O 1º erro do novo PSD ou o último erro do velho PSD ?

Um erro tremendo de Passos Coelho que Sócrates aproveitou com a esperteza saloia habitual. O PSD, perante a pressão externa fez o que tinha a fazer. Estender a mão ao governo e juntar-se ao Presidente na contenção dos prejuízos. Dar uma imagem de coesão é fundamental nestas circunstâncias.

Mas José Sócrates não deu nada em troca, apanhou a boleia e “cuspiu” no carro que o tirou do meio da estrada. Aproveitou , imediatamente, a situação para vir reforçar a ideia da inevitabilidade dos mega projectos. Por um lado fez crer que Passos Coelho está a favor, nestas circunstâncias, de promover obras públicas mastodônticas. Por outro lado, quer fazer crer que pode conter a deterioração das contas públicas, apenas com o congelamento de salários e pensões e que promove o emprego com as obras. São duas mentiras em vez de uma!

Com o PEC , o “aprovado” como já escrevi, não vai a lado nenhum, tantas são as reticências e os recados para que mais e mais duras medidas sejam tomadas. Para o desemprego, como toda a gente já disse, este tipo de obras só dão emprego daqui a dois ou três anos, emprego desqualificado, e exigem muitas importações de tecnologia que não possuímos.

O Presidente, ciente que já se estatelou (Passos Coelho não daria este passo sem falar com Cavaco Silva) já veio hoje dizer que “os bens transaccionáveis” é que são fundamentais e não o aeroporto e o TGV…

Sócrates a morder a mão a quem lha estendeu!

Porto inicia o jogo com o Benfica em vantagem

Estranhamente, ou talvez não, já se conhece a equipa com que o SLB enfrentará os seus adversários no próximo Domingo: no Dragão alinha com Olegário Benquerença, e na Pedreira com João Ferreira.

Lucílio Baptista descansa esta jornada, resguardando-se para o Benfica-Rio Ave da próxima. O mesmo acontece com Pedro Henriques, um homem fatigado depois de ter acertado em cheio num Falcão.

Não se pode dizer que a dupla Jesus / Rui Tuneleiro Costa não seja uma dupla de  homens previdentes.

Av. Joaquim António Aguiar: Lisboa Arruinada


Na Joaquim António de Aguiar, mesmo antes de chegarmos ao Marquês. Três belíssimos exemplares Deco, em ruínas. Comparemos estas vítimas do desleixo e crime, com o recentemente restaurado casarão “D. João V”, à direita da imagem. A construção do túnel do marquês, levou ao abate de numerosas árvores no separador central e o mesmo aconteceu recentemente na zona de entrada do Parque. Se a isto acrescentarmos o que se está a passar no Príncipe Real e noutras zonas da cidade, torna-se nítida uma certa obsessão anti-verde.

Advogados – relatório e contas rejeitado.

O relatório e Contas referente a 2009 apresentado pela actual Direcção liderada por Marinho e Pinto, foi rejeitado  por 122 votos a favor e 1192 votos contra!

Nunca vi uma diferença tão grande num assunto aparentemente pacífico. Ou muito me engano ou há borrasca no ar!

Aqui no Aventar siga a par e passo esta Assembleia Geral da Ordem dos Advogados!

Obras Públicas – suspeitas legítimas

Hoje no Público, Campos e Cunha aborda a questão do PEC, dos “especuladores” do acordo Sócrates/Passos Coelho e da miserável situação em que nos encontramos.

Como se verificou, imediatamente a seguir ao acordo com Passos Coelho, vieram os ministros das Finanças e das Obras Públicas fazerem apressada declaração. O aeroporto e o TGV  continuam apesar de estarmos neste aperto e deste acordo! .

O que levará Sócrates a ter esta obsessão, a ponto de colocar o país à beira da bancarrota? Contra todo o bom senso e toda a lógica, prefere congelar salários e pensões a adiar as grandes obras públicas que, essas sim, teriam efeitos pronunciados na despesa.

