Lembrei-me do Vanilla Sky e, efectivamente,

o Jason Lee é mesmo o puto do skate do 100% dos Sonic Youth. Exactamente.

Finalidades do Certificado de Vacinação e dos Testes

Vários governos de vários países instituem, como medida de precaução contra a propagação do vírus, a apresentação do Certificado Digital de Vacinação e ou de um teste PCR negativo com o máximo de 72 horas ou um antigénio com 48 horas.
Alheando-nos do acordo entre os membros da UE de livre circulação com o Certificado Digital, detenhamo-nos sobre o que nos indicam cada um desses documentos. Não dou novidade a ninguém de que o Certificado apenas indica que estamos vacinados de acordo com as normas da OMS, ou seja, com as 2 doses da vacina. Os testes demonstram, sem esquecer a margem de erro anunciado, que não estamos infectados nem somos portadores do vírus SARS-COV-2.

Nesta conformidade, pergunto: qual o propósito de obrigatoriedade de apresentação de um certificado de vacinação a para franquear entrada seja onde for? Contém, porventura, alguma prova de que não sou portador do vírus? Não, de forma alguma! O único documento que pode provar que não sou portador do vírus é o resultado negativo de um teste.
Para quê, [Read more…]

DGS falha no jogo B SAD vs Benfica

De nada adianta arremessar culpas clubísticas para os clubes intervenientes ou para a Liga de Futebol. O assunto é bem mais grave!
A DGS e a sua estrutura de saúde pública, responsável por impor quarentenas e isolamentos profilácticos nos casos previstos nas suas normas e regras, falhou gravemente ao não isolar todos os jogadores e equipa técnica do B SAD, uma vez que, treinando juntos, jogando juntos, seria exigível, no mínimo, o isolamento profiláctico.

Não adianta sacudir a água do capote! Como há pouco disse a Sra. Dra. Graças Freitas, diante da situação, deve prevalecer o princípio da precaução. Ora foi exactamente esse princípio que, neste caso, a DGS não observou.

“Deus, Pátria, Família… Trabalho”, segundo André Ventura

Deusaquela vez em que decidiu invadir um funeral para se deixar fotografar para os jornais. Muito católico, não haja dúvida.

Pátriaaquela vez que Ventura foi a um comício do Vox gritar “Viva a Espanha!, Viva a Espanha!”, num portunhol que, para portunhol, estava muito mal amanhado. Muito patriótico, sem dúvida.

Família – o líder do Chega, casado com uma catequista e sendo ele mesmo um ex-seminarista, não tendo sequer filhos (se descontarmos a coelha como herdeira) é, sem dúvida, o melhor porta-voz do ideal de família.

Trabalho – apologia feita pelo líder partidário que mais vezes faltou ao seu trabalho.

Era uma vez um maneta que dizia que o mal do Mundo estava em todos terem mãos.

Marxismo cultural na República Bolivariana da Alemanha

Um governo que resulta de um acordo entre os homólogos alemães do PS, PAN e IL decidiu aumentar o salário mínimo em 25%, criar um programa de construção de 400 mil habitações sociais, para baixar as rendas, e legalizar a cannabis, entre outras medidas progressistas. Se acontecesse por cá, logo surgiria um palerma qualquer a gritar:

  • Extrema-esquerda! Marxismo cultural! Venezuela!

Ou outra dessas palernices que mantêm a direita radical e extremista divertidas. Como acontece num país onde a maioria da população já atingiu a maturidade política, a coisa circunscreve-se aos primos neo-nazis do CH, devidamente afastados dos democratas por um robusto e bem-definido cordão sanitário. Lá chegaremos. Estamos há tempo demais no jardim de infância.

