O Extraordinário Congresso Extraordinário

Eu gostava muito dos congressos do PSD, eram todo um espectáculo “extraordinário”, a modos de um F.C. Porto/SLBenfica ou, subindo a parada, um F.C.Porto/F.C. Barcelona. Foi num deles que participei em algo histórico para a blogosfera nacional: a presença e acreditação de blogues como se de órgãos de comunicação social se tratassem: o Blasfémias, o Intervenção e o 31 da Armada.

Enfim, todo um programa.

Num célebre dia, os militantes do Partido Social Democrata, entenderam que era chegada a hora de eleger o Presidente do partido através de eleição directa (um militante, um voto). Pelo caminho, as quotas passaram a ser pagas por cheque ou multibanco, numa vã tentativa de evitar a fraude e os clássicos sindicatos de voto. É não conhecer a capacidade de desenrascanço e de tornear as regras tão típica dos portugueses (e dos latinos).

Entretanto, depois do desastre eleitoral das últimas legislativas, foi anunciada a realização de novas directas para eleger um(a) novo(a) líder para o partido. Nada surpreendente: perante um PS com uma herança governativa inenarrável, o PSD conseguiu o milagre de obter um dos seus piores resultados de sempre.

Porém, quando já todos esperavam pelas directas, eis que surge um movimento liderado por Pedro Santana Lopes a exigir um Congresso Extraordinário. A ele se juntou um grupo de autarcas e as necessárias assinaturas que viabilizam a organização do dito. Confusos? Não, é a política.

Como seria de esperar e a exemplo das condições climatéricas dos últimos dias, chovem as mais diversas opiniões sobre o tema: ver AQUI, AQUI, AQUI, AQUI, AQUI e ainda AQUI.

Nas duas mil e tal assinaturas, aposto, estão os nomes de alguns dos anteriormente acérrimos defensores das directas. O que será que os fez mudar de opinião? Serve o congresso para discutir os verdadeiros problemas do país e as alternativas a apresentar pelo PSD? Só quem não conhece ou não se lembra destas antigas manifestações do Portugal laranja profundo, é que pode acreditar em tal. Se o objectivo é preparar uma alternativa de governo, seria mais acertado realizar algo do género dos “Estados Gerais” ou, por hipótese, reunir os barões, baronesas, baronetes e quejandos numa qualquer sala de reuniões de hotel. Sempre se podia tomar um chá acompanhado de scones, enquanto se discutia o futuro da pátria. Para disfarçar e dar aquele ar, sempre muito democrático, de seres atentos ao pensar do Povo faziam uns especiais na província convidando os regedores locais, a modos de uma tournée tipo a que realiza o grande Quim Barreiros.

E que tal deixarem-se todos de tretas e truques e começarem, realmente, a trabalhar para o lançamento de uma verdadeira alternativa ao actual PS? Comecem por marcar uma data para as directas – mas uma data que dê tempo aos candidatos apresentarem as suas ideias, as suas propostas e os seus projectos. Por exemplo, final de Abril e com o limite para entrega das candidaturas em final de Fevereiro. Sempre se tinha, pelo menos, mês e meio para os candidatos percorrerem as diferentes secções.

Agora, um congresso extraordinário? Para quê?… Olha, encontrei uma razão válida: as audiências das televisões, dos jornais e dos blogues. Afinal, o extraordinário congresso extraordinário serve para alguma coisa: para combater a crise na comunicação social! Ena pá, genial! Vamos a isso que a malta agradece.

