Posts históricos da blogosfera: o polvo

Se há coisas de que gosto é de polvo. Cosido, assado, estufado, em pastéis, feito com arroz, seco, enfim, só não gosto é de cru. Também nunca provei.
O meu amigo “Mar Fossas”, um dos profissionais destacados na arte da pesca ao octópode, tem sempre a gentileza de me ofertar um exemplar ou mais, dependendo sempre do peso do animal bem como da fartura da captura, quando me encontra no Porto de Abrigo da minha Sesimbra.
Pois este meu amigo, com o qual compartilhei aventuras que não consigo narrar aqui, pescador que, como ele comprova, assobia aos polvos e eles vêm ter com ele, merece que eu lhe dedique este post.
Portanto, em discurso directo:
– João, apanha este se fores capaz…

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pexito 23 janeiro 2005

José Sócrates nega plano do Governo para controlar os media

Diana ou Filipe – o «Sol» sabe quem vai ganhar os Ídolos


O «Sol» sabe, através de escutas feitas a funcionários de «call center», quem vai ganhar os «Idolos» no próximo Domingo. José António Saraiva e Felícia Cabrita já estão a preparar uma edição extra para amanhã.
Meus senhores: ganhe a Sofia, ganhe o Filipe, ganhe o raio que os parta. Mas ganhe alguém e acabem de vez com isso. Já não posso ouvir falar da porcaria dos «Ídolos». Foda-se!
Eh já agora, a família da Sofia podia parar de telefonar aos milhares para os «call center», porque ganhar assim não é justo. Como diz um dos seus familiares no Facebook, Tiago Mendes», «Famíla. Vou-me ausentar. Logo à tarde regresso. Mas não parem de votar, porque eu também não paro. 760 300 507.»
Se é que percebem o que eu estou a dizer…

Sermão de Santo António aos Peixes: O Polvo

“Mas já que estamos nas covas do mar, antes que saiamos delas, temos lá o irmão polvo, contra o qual têm suas queixas, e grandes, não menos que S. Basílio e Santo Ambrósio. O polvo com aquele seu capelo na cabeça, parece um monge; com aqueles seus raios estendidos, parece uma estrela; com aquele não ter osso nem espinha, parece a mesma brandura, a mesma mansidão. E debaixo desta aparência tão modesta, ou desta hipocrisia tão santa, testemunham constantemente os dois grandes Doutores da Igreja latina e grega, que o dito polvo é o maior traidor do mar. [Read more…]

O Novo Pastorzinho

Minha Nossa Senhora, isto está complicado, ajudai-me e dai-me mais um ou dois apêndices não segmentados, geralmente flexíveis para resolver de vez estas chatices.

Como sabeis, minha Nossa Senhora, tudo isto não passa de uma cabala contra mim. São tudo mentiras ditas por meia dúzia de garotos!

Vá lá, ajudai-me, safai-me desta que eu prometo não falar mais ao telemóvel.

Ao nascer, o Sol também deveria ser para mim, mas não desta maneira.

O polvo = insaciável cefalópode

Todos nós, quando falamos do polvo, achamos que se trata de um animal com tentáculos e que pouco mais tem. Pois acreditem que estamos bem longe da verdade científico-político-corrupta. Recentes estudos mostram que o polvo tem uma capacidade extraordinária de se adaptar a novas situações, de regenerar partes perdidas do próprio corpo e de atacar pela certa, pacientemente escondido em buracos, até que as presas estejam a jeito.

De preferência presas de menor volume físico, digeríveis pelo seu estômago insaciável e silenciosas mesmo quando estão a ser “devoradas”. O polvo vomita os restos não digeríveis e avança à velocidade dos seus oito braços (octópode), sempre à procura de buracos e de presas. É insaciável, se não for travado não é ele que se trava (ainda não se lhe descobriram travões) pelo que têm que ser as potenciais presas, em conjunto, a defenderem-se .

No fundo do seu buraco (múltiplos, vai mudando, mas nunca abandona totalmente ) quando acossado, esperneia e é mesmo capaz de colocar a falar cada um dos seus tentáculos, capacidade extraordinária e nunca vista noutro animal. Pensou-se (e ainda não há certezas absolutas) que o polvo, em vez de distribuir os seus tentáculos, distribui “clones” de si próprio e que “funcionam” em “rede”, chegando mesmo a contactar uns com os outros para acertar tácticas e estratégias. [Read more…]

Polvo Malandrinho

Coza o polvo em abundante água com uma cebola descascada dentro.