A variante mais perigosa de todas

A marca Covid, reconhecida mundialmente como líder mundial da promoção do medo, é uma mina infinita de volumes monstruosos de dinheiro. Como tal, há que não deixar a vaca parada a pastar; urge ordenhá-la com o vigor que os benefícios exigem. Como tal, já foi anunciado um novo modelo de Covid. As autoridades já revelaram que se irá chamar Omicron® e terá todas as funcionalidades da versão anterior – como tosse, garganta dorida e desaparecimento, com o olfacto, de qualquer tipo de razoabilidade e lógica – mas apresenta também algumas actualizações à versão original, que a tornam particularmente notável. Este anúncio surge com um precioso timing, a tempo da campanha pelos boosters obrigatórios para todo o mexilhão. Apesar de ter surgido em África – alguns rumores sussurravam que teria sido no Botswana – a marca aconselha a que a origem não seja classificada como africana, por transparecer preconceito racial. Alguns críticos da especialidade já se desfizeram em elogios – como é o caso de Alexander De Croo, primeiro-ministro belga e consultor financeiro de profissão – que já classificou este modelo de Covid como “Covid-21”, pela sua incrível capacidade de propagação. Sajid Javid, secretário da Saúde britânico, foi ainda mais longe e adiantou que tudo indica que o Omicron® se trata da variante mais perigosa de todas. Esta consideração pode assemelhar-se a uma pueril tentativa de propagação de pânico, com adjetivação infantil e linguagem de bicho papão. Mas não se faça confusão; é apenas a opinião imparcial de um especialista maravilhado com a qualidade do produto.

Esta nova versão do Covid vem com alguns features de interesse maior. O que mais me saltou à vista foi definitivamente este:

O Omicron® vem com esta irresistível particularidade: oferece toda a gama de efeitos nefastos de qualquer vacina experimental do mercado. O leitor poderá estar a indagar-se a que se deve então a autêntica explosão de problemas cardiorrespiratórios na população, algo bem espelhado nas complicações do foro cardíaco que grassam o mundo do desporto nos últimos meses, fenómeno que está a começar a ficar difícil de varrer para debaixo do tapete, porque a lista vai já em centenas de ocorrências, a maioria resultando em morte, e ainda há um número cada vez maior de “celebridades”, maiores ou menores, a sofrer de problemas que é razoável assumir terem resultado da injecção mandatória.

Pois acontece que os efeitos do Omicron® são tão potentes – não é por acaso que esta é a variante mais perigosa de todas – que pode apresentar efeitos retroactivos. Indivíduos que ainda não padeciam de Omicron® faleceram já de problemas cardíacos decorrentes de futura infecção. O futuro está aqui, meus amigos. Qualquer associação de complicações cardíacas com a vacinação em massa, e não com a nova variante do Botswana, é uma linear negação da Ciência e todos os seus pilares.

Alguns haters da marca começaram já a lançar maliciosos rumores sobre o novo produto. Não passam, naturalmente, de invejosas carpideiras e provocadores negacionistas. Vejam, por exemplo, o que ousou dizer Angelique Coetzee:

Estamos claramente perante críticas encomendadas pela concorrência. A marca roga-vos então para que não acreditem no que pensam ver, não acreditem no que pensam ouvir, não acreditem no que pensam concluir. Acreditem neles, e só neles, que tudo farão para nos levar a porto seguro. Mas não prometem nada. Ou não se tratasse esta da variante mais perigosa de todas.

Dia Internacional da Solidariedade com o povo da Palestina

Assinala-se todos os anos, aos vinte e nove dias do mês de Novembro, o Dia Internacional de Solidariedade com o povo da Palestina.

Diz que ainda é preciso, porque os palestinianos continuam a ser mortos pelo imperialismo israelita, apoiado pelos EUA, ou quê.

Fotografia: MAYO

Neste dia, deixo uma recomendação. Five Broken Cameras, um olhar cru, bem de perto, do conflito israelo-palestiniano. Aqui fica:

Faz falta pensar devagar

Créditos: Susano Correia

Quantas vezes demos por nós a sentir algum tipo de ansiedade em relação ao mundo? Quantas vezes sentimos que estamos atrasados, que quem nos rodeia sabe mais do que nós, que não vamos conseguir cumprir os prazos, as resoluções, as tarefas, enfim, que andamos constantemente numa corrida contra o tempo?

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Peng Shuai, o Partido Comunista Chinês e o Capitalismo entram num bar…

Ao longo dos últimos dias, um pouco por todo o mundo, personalidades de diferentes quadrantes exprimiram a sua revolta. Escreveram-se editoriais, artigos de opinião e milhões de publicações nas várias redes sociais, emocionadas e repletas de indignação. Alguns responsáveis políticos, lideres de organizações internacionais e de instituições de renome juntaram a sua voz ao protesto. E todos, sem excepção, fizeram a mesma pergunta:

  • Onde está Peng Shuai?