Centenário da República: os posters comemorativos (2)

2. O culto à sagrada bandeira: Liberdade, Igualdade, “Fróternidade”

Um dos aspectos nada negligenciáveis destas comemorações oficiais que se avizinham, consiste numa re-leitura da História, tentando adaptá-la à conveniência do sistema vigente.
Órfãos de referências que solidamente indiquem uma continuidade, alguns elementos mais preponderantes na conformação da verdade oficial tudo têm feito ao longo dos anos, para apresentar a actual República como uma directa sucessora daquela outra que implantada em 1910, baquearia vítima dos seus próprios erros. Assim, a audácia na apresentação de uma ruptura habilmente apresentada como hiato – o “interregno” de que o dr. Mário Soares se tornou paladino -, tem como fim, a total evaporação do pesadíssimo legado histórico, político e social que a 2ª República significou. Regime saudado com esperança e saído do desespero colectivo em que o país mergulhara, teve uma vida inicialmente acidentada e com a consolidação, durante algumas décadas normalizou-se naquela expressão que Salazar caracterizaria como “viver habitualmente”.

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Picaretas falantes

(vídeo no final)

Hoje, final da reunião entre o ministro das Finanças e a delegação do CDS-PP para debater o orçamento de Estado.

Como manda o protocolo, os elementos do partido da oposição saem primeiro e falam à comunicação social. Depois é a vez do ministro das Finanças. Teixeira dos Santos é “atacado” por microfones dos jornalistas. Espetados, os receptores de áudio esperam grandes notícias. Neste momento, a alguns elementos da tropa da comunicação social só interessa uma coisa: que haja uma resolução. Querem uma grande notícia à viva força. Sobretudo os das televisões. Querem, querem não, exigem algo de concreto que sirva para alimentar os noticiários e debates dos três canais de notícias.

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A informação é que é nuclear e radioactiva

Como última fase do processo, a polémica lançada pelo livro do Prof. Wade Allison, questiona se a radioactividade constitui, na verdade, um perigo extremo.

Face ao esgotamento das reservas das matérias primas que têm sido a base da energia em que assenta toda a economia moderna, e dos custos muito superiores que as chamadas energias verdes ainda apresentam e a sua pequena contribuição para a solução do problema global, levam os olhares a voltarem-se cada vez mais para o nuclear.

Esta discussão pode levar-nos a duas perspectivas: o medo acerca das radiações levou a um desenvolvimento por parte da indústria dos sistemas de segurança que são, de longe, os mais adiantados e, por isso, poder dizer-se que a forma mais segura de criar electicidade em grande escala é o nuclear; e que esta premissa irá fazer acelerar o renascimento em força da indústria nuclear, como já está a acontecer nos países de economias mais desenvolvidas.

Acresce, que as matérias primas continuam a estar num caso longe (Brazil,Venezuela…) e noutros casos em regiões onde espreita a violência e politicamente pouco estáveis.

O que há para já a sublinhar, é que é justamente nesta altura que aparecem físicos nucleares a defenderem que as radiações em baixas dozes não têm qualquer perigosidade, e a serem lançados livros como “Radiation and Reason” com um impacto brutal na comunicação social.

É mesmo segura ou o desenvolvimento sustentado exige que tenhamos metido na cabeça que há que viver com o nuclear? A informação já está a interpretar o papel que lhe cabe!

PS: no “i” Prof Pedro Sampaio Nunes. Segue amanhã.

E morreram porquê? Porque não há salas de injecção assistida

É tão escabroso como isto: segundo uns jornais morreram em Coimbra já este ano 10 toxicodependentes aparentemente por overdose, segundo outras fontes foram só 4.  Os técnicos policias ou não, sim porque de mortes técnicas falamos, apontam duas causas possíveis: heroína adulterada, como se circulasse no mercado de heroína que não o fosse, ou heroína não adulterada, tão pura que por engano os consumidores exageraram na dose.

A segunda hipótese não tem pés nem cabeça, heroína pura mata o primeiro, os segundos ficam avisados, além de que alguém a vender branca pura no meu bairro (sim, é do meu bairro que se trata) dá vontade de rir.

Tenham sido 4 ou 10, estas mortes têm uma explicação muito simples: indivíduos doentes são constrangidos pela lei a consumir todo o esterco possível e imaginário, em situações miseráveis, que se juntam à sua própria condição de marginalizados.

