A alt-right tuga, de lápis azul na mão

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A mesma direita que se insurge contra todos os protestos anti-racistas, que proclama o regresso do totalitarismo a cada estátua vandalizada, que exige a normalização e a aceitação do discurso de ódio, como se de liberdade de expressão se tratasse, que rasga as vestes porque a escola foi tomada de assalto por uma ideologia que não a sua, a única que pode aceitar e que inclui mulheres na cozinha e crucifixos na parede, e que arranca cabelos porque politicamente correcto e tal, mobilizou-se para cancelar uma série na RTP2 – Destemidas – porque, pelos vistos, é inaceitável que duas mulheres se beijem na televisão pública. Toureiros a torturar animais sim, guerras e mortos em directo também, mas ai de nós que duas mulheres se beijem! A menos que seja numa telenovela brasileira, na Anatomia de Grey ou num filme qualquer. [Read more…]

Coronabus-19

cobus

Não estamos todos no mesmo barco. Nunca estivemos. Alguns de nós estão no autocarro, à pinha, e não têm alternativa. Outros, os tais que escreveram uma carta a “pedir” ao governo para acelerar o processo de desconfinamento, à qual Costa acedeu caninanente, não precisam de transportes públicos.

Ainda há (pelo menos) seis dúvidas no Orçamento Suplementar

Efectivamente, há (pelo menos) seis (cinco mais uma) e não (pelo menos) cinco.

Ao meu aluno que passou hoje

Meu querido aluno,
Sei bem o que representa o ensino básico, objectivos gerais e não sei quê, mas queria dizer-te isto porque acho que há limites…
País e professores passam o ano inteiro a dizer-te, a ti que frequentas o ensino básico, que deves estudar muito se queres passar. Se não estudares, reprovas.
Olha que não é verdade. Em termos de avaliação, todo o ano lectivo é a maior mise-en-scéne que algum dia conhecerás.
Fica a saber que, estudes muito, pouco ou nada, o resultado será o mesmo. Mais uns níveis 4 ou 5, talvez, mas se te contentares com um 3, basta fazeres figura de corpo presente. Ou nem isso…
Não é o que te dizem, claro. “Estuda, vais ter negativa. Vais reprovar”.
Tretas. Os teus pais sabem que não é verdade. A menos que sejam burros.
Sabes, querido aluno, em algumas escolas os professores têm de fazer uma justificaçāo oficial quando dão menos de 96% de positivas. Numa turma de 20 alunos… é fazer as contas. [Read more…]

Lisboa a ser vítima de Lisboa

Lisboa continua a ter imensos casos de Covid-19, enquanto o Porto, por exemplo, não tem casos há mais de 20 dias. Julgo que pela primeira vez na História, Lisboa foi vítima daqueles que fazem da capital algo superior, como se fossem diferentes dos comuns mortais.

Atualmente, Lisboa tem a larga maioria dos novos casos. Esta é a mesma cidade na qual a classe política achou boa ideia fazer celebrações do 25 de Abril, celebrações do Dia do Trabalhador, manifestações da esquerda à direita e, pasme-se, celebrou-se o facto de Portugal receber a Liga dos Campeões. Os populistas da esquerda à direita e os que usam Lisboa para centralizar os seus poderes foram os culpados desta situação. Talvez tenham confiado demasiado na sua população que não é menos educada, nem mais pobre, nem mais velha. [Read more…]

Nuno Santos tentou fazer uma recepção

Levantávamos a cabeça e tínhamos jogadores a voar por todo o lado
Aimar, o Poeta

Eddie, I spilled some coffee in the kitchen. I’m sorry. I’m apologizing now.
Chris Cornell

***

Ao contrário do que se depreende das deturpações feitas pelo jornal A Bola, o futebolista Nuno Santos não se referiu nem a receção, nem a janeiro. Aquilo que este magnífico jogador, campeão pelo FC Porto e pelo maravilhoso Benfica, escreveu há dias na sua conta do Instagram foi o seguinte:

Grafias impecáveis: não há reparos a fazer. Nuno Santos, segundo sei, não pratica profissionalmente o acto de escrever. Nuno Santos ganha a vida a dar pontapés e cabeçadas numa bola. Mesmo assim, como se viu, escreve bem.