Ao que tudo indica, Peng Shuai está onde sempre esteve: na China. E aquilo que lhe aconteceu, após denunciar o “alegado” abuso sexual de que foi vítima, por parte do antigo vice-primeiro-ministro Zhang Gaoli, sendo imediatamente censurada e desaparecendo da vida pública chinesa, é aquilo que se espera de um regime totalitário como o chinês, que monitoriza a sua população como o partido do Grande Irmão monitorizava a Oceania imaginada por Orwell. Chegarmos a esta fase e isto ainda surpreender alguém só torna toda esta situação mais preocupante. Andarão alheados da realidade? Estavam à espera de quê? De um movimento #metoo nas ruas de Pequim?

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Variantes Covid e a histeria ómicron

Cópia da Wikipedia em 28/11/2021 (clique na imagem para aumentar)

Um novo surto ameaça voltar a limitar as nossas vidas. Refiro-me à histeria à volta da nova variante ómicron, numa altura em que a euforia de Setembro foi substituída por um estado de calamidade.

Do dia da libertação ao dia do confinamento em cerca de três meses. Houve algo novo que justifique a inversão de marcha?

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Sting e o pêndulo de Foucault

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Mil águas tem o Rio

Fotografia: José Coelho/EPA

Rui Rio foi reeleito, no Sábado, líder do PSD, derrotando Paulo Rangel nas directas do partido.

Depois de meses a dá-lo como morto, Rui Rio consegue, mais uma vez, uma importante vitória (sobretudo pessoal), sempre com aquela postura de cão-que-ladra-e-não-morde mas, quando consegue as vitórias que nem o próprio acredita serem possíveis (foi assim com Montenegro, foi assim nas Autárquicas em Lisboa, foi assim agora nas directas frente a Rangel), lá se agiganta no discurso e faz do seu latir um rugir que ecoa… na sua própria consciência. [Read more…]

O portuguesinho, a avaliação de desempenho e a inveja

Olhe, não lhe digo mais nada, lá no prédio somos cinco senhoras mais essa… não lhe vou dizer que é uma porca, mas é uma desavergonhada, prontos. No outro dia, estávamos à conversa e vai ela e vira-se para nós e diz que os orgasmos ou lá o que é que ela tinha lá com o homem dela eram quase todos bons e alguns muito bons e até excelentes. E nós virámo-nos para ela e dissemos-lhe assim: “ó coisinha, isso não pode ser, não podem ser quase todos bons, têm de ser muitos regulares e alguns insuficientes”. E então ela vai e diz: “olha, mulher, se não estás satisfeita, faz como eu fiz, fala com o teu homem e arranjem maneira, que eu também levei uns tempos até conseguir pô-lo a funcionar como deve de ser”. Olhe, fiquei de uma maneira! Para já, o meu homem até é muito meu amigo e passam-se dias que não levanta a mão para mim. Imagine se ia agora dizer-lhe que tinha de fazer assim e assado só para ver se eu tinha um orgasmo ou lá o que é. Ele já anda tão cansado lá com trabalho e ainda vinha para casa fazer esforços, coitado. E depois dissemos-lhe assim: “tens de parar com isso, então algumas nem homem têm e tu tens homem e, ainda por cima, andas contente?” E dissemos-lhe mais: “fazes o favor de acabar com isso e se a gente sonha que continuas a ter orgasmos quase sempre bons, a gente chateia-se”. E ela a dar-lhe que também podíamos ter, era uma questão de conversar. Bem, a Adozinda do quarto esquerdo atirou-se ao ar e disse assim: “eu não consigo ter um galo de Barcelos, quanto mais um orgasmo, acabas é com essa porcaria ou então o meu homem vai ter uma conversa com o teu”. A maluca pôs-se para ali aos gritos a dizer que éramos umas invejosas e que em vez de querermos ter uma vida melhor só dizíamos mal de quem estava bem. E no fim disto tudo, ela é que é doida e eu é que venho presa só porque ia atrás do homem dela com uma faca e ele nuzinho. Se ele não se fecha no quarto e não chama os senhores guardas, a descaradona nem insuficientes tinha, acredite que não!