Houvessem salas de injecção assistida, e nada disto se passava. Portugal tem uma legislação razoável no que toca à posse das substâncias que a moral e os bons costumes considera ilegais, e que já deu muita luta para obter. Mas continua a misturar no mesmo pacote canibinóides e opiáceos, como se tivessem algo em comum, deixando por  de lado, razões óbvias, as bebidas alcoólicas.

Na Suíça, onde a legislação avançou perante a evidência de que um heroinomano  não deixará de o ser por decreto, e que ao estado cumpre tentar tratar, e não proibir, a taxa de mortes por overdose reduziu-se a um mínimo. Aliás muito gostava de saber qual a real causa das mortes atribuídas a excesso de consumo em Portugal: como esta triste estória demonstra nem sequer são autopsiados, ou seja, se andar um maluco a cortar cavalo com pó de talco nem um inquérito policial é aberto.

E quem  ganha com tudo isto: o traficante, sobretudo o grande, que continuará a ganhar milhões à custa da infelicidade alheia. Já para não falar em toda uma lógica de pequena e média criminalidade associada ao consumo, e que a alguém deve interessar, ou o assunto estaria resolvido há muito tempo.

António Pedro Ribeiro, candidato a Presidente da República


A um ano das Eleições Presidenciais, aí temos a primeira candidatura oficial. Entre um que diz é poeta mas que se fica pela disponibilidade para concorrer, temos o primeiro que realmente anuncia a sua candidatura: António Pedro Ribeiro, POETA ANARQUISTA, apresenta amanhã à noite o seu projecto.
É sabido que o Aventar vai também apresentar o seu candidato presidencial. Se será ou não António Pedro Ribeiro, diremos apenas: «Não é este o momento. Depois da discussão do Orçamento de Estado veremos».
Quanto ao Poeta Anarquista, aí está o seu Manifesto de Candidatura:

«António Pedro Ribeiro, poeta anarquista, diseur, performer e aderente nº 346 do Bloco de Esquerda anuncia amanhã, quarta, 20, pelas 23,30 h, no bar Púcaros no Porto (à Alfândega) a sua candidatura à presidência da República nas Presidenciais/2011. O anúncio da candidatura coincide com a apresentação do livro “Um Poeta no Piolho” (Corpos Editora) no mesmo local e à mesma hora. A candidatura de António Pedro Ribeiro, embora respeite muito a figura de Manuel Alegre enquanto poeta e humanista, vai contra os entendimentos de mercearia entre o Bloco de Esquerda e o PS de Sócrates que se desenha em torno da candidatura do poeta. A candidatura de António Pedro Ribeiro é a candidatura do homem livre que está contra a economia de mercado e a social-democracia de mercado que nos infernizam a vida. [Read more…]

Who’s afraid of the big, bad wolf?

Recentemente fui passar um fim-de-semana ao campo. Fiquei naquilo a que se chama uma “casa de hóspedes”, destas em que a estada decorre num ambiente familiar, e que funciona às mil maravilhas se calha a gente de gostar da família que lá vive. Da família, felizmente, pouco vi, porque os seus amáveis membros rapidamente deixaram os hóspedes com a empregada e fugiram para os seus divertimentos equestres. Chegámos já de noite e não foi nada fácil descobrir o monte no qual se erguera a casa que nos receberia. Caminhos enlameados, nem uma única placa informativa, escuro como breu numa noite sem estrelas.

“Porque está tão escuro?”, perguntava esta citadina acagaçada. “Porque estamos no campo”, respondia o meu companheiro, que, como todos os que cresceram no campo, tem um gosto especial por me fazer sentir inapta sempre que deixamos a cidade para trás.

É verdade, no campo não há luz. E a escuridão, como sabem todas as crianças, é um território alarmante porque nele há espaço para que tomem corpo todos os nossos temores. Pousei o inútil GPS e fiquei a olhar pela janela do carro, enquanto o carro avançava a custo sobre trilhos de lama. Vi bandos de homens brandindo garrafas partidas, alcateias de lobos esfomeados, reuniões de feiticeiras aborrecidas com a interrupção, vi tudo isto e mais alguma coisa até que ao meu lado ouvi uma voz tranquilizadora: “É ali, já a vejo”.