Escorra-o e reserve a água.

Corte os tentáculos e o capuz em pedaços pequenos.

DEPOIS, DEITE TUDO FORA….. NÃO COMA NADA.

ELES JÁ COMERAM TUDO.

World Press Photo: Mais uma vez não percebi…

Acho que é o terceiro ano consecutivo em que tenho dificuldade em entender a escolha da fotografia vencedora do World Press Photo, o mais importante prémio mundial de fotojornalismo.

wpp-vencedor2010

Este ano ganhou uma imagem do fotógrafo italiano freelancer, Pietro Masturzo. A imagem, captada no Irão, mostra uma mulher a gritar do alto de uma casa e foi feita quando dos protestos originados pela reeleição do presidente iraniano.

O júri diz que “além de ser bela, capta a tensão e a emoção do momento em que os protestos começaram a intensificar-se. A imagem mostra o começo de algo, o começo de uma grande história. Isso passa uma perspetiva e informações importantes, tanto visual como emocionalmente”, refere o presidente do júri, Ayperi Karabuda Eser no comunicado hoje divulgado.

Sim, percebido. Até pode ser mas não me convence. Se a ideia era distinguir algo relacionado com o Irão, havia muitas outras opções. Aliás, entre as mais de 100 mil imagens colocadas a concurso tenho a certeza de que havia fotos mais relevantes do ponto de vista informativo e perante as quais seria possível apresentar o mesmo nível de justificação. Basta ver outras imagens premiadas e será possível encontrar melhores imagens. Claro que estas coisas são sempre subjectivas e que avaliar fotografias jornalísticas não é um concurso de beleza e de estética. Sei tudo isso, mas sei também que não vejo na imagem o carimbo de vencedora da melhor fotografia jornalística do ano passado.

Fiquei mais uma vez surpreendido, pois. Mas não fui o único. Fosse sincero ou apenas sinal de falsa modéstia, o próprio fotógrafo italiano ficou espantado: “Nem acredito que venci. Nunca pensei que fosse possível um freelancer ganhar o prémio máximo”, disse Pietro Masturzo à Associated Press.

Foram apresentadas 101.960 imagens de 5.847 profissionais de 128 países.

Polvo seco ao Sol

Preparação:

Sova-se o polvo para amolecer,

escala-se,

passa-se por salmoura e seca-se ao sol.

Você pagava 2,5 milhões de euros por ano a este tipo?

http://rd3.videos.sapo.pt/play?file=http://rd3.videos.sapo.pt/q2W3m2hp6zef3UYu1Gg4/mov/1&color=0xff00d5

Os clientes e accionistas da PT pagam essa quantia a Rui Pedro Soares, o moço que se engasga meia-dúzia de vezes neste vídeo.

Arroz de polvo malandrinho (à portuguesa)

Para quatro pessoas: 1,2 kg de polvo; 400 gr de arroz; 2 cebola grande; 2 alhos; 1 folha de louro; 2 tomates, 1,75 litro de água da cozedura do polvo, 2,5 dl de azeite; Sal, malagueta q.b.

polvoarroz

Primeiro, coza o polvo em água com uma pitada de sal e com uma cebola grande descascada mas inteira dentro. O polvo estará cozido quando a cebola também estiver. Retire-o e escorra-o. Guarde a água da cozedura. Corte os tentáculos e o capuz do bicho em pedaços pequenos.

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Brasil segundo maior mercado de droga

SPIEGEL: After the US, Brazil is the second-largest drug market in the Americas.

Fernando Cardoso: Drug consumers are primarily from the middle and upper classes. These people must recognize that they are partly responsible for violent crime. Cocaine is becoming a people’s drug. In every society, there is a certain percentage of addicts who are lost causes. Many others, however, could be saved. These are the people we have to reach. Spiegel Online > ver abaixo

Fernando Henrique Cardoso, sem dúvida um homem equilibrado e respeitável, tal como milhares de homens de estado sérios, erra quando afirma :

“… These people must recognize that they are partly responsible for violent crime …”. [Read more…]

Rapidinha – Importa-se de repetir?