Chulagem

Empresas vão receber apoio até 112 euros pelo aumento do salário mínimo

Revolução no mundo do futebol

Acho que estou a sonhar. No mundo alienado do futebol aconteceu ontem algo que parece inédito e fantástico:  A assembleia geral anual do poderoso FC Bayern München acabou num tumulto porque os adeptos se insurgiram contra o contrato de patrocínio com a companhia aérea do Qatar e cortaram a palavra aos dirigentes do Bayern. E porquê? Pelas violações dos direitos humanos no Qatar e pelas sérias acusações de corrupção no desporto.

Uau!!!

P.S. O vídeo pode ser visto aqui

 

Directas PSD 2021 – Final

Rui Rio ganhou as eleições directas.

Directas PSD 2021 – 2

Apuradas pouco mais de 50% das secções:

Directas PSD 2021 – 1

Apuradas que estão 1/3 das secções de voto:

 

 

Rangel ganhou distrito de Castelo Branco. Rio ganhou distrito de Viana do Castelo.

 

EM ACTUALIZAÇÃO

À vossa!

Festejou hoje os seus 10 anos a Loja de Comércio Justo do CIDAC – o Centro de Intervenção para o Desenvolvimento Amilcar Cabral. Uma associação que foi criada no espírito da luta pela liberdade e pela justiça no tempo da ditadura do Estado Novo, actuando em particular através da produção e distribuição de informação clandestina contra a guerra colonial.

Em todos estes anos, a gente do CIDAC trabalha abnegadamente e sempre no limiar da existência, realizando alguns projectos de desenvolvimento nos PALOP e, sobretudo, trabalhando na Educação para o Desenvolvimento e no Comércio e Desenvolvimento.

Lá está a loja, com produtos oriundos de muitos lugares e vendidos a preço justo; lá estão as pessoas que há muitos anos se dedicam a defender e a praticar um modelo de comércio diferente e, com isso, um modelo de sociedade e de mundo diferentes.

Admiro profundamente e solidarizo-me com estas pessoas que há tantos anos mais não fazem do que praticar aquilo de que o mundo precisa, as pessoas que deveriam ser reconhecidas e recompensadas pela luta que travam em prol do bem comum e do planeta.

É doloroso e revoltante ver que quem há décadas denuncia os erros de funcionamento desta maquinaria dominada pelas multinacionais e por governos rasteiros só precariamente sobrevive, enquanto os predadores do planeta enchem os bolsos, e o destroem.

PARABÉNS CIDAC!     

E lá vamos nós outra vez para o disparate…

Há muito que fico indiferente à histérica narrativa sobre a palermia covideira. No entanto, aceitei vacinar-me, face à promessa do governo, que uma vez vacinados, poderíamos retomar as nossas vidas sem restrições. É precisamente o que pretendo do Estado, que me deixem em paz e nem hesitei aceitar tal proposta.
À boa maneira pulhitica e seguindo uma tradição de vários governos, está longe de ser um exclusivo do actual, uma vez mais os portugueses são brindados com uma mentira. Afinal, chegados a Dezembro, não ficamos em paz, teremos que suportar novas restrições e mesmo vacinados, precisamos testes negativos para aceder a determinados espaços ou eventos. Não há outra forma de o dizer, o governo mentiu quando nos seduziu para a vacinação.
Obviamente que não posso acreditar em qualquer promessa futura que venha a ser feita para aderir a uma eventual dose de reforço e não gosto de obedecer cegamente ou seguir em rebanho, pastoreado por qualquer pulhitico.

Viva o Porto

Ora eu nasci no Porto e criei-me em Gaia.
Almeida Garrett

***

Sou do Porto, adoro o Porto e adoro ser conterrâneo de Garrett. Por adorar o Porto, ando atento a plataformas que divulgam a História do Porto e que me trazem conhecimento e alegria. Todavia, por vezes, lá vem um travo amargo.

Há uns anos, avisei que a eliminação da letra ‘p’ de palavras como excepção levaria a um aumento de ocorrências de *excessão em vez da grafia pretendida pelos autores do AO90 (exceção), com a consequente necessidade de, em publicações portuguesas, se indicar, como já acontecia antes do AO90 em publicações brasileiras, que «’excessão‘ (com dois ss) constitui erro grosseiro» (cf. Manual de Redação [sic] e Estilo do jornal Estado de S. Paulo).