Todavia, ao lerem estes disparates, escritos por quem é pago para escrever e transcrever,

os leitores do jornal A Bola ficarão a julgar que o jogador Nuno Santos trata o portuguez lingua escripta como ele é tratado no jornal A Bola: ao pontapé e à cabeçada (o Estebes diria “à cabeçada e ao pontapé”). Já sabemos que A Bola preferiu comer e calar, em vez de colaborar no desenvolvimento de uma sociedade livre e moderna. Mas nós não temos culpa das altamente duvidosas opções cívicas da direcção do jornal A Bola. Além disso, esta mania de andarem por aí a deturpar a óptima grafia dos outros, francamente, é inadmissível. Obviamente, Nuno Santos está à espera de um pedido formal de desculpas do jornal A Bola.

Nótula: Um grande abraço ao excelente leitor do costume.

***

Fascistas, mas pouco

Uma das inovações “covid” da esquerda, tem sido a facilidade com que apelidam quem se lhes opõe com epítetos como “fascistas”, “extrema-direita”, “racistas”, etc.

Pior que a prontidão no insulto, é nem perceberem que essa estratégia diz muito mais acerca deles próprios que, propriamente, acerca dos visados até porque, normalmente, essas acusações carecem de fundamento.

E o que diz acerca da esquerda? Desde logo, e numa perspectiva puramente espacial, o epíteto “extrema-direita” tem mais a ver com a distância a que se encontram. Ou seja, estão tão polarizados na esquerda, melhor na extrema-esquerda que esse afastamento leva-os a considerar que a partir do centro político, é tudo “far right”. Mais ou menos como aquele indivíduo que estando no Pólo Norte acha que o Porto fica mesmo no Sul. Muito, muito a Sul.

Segundo, e muito mais grave, é a desonestidade que esse argumento vazio representa. O agitar do fantasma fascista, do perigo do crescimento da direita radical, só visa angariar simpatias pelo medo. Assustar para conquistar. E mais desonesto se torna quando verificamos que a nivel global, as piores ditaduras, os sistemas que maior desgraça causam às suas populações e menos liberdade lhes concedem, são todos comunistas. Ou seja, se há perigo palpável para o qual devemos alertar a cidadania, é para o perigo vermelho.

Mas a desonestidade não fica por aí. Aliás como é timbre da esquerda que por força do demonstrado insucesso (eufemismo, a expressão adequada seria “naufrágio trágico”) das suas ideias, só pode fazer prova de vida se recorrer a truques de comunicação e a argumentos trapaceiros. Quando apelidam algo ou alguém de “fascista”, a acusação vem sempre, repito, sempre desacompanhada de qualquer facto ou razão que a sustente. O objectivo é criar uma incriminação que não precise de ser verificada. Acusação e sentença sem julgamento nem contraditório. Um estigma absoluto que evita que quem o afirma, precise sequer de o comprovar. Mais ou menos como isto: quando estiveres a perder uma discussão e não tiveres mais argumentos, chama fascista ao outro e já está.

Vejo imensa gente preocupada por António Costa ter dito que os vírus se combatem com

antibióticos. Vejo muito pouca gente preocupada por Santana Lopes ter escrito que “agora facto é igual a fato (de roupa)“.

Supremo confirma multa ao FC Porto por comportamentos correctos de adeptos?

Segundo o Record, houve “comportamentos incorretos”. Ora, como sabemos, correto não é correcto. Logo, um comportamento incorreto é correcto.

96 Campeões

O Liverpool sagrou-se campeão inglês. Mesmo depois de ter sofrido 11 golos em dois anos contra essa equipa, tentarei abordar o assunto sem roer as unhas.

Já todos falaram de Klopp, de Mo Salah e muitos outros. Eu vou falar dos 96. Dos 96 adeptos dos Reds que perderam a vida em 1989 na famosa Tragédia de Hillsborough. O Estádio degradado e a falta de organização contribuiu para o desastre. O Governo inglês fez acreditar que a culpa era dos adeptos, alegando que estes se encontravam alterados devido ao álcool. No entanto, as famílias das vítimas não desistiram e lutaram por que se fizesse justiça. [Read more…]

“Can you hear me?”, de Colin Chapman

Efectivamente, EU can do better.