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Apontamentos a sépia (2)

(Vila do Conde)

Paulo Querido não tem vida para a De Puta Madre no Twitter

Eis a nossa pequena contribuição.

Santana Lopes já é boa moeda


Quem se quer encontra-se sempre.

Continuamos à espera da unidose, da prescrição por denominação comum e dos genéricos

Enquanto se vai entretendo a rever as comparticipações dos medicamentos, sempre para pior, o Governo vai esquecendo algo que realmente baixaria e muitíssimo a factura dos doentes e do próprio Estado: a venda dos medicamentos em unidose (depois de acauteladas todas as condições de segurança, o que não se prevê que seja um trabalho hercúleo), a obrigatoriedade da prescrição por denominação comum (o que permitira ao doente escolher o mais barato) e o verdadeiro incentivo aos genéricos.
Claro que isso não interessa à indústria farmacêutica nem às próprias farmácias. São grupos fortes – e todos sabemos que José Sócrates não tem estofo para lutar contra os grupos fortes. José Sócrates só tem coragem para se meter com os pequenos.

Um crescimento miserável…

Crescer 0.7% no PIB é mais ou menos o que vão crescer os outros parceiros, mas a má notícia é que não são as exportações a puxar pela economia, é o consumo interno.

E como é o consumo interno só serve para agravar o défice externo, o crescimento devia vir das exportações e do investimento.

Tudo que já  se sabia, o crescimento potencial da última década foi muito mau e da que vem aí vai ser tão mau ou pior, as fragilidades estruturais mantêm-se, mas o Ministro da Finanças passa pelo assunto “como cão por vinha vindimada” .

O diagnóstico há muito que está feito mas as medidas não são tomadas, tocam em interesses instalados, é mais fácil andar a deitar dinheiro para cima dos problemas, o que se “meteu” no BPN é o dobro do que se guardou para o resto da economia.

Entretanto, a Moody’s ( instituição internacional de notação financeira) já deixou o aviso, e os mercados reagiram muito mal, o crédito já esta a encarecer para o país.

Mudando ao sabor dos “tempos”, andam aí uns “pandegos” que dizem que nada disto é grave porque nos outros países a coisa não é muito diferente, é tudo resultado da crise internacional (suponho mesmo que na década de 90 já era da crise que ainda não havia), mas não conseguem explicar é porque o nosso país é o mais pobre e o mais injusto! E que por isso mesmo é imperativo que cresçamos mais que os outros, estamos mais abaixo, assim o fosso mantem-se e alarga-se.

Mas isso são tudo coisas que não interessam nada!

A inesgotável fonte jornalística

A fonte anónima diz o que pensamos, o que escutamos, o que desconfiamos, desonerando a nossa pessoa de explicar, fundamentar ou provar.
A fonte anónima facilita a vida, e dá credibilidade sem compromisso.
A fonte anónima abre segredos, viola segredos, sem responsabilidades.
A fonte anónima é indesmentível, não conhece contraditório, e é sempre investigação.
A fonte anónima transforma a fuga de informação em sapiência, e as nossas palavras em palavras dela.
A fonte anónima dá sempre jeito, principalmente quando não existe.

O americano tranquilo e os novos Vietnames

FONTE
Durante a campanha eleitoral, Obama prometeu, com entusiasmo febril de candidato, que aprofundaria a guerra no Afeganistão, como uma espécie de “compensação” pela retirada do Iraque. Hoje, está atolado no Iraque e no Afeganistão. Pior: está prestes a atolar-se numa terceira guerra.
O Americano Tranquilo é o herói do romance de Graham Greene sobre a primeira guerra do Vietname, na qual os franceses foram derrotados. Era um norte-americano jovem e ingénuo, filho de um professor, que foi bem educado em Harvard, um idealista com todas as melhores intenções. Quando chega como soldado ao Vietname, queria ajudar os nativos a superar os dois principais males que via lá: o colonialismo francês e o comunismo. Sem saber coisa alguma sobre o país no qual estava, provocou um desastre. O romance termina num massacre, resultado dos esforços desorientados do “americano tranquilo”. Comprovou-se a velha máxima: “A estrada para o inferno é pavimentada de boas intenções”. [Read more…]