Nessa altura, acrescentei que seria igualmente necessário um aditamento, exclusivo para a norma portuguesa, com a menção da diferença entre concessão e conceção (sem o ‘p’). Exclusivo para a norma portuguesa, efectivamente, pois, em português do Brasil, a concepção mantém-se imaculada.

Noutra altura, com os exemplos recepção, percepção e concepção, expliquei a importância grafémica da letra ‘p’, não só devido à função diacrítica , mas também por causa da correspondência com morfemas presos (“bound morphemes”), neste caso concreto, -ceber e -cepção.

Ora, o mesmo acontece com -ceder e -cessão. A confusão, criada por regras mal concebidas e mal explicadas, leva a que vários escreventes de português europeu grafem seção, em vez de secção.

Eis um exemplo fresquíssimo, no sítio do costume.

Ora, da seção à interseção, [Read more…]

A senhora e o cavador

 

Era uma vez uma senhora que geria uma propriedade agrícola. Certo dia, um dos dois cavadores morreu e, para poupar dinheiro, a senhora decidiu que era melhor não contratar mais ninguém. O outro cavador ainda se queixou, mas lá foi fazendo o trabalho dele e o do falecido.

A senhora, um dia, sempre preocupada em poupar dinheiro, resolveu que a enxada do cavador era muito cara e substituiu-a por um modelo mais em conta. O cavador ainda disse que isto assim ia ser difícil, menina, se ao menos arranjasse mais um cavador, qualquer dia a terra não ia render. [Read more…]

Uma abordagem teórica da resistência, aliada à resiliência

Por Jorge Jesus: «Se [fosse] possível, não tinha folgas, para estar sempre a treinar.». Resistência. Resiliência. Ao cuidado do João Mendes e do João L. Maio.

Medições penianas ou a zona confortável do pensamento

créditos: o genial Susano Correia

O que mais me incomoda nas discussões que vejo, ouço, ou tenho, é a concepção de medição peniana que elas acabam por ganhar, a certa altura. Parece algo tão certo como a morte ou os impostos.

Digo medição peniana porque, como este acto, tem origem na fragilidade. Se os homens que são obcecados pelo seu tamanho revelam, quanto a mim, uma fragilidade na sua masculinidade, as pessoas que adoptam a mesma postura, a mesma estrutura de pensamento, noutro tipo de discussões, têm a mesma fragilidade nas suas convicções.
É comum vermos este tipo de acontecimento na discussão política. [Read more…]

Em Tavira: Disneylândia para idosos à custa da agricultura local

Mais um exemplo do desprezo dos governantes – neste caso do Ministério da Agricultura e da DRAP/Algarve, com a conivência da Câmara de Tavira – pelos cidadãos e pela (pequena e média) produção agrícola local e, simultaneamente, exemplo gritante da fossanguice pelo negócio: Em vez de Centro de Experimentação Agrícola, o CEAT de Tavira vai ser capturado para, entre outros, passar a albergar um „Campus“ no qual pessoas idosas usarão videojogos desenhados pela Marvel e pela Disney para manter as suas capacidades físicas e cognitivas. Não é piada. Em compensação, o edifício que devia continuar a apoiar os agricultores locais através da formação, deixa de ter lugar nestas instalações.

Estão em causa “cinco a seis milhões de euros”, que serão financiados com verbas do Plano de Recuperação e Resiliência (PRR) “já disponibilizadas e que poderão ser reforçadas com outras verbas do PRR e outros fundos europeus”.

Acho que chegámos ao pináculo do absurdo.

Aqui fica a nota de imprensa do Movimento de Cidadãos em Defesa do CEAT:

Centro de Experimentação Agrária em Tavira ou Health Club?

Agricultores e cidadãos organizam marcha de protestoo CEAT também é dos Agricultores” a acontecer no dia 03 de Dezembro pelas 16h00, com início frente à Câmara Municipal de Tavira e fim frente ao Centro de Experimentação Agrária de Tavira (junto à estação de comboios de Tavira).

Convoca-se a participação de tod@s.

Esta manifestação decorre enquanto se discute o plano estratégico nacional da política agrícola comum (PEPAC).

Cidadãos, Agricultores biológicos e pequenos e médios agricultores tradicionais marcam presença.