José Sócrates sobre Paulo Rangel:

…”faz carreira política com base no radicalismo, o que significa uma doença muito infantil da política.A nossa politica precisa é de moderação e de responsabilidade”

E, já agora, de verdade, de credibilidade, de competência,  de não se afundar em escândalos…

Andam muito esquecidos mas isto passa-lhes

«Há quem, não conseguindo derrubar o PS e o Governo por meios democráticos, em eleições, procure usar estes casos para obter esses resultados políticos»

diz Silva Pereira. Esquece-se do desaparecimento do Jornal Nacional da TVI antes das eleições. Omite que as eleições também se ganham na comunicação social. Quando voltar à oposição lembra-se num instante, vai uma aposta?

Mais escutas do «Sol» (II)

continuação daqui

TRANSCRIÇÃO DAS ESCUTAS REVELADAS NA EDIÇÃO DE 12 DE FEVEREIRO DO «SOL»

[Vê se podes] «dar um pontapé para cima em relação ao Paulo Fernandes, porque a CGD borregou um bocado. Está previsto uma compra da parte dele da informação pela empresa do Nuno Vasconcelos com conhecimento do amigo do Vara, ou melhor, por indução do amigo.» (Fernando Soares Carneiro, representante do Estado na PT, para Armando Vara).

– «Por indução de cima foi acordado que se tentaria comprar o Correio da Manhã ou mesmo a Cofina e que isso foi colocado na empresa [PT] como objectivo». (Fernando Soares Carneiro para Armando Vara)

– «Quem falou foi do gabinete do amigo de Vara lá de cima.» (Armando Vara para Fernando Soares Carneiro sobre se já tinham falado com um administrador da Caixa Geral de Depósitos)

– «Já começaram as negociações, a Caixa não está a ajudar e esse assunto foi comunicado a quem de direito e que queria alguma pressão a alguém de cima.» (Fernando Soares Carneiro para Armando Vara) [Read more…]

Rui Pedro Soares – a PT devia ser poupada à vergonha

Não há mês que não venham à estampa escândalos ligados a Sócrates.                                  Mentiroso, é o menos que as pessoas lhe chamam nas ruas, nos cafés, em família, mesmo os que consideram ( e eu sou um deles) que não há razão para que se vá novamente para eleições. Nas eleições não se escolhe um primeiro ministro, escolhe-se o partido mais votado e é esse que tem o dever de indicar o primeiro ministro. Nada impede que o PS escolha outro nome para primeiro ministro.

O aparelho de Estado, as empresas públicas. os reguladores, a banca tudo está minado de assessores e adjuntos indicados pelo primeiro ministro, para poder controlar, abafar, fazer o trabalho sujo a troco de muito dinheiro. Este rapazito que está na PT como Administrador, é um exemplo de como Sócrates usa as empresas do Estado para colocar pessoas sem qualificação, sem curriculum e sem capacidade de recuo (profissionalmente, este individuo, não ganha em lado nenhum 1/10 do que ganha na PT). Estão, assim, obrigados a fazer o que seja necessário para manter as mordomias que auferem.

Quem não quer ver não vê, mas é para isto que servem as empresas estatais, para pagar favores, colocar os homens de mão (vejam a família Penedos, o pai é admnistrador na REN, um dos filhos assessor na PT e o outro filho é assessor de Sócrates) e é por isso que pagamos os serviços mais caros da Europa – telecomunicações, água, luz, combustíveis, bancários – são empresas “absorsoras” de mais-valias, a que se junta um Estado gastador e irresponsável.

Em Portugal, não vale a pena ser agricultor, industrial ou empresário de empresas de bens e serviços transaccionáveis, exportáveis ou substituidoras de importações. Meta o seu dinheiro na banca que mais e melhores dividendos oferece aos seus accionistas e vá até ao Dubai. Para quê ter dores de cabeça ?

Sinais

Neste corrupio de acontecimentos, desde as revelações do semanário “Sol”,  – revelações que o semanário aumentou o ritmo – passando pelas primeiras providências cautelares de censura prévia em mais de 30 anos de democracia, uma pequena nota não para o que se diz e para o que se escreve,ou para o que é lembrado, mas antes para o silêncio.