Não podemos esquecer que é o mesmo Sócrates que, com um governo já em gestão, não se coibiu de autorizar o Freeport de todas as vergonhas. Não aprendeu nada. Mas esta obsessão levanta suspeitas legítimas. O que levará Sócrates a querer levar os grandes projectos até ao ponto de não retorno quando já se percebeu que não será ele a construi-los, e num ambiente de grande perturbação economico-financeira?

O serviço tem que ficar feito a ponto de não se poder voltar atrás? Quem beneficia ? Há compromissos com entidades que não o Estado ?

o dia da mãe, após o dia do trabalhador!

Mães e Pais em defesa da subsistência familiar

ensaio critico

Após onze anos de ter escrito um outro ensaio que em parte acompanha este como excerto, aconteceu um facto histórico que me parece irónico. A seguir às festas do dia do trabalhador, é comemorado o dia da mãe. Irónico! De certeza vou marchar com parte do operariado do país que tem fome, não tem trabalho, que vive uma crise económica raramente conhecida.

Este 1º de Maio é o protesto mudo dos que não se podem governar, porque não são governados. Sabemos que o conceito governar não se refere apenas às hierarquias nas quais o povo tem depositado a sua soberania, estendem-se ao saber usar a inteligência, aos dotes de habilidade do trabalho, na produção de bens e mercadorias. Bens e mercadorias que no nosso país alimentam o dia da mãe, as visitas dos Pontífices romanos que não solicitam mas aceitam prédios novos como sedes de adoração da divindade que, acreditam, está em todos os sítios, muito embora ninguém a veja, todos a conhecem. Uma existência infinita que pune e perdoa conforme o estado de ânimo e a forma de pensar de quem a representa. Formas de pensar denominadas pecado ou bem-aventuranças, comportamentos, que, no meu ver, como tenho escrito noutros textos, garantem a reprodução social. Quem em consequência, será essa mãe, senão esse grupo de homens e mulheres que lutam pela sua subsistência?  [Read more…]

Quanto ganham os deputados: O caso Inês de Medeiros

Diz-se constantemente que os deputados portugueses ganham mal e que no sector privado ganhariam muito mais.
Não é verdade. Os deputados ganham muito mais do que parece à primeira vista. Porque se o seu vencimento-base é de 3815,17 euros, ou seja, metade do vencimento do Presidente da República, o que levam para casa no final do mês pode chegar a ser o triplo, sendo que a maior parte desse valor não está sujeito a IRS.
A juntar a este valor, mais 10% para despesas de representação, ou seja, 370,32 euros. Ou seja, um total de 4185,49 euros fixos.
Têm ainda direito, os que não vivem na Área Metropolitana de Lisboa, a 69,19 euros por cada dia de presença nas Reuniões Plenárias ou nas Comissões. Para os Deputados que residam em Lisboa ou na Grande Lisboa, aquele valor é de 23,05 euros.
Recebem ainda o valor de uma viagem semanal de ida e volta, na classe mais elevada, sempre que eleitos por um círculo de eleição que não Lisboa. Para além da viagem propriamente dita, têm direito a ser ressarcidos do valor da deslocação entre o Aeroporto em que desembarcam e a sua residência.
Os Deputados que fazem deslocações em trabalho político no seu círculo eleitoral, mas que vivem fora dele, recebem um valor semanal correspondente ao dobro da média de quilómetros verificada entre a capital do distrito e as respectivas sedes de concelho. No caso dos Deputados das Regiões Autónomas, recebe o valor semanal resultante do quociente da divisão do valor médio das tarifas aéreas inter-ilhas por 40 cêntimos.
Pela deslocação em trabalho político no território nacional, um deputado tem direito a 412,44 euros por mês.
Sempre que se deslocam ao estrangeiro em missão oficial, os deputados recebem 167,07 euros por dia.
Têm ainda direito a utilizar gratuitamente computadores portáteis, PDAs, acesso à internet móvel (GPRS/3G), serviços postais e sistemas de telecomunicações.
Têm seguro de vida.
Então, quanto ganham os deputados?
Depende dos casos. Para dar um exemplo, permitam-me que escolha, completamente ao calhas, o deputado do PS eleito em terceiro lugar pelo círculo de Lisboa. Não sei quem é, mas vou já ver. (pausa)
Já vi, é Inês de Medeiros. Vamos então às contas.