Agricultores e cidadãos reivindicam infraestruturas de apoio no CEAT, espaço público do estado português tutelado pelo Ministério da Agricultura. Denunciam destruição do conceito de “centro agrário” e a total deturpação do propósito histórico para o qual foi desenvolvido este espaço que conta com 95 anos de existência. Exigem que a Delegação do Sotavento da Direção Regional de Agricultura e Pescas do Algarve apoie e sirva os agricultores os quais são justamente os garantes da segurança alimentar e da produção dos produtos que alicerçam os valores e princípios da apregoada Dieta Mediterrânica e da alimentação sustentável, afirmam, encontram-se em “vias de extinção” e enfrentam inúmeras dificuldades, nomeadamente a falta de suporte e infra estruturas públicas que assegurem a formação de agricultores e trabalhadores agrícolas no âmbito de cursos práticos de poda, enxertia, apicultura, horticultura, fruticultura, máquinas agricultura, competências ligadas às cadeias de produção e comercialização, bem como de carências no que concerne à aprendizagem de práticas mitigadoras das mudanças climáticas no âmbito duma agricultura regenerativa, biológica ou tradicional, só para mencionar algumas.

Para já os agricultores ficaram “sem casa”. O actual plano para um novo Pólo de Inovação para a Alimentação Sustentável (Terra Futura) privilegia na prática todo o tipo de entidades, actividades e interesses menos os interesses dos agricultores e de uma agricultura realmente sustentável, preservadora da biodiversidade e produtora de alimento bom, limpo e justo. Cidadãos de várias cidades do Algarve e do País já confirmaram presença na marcha de protesto que está marcada para o próximo dia 3.

Na sessão ocorrida ontem (dia 24 de Novembro de 2021), de apresentação da nova  arquitectura para o Centro de Experimentação Agrária de Tavira (CEAT),  como polo de inovação, foi tudo muito bonito mas para os agricultores não há lugar naquela que deveria ser a casa dos agricultores, de apoio a todos os agricultores. O edificado que é historicamente para a formação dos agricultores passa para a ABC Biomedical Center e porventura o restante edificado é entregue a outras “entidades” sem qualquer ligação direta à agricultura, não tendo sido dada nem uma palavra para a formação e para estruturas de suporte às actividades de agricultores.

Ficamos a saber que a antiga estação agrária de Tavira vai receber um campus ligado à dieta mediterrânica, mais um centro digital de bem-estar e cuidado no envelhecimento.  Através de um protocolo assinado entre a Algarve Biomedical Center, a autarquia tavirense e a Direção Regional de Agricultura e Pescas do Algarve, atribuem a essa clínica o edifício que sempre serviu para dar formação aos agricultores. Esse  edifício  foi historicamente o local da formação dos agricultores, porque  tem condições e está vocacionado para tal: tem cantina, sala de convívio, quartos para alojamento, 30 hectares de terra para praticar. Nele se realizaram cursos de tratoragem, de podas, jornadas, intercâmbios, concursos, convívios e trocas de experiências.

Mais, divulgamos informação que não foi mencionada na sessão de anteontem mas que está explícita na TERRA FUTURA – Agenda de Inovação para a agricultura – GPP : o pólo de alimentação saudável de Tavira é o único pólo não agrícola do país!  Supomos que na sequência de decisão unilateral da Capital do nosso país que pretende continuar a olhar o território Algarvio como um grande resort turístico. Denote-se que também o Algarve já não tem curso de agronomia no pólo do INIAV- Instituto Nacional de Investigação Agrária e Veterinária, apesar de conter inúmeras tradições agrícolas centenárias e nichos de mercado específicos dadas as suas condições climatéricas.