Como escrevi há dias, a página EUAid4Interpreters tem informação completa e actualizada sobre a situação.

Desejo-vos um óptimo fim-de-semana.

Bruxelas, 24 de Junho de 2020 Foto: Laura Neri & Francesc

Isto é sobre a TAP, mas podia ser sobre outra coisa qualquer

Uma vez na Grécia, um estudante a quem eu disse – depois de saber que não se pagam propinas naquele país – que era privilegiado, respondeu-me o óbvio (que na verdade eu sabia, porque óbvio desde sempre para mim, mas usei mal a palavra) – «não é um privilégio, é um direito».

Mais nada! É só isto. Aplicado a tanta coisa, não apenas à educação. Ao trabalho e aos direitos dos trabalhadores. Aos serviços e aos direitos dos consumidores. À saúde e aos direitos de todos nós a ela. E por aí fora. [Read more…]

As bandeiras que a alt-right portuguesa não tem coragem de assumir

Alt right

Existe, em Portugal, uma direita “alternativa” e intelectualmente desonesta, que gosta de pregar aos seus crentes fanáticos que o nazismo é uma ideologia de esquerda e que Hitler foi um ditador de esquerda. O que essa direita é incapaz de explicar é o porque de ser nas agremiações e manifestações de extrema-direita, ou nos partidos que a albergam, de forma oficial (Chega) ou envergonhada (CDS-PP, através da tendência TEM), que surgem as ideias discriminatórias e persecutórias, o racismo, a xenofobia e as bandeiras nazis. Ou porque é que a malta da extrema-direita tatua suásticas no braço e no focinho. Ou porque é que extrema-direita cita e plagia discursos de altos oficiais do nazismo, como aconteceu com aquele ministro de Bolsonaro. [Read more…]

João Cotrim Figueiredo tem razão

Efectivamente, embora por outras razões, o OE suplementar é “complicado, incoerente e opaco”.

Número de alunos por turma: o arco da governação contra a Educação

Num país governado por gente civilizada, uma turma teria, no máximo, vinte alunos, tal como defendia o secretário de Estado João Grancho, até chegar ao governo, o mesmo governo que aumentou o número de alunos por turma, o mesmo governo dos cortes em nome da troika, dos mercados e de uma dívida pública sempre mal explicada (ou por explicar), o governo liderado por um Passos Coelho que ganhou eleições afiançando que não faria cortes ou que não aumentaria impostos.

(Haverá gente incivilizada – até entre comentadores habituais cá de casa – que dirá que até estudou em turmas de 40 alunos e conseguiu aprender e arranjar um bom emprego. São os mesmos que se orgulham de ter apanhado porrada de cinto do pai violento para defender que uns safanões de vez em quando nem fazem mal. É a miséria dos que não querem o melhor para os outros apenas porque não tiveram o melhor.)

Os governos de Costa, no que se refere à Educação, limitaram-se a um folclore que não tocou no essencial das políticas passistas, nomeadamente no que se refere à manutenção do número de alunos por turma. Há pouco, procederam a uma diminuição cosmética. O verdadeiro objectivo de Costa, no seguimento dos seus irmãos siameses Sócrates e Passos, é cortar na Educação – manter turmas grandes é uma maneira de não contratar mais professores (no tempo de Passos, serviu para despedir professores). [Read more…]

Uma questão de horários

Ontem, pude ter a certeza que a DGS aconselha a não haver celebrações no Dia do Trabalhador. Simplesmente, ainda não lançou o comunicado. Calma.

Pavões II

Para os “fofinhos” que andam por aí a verberarem contra quem tenta fomentar guerras norte/sul ou bairrismos desajustados, ficam estas notícias. Sempre podem dizer que são “fake news”.

De qualquer maneira e passando por cima da já conhecida incompetência da DGS que nesta pandemia tem atingido níveis muito perto de gerar responsabilidade criminal (num País decente era o que acontecia) e que, seguramente, não desconhece a data das festas de Santo António, fica este PR.

Um Presidente que, manifesta e despudoradamente, assume a defesa dos habitantes de uma região utilizando um argumento que além de falso (isso não é novidade) porque em todas as regiões se trabalhou durante a pandemia, é profunda e gravemente insultuoso para todos os outros Portugueses.

