Precisa-se de electricistas

No país onde se paga a electricidade mais cara da Europa, a EDP cortou hoje, com o apoio da polícia, o fornecimento de electricidade no bairro do Lagarteiro, um dos bairros mais pobres do Porto. Dezenas de moradores com facturas em atraso, muitos deles considerados pelos serviços sociais da Junta de Campanhã como em situação de “emergência social”, ficaram sem luz, sem aquecimento, sem fogão para cozinhar, porque não podem pagar o que a EDP exige. Entre eles, havia gente com crianças pequenas e até, como mostra a reportagem da RTP, um deficiente motor que, a partir de hoje, deixa de poder recarregar a cadeira de rodas eléctrica.

“Electricidade mais cara da Europa” não é figura de estilo nem recurso demagógico. É isto: [Read more…]

Lápis azul

no museu!

Aprender matemática

Há duas maneiras de fazer a coisa, sim, essa, a complicada: M-a-t-e-m-á-t-i-c-a!

Uns pensam uma Escola Pública que é de todos e para todos! Outros terão da Escola Pública uma visão diferente. No que diz respeito à matemática a visão não poderia ser mais diversa:

– David Justino faz uma opção.

Mas há outras!

As “*atividades inspectivas”: um Guião da cacografia do Estado

Depois de ter partido sem resolver o problema, Paulo Portas acaba de contribuir para um terrível golpe desferido no sonho que alguns persistem em manter acerca da aplicação do Acordo Ortográfico de 1990. Por seu turno, se Paul Krugman soubesse português e tivesse lido o Guião ontem apresentado, os parágrafos de John Taylor seriam relegados para o segundo posto.

Efectivamente, fazendo um pequeno apanhado de co-ocorrências presentes neste Guião

  • acção (p. 32) e ação (p. 39)
  • adopção (p. 10) e adoção (p. 110)
  • aspecto (p. 12) e aspeto (p. 72)
  • activo (p. 55) e ativa (p. 84)
  • actividade (p. 8 ) e atividade (p. 69)
  • actual (p. 11) e atual (p. 81) [Read more…]

Postalinho de Barcelos (10)

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“Menos vinho não lhes fazia mal”

“Qual Governo? (…) Existe um bando de meninos, a quem os pais vestiram casaco como para um baptizado ou um casamento”.

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I Know Just What’s Missing On Your Mantlepiece… A Dictator!

I Know Just What’s Missing On Your Mantlepiece… A Dictator!.

Eu quero o meu PAI!

Sabemos todos que nada acontece por acaso e quase sempre, o que parece, não é!

Mas o que interessa isso perante a vontade expressa deste puto em continuar ao lado do Santo Padre?

Gosto da boa onda que Papa Francisco trouxe ao mundo!

Chantagem para ovelhas e outros tipos de gado

Podia estender-me horas (linhas) a fio sobre este mentiroso compulsivo em quem já só algumas ovelhas acreditam. Mas vou apenas focar-me em mais uma pérola com que este metafórico monte de merda hoje nos brindou.

Diz Pedro Passos “Tecnoforma” Coelho que o Governo pretende “baixar os impostos de forma permanente” mas que tal não será possível caso nos desviemos do “caminho de redução e controle de despesa” previsto no OE14. E, entre lirismos sobre o “momento da verdade” ou o “passaporte do país para o seu futuro pós-troika”, Passos Coelho atira a bola para o lado do PS pedindo compromissos a médio e a longo prazo para garantir que o povinho continua a pagar a crise que Passos se esforça todos os dias por nacionalizar.

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Vende-se

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Afinal quem é o presidente da junta?

O mistério da campainha incendiada, uma queixa-crime, a junta encerrada. Histórias (patéticas) do meu bairro.

Debate sobre o Orçamento do Estado em directo?

Óptimo. Quando se discutir a redacção do Relatório, avisem-me, sff.

Vou abrir uma escola nova

Aluno-tipo da minha futura escola

Aluno-tipo da minha futura escola


Entusiasmado com a proposta de Paulo Portas para a reforma do Estado, decidi abrir uma escola nova logo que possível. Já falei com alguns dos meus colegas – só quero os que dão melhores notas – e já estabeleci algumas regras básicas.
Na minha escola, só entrarão os melhores alunos. Média de 4 pelo menos. Alunos com nível 3 borda fora. Penso que a lei vai permitir, certo? Afinal, pelo que percebo, isto vai ser uma espécie de contrato de associação como nos colégios.
Espero que o Estado não boicote o meu projecto. Seria inconcebível! É que os nossos filhos devem poder escolher a escola, mas ninguém garante que a escola os escolha a eles. É assim que deve ser e não podia ser de outra forma.
Acho que vai ser um sucesso. Daqui a 3 anos a minha escola vai estar no topo dos «rankings»!