Neste momento ninguém, a não ser do núcleo duro do Governo e da direcção do PS, parece querer aproximar-se de José Sócrates. A dita ala Esquerda mantem-se quieta e dos “históricos” nem uma palavra. A consciência da gravidade do assunto, legalidades à parte, existe. Por mais que se queira esconder a situação por trás de elogios de levar às lágrimas.

À medida que o tempo for passando e a informação se for espalhando, infiltrando, estes silêncios terão cada vez mais peso, e ou são quebrados ou irão esmagar aqueles sobre os quais pairam.

Os sinais mais marcantes começam a ser, e serão cada vez mais, os silêncios, as omissões. Mais do que as palavras e as reacções. Porque neles se irá sustentar a desagregação do Governo.

Entretanto, o que se tem escrito, editado, revelado e contradito, são os piores sinais que se transmitem lá para fora, para os nossos credores, para os investidores que queremos cativar, para os analistas financeiros que queremos convencer acerca da nossa economia.

Apontamentos do campo (12)

(Lindoso)

Mandela (Memória descritiva)

Mandela e Graça Machel durante a homenagem ontem prestada na Cidade do Cabo.

Ontem, 11 de Fevereiro, realizou-se na Cidade do Cabo uma homenagem a Nelson Mandela, na passagem do 20º aniversário da sua libertação após 27 anos de prisão. Sorridente, acompanhado pela esposa, Graça Machel, Mandela esteve no Parlamento, onde ouviu o discurso proferido pelo actual presidente da África do Sul, Jacob Zuma.

O «tata» (avô), como carinhosamente o tratam os sul-africanos, sentou-se na última fila da galeria de convidados e seguiu com atenção as palavras de Zuma, que ia lendo em folhas que tinham sido distribuídas. Com 91 anos, o primeiro presidente negro do país, terá feito um grande esforço para assistir à homenagem, pois a sua saúde debilitada pela idade não lhe tem permitido sair da residência. Desde que, há quase dez anos, se retirou da vida política, raramente aparece em público.

Destacadas figuras do ANC (Congresso Nacional Africano), o partido de Mandela, com alguns dos seus companheiros de luta contra o apartheid, festejaram a libertação sem a presença do homenageado. Milhares de pessoas, correspondendo à convocação do ANC, percorreram os mesmos 500 metros que, em 11 de Fevereiro de 1990, Mandela caminhou nos seus primeiros momentos de liberdade , em frente à prisão, saudando os seus seguidores.

Jacob Zuma, no seu discurso, prometeu antecipar a idade da reforma, para reduzir a pobreza, a desigualdade e o desemprego juvenil no país. «Este ano de 2010, será um ano de acção». Zuma atravessa um momento difícil, pois o facto de ter concebido um vigésimo filho, fruto de uma relação extra-conjugal, a meio de uma campanha oficial contra a SIDA e contra a multiplicidade de parceiros sexuais, causou polémica e mesmo algum escândalo no país. [Read more…]

Sejam justos: o homem até falou verdade, mesmo quando não queria

Arrefecimento salarial

O congelamento dos salários da função pública tem de ser visto também pelo seu lado positivo: é sem dúvida uma medida que pretende combater o aquecimento global.

Se provocar uma fervura social manda-se a polícia outra vez aos sindicatos e não se fala mais nisso.

Todas as escutas do «Sol» (I)

TRANSCRIÇÃO DAS ESCUTAS PUBLICADAS NA EDIÇÃO DE 12 DE FEVEREIRO

«- Não querendo fazer perguntas inconvenientes, só uma questãozinha: o Henrique [Granadeiro] chegou a ir lá?
– Esse é o problema… Não estou a pedir para o receber. Ele recebeu-o sozinho e isso já está em todos os jornais. Lembras-te da minha conversa com ele. Foi o Henrique que o deu à morte.» (Paulo Penedos e Ruii Pedro Soares)

– «O Henrique já disse à Lusa que não falou com o Governo.» (Paulo Penedos para Rui Pedro Soares)

– «[Liguei-lhe] 5 vezes e exigi que ele falasse com o chefe, que já estava aos berros.» (João Carlos Silva para Paulo Penedos)