O vestir da camisola lisboeta é tão ostensivo e ofensivo quanto o grotesco plano de recuperação da TAP. Quer um quer a outra perderam a sua razão de ser enquanto instituições nacionais. Quer a TAP assumiu que é a TAL (Transportes Aéreos de Lisboa) como o PR optou por ser o PRL (Presidente da República de Lisboa).

E sempre para os fofinhos que apesar de continuamente sodomizados pelo centralismo petulante, ignorante, provinciano e despótico do poder lisboeta, continuam a achar que isto não passa de condenável exacerbar de bairrismos, deixem que lhes diga que não há qualquer guerra norte-sul. E porquê? Porque, primeiro não há uma dicotomia norte-sul. Há uma divisão Lisboa-resto do País.

Segundo, isto não é uma guerra. Isto são ataques contínuos e unilaterais perpetrados pelo poder central. Quem me dera que o resto do País tivesse o poder suficiente para poder responder e, aí sim, transformar esta desigual relação de forças numa guerra. Até porque estou absolutamente convencido que se o resto do País tivesse algum poder, isto não acontecia. A verdadeira razão para este imbecil despotismo não está em qualquer mirífica intelectualidade do poder central, mas tão só no cobarde aproveitamento da incapacidade de resposta do resto do País. Ah, e também na indolência e na mansidão que os fofinhos tanto veneram e fomentam.

Terceiro, esta desigualdade que se verifica há anos e anos, foi exponencialmente agravada pela pandemia. Enquanto uns acreditaram ingenuamente na união dos Portugueses, os pavões do Maghreb, insolente e cobardemente, não se inibiram de desqualificar e caluniar o resto do País. As nossas reacções são legítimas respostas às provocações que todos os dias sofremos e que, nos últimos tempos, ultrapassaram muito, mas mesmo muito, a linha do tolerável.

Quarto, pessoalmente, estaria a marimbar-me para as banais, imbecis e despropositadas manifestações de parolismo que o lisboeta tanto precisa de demonstrar. Basta para tal a resposta que um nortenho, um alentejano, um transmontano, etc., têm capacidade para dar. Até porque assenta numa alma e numa firmeza que o lisboeta não compreende, não alcança, mas teme. O problema é que este desplante está umbilicalmente ligado ao poder político. Este provincianismo alimenta e configura a administração central que por sua vez o remunera, protegendo-o.

E infelizmente o poder central ainda consegue determinar grande parte da minha vida

Pavões I

Para quem não acredita que além de todas as desgraças que penamos (pandemia, bancarrota, governo, dgs, etc.), temos neste País dois sistemas, duas leis, dois critérios, duas visões, etc.: a dos pavões parolos e a dos verdadeiros Portugueses que apesar de mansos (demasiado), ainda têm a lucidez de perceber o que é, realmente, importante.

Ó excrementos enfeitados do Maghreb que são tão dispensáveis neste País quanto uma Caneças em qualquer festa, VENCIDOS foram vossemecês anteontem pelas dignas gentes dos Açores que não hesitaram em, altruística e temporariamente, ter outro lar para não dificultar a vida a outros.

Enterro, também, tiveram vossemecês anteontem e, sem culpa de quem partiu, mais uma vez demonstraram o esterco que são. PR incluído.

Orgulho. Muito orgulho de quem sabe estar. De quem sabe ser. Porque isso é que é a verdadeira dignidade. E não ficamos em casa para evitar trabalho ou escola. Foi mesmo para evitar festa. É que a primeira é fácil. Até vossemecês conseguem. A segunda é para gente a sério.

Traduzindo em linguagem que possam compreender, imaginem um novo rico ridiculamente espampanante que olha embasbacado para o velho conde que do alto da sua longa linhagem, tranquilamente, exala carisma e nobreza. Agora, se conseguirem pôr os vossos dois neurónios a funcionar, entendam qual dos dois, vossemecês são.

Mais espertalhice

“Em vésperas de aprovar a anunciada regulamentação que vai apertar as condicionantes ambientais e dar mais poder aos municípios, a Direcção-Geral de Energia e Geologia assinou nove contratos de prospecção e sete de exploração a dar direitos aos promotores.”