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Como Se Fora Um Conto – O Sr Adérito, Engraxador

Já lá vão muitos anos, mas as lembranças fluíam com rapidez.

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Sentado à mesa de um café da baixa Portuense, olhei os meus sapatos e pensei em quanto me saberia bem que aquele café tivesse um engraxador. Apeteceu-me ter os sapatos limpos, escovados e a brilhar.

Se ao menos ainda houvesse engraxadores! Já há muito que os não via. Os últimos estavam naquela entrada da rua Sampaio Bruno, quase em frente à Casa da Sorte. Havia também um ou dois, que paravam na Praça da Liberdade, quase na esquina da rua da ‘engraxadoria’.

Antigamente, não havia café que não tivesse um, e havia trabalho para todos. Todo o homem que se prezasse gostava de ter os sapatos a brilhar. Hoje são raros, os engraxadores, já que sapatos a brilhar ainda os vai havendo, e homens que se prezem ainda há um ou outro.

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Jorge Coelho tem de ganhar a vida


Obras públicas são para avançar, diz o primeiro-ministro.

E diz muito bem. Poque há compromissos assumidos, porque há prioridades confirmadas, porque há pessoas que têm de ganhar a vida. E é assim que a ganham.

Dupliquem-se, pois, auto-estradas; construam-se barragens que vão destruir o ecosistema e mesmo vias férreas («só falta encher isto de betão»); TGV que vão andar vazios; Aeroportos desnecessários.

Construam. Jorge Coelho tem de ganhar a vida.

Economia Portuguesa (I) – As Agências de Rating

Das várias agências de rating – ou de notação financeira, em português – as mais reconhecidas são: a Standard & Poors, a Moddy’s e a Fitch, todas sediadas nos EUA. Ao contrário do que alguns imaginam, as agências de rating não se limitam a avaliar e classificar o grau de solvência de países; também o fazem em relação a empresas, instituições financeiras e os chamados produtos financeiros (derivados, ‘hedge ‘funds’ e outros).

Ao usar uma classificação variável – de ‘AAA’, a mais elevada, a ‘E’, a mais baixa – as agências de rating atribuem a designada nota de dívida; ou seja, indicam ao mercado a nota da entidade avaliada, e naturalmente os riscos subsequentes do nível classificativo dessa nota.

Para se ter uma ideia dos efeitos da nota atribuída, cite-se que a Alemanha beneficia da classificação ‘AAA’, a que corresponde a taxa juro de 3% nos empréstimos que contrair. Portugal, com ‘A-‘, está a suportar juros calculados a 5,365%, no dia de hoje segundo a TVI24, usufruindo, ainda assim, de uma quebra em relação ao máximo de 5,909%, no passado dia 29 de Abril, para ‘obrigações de tesouro a 10 anos’ – A Grécia, com uma classificação abaixo da nossa, está a suportar taxas entre 9 e 10%.

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Dívida Pública, o fadinho

Já não há pachorra para o choradinho da dívida pública, do andamos a gastar mais do que não sei quê,  o estado, esse malandro, etc.

Vão dar banho ao cão, e depois olhem para esta tabela de dívidas públicas de países europeus, dados da CIA, referentes a 2009:

Italy 115,2
Greece 113,4
Belgium 99
Iceland 95,1
France 79,7
Hungary 78
Germany 77,2
Portugal 75,2
United Kingdom 68,5
Ireland 63,7
Netherlands 62,2
Croatia 61
Albania 54,9
Spain 50

Percebem agora o que é um ataque especulativo? É preciso fazer um desenho para se entender que o problema não está na dívida pública, está no euro e nas eleições na Alemanha?