Como se pode constatar no mesmo documento, comparativamente ao sucedido noutros pólos de inovação existiram 0 (zero) processos de auscultação pública no Algarve. Na apresentação do programa destaca-se o primordial envolvimento da população e produtores,  que aconteceu em todo o lado,  menos no Algarve. A apresentação do processo de decisão como democratico e que incorpora os cidadãos e produtores nas decisões é falso, nunca foi feito no Algarve, e sabendo a DRAPAlg da existência de um movimento para manter parte do CEAT activo e debruçado no desenvolvimento da agricultura sustentável e agroecológica de acordo com os objectivos ODS, vemos agora que a UE, os agricultores e cidadãos consumidores foram enganados, num teatro de consulta democrática que só aconteceu na teoria. Na prática as decisões de utilização do espaço foram centralizadas e desviou-se para a nutrição e gerontologia os parcos recursos dedicados ao desenvolvimento do sector de pequena agricultura e agricultura agroecológica. Portanto: desvio de verbas e não auscultação pública e real. Informamos que este movimento somente soube que o edificado, que era destinado a dar apoio às actividades de agricultores, passava para o ABC Biomedical Center durante a sessão protocolar de dia 24 no CEAT.

Em anexo seguem as respectivas imagens da apresentação do projecto do GPP. Denotem, apesar de vir incluído na dita agenda, claramente o pólo de Tavira não se enquadra, nem aparece no mapa das cadeias de valor e inovação – no Algarve apenas aparece o centro do Patacão.

Por via do PRR, o programa de inovação da Agricultura dispõe de “ 36 milhões para renovação/requalificação de 24 polos da rede de inovação, capacitando-os em termos de infraestruturas e equipamentos de forma a dar resposta aos desafios que se avizinham, na sua área de especialização. O Aviso N.º 01/C05-i03/2021 foi lançado no passado dia 9 de setembro e o período de candidatura decorre até o dia 31 de Março de 2022.O IFAP é o beneficiário intermediário e os beneficiários finais são as entidades a quem está afeto o património do Pólo da Rede de Inovação.” Por via desta e de outras medidas, o PRR destina ao todo 92 milhões de euros para a inovação da Agricultura, porém e no que concerne à arquitectura por agora desenhada para a revitalização do CEAT/Pólo de Alimentação Sustentável, de tamanha verba não é destinado nada na prática para infra estruturas e equipamentos de suporte à especialização de agricultores.

Na sessão de anteontem todo o discurso foi sobre alimentação, mudanças climáticas, importância das cadeias curtas de comercialização, segurança alimentar, alimentação de proximidade e sazonal, com alimentos da época; mas em todo este discurso e no âmbito daquilo que serão as estruturas do novo pólo de inovação praticamente não se ouviu uma medida estrutural de suporte aos agricultores, para aqueles que podem garantir um leque variado de alimentos a nível local. Para esses que estão em “vias de extinção”, ou para os que querem iniciar essa actividade e que se deparam com um preço exorbitante da terra, bem como com imensos desafios, porque mesmo que recorram a apoios institucionais, têm que ter capital inicial para investir.

Em Tavira, a valorização e o  preço da terra subiu de 100% no espaço de dois anos e 2400% no espaço de uma década. Dados do último recenseamento agrícola indicam que há menos 15 mil explorações activas apesar do aumento da superfície agrícola útil. Ou seja, perderam-se pequenos e médios agricultores, mas as áreas de agricultura intensiva de sobreexploração e o interesse dos investidores, principalmente estrangeiros, sequiosos de recursos globalmente escassos como solo, água e clima não pára de aumentar.

Ora para que exista a produção de alimentos em pequena escala e multiproduto, para garantir a tão propalada segurança alimentar, tem que se criar condições para que os agricultores produzam, ou sequer existam. Um dos maiores problemas na agricultura actual é o da formação e da existência  de pessoal que saiba trabalhar na agricultura. Estarão a acabar com o conceito de “posto agrário”? a alimentação sustentável é alicerçada em quem? com produtos variados de onde? quem é que sabe trabalhar hoje em dia para produzir a alimentação apregoada? o CEAT transformou-se de centro agrário em centro de alimentação? e essa alimentação é proveniente de quem? e como é que é produzida?

Talvez a primeira ideia que se deveria ter equacionado projetar para aquele espaço fosse a criação de um pólo de formação profissional (género escola agrícola) ou ainda um politécnico (género escola superior agrária) onde houvesse ao mesmo tempo serviços de apoio aos agricultores da região.

É inadmissível Tavira estar tão afastada da formação dos jovens e do apoio aos agricultores, tomando em linha de conta a importância estratégica que já teve no passado, ao nível da região do Algarve, e das infraestruturas que o CEAT possui direcionadas para investigação, apoio e preservação de património agrícola, mas também tendo em linha de conta o presente actual e um futuro a longo prazo.