Questionado pelo PÚBLICO sobre quem são os promotores destes contratos, e a que minerais se referem, a mesma fonte secundou a resposta que já havia sido dada pela DGEG, quando confrontada pelo PÚBLICO: o site da DGEG está a ser actualizado, pelo que só em meados de Julho ou Agosto deverá ser possível consultar toda a informação destes contratos que, por lei, terão de ser publicados.

Desculpa mais esfarrapada. Nem sequer podemos saber se são contratos protegidos pelo mecanismo ISDS (Investor-State Dispute Settlement), que nos condena ao pagamento de montantes exorbitantes caso os futuros lucros de investidores estrangeiros venham a ser prejudicados.

E não nos iludamos: Sobre a questão da contestação feita pelos movimentos cívicos, e depois de admitir que essa luta não tem sido “agradável”, Galamba diz que não se sentiu politicamente prejudicado. “Quando se tem confiança no trabalho que se está a fazer não nos podemos deixar abalar por minudências”, afirmou.

Somos, pois, minudências.

O que isto revela.

Sem comentário

“(…) o MP “entende que as decisões políticas tomadas entre 2005 e 2011 sobre a negociação de contratos de subconcessões de autoestradas e scuts, terão lesado o estado em cerca de três mil e quinhentos milhões” de euros. A investigação da Polícia Judiciária já estará concluída. 

Três ex-ministros – Teixeira dos Santos, Mário Lino e António Mendonça – e dois secretários de Estado – Paulo Campos e Carlos Costa Pina – estão a ser chamados “à vez”, para serem ouvidos pelo juiz Carlos Alexandre.

Em causa estão suspeitas de gestão danosa, participação económica em negócio, prevaricação ou abuso de poder.”

A paga é o Chega.

S. João, santo bonito

Ó meu rico S. João,
Sou portuense e benfiquista.
Mas, francamente, deixaste que o FC Porto
Ganhasse ao Boavista?

Sabes tu e sei eu
Que Porto é a cidade e FC Porto um clube.
Talvez esteja na altura
De os andrades, facção moreira, mudarem de atitude.

São João, santo bonito,
Agora é que são elas…
Vai daqui um grande abraço
Portuense de Bruxelas.

***

Bom S. João!

Ó meu rico S. João
Sabes o que era sensacional?
O Porto Campeão
E um Portugal mais liberal

Mesmo sem gente na rua
Esta noite será sempre tua
Não há festas para as multidões
Mas temos a Liga dos Campeões

Rasca

Este indivíduo redefine o que é ser rasca.

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Sobre o atribulado processo de desconfinamento, o oportunismo político e as várias narrativas que proliferam

1) Tal como muitos de nós previam, o desconfinamento, em grande parte forçado pela elite económica, com o alto contributo da obediência canina do governo, levou a que muitas pessoas baixassem a guarda, convencidas de que a pandemia tinha chegado ao fim. Não só não chegou, como pode perfeitamente piorar e colocar o país numa situação mais crítica do que a inicial, com custos ainda mais elevados para a saúde pública, para a economia e para a imagem de Portugal no exterior.

2) Por todo o lado, mas com especial incidência nas regiões de Lisboa e Algarve, multiplicam-se os ajuntamentos, desde festas ilegais a encontros “espontâneos” junto de bombas de gasolina ou zonas de divertimento nocturno, não esquecendo algumas manifestações, mais ou menos inevitáveis, mais ou menos desnecessárias, mas também cerimónias religiosas em Fátima, que foram já palco de pelo menos uma concentração de algumas centenas de pessoas, e onde hoje foi reportado um pequeno foco de contágio. Mas a Festa do Avante, que ainda não aconteceu – e que, a meu ver, não devia acontecer – é o único problema que inquieta algumas pessoas. Percebe-se bem porquê. [Read more…]

Moisés Ferreira ARRASA o youtuber André Ventura, o deputado que andamos a sustentar e que não quer fazer nada

O neofacho de serviço, que falta constantemente ao serviço, foi novamente arrasado no Parlamento. Por faltar constantemente ao serviço. Traduzido para chegófilês, André Ventura anda a mamar milhares de euros do Estado para faltar ao trabalho. Um parasita parlamentar, que, segundo a revista Sábado, faltou a mais de 54% das reuniões das comissões parlamentares a que pertence, e que na semana passada foi ao Parlamento pedir uma comissão de inquérito para fiscalizar a aquisição de equipamentos de combate à pandemia, quando, para esse efeito, já tinha sido aprovada uma comissão eventual. Com a Olá, é “fruta ó chocolate”. Com o Chega é “baldas ó incompetência”. [Read more…]