Querem problemas sérios? é ver que o desemprego cresce, e aí sim, somos o 4º país da Europa em pior situação.

O que esconde o novo aeroporto ?

Vemos as grandes empresas de transporte aéreo juntarem-se e constituirem megaempresas, como é o caso da fusão da Ibéria com a British airwais, uma e outra muito maiores e fortes do que a TAP, seguindo, aliás, o caminho da Swissair com a Lufthansa. No entanto, e apesar dos prejuízos contínuos a TAP não se casa com ninguem.

Sabe-se, tambem, que na Europa vão sobrar 5/6 grandes empresas de transporte aéreo e que essa questão da “empresa de bandeira” é canção para adormecer menino. E que o transporte aéreo não se vai tornar mais fácil e barato, pelo contrário, vai-se tornar mais dificil e mais caro.

O negócio do transporte aéreo anda à volta do conceito de “code share”, quer dizer, vende-se lugares entre as companhias por forma a que os aviões andem cheios, e uma das consequências são estes “aglomerados” de companhias aéreas como a ” Star airwais” em que as empresas mantêm a sua individualidade. Por outro lado, quem viaja sabe que o actual aeroporto de Lisboa não envergonha ninguem, bem pelo contrário, é um bom aeroporto. A que se deve esta obsessão de um novo aeroporto? A que se deve a situação de celibato da TAP?

A dimensão da TAP, em caso de casamento, fará que o famoso “HUB” de Lisboa seja uma miragem. Se o casamento for com a Ibéria, por exemplo, o “hub” será Madrid e assim por diante, e lá se vai o grande argumento para a construção de um novo aeroporto. Trava-se tudo e adia-se tudo para que o aeroporto chegue a uma fase de não retorno. Ora , sozinha ,a TAP nem sequer sobrevive quanto mais manter um “hub” em Lisboa.

Resta, então, o quê ? Mais dez anos de obras públicas, um novo aeroporto, uma nova ponte, um TGV pela margem sul do Tejo…

Para modernizar a imprensa regional

O jornal mensal e regional  O Sul,de Setubal,   que me convidou para o dirigir, é um projecto que ja vinha sendo discutido entre nós, ou seja, na cooperativa Prima Folia, a que não pertenço, mas  que é a detentora do titulo   .  Contudo, passar à pratica esse projecto   não é fácil,particularmente, em tempos de crise  geral, e da imprensa em particular.
Nos EUA grandes jornais estão a fechar ,ou a reduzir as suas edições, ou a transformar-se em jornais on line,  e, mesmo assim ,nem sempre com sucesso. Até o NYT…
Pois  é nessa  nessa linha  que desejo  desenvolver  algumas considerações .Naturalmente, vou referir-me ao comércio electrónico, o e-comerce, o “business  to business”  a mundialização, e também ao glocal , que nos interessa neste caso,por sermos  imprensa regional    .
Estou portanto, a  sugerir que aproveitemos as novas tecnologias  que dispomos hoje -que estão  para além do capitalismo de mercado,tal como este tambem já substituiu o mercantilismo-para os nossos projectos  locais .
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O Especulador

Forte candidata a POSTA do ano!

A Maria

A Maria

A Maria nunca mais apareceu.

Os olhos, vindos do outro lado do mundo, fundos de ausência, casavam o branco e o negro para dizerem o que a boca não conseguia. O nariz afilava de um só traço o rosto magro, e os cabelos errantes fugiam da testa, cada pedaço para seu lado. A pele transluzia uma imagem por detrás dos vidros, imagem baça do avesso da vida.