– «Então são vocês que recebem ordens para fazer, mas recebem ordens para desfazer?»
— «Sócrates não se quer ver embrulhado numa guerra… isto tinha um tempo para se fazer, agora…,» (João Carlos Silva para Paulo Penedos)

– «A senhora vai ficar lá devidamente espaldada. Ninguém lhe toca, ninguém lhe chega. Iam ter de trucidar tudo e todos.» (Joaquim Oliveira para Armando Vaqra sobre o que Júlio Magalhães lhe terá dito sobre Manuela Moura Guedes)

– «Tenham cuidado com as perguntas que andam a fazer!» (Joaquim Oliveira para José Leite Pereira sobre jornalistas novos que andam a investigar o fim do Jornal de Sexta da TVI)

continua aqui

Ver mais notícias sobre o caso aqui, aqui e aqui.

Adequada ao momento: Is There Nothing We Can Do?

"Nunca nos passou pela cabeça que a PT pudesse ser uma empresa tão instrumentalizável"

Debate sobre concentração dos “media”
PS quer “reprivatizar” império mediático da PT
Por João Pedro Henriques
05.11.2004
O PS vai apresentar um projecto de lei que, a ser aprovado, obrigará a Portugal Telecom (PT) a abrir mão da propriedade dos meios de comunicação social que detém através da Lusomundo (“JN”, “Diário de Notícias”, TSF, “24 Horas”, entre outros). A intenção foi ontem anunciada pelo secretário-geral do PS, José Sócrates, que assumiu a ligação directa deste anúncio à saída de Marcelo Rebelo de Sousa da TVI. “O caso é grave, chegou o momento de agir”, disse.
Num debate promovido pelo grupo parlamentar socialista sobre concentração dos media, José Sócrates explicou que o projecto visa “proibir” que o Estado “directa ou indirectamente” detenha participações em meios de comunicação social, exceptuando-se esta regra ás empresas que compõem o chamado “serviço público” (RTP, RDP e Lusa). [Read more…]

Quem fala assim não é gago…

Eu sobre a posta radical do Arrastão já aqui escrevi mas hoje, ao ler o Insurgente, deparei com esta de antologia e que passo a citar:

João Pereira Coutinho sobre Daniel Oliveira, a 6 de Junho de 2003:

UM ESCLARECIMENTO AO SR. DANIEL OLIVEIRA: O sr. Daniel Oliveira, que eu tenho o desprazer de conhecer, resolveu publicar um post no Blog de Esquerda onde me enfia caridosamente na extrema-direita. Não vou, obviamente, comentar o facto: o sr. Daniel Oliveira é radicalmente analfabeto e julga que todos aqueles que não partilham o seu mau-carácter estão necessariamente à direita dele e do atoleiro ideológico onde ele vive e sobrevive. Um atoleiro que, convém esclarecer, o sr. Daniel não gosta de alardear em público – e recordo, a própósito deste facto, a forma trémula como a criatura, na primeira sessão do afamado «É a Cultura, Estúpido!», me implorou para não fazer qualquer referência à sua embaraçosa militância no Bloco de Esquerda, esse belo grupelho cuja constituição heterogénea o Daniel manifestamente despreza. Respeitei o pedido porque acreditei que lidava com um cavalheiro leal. Puro engano. O cavalheiro não é leal e a sua manifesta personalidade de verme impede qualquer discurso civilizado. A partir de hoje, as minhas conversas com o sr. Daniel Oliveira terminaram. E agradeço que a organização do «É a Cultura, Estúpido!» tenha a caridade de enxotar a criatura da minha presença. Caso contrário, boa noite e até à próxima.