O Orçamento Suplementar para 2020 é uma treta

Europe has now become the world’s beating heart of solidarity.
Ursula von der Leyen

Wir haben jetzt angeboten, daß 1000 freie… freiberufliche Interpreten
Florika Fink-Hooijer

***

Foto: MANUEL DE ALMEIDA/LUSA [https://bit.ly/2CrHxJP]

De saída do Governo, não satisfeito com um OE2020 que é uma mentira e uma vergonha, Centeno anexou-lhe um Orçamento Suplementar que é uma treta. Este Orçamento Suplementar da treta, aprovado anteontem, foi apresentado pelo estreante ministro João Leão. O PS votou a favor e fez mal. O PSD, o BE, o PCP, os Verdes, o PAN e Joacine Katar Moreira abstiveram-se e fizeram mal. O CDS, o Chega e a Iniciativa Liberal votaram bem, mas infelizmente não foi pelas melhores razões ortográficas. Efectivamente, o pacote anteontem aprovado faz jus ao caos orçamental iniciado com o OE2012, provocado por gente deslumbrada com a RCM n.º 8/2011 que o Governo decidu mandar pôr em cima de uma oliveira, para gáudio dos crentes.

Aquilo que anteontem se aprovou na Assembleia da República foi uma proposta (pdf), onde se refere, por exemplo:

  • respetivo sector de atividade” (p. 35);
  • “entidades do sector público” (p. 38);
  • “solidariedade sobre o setor bancário” (p. 41);
  • “suportada pelo setor financeiro à que onera os demais setores” (p. 41);
  • “passivos por ativos não desreconhecidos em operações de titularização” (p. 43);
  • “Ambiente e Ação Climática” (p. 28).

A proposta traz com ela mapas (pdf), nos quais encontramos “RESPECTIVOS SERVIÇOS SOCIAIS” (p. 2).

Além disso, temos o sempre esclarecedor relatório (pdf), no qual podemos rever estas deliciosas e correctíssimas grafias:

  • acção social” (p. 10);
  • activos financeiros (excepto privatizações)” (p. 14).

O pacote anteontem aprovado é uma enjoativa salada orçamental suplementar e deveria fazer corar de vergonha quem a aprovou e quem com ela é conivente.

Desejo-vos um óptimo fim-de-semana.

***

Mania das Grandezas

Portugal, tal como o resto do mundo, está a atravessar uma pandemia. Devido à mesma, teremos enormes consequências na vida das pessoas, principalmente pelo abalo que a economia levou. Talvez algumas pessoas agora percebam que não é a economia que mata. Durante os últimos meses, os profissionais de saúde têm sido bastante elogiados pelo combate ao vírus. Chega a ser comovente a entrega destes profissionais que têm vidas humanas nas suas mãos. Em França, o Governo garantiu dar até 1500 euros de bónus a profissionais de saúde. Na Alemanha, vai ser aumentado o salário aos mesmos. [Read more…]

Nacional-parolismo em tempos de covid

PIC

Lamento ser o desmancha-prazeres, mas estou convencido que fomos a terceira ou quarta escolha para receber a final da Liga dos Campeões. Não deve haver muito quem se queira meter nisto, neste momento. E acrescento que isto pode correr duplamente mal. Por um lado, porque a zona de Lisboa está a braços com uma situação muito delicada, no que à propagação do vírus diz respeito. Por outro, porque se algo correr mal, nomeadamente a nível de contágios, os holofotes que chegarão de todo o mundo para cobrir a bola, serão os primeiros a crucificar a imagem imaculada que o turismo português ainda tem. E isso poderá causar danos irreparáveis da nossa galinha dos ovos de ouro.

