novidades musicais.

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Apontamentos do campo (10)

(Por terras de Miranda do Douro)

Nem todos pela mesma liberdade, e que cada um tenha a sua

Um manifesto, e uma espécie de maniphestação à hora de almoço, despoletaram uma discussão interessante, entre a esquerda que a assinou e a esquerda (essencialmente algumas tendências do BE) que não assina.

Do lado do não, não,  não subscrevo, não assino (e reler Jorge de Sena vem a propósito) argumenta-se com as más companhias, as escondidas intenções de meter tudo nas mãos do sr. Silva, e uma subtil, ou descarada, defesa do PSP como mal menor em relação ao PSD.

Começando pelo último: é um velho vício de alguma esquerda portuguesa ver no PSP vestígios de socialismo arrumado na gaveta quando já nem há gaveta, sobras do antifascismo da longa noite, já para não falar na preocupação, saudável, em capturar algum do seu eleitorado.

É verdade que no PSP ainda sobrevive gente de esquerda (acredito porque conheço pessoalmente), mas já é cegueira não entender que na actualidade a sua função é meramente decorativa. Mesmo dos democratas de outros tempos sobra pouco mais que ninguém, seja pela lei natural da vida que Cunhal tanto gostava de referir, seja porque muito simplesmente se fizeram à vida, e ninguém merece consideração política pelo que foi se hoje já não o é.

O PSP não passa de uma agência de emprego, com critérios muito rascas como se vê pelos envolvidos nas calhandrices da face oculta, que tem como política a que lhe encomenda quem manda.  Tem uns laivos de progressismo em cousas da moral & costumes, e é importante aproveitá-lo, mas sempre relembro os que ainda andam saudosos do último referendo à IVG que o primeiro se perdeu por conta do na altura partido de Guterres (e da falta de jeito de muita feminista também). Já nem republicanos são: reproduzem a mesma casta aristocrática, simbolicamente representada no  Presidente do Centenário, as comemorações mais insultuosas à memória histórica que se fazem em Portugal desde 1940. [Read more…]

O Carnaval do MIDAS


Tirado daqui

As noites de lua cheia…

… é um filme de Rohmer de que gosto muito. Aliás, como quase todos os filmes de Rohmer. Não vou falar do filme ( há por aí, desde que o homem bateu a bota,  uma data de caixas dvd disponíveis no mercado)que faz parte da série comédias e provérbios. O provérbio que dá o lema ao filme  reza assim: “aquele que tem duas mulheres perde a alma, aquele que tem duas casas perde a cabeça”.  Quanto ao senhor da foto está tudo dito.

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