Uma dor subtil desenhava os lábios maduros, finamente trémulos, como se estivessem prestes a chorar. Nunca alguma lágrima por eles correu ou voou algum beijo. Apenas o cigarro acendia e consumia a sua virgindade. [Read more…]

Agora jogo eu

Não bastavam as vergonhas que foram a recepção ao Inter de Milão em Barcelona com humanóides a tocar tachos e panelas à porta do hotel durante toda a madrugada, o fogo de artíficio e os foguetes barulhentos a impedirem o sono dos adversários, os apupos a Figo, o banho que cortou a festa aos italianos após o banho que levaram os donos da casa no resultado final da eliminatória. Agora, num grupo anti-Mourinho que uns neandertais cibernéticos (têm polegar opositor,  indicador para teclar e pouco mais) criaram no Facebook, hordas de hominídeos que mal sabem soletrar (e isso porque, enfim, estamos no sec. XXI) surgem das cavernas a gritar impropérios (palavra difícil) e insultos. Contra Mourinho? Também, mas com isso pode ele bem. Insultos, e em toda a linha, contra todos os portugueses, como se todos fossemos um e Mourinho fosse todos. Um proto-neandertal com o ibérico nome de Siarhey Ilich Uliánov vem mesmo dizer “Muerte a los gitanos portugueses” para alargar um pouco mais o preconceito étnico-nacionalista. Os comentários sucedem-se em catadupa e cada actualização de página dá um salto monstruoso no avolumar do racismo e da estupidez de casta.

Até podem ter uma das equipas que melhor joga futebol no mundo. Mas, e falo apenas destes “adeptos”, em imbecilidade, parvoíce e talento natural para a burrice são muito mais capazes do que a equipa que putativamente “suportam” e não há “Mourinho” que lhes ganhe. Levem a taça que eu, a partir daqui, já não jogo mais.

Rua de Andaluz: Lisboa Arruinada


Pequeno, modesto, mas característico prédio da rua de Andaluz, na intersecção com a Duque de Loulé. Preparam-se para o demolir e substituir por um exemplar decerto idêntico ao que surge mais à esquerda na fotografia. Esta zona parece condenada à total destruição.

Prioridade ao mar – Centros náuticos

no post anterior: Os portos


Para impulsionar os desportos náuticos e a náutica de recreio e dinamizar actividades complementares (turismo de cruzeiros, ecoturismo e turismo de natureza), o projecto do Hypercluster da Economia do Mar propõe a criação de centros do mar, tais como a “Cidade Náutica do Atlântico” em Viana do Castelo – Valimar, o “Arco Ribeirinho Sul – Marina do Tejo”, entre Alcochete e o Seixal, o “Centro Náutico da Baía de Cascais”, entre Cascais e Lisboa, o “Porto do Barlavento”, entre Portimão e Lagos, as “Portas do Mar” em Ponta Delgada, ou a “Escala do Atlântico”, no Faial, Pico ou São Jorge.
Esta área exige a elaboração de um plano estratégico de localização e implantação de apoios à navegação de recreio, a dinamização da “Porta Marítima de Lisboa”, que funcionaria como um grande espaço de recepção, e um novo quadro legal relativo à construção e exploração de portos de recreio. (Prof. Ernâni Lopes e Expresso)

PSD na frente:

Hoje recebi, por mão amiga, os resultados de uma sondagem que vai ser publicada amanhã no Diário Económico e na TSF. Foi-me pedido segredo. Cumpri. Mas afinal já começou a circular. Ok, então vou publicar:

Segundo o estudo de opinião da Marktest para Diário Económico/TSF os resultados são os seguintes:

PSD 39,8
PS 34
BE 8,3
CDU 7,2
CDS 4,5

Atendimento ao público II (*)


(*) Para não ferir susceptibilidades, não coloquei no título qualquer referência ao Estado ou ao Privado. Cada um que associe como quiser.