Defendemos a existência do centro de dieta Mediterrânea. Mas não podemos aceitar que, num centro de formação e experimentação agrária uma das primeiras acções a cumprir seja dar o edifício dedicado à formação dos agricultores (não só de Tavira, mas da região e até do país), e outros edifícios, a diversas entidades, SEM sequer terem estabelecida a logística e a calendarização para o suporte e formação dos agricultores;  isso é a demonstração de que os  discursos repetem o que no momento “fica bem” dizer, mas as decisões continuam no sentido de gastar o dinheiro sem ter em conta o que é fundamental para que o país ganhe independência alimentar e para que os benefícios fruam para  todos os cidadãos. Falam em “alhos” e as decisões são sobre “bugalhos”.

Se o Movimento de Cidadãos em Defesa do CEAT conseguiu travar a estrada para ali proposta pela Câmara Municipal – trata-se de contar a história correctamente – também irá conseguir o seu objectivo principal, a Revitalização do CEAT como centro de experimentação agrária.

Tavira, 26 de Novembro de 2021

Movimento de Cidadãos pelo CEAT e Hortas Urbanas de Tavira

 

 

O turbilhão educativo

No país onde os governantes adoram justificarem-se com o que se faz lá fora, seria óptimo se olhassem para este exemplo da California.

Every eight years, a group of educators comes together to update the state’s math curriculum framework. (…)
Its designers are revising it now [uma alteração curricular] and will subject it to 60 more days of public review. [Slash[dot]

Repare-se no detalhe da revisão apenas a cada oito anos e com consulta pública, comparando-se com o hábito nacional das alterações educativas anuais (curriculares e outras), feitas em cima do joelho e em modo prepotente.

Negacionismo

da Grande Mentira. Basta seguir a argumentação de geometria variável.

Para reflexão, disse Ramalho Eanes em 2015

“Momentos fracturantes não se comemoram, recordam-se”.

Façamo-lo, neste 25 de Novembro.

Concorda?

Alguém perguntou alguma coisa ao cavalheiro que falou em nome da dita associação? Será que os “diretores” se reuniram em plenário para decidir sobre o tema? E terão feito um curso intensivo de virologia para emitir opinião? Talvez o tenham feito ao mesmo tempo que Marcelo, nesse lugar onde a grande maioria dos portugueses também o fez.

25 de Novembro, sempre!

Hoje é dia de celebrar uma das datas mais importantes na nossa democracia e que continua a ser lamentavelmente deixada de lado. O 25 de Novembro simboliza a resistência democrática contra aqueles que queriam tirar Portugal das mãos do povo e colocar nas mãos de Moscovo.

Infelizmente, temos uma parte da direita que glorifica esta data ignorando a importância do 25 de Abril e temos uma esquerda, cada vez mais alargada, que faz questão de defender que o 25 de Abril é muito mais importante, mesmo quando ninguém coloca isso em causa. É claramente um mau a perder por não terem conseguido o real objetivo das forças mais radicais.

Mais do que celebrar esta data, não nos devemos esquecer de todas as atrocidades antidemocráticas realizadas nesse período, nas vozes que foram caladas. Tempos em que havia esquerda e a direita que a esquerda permitia que houvesse. Um democrata não pode aceitar isto.

Estamos em 2021 e a luta pela liberdade e pela democracia está inacabada. Os nossos standards devem ser mais exigentes do que no passado e devem ser menos exigentes do que no futuro. A democracia e a liberdade são bens tão importantes e frágeis, que faz parte da sua natureza estarem em perigo. Antes um exagero pela defesa da liberdade do que espasmos em defesa de um Estado todo poderoso. Continuamos um país atrasado, que dá pouca importância às suas liberdades.

Portugal é um país que protesta que todos os políticos são maus, mas teima em aceitar que estes tenham cada vez mais poder para mandar na vida das pessoas. Os políticos são maus, mas aplaudimos que possam decidir, sem critério, os nossos meses.

No dia em que celebramos o dia em que evitamos cair nas mãos comunistas, sabemos que voltamos a um confinamentos disfarçado, porque é para o nosso bem. Como se um pequeno grupo de pessoas soubesse o melhor para todos do que as próprias vítimas desta hipocondria.

Defendamos a liberdade, gente.