Comunicado da A25A

Tomámos conhecimento de que circula um abaixo-assinado com o título “Carta Aberta de Militares de Abril aos órgãos de soberania a propósito do chamado ‘Casamento’ entre pessoas do mesmo sexo”.
Como sempre assumimos, não nos consideramos como representantes exclusivos dos militares de Abril.
Ainda que sejam sócios da A25A cerca de 90 por cento dos militares de Abril, há outros militares que têm legitimidade para usar esse título.
Só nos espantamos é com o facto de alguns dos envolvidos nesta iniciativa virem, agora, assumir-se como militares de Abril. Se o assunto não fosse sério, seria caso para afirmar “bem-vindos ao barco…!”
Admitindo que algum sócio da A25A decida subscrever o abaixo-assinado – somos homens de Liberdade, cada um é livre de assumir as posições que entenda assumir – e porque já fomos contactados para esclarecer a nossa posição, ao mesmo tempo que alertamos para o facto de irem surgir falsas notícias sobre o assunto – como exemplo, o jornal Correio da Manhã afirmar que Vítor Alves também assina a carta em questão, o que é absoluta e totalmente falso – informamos que a Associação 25 de Abril é totalmente alheia a todo este processo.
Cordiais saudações e um abraço amigo
O Presidente da Direcção
Vasco Correia Lourenço

Os dias do fim – 11 de Fevereiro de 1910

 
Com o fim do Carnaval, a actualidade política regressou ao topo da actualidade. O «Jornal de Notócias» fala da reforma eleitoral e das audições aos Partidos que estão a ser promovidas pelo chefe do Governo, o progressista Francisco Beirão. Não se sabe muito bem em que consistirá essa reforma, embora se fale na criação de pequenos círculos de 2 a 6 deputados, na existência de voto obrigatório e voto por procuração para os entrevados e ausentes, «excepto o gato do sr. José Luciano de Castro, que esse vota por acumulação».
Entretanto, os partidos da Oposição queixam-se da perseguição que lhes está a ser movida pelo ministro da Fazenda. Francisco Beirão bem prometeu que não haveria retaliações, mas «teve de largar do bico o raminho de oliveira ou engoli-lo, transformando ao mesmo tempo a bandeira branca em lençol para envolver o corpo dos adversários que vão descendo à cova.»
Reuniu-se ontem a Câmara do Porto, sob a liderança do presidente Cândido de Pinho. Foram debatidos os melhoramentos na cidade, em especial o porto de Leixões e do Douro. Em Coimbra, foi preso o democrata Francisco da Fonseca, por ter em casa duas carabinas novas e algumas caixas de munições. Em Braga, vai ser organizado um «bodo aos pobres» por iniciativa do conde de Agrolongo.
Do noticiário internacional, saliente-se a tomada de posse do novo Governo de Espanha, chefiado por José Cavalejas. Em Paris, anda à solta um estripador que já fez dezenas de vítimas. Em Tribunal, uma mulher, Roselia Bosch, foi condenada À morte por ter morto uma rapariga.
Faltam 237 dias para a instauração da República.

amor fraterno

AMOR FRATERNO

Blanquita ainda menina

 

 

Há quem guarde a sua vida pessoal como um segredo crucial para a sobrevivência da Nação, mas, especialmente, os escritores, sem darem por isso, revelam nos seus romances a sua vida privada. Como Isabel Allende do Chile fez no início da sua carreira de escritora, como Gabo Garcia Márquez, na sua pessoal Colômbia, ou os prémios Nobel do Chile, Gabriela Mistral que ocultava o seu nome real Lucila Godoy Alcallaga,

Gabriela Mistral Consulesa em Lisboa

ou assim pensava ela, e Pablo Neruda que todos sabiam que tinha esse horroroso nome de Neftalí Reyes Basoalto. Foi ele próprio quem o confessou nas tertúlias da sua casa La Sebastiana que ficava ao pé da nossa, em Valparaíso. La Sebastiana, foi uma das três que conseguiu possuir: as outras chamavam-se Isla Negra em Alagarrobo, praia do Pacífico Central do Chile, e La Chascona, em Santiago, a capital do país.

Pabço Neruda na sua casa de La sebastiana, Valpariso

Excepto Lucila, a quem conhecera na minha infância, todos os outros escritores não se incomodavam com a forma de como eram nomeados (nome real ou nome fictício). Gabriela não o permitia na sua arrogância de solteirona pobre que passou a ser rica, não sabia falar, apenas escrever, e a sua vida privada só se tornou pública quando o nosso excelente escritor Volodia Teitelboim, falecido aos 91 anos, no começo deste Século, esse Amigo que inspirava respeito e admiração, escreveu para a Editorial Sudamericana, Santiago, em 1991, 1ª edição: Gabriela Mistral, Pública e Secreta. [Read more…]