Hugo Colares Pinto: reflexos (2)

Diálogos com a Ciência – A simbologia da palavra na Ciência Militar – General Loureiro dos Santos

A segunda conferência dos Diálogos da Ciência começou com a intervenção do General Loureiro dos Santos que explorou a relação entre alguma da linguagem do teatro e a guerra. No fundo a guerra é um palco onde diferentes actores se confrontam.
Nos últimos 20 anos, para além de novos actores, também surgiram novos teatros de guerra que têm vindo a reformular a “Surpreendente Trindade” que é a guerra e são estas relações que são abordadas nesta intervenção.

Duração total: 38:44
Podem descarregar o programa directamente ou subscrever o podcast através deste link .
Também disponível em vídeo na TV.UP.

Ver Programa Completo das Conferências Diálogo com a Ciência.

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O que se diz por aí

Segundo António Vitorino, Manuel Alegre tem de conquistar o centro. Parece-me algo difícil, para quem ainda não conseguiu, sequer, conquistar o próprio PS que teima em enxotar o “disponível”.
Na banca, tudo na mesma, pois continua, coitada, a tentar sobreviver. Isto ao mesmo tempo que as taxas Euribor cai consecutivamente, o que me princípio seria bom para empresas. Em princípio, pois há quedas que se compensam com subidas de encargos e afins.
Na Austrália, Frederico Gil deu-se mal no Open da Austrália. As coisas não correram nada bem, novamente. Agora há que levantar e seguir caminho.
Já Vítor Baía foi considerado o melhor guarda-redes português, numa classificação dos melhores guarda-redes, em que ficou em 18º lugar.
Na Expo 2010, em Xangai, Portugal abandonou o projecto de recriar a Praça do Comércio. Compreende-se: para ser realista teria de ser um pavilhão sempre com obras a decorrer o que ficaria caro e pouco estético.
Por cá, somam-se os indicadores de modernidade e de bem estar em Portugal: um terço dos portugueses sem meios para ter a casa quente.

Última Hora: Treinador do benfica no Haiti

Segundo notícia do i, Jesus chegou ao Haiti.

É mais uma falta que o benfas sofre…

Memória descritiva: Manoel de Oliveira

Pode-se gostar ou não dos filmes de Manuel de Oliveira, o que não se pode é deixar de sentir admiração por um homem que tem dedicado toda a sua vida ao cinema e que, aos 101 anos (completou-os em 11 de Dezembro) continua a rodar filmes e a manter projectos em carteira. Como se tivesse 20 anos, idade em que nos sentimos eternos. Numa entrevista dada no final do ano a Gregorio Belinchón do El País, a propósito da estreia em Espanha de «Singularidades de uma Rapariga Loira», com o entusiasmo de um jovem explicou o porquê da escolha – «O filósofo Spinoza dizia que nos julgamos livres porque ignoramos que os nossos actos são comandados pelas mais obscuras forças. Ortega y Gasset, que de dia para dia mais me agrada, fala do homem e da sua circunstância. Isto define o que penso da paixão». [Read more…]

Israel: O pecado original


O pecado original, em minha opinião, foi a criação de um Estado hebraico, em parte como compensação por tudo o que se passou durante a II Guerra Mundial, embora a ideia tivesse raízes mais profundas. Um Estado completamente artificial, construído por gente vinda de todo o mundo e que serviu apenas para ocupar um lugar que era dos palestinianos, mesmo que governados pela Inglaterra.
60 anos depois, parece-me lógico que Israel ganhou o direito à existência. Não há nada a fazer!
Só não ganhou, ainda, o direito ao respeito internacional. Porque, apesar de, internamente, ser uma democracia, externamente continua a ser o mais imperialista e o mais terrorista dos Estados.
Chegados a este ponto, penso que ninguém tem razão. Nem os terroristas palestinianos, nem os israelistas que, em nome da defesa das suas fronteiras, têm sido ao longo dos anos tão terroristas como os seus inimigos.
No meio, o povo de ambos os lados. Como sempre, a arraia-miúda é que sofre, porque estão nos bastidores aqueles que realmente comandam os seus destinos.
E não ver nada de criticável na acção de Israel só demonstra a que ponto pode chegar um ser humano na defesa das suas ideologias.