Recusas

A recusa do diálogo com a Troyka. A higiene. O mimo. O tau-tau. O eu-choro.

PT

A PT vai mudar de nome. É razoável. Com as suas sedes na Holanda e, agora, no Brasil; com o seu capital dominado por investidores brasileiros, angolanos e outros, nomináveis ou inomináveis, a permanência do nome Portugal na designação da empresa aparece como uma anedota amarga. Faça-se, pois, a excisão

A gaiola sombria

Motivos profissionais trazem-me, vezes sem conta, a esta “gaiola dourada” que é o Luxemburgo, um pequeno país onde toda a gente parece transbordar dinheiro e iPhones. Um paraíso do consumo em massa onde, ao contrário de Portugal, existe muito estado social e pouco sol.

Até há bem pouco tempo, o Luxemburgo era um oásis para emigrantes de todas as nacionalidades que procuravam uma vida melhor. A maior comunidade no país é a portuguesa (estima-se que sejam cerca de 90 mil – aproximadamente 16,4% da população total – números que não terão em conta todos aqueles em condições ilegais e os milhares já naturalizados luxemburgueses) e a nossa presença faz-se sentir um pouco por todo o lado: em cada esquina podemos ouvir a nossa língua, comer uma francesinha, beber uma SuperBock ou tomar um café decente, algo que não abunda por essa Europa fora.

Acontece que, como tudo na Europa, também o Luxemburgo está a mudar. Por estes dias, durante a minha habitual caminhada pós-jantar, deparei-me com algo que nunca tinha visto: na zona da Gare du Luxembourg (estação central da capital), dei de frente com um considerável amontoado de pessoas que, debaixo de um frio de rachar, por ali tentavam pernoitar. Vi pelo menos dois casais com crianças pequenas. Fiquei perturbado quando percebi que quase todos falavam português.

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Machete Já Sabia? Já. Nós também.

Paira no ar que o desfecho do tal processo do Departamento Central de Investigação e Acção Penal que envolvia o procurador-geral da República angolano, João Maria de Sousa, e que foi arquivado no passado mês de Julho, conforme se soube hoje, já seria do conhecimento do Ministro da Defesa, Rui Machete, confirmando a longa e sólida tradição arquivadora da nossa PGR.

Por isso Machete pôde pedir desculpas às autoridades angolanas, tranquilizá-las, minimizar o problema, falar, enfim, como falou, assunto arrumado. Se ele já sabia do arquivamento só agora divulgado, as autoridades angolanas também já deveriam saber, pelo que todo o folclore de amuo e mal-estar subsequente da cúpula angolana para com parte da cúpula portuguesa, que reagiu mal ao ajoelhamento de Machete e explorou a exposição mediática do caso por fugas de informação, foi apenas o reeditar de uma velha guerra que opõe duas linhas pragmáticas opostas de diplomacia portuguesa, oficial e não oficial, para com aquele Regime: uma, de hostilização directa de José Eduardo dos Santos e do seu CleptoRegime por parte dos nossos Partidos da Oposição, e quando na Oposição, especialmente o clã Soares, cujo filho João é ferocíssimo aí. Outra, de contemporização e estreita cooperação, isto é, de íntima submissão económico-financeira, com progressiva subalternização de Portugal aos interesses e investimentos angolanos, conduzida pelos nossos Governos, um após outro. Entre a bipolar liberdade de denunciar e necessidade de cooperar, portanto. Claro que em Luanda não há destas dicotomias. Só há uma voz e o seu inequívoco megafone, o Jornal de Angola. [Read more…]

Perigosos terroristas

Estão já monitorizados pelo Grande Irmão. Não vão os gajos querer recuperar o monopólio da anaquilação dos infiéis…

Léxico nacional: o contributo de Cavaco Silva

Alfeite

© Presidência da República Portuguesa (http://bit.ly/1aTzECa)

Fui eu que coloquei no léxico nacional o ‘pós-troika’. Foi no discurso que fiz no 25 de Abril deste ano.

— Aníbal António Cavaco Silva, Base Naval de Lisboa, Alfeite, 29 de Outubro de 2013

Efectivamente, confirma-se a ocorrência de ‘pós-troika’ no discurso proferido durante a 39.ª Sessão Comemorativa do 25 de Abril — em determinados círculos, este discurso é conhecido como o discurso de Fação:

A Assembleia da República, através da respectiva comissão parlamentar, pode contribuir para consciencializar os Portugueses para as exigências com que Portugal será confrontado no período pós-troika.