o desapreço pelo trabalho das mulheres

a mulher trabalha fora e em casa

Esta é a imagem de uma mulher a trabalhar: elegante, bem vestida, bem penteada, espaço limpo, sem papeis no meio: uma organização no espaço de trabalho. No entanto, nem sempre é assim. Escolhi esta imagem, por ser o que se vê dentro do mundo social. No espaço privado, o trabalho do lar despenteia, cansa, até a roupa é outra, que se pode sujar com a lide doméstica, e que, por ser mulher, ela tem a obrigação de fazer. Os homens, até há pouco tempo, não colaboravam no trabalho de casa nem a mulher o permitia: era o seu domínio, sentia-o como seu dever, sem horário. Ou, por outras palavras, o trabalho doméstico era o seu horário: começava de manhã cedo e acabava no minuto em que esse, o seu espaço, espaço de família, ficava acabado.

Em vários ensaios tenho afirmado que falar de crianças é um tema difícil. Falar do trabalho da mulher, é ainda mais. Para falar de crianças, há regras, manuais, estudos especializados. Para falar do trabalho da mulher, [Read more…]

Apesar de tudo, eu gosto do Papa

E perdoo-lhe tudo.

Não está bonito nesta fotografia? [Read more…]

Reabriu o ‘Café Central’

Inúmeras cidades e vilas do País têm o seu ‘Café Central’. Sem dispensar a fotografia do fundador numa parede, é sala de visitas de forasteiros e, em simultâneo, local de convívio e cultivo social e político das personalidades mais distintas da terra. Nos tempos da ditadura, as tertúlias dividiam-se entre apoiantes e opositores do regime. Havia também grupos de gente dedicada, sobretudo, a bate-papos futebolísticos.

O ambiente político-social transformou-se e suscitou metamorfoses e arrumações dos relacionamentos entre a clientela politizada de qualquer Café Central. Sumariamente, pode dizer-se que, após alguma refrega, consagraram-se duas grandes tribos rivais: uma chamada “rosa” e outra “laranja”. A escolha de cores, ao que se dizia, era de natureza partidária; mas é questão de mero preciosismo.

O ‘Café Central’ da minha vila passou por diversas vicissitudes; fechou e acaba de iniciar a reabertura. O encerramento, por considerável intervalo de tempo, é justificado por conflitos de interesses e ambições entre as tribos “rosa” e “laranja”. Ambas perseguiam idêntico objectivo: ter uma posição de domínio sobre a rival nas mesas e nos lugares do café. Contudo, o fecho não sossegou espíritos nem trouxe maior tranquilidade à comunidade. À falta do ‘Central’, os boatos, as verdades, os ditos e contra-ditos desceram à rua e às páginas dos jornais da terra que, desgraçada, entrou numa espiral de endividamento.

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Sabem o que faz um Consultor?

Ovelha na terminologia de uma empresa internacional de consultoria

A verba para consultadoria, no Orçamento Geral do Estado, não cessa de crescer, sempre emitindo pareceres a dizer o que for preciso e o seu contrário, já viram, o governante toma uma decisão, pisa tudo o que é legitimo e razoável, mas tem lá o parecer de um senhor muito importante, a dizer que sim que aquilo é “clean”, leva uns largos milhares e ficamos todos amigos.

O caso da ESCOM e da consultoria aos submarinos dá-nos a medida do que se pode fazer com consultorias, 30 Milhões de euros, para uma empresa que sabe tanto de submarinos como eu sei de lagares de azeite. Um “project finance” a dizer que o BES é o que apresentava melhores condições e toma lá 30 milhões…

Quem não vai nisso é o compadre que guardava ovelhas no Alentejo. Chegou lá um gajo de gravata e de BMW e diz: aposto com o compadre em como sei quantos animais tem. O compadre, que não via a Maria desde manhã, e estava com os azeites, responde-lhe: Ah, sim, então dou-lhe uma ovelha se acertar. E o engravatado saca do PC, faz umas contas e diz: O compadre tem aqui 2 000 animais!