Apontamentos a sépia (1)

(Eléctrico na cidade do Porto)

Lídia Sousa – Transcrição das escutas Vara / Sócrates

– É pá, os meus espiões em Belém dizem que a Manela e o Bibinho andam a dormir na mesma cama para estudarem o programa da dita.
– Ó Zé, não acredito, porque o Lima, se assim fosse, já tinha contado ao Fernandes. Tambem lá disseram que ele o bibinho queria deitar fora o Lima para meter lá a Caldense, que é inexperiente mas é boa como o milho e tem experiência da Mossad e até compraram uns aparelhos para me escutarem de dia e de noite.
– Põe-te a pau, Zé, olha que o teu telefone está sob escuta apesar de ser proibido.
– Ó Vara, isso seria demais!
– Mas infelizmente é verdade e por isso eles vão ficar todos baralhados!!

Balanço Final – o acordo possível: vai à oral!


Muito se tem dito e escrito sobre o acordo entre o ME e alguns dos Sindicatos de Professores.
Devo fazer parte do grupos pró-sindicatos, isto considerando os dois campos que a Blogosfera limitou desde o dia 8 de Janeiro. Por ser Dirigente Nacional da FENPROF pode parecer um absurdo o que vou escrever, mas ao contrário de outros, nunca, em momento algum defendi o que quer que seja em função dos interesses do partido A ou B. Até por isso, fui candidato numa lista contra o Mário Nogueira no último congresso da FENPROF, movimento a que me orgulho MUITO de ter pertencido.
Estou, por isso, muito à vontade porque o rótulo de alinhado não cabe aqui, muito menos no Aventar.
Percebo as dúvidas do Paulo Guinote, porque também partilho muitas delas. Entendo o que pensa o Ramiro e o Miguel.
E, curiosamente, também percebo que o Octávio queira levar a luta para o campo do PSD – é essa a sua função. Lembro-lhe, no entanto que o PSD fez o que fez no parlamento e por isso não me parece que o seu sentimento anti-sindical deva levar a defender o que é pior para nós. Há situações para resolver no parlamento – o tempo de serviço que nos foi roubado – mas há outras, o ECD e a avaliação, que são para resolver no ME. E, ao contrário do que defendeu a FNE, não são para levar ao Ministério das Finanças.

Então e o acordo?

Nos posts anteriores argumentei sobre algumas das questões mais delicadas do acordo, mas no que é fundamental, diria que o acordo vem em contra-ciclo e surge como um farol no meio de toda a administração pública. Valoriza muito os professores mais velhos e permite que todos, com bom, possam progredir. Há um ou outro grupo que perde, claramente. Mas, creio que podemos dizer que a abertura de portas que este acordo permite é também algo que deve ser valorizado.
É o acordo possível, como quase sempre acontece nestas coisas! É um primeiro momento… Vamos acompanhar o que se segue sem rótulos, sem “Pré-conceitos”, sem encomendas… Apenas com a Escola Pública como referencial. Fica o desafio. Nota 13 a este acordo.

P.S.: Caros Blogers, o que pensam da ideia de que este acordo só se deveria aplicar a quem fosse sindicalizado nos sindicatos que o assinaram. Sim… isso, quem não é sindicalizado fica com a carreira Maria de Lurdes e os que são nos sindicatos não subscritores também… O que acham que escolheriam os professores? O ECD do acordo ou o ECD Maria de Lurdes? Fica também esta pista de reflexão!