Sei bem que não é uma opinião popular. O futebol é soberano e ai de quem se lhe oponha, seja lá de que maneira for. E essa soberania absoluta, quase totalitária, ficou bem evidente no momento de nacional-parolismo imortalizado pela foto em cima, com este grupo de simpáticos convivas, que, sem grande coisa para fazer, se reuniu para uma grande cerimónia protocolar de elogio desbragado ao grande conseguimento da pátria. Com honras de abertura de todos os telejornais, como se tivesse sido encontrada a cura para a covid-19. É o que temos.

Bolsonaristas feministas

Brasil é cheio de sinhazinhas que usam o discurso do feminismo para manter privilégios , conforto e perpetrar o ódio. Os castigos ,dado até as crianças negras e indigenas no Brasil colonial, é um tema indigesto. As mulheres negras eram mutiladas depois de serem estupradas pelos senhores, a mando das sinhás.

Conheci várias descendentes. Evocam uma luta por conveniência. Dão escândalo e promovem grande caça-a-bruxas nas redes mas na hora H  são capazes de dar crianças a cães ou jogar no elevador.

Um dos episódios recentes foi a prisão de uma delas, defensora ferrenha do bolsonarismo e ideias de supremacia branca. Ridícula e perigosa.

Muito cuidado com elas meus queridos.

Percepções

A motivação e o propósito de Costa nunca foi o governo do País. Muito menos, o bom governo do País. O único objectivo que o motiva, é a gestão das percepções que os Portugueses têm do que faz.

Não lhe interessa nada se, na verdade, crescemos economicamente, se os Portugueses ganharam poder de compra, se baixamos a nossa dívida pública, etc., e mais recente e preocupantemente, se a gestão da pandemia em Portugal foi competente e eficaz. Não, o que realmente pretende é que os Portugueses (ou pelo menos, a sua maioria) pensem que sim. E para isso, vale tudo. Mentiras, meias-verdades, omissões e de vez em quando, mesmo muito de vez em quando, até a realidade. Se der jeito.

Durante os governos de Costa ultrapassamos máximos históricos (isto quer dizer que nunca e em momento algum foram tão altos) quer no montante global da nossa dívida soberana quer no valor de impostos que pagamos. Isso é importante? Para nós, sim. Para Costa, o importante é que as pessoas tenham uma percepção diferente. Que pensem que acabou a austeridade e que estamos a dever menos. E se para compor o ramalhete for necessário um superavit orçamental, ele arranja-se. Como? Fácil. Por exemplo orçamenta-se 10ME para um qualquer sector (educação, saúde, etc.), mas, na prática, só se autorizam gastos no máximo de 5ME porque se cativa outro tanto. E depois lá vem o deslumbrado do Centeno anunciar: olhem, sou tão bom que até ponho esta coisa a dar lucro. E os Portugueses arregalam os olhos e, boçalmente, acreditam.

Com a pandemia foi e é a mesma coisa. Somos o 15º País do mundo com o maior número de mortes por milhão de habitantes. Explicando, somos o 15º País do mundo onde mais se morreu por covid-19, em termos comparativos. Isto é, temos 14 Países onde a coisa, realmente, correu pior, mas temos mais de 180, repito 180 onde correu melhor e muito melhor.
Na última semana, somos o 2º País da UE com mais infectados novos. Ou seja, somos o 2º País da UE onde o controlo da pandemia se encontra mais longe, ou melhor, somos o 2º País com maior descontrolo. Claro que até aqui andamos a comer com a história do milagre português e ficamos muito ofendidos quando a Áustria ou a Grécia abrem as suas fronteiras a quase todos, mas não a nós.

E neste País em que o futebol reina (confesso que também faço parte desses súbditos) haverá algo melhor para ajustar a percepção que quatro quartos de final, duas meias finais e uma final da Liga dos Campeões? E onde? Na cidade que, ainda, não nos deixou conseguir o controlo da pandemia e que nos últimos 15 dias nos colocou, mesmo, na cauda da UE. Uma cidade que só não viu ser-lhe imposta uma cerca sanitária porque, enfim…é a capital.

E os ganhos que esses jogos nos trazem superam os riscos que vamos correr? Não, claro que não. Mas para parolos como nós somos, isso não interessa nada. O que interessa é a imbecil vaidade de receber a decisão da Liga dos Campeões.

E, realmente, vista por este prisma de pequenos pavões provincianos, a escolha de Lisboa começa a não parecer completamente estúpida.