O nosso compadre teve mesmo que lhe dar a ovelha e mandou-o escolher. Quando o engravatado se ia embora, diz-lhe o compadre: Eu aposto com vocemecê em como sei qual é a sua profissão. É consultor! Chegou aqui sem ninguem o chamar, disse-me uma coisa que eu já sabia e em vez de uma ovelha, leva-me o cão!

Perceberam porque anda tanta gente a viver à grande e à francesa como consultor do Estado?

Raios Partam os Gregos

Estou cada vez mais em sintonia com o nosso governo e com alguma da nossa oposição. A nossa oposição não se ‘oposiciona’ e o nosso governo não nos governa.

E a culpa de quem é? DOS GREGOS!

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Que Notas São Estas?

Leituras para bem desligar o televisor

“O silêncio é, no processo político, uma fonte documental tão importante como o discurso. Aquilo que se esconde está em luta com aquilo que se ostenta.”
Palavras sábias, estas que o professor Adriano Moreira publicou em 1977 no entrecho de O Novíssimo Príncipe (Editorial Intervenção, Braga/Lisboa). Tenho usado o lápis para cristalizar esta e outras citações da análise que o velho tribuno fez à quase-Revolução de Abril de 1974. Estoutra, por exemplo: “A Pátria não tem processo de inocência. Reflecte todos os actos dos seus filhos.” E esta ainda: “O arrependimento não mata o gosto do proveito.”
Tenho aproveitado esta e outras leituras recentes. Quero partilhá-las convosco, referindo-vo-las. A O Príncipe de Maquiavel, juntei Kaputt e Técnica do Golpe de Estado de Curzio Malaparte. Duas boas madrugadas me bastaram para levar a cabo a leitura de O Obelisco Preto de Erich Maria Remarque. E nos próximos dias vou dar A Volta ao Mundo com Ferreira de Castro.
E então? Então, ler é preciso para que o televisor siga saudavelmente desligado. Tenho caído de mais na asneira de o ligar logo de manhã. Aos gritos caça-táxis da Júlia Pinheiro e aos saracoteios papa-reformas do Goucha, sofro (d)a comissão par(a)lamentar de “inquérito” ao caso da frustrada compra da TVI. Vi o rapaz Penedos, anafadinho e ortoépio, a ser senhordoutorado pelas e a senhordoutorar as figuras que nos deputam. (E nisto do “deputar” vêm muito os tais “filhos da Pátria” do professor Adriano, não vêm? Vêm.) Vi outra vez o Vara (curiosa homonímia do substantivo colectivo da língua-também-pátria). Vi aquele que dizem sobrinho de não sei quem Soares. Vi até desistir de olhar – embora continue vendo perfeitamente, até sem cangalhas.
A solução? Ler: Moreira, Malaparte, Remarque, Castro. O problema é a minha mulher.
Chega a casa à tardinha. Vem estafada do trabalho. Sirvo-lhe um refresco na mesinha em frente ao sofá. Ela pega no comando da televisão. Liga. E pronto. Tudo se deteriora rapidamente. Pego num livro e fecho-me no quarto em silêncio, que agora vós podereis (re)citar como vera “fonte documental tão importante como o discurso.”

Rififi na FIFA

Terá sido encomenda do Bloco Central? Será uma forma de pressão sobre as plutocráticas agências de rating?

A FIFA colocou a selecção nacional cujo apuramento foi arrancado a ferros, em 3º lugar no ranking futeboleiro mundial.

Que bom, salvou-se a Nação. No balneário já ganhámos, “somos os maiores”!

Transportes em Roma

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Lambretta, que bella!

A mulher que amanha o peixe

A mulher que amanha o peixe

Sempre que a vejo no supermercado onde vou, reconheço que não é por acaso. Muito bonita a mulher que amanha o peixe – não sei se amanha se amanhece! -.

Rosto combatido, dorido, olhar sofrido e manso, não sei o que faz desta mulher um poema, se os olhos negros e fundos, se o desenho rasgado da face, se um gesto brusco da natureza revoltada de cansaço. [Read more…]