Não se compreende o motivo de, na transcrição, surgir *respetiva. Cavaco Silva não pronunciou [ʀɨʃpɨˈtivɐ]. Cavaco Silva pronunciou [ʀɨʃpɛˈtivɐ]. Logo, ‘respectiva’. Sim, <ec> existe e, ao contrário do Acordo Ortográfico de 1990, não é para servir de enfeite. Aliás, como sabemos, aquele ‘c’ encontrava-se no texto original, pois – como é sabido – Cavaco Silva não se mete nessas aventuras.

O guião de Paulo Portas

Com o alto patrocínio das seguradoras, da igreja, dos colégios, das clínicas, das imobiliárias e outros empreendedores que me escaparam, o filme resume-se a isto: ó PS, revê a Constituição connosco e depois quando virares PASOK damos-te umas esmolas no estado.

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Estado da nação

Tratando-se de bicharada e futebolada, o povo unido jamais será vencido.

Alice

A Alice atrai histórias destas. Tem uma dessas caras que inspiram confiança e fazem com que cada solitário que se cruza com ela se sinta à vontade para contar-lhe a sua história.

A Alice escuta e dá respostas ríspidas, não tem paciência para autocomiserações.

– Não tem mãe? E não acha que já não tem idade para não depender dela? A sua mulher deixou-o? Recomece, ainda é muito novo. O seu patrão explora-o? Tome lá os anúncios do jornal, procure.

No supermercado, no quiosque, no café, no autocarro, por onde passa aparece-lhe gente que mete conversa, que lhe pede dinheiro ou o pequeno-almoço, que lhe conta a vida, que espera conselhos. Até tarados lhe aparecem, dos que abrem a gabardine à sua passagem para que ela os veja sem cuecas. Ela manda-os passear e segue o seu caminho, sempre carregada de sacos e saquinhos, a hortaliça, as abóboras, a fruta, o jornal para o marido, o croissant para o neto.

Há dias, era ainda bem cedo pela manhã, lá ia ela, como sempre, tomar a meia-de-leite ao café, o único luxo que se tem permitido em sessenta anos de vida. Estava quase a chegar quando ele lhe apareceu.  [Read more…]

O PS Braga, uma história

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Sou, penso que me reconhecem isso, insuspeito de ser socialista. Logo a abrir fica a nota para dissipar qualquer dúvida.

Em 2010/11 conheci um jovem de Braga, de seu nome Hugo Pires, arquitecto e vereador na Câmara Municipal de Braga eleito pelo PS. Ao longo de meses a lidar, profissionalmente, com o Hugo Pires fiquei a conhecer o Autarca, o Profissional e o Homem. Como autarca a sua visão do que deveria ser o futuro de Braga fascinou-me. Como profissional verifiquei a sua capacidade de trabalho e, sobretudo, a sua inteligência. Como Homem não esqueço a sua simpatia, humildade e capacidade de gerar consensos. [Read more…]

Lá se afundou a Atlântida

A História é uma ciência. Agiu bem o governo regional dos Açores.

Futebolices e antifutebolices

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Os vários canais de televisão não se cansam de ruminar sobre os lamentáveis acontecimentos ocorridos antes do jogo Porto-Sporting e perpetrados por um destacamento de “Casuals”, abominável movimento que, como uma espécie de acne pré-fascistóide, tem erupções por toda a Europa.

Jornalistas e comentadores sortidos não se cansam de, à falta de outros argumentos, referir alegadas ligações ao Sporting. Não sei se isso é verdade ou não .

O que sei é que não é esse o centro da questão. Sejam quem forem, devem ser detidos, julgados e, se for feita prova, exemplarmente punidos. E, se forem filiados em algum clube, espero que este os expulse imediatamente sem contemplações nem mansas justificações. Temos de respirar aqui e já basta o que basta.

Outono Junto à Linha

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Ciência Útil

Os homens gostam de olhar para as MAMAS das mulheres. São os cientistas quem o diz.

Excelente Notícia

O Polvo está disponível para Portugal. Eu aprovo.

O Remake

Eu simplesmente adoro ler Jorge Fiel, enfim, convergência de almas. Faz-me sentir como que intimamente compreendido e acompanhado neste enorme mundo minúsculo, árido e susceptível da blogopinião:

… o Orçamento para 2014 surge no lugar do PEC IV. No protagonista, em vez de Sócrates, o animal feroz, temos o filho da mãe do Passos Coelho, que na versão original desta tragédia, que se repetirá como farsa (Marx avisou-nos…), esteve no papel do estupor do Brutus, agora desempenhado pelo Seguro, um gajo que se acha descendente da aristocracia do PS.

A novidade na intriga são os juízes do Constitucional, que eu chamaria de bandalhos, mas como sempre fui a merda de um moderado limito-me a adjetivá-los de pistoleiros. [Read more…]

A Alice, o churrasco e a distopia

Tal como a minha avó, protesto o fim do que me era familiar, do que me era integral (…) a ler